segunda mai 13, 2013 9:45 pm
Sou farmacêutica, trabalho em assuntos regulamentares e registos de medicamentos há 6 anos. Já submeti várias dezenas de dossiês de genéricos e outras tantas de medicamentos não genéricos, já li centenas de estudos de BDBE, e haja paciência para tanto disparate.
Os genéricos têm de provar que são equivalentes aos medicamentos "originais" (medicamentos de referência na linguagem correta). Como é que isso se prova? Dá-se o medicamento genérico e o medicamento de referência ao mesmo indivíduo (em intervalos de tempo diferentes, e depois do primeiro ter ter sido totalmente eliminado) e analisa-se a concentração do medicamento no sangue ao longo do tempo. No final analisam-se as curvas obtidas de concentração versus tempo e concentração máxima e se os resultados obtidos se encontrarem dentro de um intervalo pré estabelecido, os medicamentos são considerados equivalentes.
Quanto aos excipientes, a sua interferência é analisada no ensaio acima descrito. Se houver interferência, as curvas serão diferentes. Quanto á qualidade, existem standards e farmacopeias e centenas de testes e especificações que a garantem.
Existem depois os medicamentos de janela terapêutica estreita, cuja permutabilidade é desaconselhável.
A verdade é que a maioria dos medicamentos para os quais se alegam diferenças consideráveis entre genéricos e de marca são medicamentos que atuam a nível o sistema nervoso e cuja ação tem uma forte componente do doente. Se uma pessoa com depressão não acreditar m genéricos é certo e sabido que dirá que o efeito não está a ser o esperado, o mesmo se passa na analgesia.
A minha opinião é apenas uma, senão gostam de genéricos, não os comprem, neste momento o utente tem a opção de escolha do medicamento que leva para casa. Mas por favor, não ponham minhocas na cabeça das pessoas, os genéricos são eficazes e seguros.
Desculpem o off topic!