Racismo?

Este é o fórum dedicado exclusivamente ao melhor amigo do homem! Troque ideias e tire dúvidas sobre o cão.

Moderador: mcerqueira

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MDogster
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segunda set 27, 2004 5:24 pm

Aragao Escreveu: Não necessariamente, já por vezes fiz “boa acções” em que eu não queria fazer. Um exemplo típico é tu teres um jantar de amigos marcado e um amigo teu pede-te que o faz ajudar a mudar de casa! A boa acção é realizada, mas tu ficas “triste” porque preferias ir ao jantar. (isto é um apenas um exemplo e nada mais!!)
Não acredito que não sinta satisfação por ter ajudado o seu amigo apesar de ter pena de perder o jantar...
Aragao Escreveu: Existem pessoas (sim, conheço algumas, infelizmente) que aquilo que lhes dá prazer é fazer as tais boas acções. São actos egoístas, já que essas pessoas estão-se a “marimbar” para o facto de as outras pessoas se sentirem melhor, o que lhes interessa é a sensação que ficam de “terem feito um boa acção!”.
Sim, mas o facto é que essa "boa acção" só resulta se outra pessoa ficar satisfeita e, por isso, acaba por ser um acto, simultaneamente, egoista e altruista.
aisd
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periquito FALCANITO

segunda set 27, 2004 7:16 pm

Desculpem lá, mas acho que estamos a entrar na àrea do disparate.
Uma boa acção é um acto que beneficia um outrém muito concretamente, sem contrapartida real para quem o faz.

Assim o que o Aragão fez não foi nenhuma boa acção.
Foi possívelmente o seu sentido de obrigação ou dívida real ou potencial para com o amigo que o levou a fazê-lo.
E sabe muito bem que espera contrapartida.

Enfim, foi uma questão de amizade.
Não se fazem boas acções com os amigos ou com a família, porque esses actos são esperados, quase abrigatórios.
Se não os fizer, fica mal visto e gera ressentimento.

Na boa acção ninguém pode censurar quem não a faz - não tem obrigação nenhuma.
Só pode ser louvado por a fazer.
E é claro que deve ficar contente consigo mesmo.
Porque não ?

E porque não ser louvado e apreciado ?
Essa história da humildade soa-me a uma grande treta...

Não sei porque diabo quem faz coisas decentes tem de ser ignorado, enquanto tudo o que é malandro e patife tem direito às primeiras páginas dos jornais.
PauloC
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Se ao praticar uma boa acção, um indivíduo não se sentir melhor, não há nada que o impila a fazê-lo. E também não me parece que isso tenha a ver com humildade
Há sim! O que impele uma pessoa a fazer a boa acção não deve ser o sentir-se melhor! Se eu estiver a passar na beira de um rio e vir uma pessoa a afogar-se vou tentar salvá-la não é por isso me fazer sentir melhor, mas sim porque a outra pessoa precisa de ser salva! De igual modo, se eu ajudar uma pessoa a atrevessar a rua devo fazê-lo motivado pelo facto dessa pessoa precisar de ajuda para atravessar, e não por saber que depois disso me vou sentir melhor. Não que seja "proibido" eu sentir-me bem depois de ter praticado uma boa acção, o que não deve é ser esse o motivo do meu acto.
Isto pode parecer um pouco uma discussão filosófica, mas é muito importante para saber se estamos mesmo a praticar uma boa acção e a fazer algo pelos outros ou se estamos apenas a fazer algo por nós próprios que, por acaso, tem uma repercussão boa nos outros. Em termos de resultado final para os outros que são ajudados acaba por ser o mesmo mas, na minha opinião, o primeiro caso é que é verdadeiramente de louvar. Até porque os segundos, com as motivações que têm, muitas vezes praticam "boas acções selectivas" e mais "para mostrar" ( as que dão mais "pontos" na escala dos "maiores a fazer boas acções") do que verdadeiramente aquelas que são as mais necessárias. Isto até pode ser feito convencidos que estão a agir pelo bem dos outros, mas no fundo estão a agir pelo seu próprio bem. É por isso que nem sempre os que ajudam o cão cego, coxo e velhinho são os mais louváveis ;)
Nos exemplos em que se estava a trabalhar, é obvio que quando adoptamos um animal doente ou deficiente, sentimo-nos bem porque sabemos pertencer a um conjunto (mais) restrito de pessoas que teriam "coragem de o fazer". E um acto de coragem é sempre de louvar...ou não?????
Sentir-me bem por saber que pertenço a um conjunto restrito de pessoas: "Os Corajosos", "Os Louváveis" , parece-me precisamente a motivação errada para se praticarem boas acções. Não me parece que se deva praticar boas acções 'para poder entrar num Clube" ;)

Abraços
Paulo C.

P.S. - Este tópico era sobre quê? :?
dougat
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terça set 28, 2004 11:55 am

Continuando a filosofar, se calhar deviamos começar por discutir o conceito de "boa acção". O que é para si, pode não ser para os demais.

Tambem já percebi que centra muito as atenções no que são as suas prioridades, os seus cães, os seus problemas.
Formas de estar na vida.....provavelmente nunca adoptaria o tal cão, cego ou coxo.
Ainda bem que há quem o faça. A esses, continuo a dizer, "tiro-lhes o chapéu".
PauloC
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dougat Escreveu: Continuando a filosofar, se calhar deviamos começar por discutir o conceito de "boa acção". O que é para si, pode não ser para os demais.

Tambem já percebi que centra muito as atenções no que são as suas prioridades, os seus cães, os seus problemas.
Formas de estar na vida.....provavelmente nunca adoptaria o tal cão, cego ou coxo.
Ainda bem que há quem o faça. A esses, continuo a dizer, "tiro-lhes o chapéu".
Eu não me considero uma pessoa que faz boas acções. Faço o que tenho de fazer quando ME apetece, quando ME é oportuno, quando ME.....
Por isso tem razão quando diz que centro a atenção no que são as MINHAS prioridades, os meus cães e os meus problemas!
Posso garantir-lhe que não não é 'provavelmente', é de certeza que não adoptava o tal cão cego ou coxo. No entanto se algum dos MEUS cães ficar cego ou coxo, terá todos o tratamento e apoio que me for possível dar-lhe.
Se algum dia adoptar um cão, nunca será um velho cego e coxo, porque acho que o facto de ser velho, cego e coxo não lhe dá prioridade sobre os cães jovens e saudáveis. E logo à partida um cão jovem e saudável tem possibilidades de ter uma melhor qualidade de vida que o velho,cego e coxo. Prefiro apostar nessa vida a despontar, do que no prolongamento de uma vida condicionada e muitas vezes de sofrimento.
São formas de estar na vida, e a minha é esta.

Cumprimentos
Paulo C.
dougat
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terça set 28, 2004 1:17 pm

Para mim e já o disse algures, há dois tipos de pessoas, as que gostam de animais e os outros.
Repescando o tema "racismo" devo dizer então que no contexto que tem sido debatido eu não sou racista.
Gosto de todos os animais, indepentendemente de serem de raça, srd, fisicamente perfeitos ou imperfeitos.
Talvez porque tenha muitos, tenho a sorte de ter quase um exemplar de cada. E para mim estão ao mesmo nivel "os puros" os srd, os que criei de bebe ou que já adoptei velhos e doentes.
MDogster
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terça set 28, 2004 1:32 pm

PauloC Escreveu: Há sim! O que impele uma pessoa a fazer a boa acção não deve ser o sentir-se melhor! Se eu estiver a passar na beira de um rio e vir uma pessoa a afogar-se vou tentar salvá-la não é por isso me fazer sentir melhor, mas sim porque a outra pessoa precisa de ser salva!
Paulo, está tudo interligado. Utilizando o seu exemplo, porque é que você diz que a tal pessoa precisa de ser salva? porque é que não lhe é indiferente que ela se afogue?
Eu não estou a dizer que um indivíduo pensa "vou salvar aquela pessoa porque me vou sentir melhor". Eu digo que, subconscientemente, a satisfação/realização transmitida pela tal "boa acção" é o estímulo que o impele a agir, embora você não esteja a pensar nisso.

Claro que isto é só a minha opinião e eu não sou propriamente filósofo ou psicólogo...
Última edição por MDogster em terça set 28, 2004 1:46 pm, editado 1 vez no total.
Nanico
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terça set 28, 2004 1:42 pm

Eu por acaso tenho tres caes, todos adoptados em adultos e vindos da rua.
Digo por acaso porque nao tinha planeado assim.

Durante anos, vivemos em apartamento sem condicoes para ter caes. Enquanto sonhavamos com a nossa casa com jardim, sonhavamos tambem com a nossa cadela Serra da Estrela e o nosso cao Irish Wolfhound.

O primeiro cao a entrar na minha vida foi o Oscar. Entrou na minha vida atraves de um telefonema tremebundo da minha mae: "Nem imaginas o que o teu irmao encontrou na rua e tenho aqui na cozinha...". Desde essas primeiras palavras, soube que o Oscar era meu. Nao sei como o soube, mas ele entrou na minha vida de forma mais concreta do que um sonho. Era finalmente o meu cao, com todas a suas manias, defeitos e capacidade incrivel para me compreender e acompanhar.

Chegou uma altura em que achamos que gostariamos de ter um segundo cao. O Oscar estava calmo, sociavel, perfeitamente adaptado a nos. Era altura de ter a minha cadela Serra da Estrela.

Contactei criadores. Buscamos na Internet... vimos cachorros, mas nao me conseguia decidir. Ate por acaso ter ido a Portugal e ter conhecido o Dunga.

Nao faco ideia de que raca e o Dunga. O que me atraiu nele foi a docura incrivel. A delicadeza com que me tocava e me reclamou. O Dunga era meu e soube-o num momento. Infelizmente, resido na Holanda e o Dunga estava em Portugal mas nao em condicoes de viajar quando o conheci. Acordamos alojamento para ele, voltei a Holanda e fomos ha um mes de carro a Portugal busca-lo.

Tinhamos chegado a Portugal, tinhamos reunido o Oscar e o Dunga e estava tudo a correr muito bem, quando a Oelie entrou na nossa vida. Um pivete de cao, uns meros 5 quilos de alegria e vontade de viver.
Estava a recuperar de um esterilizacao feita a pressa por ter tido o cio enquanto vivia na rua. Tem problemas motores resultantes de uma pancada. Estava suja, cheirava mal, parece um Gremlin mal acabado, mas de algum modo senti que era nossa. O meu marido olhou para mim e disse que onde comem dois comem tres e a Oelie nem sequer ocupa espaco... Nao a larguei mais e assim voltei a Holanda com tres caes.

Adoro os meus caes, so quero o melhor para eles. Por acaso tenho estes tres que entraram na minha vida no momento certo. Nao foram planeados nem sonhados. Nao foi uma boa accao. Foi um acaso que me fez sentir que estava certo. Um "clic"... sei la.... 8). Se voltasse atras no tempo e soubesse que estes tres estavam a venda dava tudo o que tenho para os comprar. Sao os MEUS caes e eu e que sou a dona DELES.
PauloC
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terça set 28, 2004 3:09 pm

Para mim e já o disse algures, há dois tipos de pessoas, as que gostam de animais e os outros.
Repescando o tema "racismo" devo dizer então que no contexto que tem sido debatido eu não sou racista.
Gosto de todos os animais, indepentendemente de serem de raça, srd, fisicamente perfeitos ou imperfeitos.
Talvez porque tenha muitos, tenho a sorte de ter quase um exemplar de cada. E para mim estão ao mesmo nivel "os puros" os srd, os que criei de bebe ou que já adoptei velhos e doentes.
Eu gosto dos animais que gosto, e não me sinto 'obrigado' a gostar de todos. Isto para mim é como com as pessoas, não gosto de todas, só de algumas. Não gosto indiscriminadamente de 'animais', da mesma forma que não gosto indiscriminadamente de pessoas. Tenho os cães que escolhi, da mesma forma que tenho comigo a pessoa que escolhi ( a minha mulher). Não 'casei' com os cães ( tal como fiz com a minha mulher), mas adoptei-os na minha familia na sequência de uma escolha também ela ponderada e muito bem pensada.
Não sei se vou chocá-lo, mas veja lá que até existem animais que eu não gosto, inclusive alguns cães!

Não vejo o mundo dividido em pessoas "que gostam de animais e os outros", parece-me algo de 'elitista' !
Já agora.....não avalio as pessoas em função da QUANTIDADE de animais de que gostam, mas sim em função da QUALIDADE do amor que lhes dão.


Cumprimentos
Paulo C.
dougat
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terça set 28, 2004 3:27 pm

Claro que quando digo que há dois grupos de pessoas as que gostam de animais e as outras, é no contexto do tema "animais" .A divisão não é tão simplista.
Agora quando se gosta "verdadeiramente" é sem restrições de numero ou qualidade.

Curiosamente já houve pessoas que deixei de gostar porque me desiludiram e essas até foram escolhidas por mim e catalogadas de "amigas". Os animais nunca me desiludiram....

Para que conste, o meu animal preferido é o cavalo e até tenho a sorte de ter um.
Fiquem bem.
Petsss
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terça set 28, 2004 4:26 pm

É um facto que nem todos os animais são perfeitos. No entanto, se fossemos menos intolerantes, menos elitistas, provavelmente não se passavam algumas barbaridades às quais assistimos diariamente.
Se de uma vez por todas aprendessemos a tratar os animais como aquilo que eles são, e não exigissemos deles uma "perfeição" quase humana, passariamos a ser, mas desta vez de uma forma merecida, a raça dominante.
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