A minha professora de inglês da faculdade (excelente senhora), que é amante de... bom, de tudo o que a Mãe Natureza tem para oferecer, um dia contou-nos esta história:
"Estava eu em casa, a trabalhar no meu computador quando... sabem aquela sensação de que estão a ser observados? Olho para trás e está uma cobra no parapeito da minha janela, a olhar directamente para mim. Deixei-a estar, continuei o meu trabalho, a cobra entrou, passeou e voltou a sair pelo mesmo sítio. Mais tarde, estava a ver televisão e... sabem aquela sensação de que estão a ser observados? Olhei à minha volta e encontrei mais uma cobra na sala. Deixei-a estar, ela passeou e depois saiu por onde tinha entrado (janela). Quando fui deitar-me... sabem aquela sensação de estão a ser observados? Pois, estava mais uma cobra no meu quarto. Fui dormir, ela por lá andou e no dia seguinte não estava lá nada. Isto aconteceu várias vezes ao longo do Verão. É o que mais se vê na minha zona e como não é culpa delas que eu tenha construído a minha casa no habitat delas, não faço mais do que a minha obrigação ao respeitá-las."
Na sala houve várias reacções diferentes: nojo, riso, ataques de histerismo (vai-se lá entender porquê)... da minha parte... respeito. Mais ainda do que já tinha.
Conto também um caso, que nada tem a ver com cobras, mas tudo tem a ver com respeito pelos animais. Estava eu de férias com alguns amigos meus, na casa do Alentejo de um dos meus amigos. Estávamos a ver os Ídolos (até me lembro que estava a Diana, a minha favorita, a cantar), e a porta da rua estava aberta. De repente o meu amigo sai da sala a correr, vai ao quarto e volta com uma espingarda (daquelas que se usam para fazer tiro ao alvo, com "balas" em esfera) e a dizer "ah, estás lixado (com f)", aponta-a para trás de um armário e desata aos tiros. Nós ficámos estupefactos e, claro, sem entender o que raio se passava. Quando conseguimos que ele parasse e nos dissesse o que se passava ele disse "está ali um rato". Epá... quando vimos o rato, uma coisinha minúscula, um autêntico ratinho do campo, em pânico, à procura da saída... olhem, perdi todo o respeito que tinha pelo meu amigo e foi difícil recuperá-lo (ainda hoje não lhe perdoo esta atitude). É claro que lhe tirámos a espingarda e eu e uma amiga minha pegámos numas vassouras, fizemos uma espécie de estrada e basicamente indicámos o caminho para a rua. O bichinho só queria um local quentinho ou comida! Sim, podia estragar alguma coisa. Sim, pode trazer doenças. Mas pá... matar assim? Sem dó nem piedade? Mas que mundo é este?!
O ratinho era assim:
http://naturlink.sapo.pt/article.aspx?m ... ewall=true
Não sei quanto a vocês, mas eu, ao ver uma coisinha assim "picunina", só tenho vontade de dizer "awww" e observá-lo. Nunca de matá-lo. Mas eu sou a pessoa que com 12 anos conviveu com um rato no quarto sem avisar ninguém que estava lá um rato, porque sabia que o matariam. Isto quando vivia numa aldeia, pelo que provavelmente seria outro ratinho do campo.