quinta nov 22, 2012 11:26 am
Caro Ripe, não sei quando é que lhe "pisei os calos", mas de qualquer modo as minhas sinceras desculpas.
Ao User25 sei que já o fiz algumas vezes.
Ao contrário do que possam ter percebido, eu não tenho absolutamente nasa contra o Cane Corso, ou contra o Mastim Napolitano, ou outras raças similares.
O que por vezes me faz uma certa confusão é o modo como se criam histórias para as raças, e como pessoas que estão fora dos meandros da canicultura, como o User25, se tornam defensoras acérrimas e propagadoras deste tipo de mitos sobre os cães.
Custa-me um bocado ler coisas como que o "canis pugnax" é o ascendente directo do cane corso. O cane corso é tão, ou menos, aparentado com o "canis pugnax" do que qualquer outro mastim europeu.
Este tipo de demagogia continua a ser perpetuada em relação a várias raças, porque se calhar é mais fácil para alguém que (como no caso do User25) justificar o que paga por um cão de raça, acreditar que está a adquirir um descendente directo dos cães que comiam cristãos no coliseu, do que se saber a verdadeira história da raça.
O Paolo Breber não esconde como é que começou a raça, a cruzar uma cadela com jarretes de vaca que comprou numa feira com um cão que ele achou ser do mesmo tipo, o que lhe deu uma ninhada de sete cachorros a que ele chama homogénea, mas segundo a sua descrição de tamanhos e outras coisas, era tudo menos homogénea.
A única guerra travada pelo cane corso deu-se dentro da Sociedade dos Amantes do Cane Corso, quando todos se descabelaram.
É preciso contextualizar a verdadeira história e a "lenda" do cane corso. Estamos a falar da dos anos oitenta em Itália, e da necessidade de fazer uma raça apelativa aos americanos que já pagavam pequenas fortunas por "linhas de sangue raras e quase impossíveis de obter para um estrangeiro" (pelo menos até abrir bem os cordões à bolsa) de mastim napolitano.