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tou com preguiça.
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Moderador: mcerqueira
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<p><a href="http://www.antidoto-portugal.org">http://www.antidoto-portugal.org</a></p>
1."Por outro lado, meus amigos, continuo convicto que uma ninhada ocasional feita por um leigo - vejam as condições que preconizei para o destino dos cachorros - em muito pouco pode contribuir para a regressão da raça."
Ora bem: se no estudo que cita os 60% se referem a ninhadas de cães de raça, o peso destas é realmente considerável e não teria problemas em reconhecer que, mesmo sendo o estudo referente a França, tal poderia acontecer também em Portugal. No entanto, haveria que ver quais os criadores eventuais que planificaram devidamente as montas e quais os que não - não podemos inferir que todas estas ninhadas tenham sido realizadas por poessoas sem qualquer tipo de conhecimentos sobre criação.
2. Exposições e o seu valor
Devo dizer que concordo consigo quanto à importância das exposições. sobretudo se monográficas. No entanto, concordará comigo em que os resultados nas multi-raças são muitas vezes influenciados por factores que não têm muito a ver com critérios onjectivos, mas antes por modas, conhecimentos ou influências, para ficarmos por aqui. Certo é que como você disse há bons e maus juizes, mas isso só piora as coisas por parte do dono desconhecedor: em que opinião vai ele confiar, na presença de rapports diferentes passados por dois ou três juizes?
Discordo absolutamente da redução que faz dos juizes especialistas: são eles que melhor interpretam o standard de determinada raça porque indubitavelmente a conhecem melhor.
Quanto à referência que faz aos PA penso que se refere a exageros do standard. Os "jarretes de vaca" ou o cruzar de patas que refere são consequências de uma exagerada angulação traseira que, como a dianteira ou a garupa e linha dorsal, estão devidamente quantificadas no standard.
Tenho rapports de cães julgados por juizes especialistas e de grupo.Referem-se aos mesmos aspectos morfológicos e, no entanto as referências são tão díspares que se julgaria tratar-se de cães diferentes...
3. Cadela "boas" que reproduzem excelentemente
Por acaso, essa que conheço faz praticamente "fotocópias " do macho utilizado, sejam quais forem as linhas de sangue, mas reconheço que é um caso excepcional. No entanto, como você diz e pelos vistos sabe por experiência própria, casos menos extremos acontecem frequentemente.
Quanto aos critérios que o odisseia utilizou, eu, como todos nós, não os conheço. Pode ter sido aconselhado, pode ter feito a apreciação dos animais de acordo coms os critérios que você pergunta, ou até pode ter ido às cegas. Mas eu não gosto de classificar as pessoas por deduções e sim por dados objectivos. Esperemos que ele nos esclareça, se quiser.
4. Cruzar e "esperar para ver o que dá"
Desculpe, mas é sempre assim na primeira ninhada. Você pode ter a melhor cadela do mundo mas não pode garantir que será boa reprodutora sem esperar para ver. Ou pode ter a pior e terá de esperar também...
Bem, a discussão derivou de tal maneira que só me resta pedir-lhes que releiam a minha mensagem. Nela manifesto o meu acordo ao que o Paulo disse na primeira resposta, frisando apenas que ele tinha possivelmente sido um pouco excessivo ante um facto consumado.
José Carlos
Ora bem: se no estudo que cita os 60% se referem a ninhadas de cães de raça, o peso destas é realmente considerável e não teria problemas em reconhecer que, mesmo sendo o estudo referente a França, tal poderia acontecer também em Portugal. No entanto, haveria que ver quais os criadores eventuais que planificaram devidamente as montas e quais os que não - não podemos inferir que todas estas ninhadas tenham sido realizadas por poessoas sem qualquer tipo de conhecimentos sobre criação.
2. Exposições e o seu valor
Devo dizer que concordo consigo quanto à importância das exposições. sobretudo se monográficas. No entanto, concordará comigo em que os resultados nas multi-raças são muitas vezes influenciados por factores que não têm muito a ver com critérios onjectivos, mas antes por modas, conhecimentos ou influências, para ficarmos por aqui. Certo é que como você disse há bons e maus juizes, mas isso só piora as coisas por parte do dono desconhecedor: em que opinião vai ele confiar, na presença de rapports diferentes passados por dois ou três juizes?
Discordo absolutamente da redução que faz dos juizes especialistas: são eles que melhor interpretam o standard de determinada raça porque indubitavelmente a conhecem melhor.
Quanto à referência que faz aos PA penso que se refere a exageros do standard. Os "jarretes de vaca" ou o cruzar de patas que refere são consequências de uma exagerada angulação traseira que, como a dianteira ou a garupa e linha dorsal, estão devidamente quantificadas no standard.
Tenho rapports de cães julgados por juizes especialistas e de grupo.Referem-se aos mesmos aspectos morfológicos e, no entanto as referências são tão díspares que se julgaria tratar-se de cães diferentes...
3. Cadela "boas" que reproduzem excelentemente
Por acaso, essa que conheço faz praticamente "fotocópias " do macho utilizado, sejam quais forem as linhas de sangue, mas reconheço que é um caso excepcional. No entanto, como você diz e pelos vistos sabe por experiência própria, casos menos extremos acontecem frequentemente.
Quanto aos critérios que o odisseia utilizou, eu, como todos nós, não os conheço. Pode ter sido aconselhado, pode ter feito a apreciação dos animais de acordo coms os critérios que você pergunta, ou até pode ter ido às cegas. Mas eu não gosto de classificar as pessoas por deduções e sim por dados objectivos. Esperemos que ele nos esclareça, se quiser.
4. Cruzar e "esperar para ver o que dá"
Desculpe, mas é sempre assim na primeira ninhada. Você pode ter a melhor cadela do mundo mas não pode garantir que será boa reprodutora sem esperar para ver. Ou pode ter a pior e terá de esperar também...
Bem, a discussão derivou de tal maneira que só me resta pedir-lhes que releiam a minha mensagem. Nela manifesto o meu acordo ao que o Paulo disse na primeira resposta, frisando apenas que ele tinha possivelmente sido um pouco excessivo ante um facto consumado.
José Carlos
Realmente tem razão no que se refere aos jarretes de vaca, juntei este defeito ao passo trocado. Peço desculpa pelo engano. É engraçado no entanto constatar que as duas raças que citou como exemplo têm angulações traseiras muito menos pronunciadas que o PA. E que no PA tal defeito vem muitas vezes associado a angulações traseiras exegeradas.
Quanto ao restante da sua mensagem, não vejo em que diverge dos meus argumentos.
Para o caso particular que motivou este tópico, continuemos à espera de Godot... quero dizer, do odisseia.
Cumprimentos
José Carlos
Quanto ao restante da sua mensagem, não vejo em que diverge dos meus argumentos.
Para o caso particular que motivou este tópico, continuemos à espera de Godot... quero dizer, do odisseia.
Cumprimentos
José Carlos
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Olá,antes de vos responder gostaria só de perguntar uma coisa ao senhor PauloC istó não quer dizer que eu não estejá de acordo com ele mas já que ele diz tão friamente que eu não sei o que fiz e para que não torne a repetir, porque é assim é que existem tantos cães abandonados , porque é que em vez de ter adquirido rottweilers não tirou um desses cães que por ai andam diambulando pelas ruas??
Já várias vezes, a propósito até de outros assuntos, falei no porquê que acho que as pessoas devem ter "direito" a escolher um cão de raça em vez de um rafeiro (SRD). Mas como o Odisseia é novo por aqui, e sem me alongar, vou dizer de novo.
Antes de mais, devo dizer que não tenho nada contra os cães sem raça definida, e acho até que existem exemplares muito bonitos. Mas ter um cão é um compromisso para toda a vida. Como tal, há que escolher esse parceiro conciente desse facto. Quando escolhemos alguém para casar não o fazemos porque a coitadinha da mocinha está só, não tem onde morar ou porque precisa de ajuda para comprar alimentos!! Escolhemos a pessoa em causa porque há algo nela que nos atrai, porque gostamos dela fisica e psicologicamente. Mal comparado ( que um cão não é uma pessoa), devemos escolher um cão porque gostamos da respectiva morfologia e comportamento, e não por um impulso de momento. Se estivermos a falar de um cão adulto, é mais fácil num SRD ver o que ele é nestes termos, mas se falarmos num filhote um SRD é sempre uma incógnita!!! Nos cães de raça, embora possa haver surpresas, se fizermos uma boa escolha podemos ter uma ideia mais certa com o que contar. É assim que, com um cão de raça, podemos apaixonar-nos pela morfologia da raça e comportamento mesmo sem conhecermos o cão, e partir daí para a nossa busca, e na adopção de um SRD isso não é possível.
Eu não acho que se deva adoptar "por piedade"!! Só deve adoptar-se um cachorro porque É MESMO AQUELE que nós queremos e desejamos. É uma escolha para toda a vida ( pelo menos do cão) e por isso deve ser feita com plena satisfação ( mas isto é uma opiniao pessoal). É por esta ração que, se eu AMO determinada raça e é um cão desa raça que eu quero que passe a vida comigo e com a minha familia, e se posso, então é ESSE cão que eu devo ter.
Ao contrário dos nossos amigos da PETA (para quem não conhece, isto é uma sigla de uma Instituição Internacional de protecção aos aniamis), eu não acho que ninguém tenha OBRIGAÇÃO de adoptar cães em deterimento das compras de cães de raça.
Em suma, depois desta divagação

Comprei Rottweilers porque é essa a raça que eu gosto, e era esse o meu desejo. Tenho os meus cães, atendo as suas necessidades e responsabilizo-me por eles a todos os níveis. Não deixo que se reproduzam, apesar de serem de raça e terem um pedegree razoável, porque não quero que os filhotes deles vão parar a mãos erradas ou à rua.
Deta forma, apesar de não ter titado nenhum cão da rua, certamente não serei responsável por nenhum que lá vá parar

Cumprimentos
Paulo C.
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"NICO"lau - Labrador com 1 ano
Olá pessoal.
São discussões como esta, que elevam o nivel deste forum, e me motivam a vir cá sempre que tenho disponibilidade.
Força pessoal, que com discussões assim, mesmo quem não participa nelas aprende alguma coisa
São discussões como esta, que elevam o nivel deste forum, e me motivam a vir cá sempre que tenho disponibilidade.
Força pessoal, que com discussões assim, mesmo quem não participa nelas aprende alguma coisa
<p>Bem ajam e haja ordem na ordem.</p>
<p>L.G.</p>
<p>L.G.</p>
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periquito FALCANITO
Levantou-se aqui uma questão que eu acho da maior importância e que, que eu saiba, ainda nunca foi debatida : a do prejuízo que fazem às raças os próprios criadores.
Aqui há 2 aspectos (a meu ver) :
por um lado a criação está cada vez mais subordinada ao "marketing".
por outro lado, o excesso de cientifismo na criação, exclui o factor acaso (estando provado que o acaso é o maior "produtor" de defesas e aperfeiçoamentos naturais).
No 1º caso, pretendem-se cães vendáveis (o mais vendáveis possível), daí os boxers de pequena dimensão, a súbita inflação de cockers dourados, a descaracterização do temperamento de várias raças - pe, o PA, os cães de trabalho (pe, cães de gado) que actualmente são meros "pet", etc.
Estes desvios não são feitos por BYB, nem ocasionados por criadores ocasionais, mas sim por criadores conceituados com vários títulos e prémios em exposições.
No 2º caso existe efectivamente casos de excesso de planeamento (no papel) que tem tornado muitos animais mais fracos e débeis do que deveriam ser.
Neste caso, o produtor ocasional até pode ser melhor (por mero acidente) que o criador.
Até que ponto os criadores conceituados na praça são reponsáveis pela degradação das características de cada raça ?
Que medidas deviam ser tomadas, a nível das competições, para evitar essa mesma degradação ?
Penso eu que este é um assunto que merece alguma reflexão.
Aqui há 2 aspectos (a meu ver) :
por um lado a criação está cada vez mais subordinada ao "marketing".
por outro lado, o excesso de cientifismo na criação, exclui o factor acaso (estando provado que o acaso é o maior "produtor" de defesas e aperfeiçoamentos naturais).
No 1º caso, pretendem-se cães vendáveis (o mais vendáveis possível), daí os boxers de pequena dimensão, a súbita inflação de cockers dourados, a descaracterização do temperamento de várias raças - pe, o PA, os cães de trabalho (pe, cães de gado) que actualmente são meros "pet", etc.
Estes desvios não são feitos por BYB, nem ocasionados por criadores ocasionais, mas sim por criadores conceituados com vários títulos e prémios em exposições.
No 2º caso existe efectivamente casos de excesso de planeamento (no papel) que tem tornado muitos animais mais fracos e débeis do que deveriam ser.
Neste caso, o produtor ocasional até pode ser melhor (por mero acidente) que o criador.
Até que ponto os criadores conceituados na praça são reponsáveis pela degradação das características de cada raça ?
Que medidas deviam ser tomadas, a nível das competições, para evitar essa mesma degradação ?
Penso eu que este é um assunto que merece alguma reflexão.
Boa tarde, aisd.
O seu comentário é muito pertinente e corresponde, grosso modo, à minha visão do assunto.
O comércio é extremamente difícil de combater nas raças populares e como você disse quando não regulado pelos clubes de raça pode abastardar características essenciais das raças. Mesmo com intervenção dos clubes, a margem de manobra para comerciantes de cães, estreita-se, mas é difícil estabelecer uma "largura de malha" que salvaguarde desvios ao standard.
Quanto ao cientifismo de que fala, em 99% dos casos é um pseudo cientifismo, para justificar consanguinidades muito cerradas na planificação de cruzamentos. Não tenho conhecimento de que haja geneticistas a assessorar nenhum clube de raça, no sentido de identificar alelos responsáveis por características desviantes, e não creio que sem a aportação deles, esta sim científica, os criadores tenham elementos fundamentais para produzir cachorros de pedigree muito fechado. Fazem (os que fazem) estudos empíricos das qualidades reveladas estatisticamente por esta ou aquela linhas de sangue, mas não têm possibilidades de saber de ciência certa o tipo de características (recessivas ou não) dos patrimónios genéticos com que estão a lidar.
Cumprimentos
José Carlos
O seu comentário é muito pertinente e corresponde, grosso modo, à minha visão do assunto.
O comércio é extremamente difícil de combater nas raças populares e como você disse quando não regulado pelos clubes de raça pode abastardar características essenciais das raças. Mesmo com intervenção dos clubes, a margem de manobra para comerciantes de cães, estreita-se, mas é difícil estabelecer uma "largura de malha" que salvaguarde desvios ao standard.
Quanto ao cientifismo de que fala, em 99% dos casos é um pseudo cientifismo, para justificar consanguinidades muito cerradas na planificação de cruzamentos. Não tenho conhecimento de que haja geneticistas a assessorar nenhum clube de raça, no sentido de identificar alelos responsáveis por características desviantes, e não creio que sem a aportação deles, esta sim científica, os criadores tenham elementos fundamentais para produzir cachorros de pedigree muito fechado. Fazem (os que fazem) estudos empíricos das qualidades reveladas estatisticamente por esta ou aquela linhas de sangue, mas não têm possibilidades de saber de ciência certa o tipo de características (recessivas ou não) dos patrimónios genéticos com que estão a lidar.
Cumprimentos
José Carlos