Acordo de co-propriedade

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Moderador: mcerqueira

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Pedra
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quinta nov 04, 2004 3:29 am

aisd Escreveu:
Aliás não vejo razao para confiar num criador mais do que em qualquer outra pessoa.
Não os conheço senão superficialmente, não são família.
Porque havia de confiar ?
Exactamente, a Aisd fala como simples dona. O mesmo poderiam dizer os criadores dos simples donos. È que por mais que se conheçam as pessoas, por mais referências que se tenha, conhece-se mesmo realmente as pessoas, assim de umas visitas, do vizinho que falou bem, do amigo que conhece a prima do fulano e até parece ser muito boa pessoa?
Acredite que não é monopolio, antes pelo contrario, mas sim da vida de um cachorro que nos nasceu nas mãos e que se existe é por nossa inteira responsabilidade. Por isso, entendo que devemos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para evitar "maus julgamentos", "julgamentos precipitados" baseados nas aparencias, em informações que obtivemos por terceiros, etc. Por achar que não se trata de mercadoria,e por isso mesmo entendo desta forma. Um pouco utópico, é capaz... pois não nos é possivel controlar o mundo, mas se puderemos contribuir para que ele nos seja aprasivel, melhor, a nós e aos que amamos, principalmente.
Isabel
Jordan
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quinta nov 04, 2004 2:26 pm

Pois olhem eu nem me manifesto contra nem a favor; concordo qd dizem (pedra e nynf) que realmente tem de se ter muito cuidado com quem se faz estes acordos; como o Fang diz, a vida muda, as circunstâncias e as pessoas tb e se não for algo muito bem acordado e se não tivermos confiança no outro nem valera á pena!

Imagino que seja praticamente impossível um criador manter tantos bons reprodutores consigo, até pq imagino que a sejam reprodutores durante dois três anos (no caso das cadelas), nos cães podem ser mais tempo? talvez... e depois as cadela sejam esterilizadas têm que as manter consigo (não imagino que consigam dar todas, geralmente quem quer cães os quer pequenos e não já em adultos) e acredito que o criador desenvolvendo laços afectivos com o animal tb tenha dificuldade em dá-lo, mesmo que saiba que fique bem entregue! Há sempre um ou outro a quem devem de ter uma predilecção, por certo!

Comigo, com o meu feitio é que não dava mesmo, para fazer um acordo desses.
Como disse não me importava de disponibilizar o cão ao criador (ou a algum outro criador recomendado por ele) para progenitor; não queria dinheiro nem cachorro nenhum a não ser que tivesse possibilidades para isso (o que seria difícil se já mesmo agora nem vejo "luz" de quando poderei vir a ter um cão, qt mais dois :? )!

Mas se fosse uma cadela, aí já seria diferente pq teria de me separar dela por um longo período e não é essa a "ideia" de ter um cão meu. Pode acontecer algum problema (vocês criadores sabem melhor que eu que há sempre riscos envolvidos) é certo que pode não ser frequente mas se acontecesse algo á cadela eu ia ficar de rastos; lógico que para o criador tb seria sentido, mas mais para mim que teria mais laços afectivos com o animal pq a maior parte do tempo a cadela estaria comigo e à minha responsabilidade!
E mesmo que corresse tudo bem, como na maioria das vezes, eu não me sentiria confortável durante esse tempo nem sei se o próprio animal se sentiria bem por estar tanto tempo afastado do meu convívio...

Tb não gostaria de ter que estar sob a supervisão do criador desde a ração até ao veterinário que me seriam impingidos no acordo! Como alguém já referiu, tb gosto de ser eu própria a decidir a respeito dos meus animais. Eu estaria sempre a "pisar em ovos" com o animal para que nada lhe acontecesse que pudesse prejudicar o acordo (p/ cumprir a minha parte), e não acho isso saudável, perderia o sentido de ter um cão, para mim!!

Por isso seria sincera na altura da compra e deixaria isso bem claro; mas tb vos digo que se porventura mudasse de ideias e o aceitasse, cumpriria a minha parte mesmo que me custasse muito; pq acho que uma vez dada a palavra, não se volta com ela atrás!

Fiquem bem!

PS: parabéns pelo tópico, para mim serviu para preencher mais um pouco das lacunas de conhecimento sobre o tema!
;)
AndLemos
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quinta nov 04, 2004 9:29 pm

MDogster Escreveu:Cristina, obrigado. Já percebi. O 3º e 5º refere-se à ordem no direito de escolha e não em termos de qualidade do cachorro.
Bem, de qualquer modo, o criador, pelos seus conhecimentos, acaba sempre por ter uma certa vantagem...

amarg, obrigado também.
Refere-se à ordem de escolha e também há qualidade do cachorro, ou porque acha que há essa ordem? Se a qualidade dos cachorros fosse a mesma, era igual ao litro ficar com o 1º 3º ou 5º.
Numa ninhada nem todos os cachorros são iguais ou tem as mesmas potencialidades.

SeaLords Escreveu: O criador de topo de França tem um esquema que a mim me interessaria bastante. Vende a cadela a metade do preço, o dono trata da cadela, pode levá-la ou não a exposições (aqui não sei quem é que paga) e, chegada a altura, faz uma ninhada com ela, correndo todas as despesas e o trabalho por conta dele, e registando os cachorros todos com o seu afixo. Depois disso, a cadela passa totalmente para a propriedade do dono. Eu acho um esquema muitíssimo interessante, já que permite dar continuidade à linha sem ter a casa atafulhada de cães (se houver por aí alguém interessado "apite" ;) ).

Adquiri a minha cadela mais ou menos nessa situação.
Paguei o preço dela por inteiro e não metade.
Sou uma dona como outra qualquer, tenho o total comando dela.
Só continuou em nome do criador em virtude de uma eventual cruza.
Não achei que isso me prejudicasse, era sinal que ela era uma boa cadela e que o criador via nela algum potencial.

Não comprei a Ruca para fazer dinheiro, mas não acredito que no caso de uma ninhada ficasse lesada.
melisaa
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quinta nov 04, 2004 10:04 pm

Sim senhora este tópico excedeu as minhas espectativas... depois de ler tudinho (ufa) a minha opinião como dona é a seguinte:

Concordo quando a Jordan diz "Como disse não me importava de disponibilizar o cão ao criador (ou a algum outro criador recomendado por ele) para progenitor...

Mas se fosse uma cadela, aí já seria diferente pq teria de me separar dela..." Jordan

Nem me passa pela cabeça "emprestar" a minha cadela para servir de "barriga de aluguer" (desculpem o termo)...

Mas por outro lado se a minha cadela fosse necessária para ir a exposições.. acho que não me importava, desde que acompanha-se, claro..

Nesta coisa da co-propriedade á coisas que são aceitaveis (para mim) e outras que tenho a certeza que não fazia...

Isto eu falo com "dona"... se fosse criadora não sei se pensaria de outra maneira.. mas tb não me choca nada a maneira de pensar dos criadores..

São opiniões diferentes.. mas cada uma tem os seus fundamentos e interesses..
;)

ps- parabêns.. o tópico é muito bom...
Moody_Blue
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sexta nov 05, 2004 12:53 am

Perdoem-me a comparação, gosto muito da minha mulher, mas se lhe dissesse que ela tinha que "parir" cá em casa ela era capaz de não gostar...

Neste tópico há muitas mulheres, não desejo o que vou dizer a seguir a nenhuma delas, mas imaginem que tinham um filho prematuro de 7 meses ? Também não o deixavam na maternidade, e claro que o iam lá ver todos os dias ?

Isto para dizer que o gostar de uma cadela e querer que ela tenha ninhadas tem duas aproximações: a "apaixonada" (não concebo que saia cá de casa), e a racional (ficas melhor com o criador). Todos nós temos doses diferentes de paixão e racionalidade, daí eu pensar não ser possível chegar-se a nenhum consenso.

Já quanto à co-propriedade, acho-a de facto uma ideia interessante, mas pelo muito que já aqui foi dito, só será possível entre pessoas que se conheçam realmente bem, dados os compromissos mútuos que tal implica. Mal comparado, é como o "time sharing", quando se tem a sorte de não lidar com trapaceiros até funciona muito bem.

Ou seja, a co-propriedade introduz o conceito de risco naquilo que seria a propriedade plena do cão. Risco para ambos os lados, benefícios potenciais para ambos os lados, há pessoas para quem a simples palavra risco as faz fugir a sete pés, outras não, por isso não acho que se possa ter também consenso neste ponto.

Já onde penso que pode e deve haver algum consenso, ou melhor, uniformidade, é nos termos e condições dos acordos de co-propriedade. Não sei se os mesmos diferem de criador para criador, mas a bem da credibilidade do esquema melhor seria que houvesse T&C's tipo seguidos por todos.
Pedra
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sexta nov 05, 2004 1:18 am

Já vi muitos contratos destes e alguns realmente mirabolantes. No entanto, cá, as coisas teriam que ser mais softs, e mesmo com alguém de confiança, penso ser de maxima importancia deixar as coisas escritas, para evitar mal entendidos de futuro.
Vejamos um exemplo, que na minha opinião me parece justo:
Nota - Acordo entre criador e comprador, ambos proprietários. O criador será mais á frente identificado como "criador", o comprador (e a pessoa com quem o cão ira viver) será mencionado como "dono" .

1 - As despesas com alimentação ficarão a cargo do criador.
2 - As despesas com vacinas anuais, bem como desparasitações internas e externas, a cargo do dono.
3- Despesas de manutenção de pelagem e higiene, divididas entre criador e dono.
4 - Despistes de doenças genéticas, idem
5 - Todas as despesas adicionais relativas á saude do animal, divididas entre criador e dono, excepto nos casos de comprovada negligencia de uma das partes. Nesse caso, ficaria a cargo da parte negligente.
6 - Despesas com exposições, a cargo do criador, ficando o mesmo com os respectivos prémios, caso existam.
7 - Despesas de treino, a cargo do dono. O treinador ou Escola de treino deverá ser acordada entre as partes.
8 - No caso de reprodução, e no caso do exemplar ser femea, o criador escolhe o macho, e paga a respectiva cruza.
a ) A ninhada será registada no nome do criador.
b) O comprador receberá um cachorro ou o preço de um cachorro.
c) A femea nunca será cruzada sem o acordo do criador (embora ache esta, meio desnecessária)
9 - Casos as clausulas do acordo, por qualquer motivo não sejam cumpridas pelo comprador, o exemplar deverá retornar ao criador, e á sua plena propriedade.

Bem isto é o que assim de repente me vem á cabeça... preencham o resto, que decerto, muito haveria ainda por acrescentar.

Isabel
aisd
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periquito FALCANITO

sexta nov 05, 2004 6:34 am

Perdoem-me a comparação, gosto muito da minha mulher, mas se lhe dissesse que ela tinha que "parir" cá em casa ela era capaz de não gostar...
Cara Moody_Blue,

a sua argumentação só dá força à minha.
As mulheres quando parem preferem as clínícas ou hospitais - muito sensatamente - mas não ficam lá, separadas da família, durante 3 meses.

Hoje em dia até no momento do parto é vulgar o marido estar presente.
A mulher entra na maternidade no próprio dia do parto e sai não muito depois, se tudo correr bem.

Mesmo com riscos, quantas mulheres prefeririam estar separadas da sua família durante 3 meses para não correrem riscos ?

E tem mais um aspecto - acha que é de confiar em médicos ?
Uma conhecida minha ia morrendo porque na clínica onde foi ter o filho não havia sangue.Foi tranferida, de urgência, para o hospital.

Se as coisas correrem mal em casa do criador que segurança tem de que a cadela tem TODOS os cuidados ? Quem vela por isso ?

Realmente acho que um acordo destes se baseia na confiança pessoal.

Se eu vivesse perto do criador talvez alinhasse.Mesmo assim...acho que preferia qua a cadela fosse ter a ninhada no hospital veternário, com o seu vet e eu presentes.

Acordos - se o fizesse, seria todas as despesas por minha conta excepto aquelas que tem a ver com a vida de expo da cadela - expos, treinos, grooming por conta do criador.
Todo o trabalho relacionado com expos por parte do criador.
Comida, saúde, partos por minha conta.
Claro que todos os benefícios decorrentes das expo eram para o criador.
Para mim - o que me interessa - 1 cachorro da ninhada.

Mas acho quase impossível - sou muito ligada na Zorra e sou muito dona do que é meu...
Última edição por aisd em sexta nov 05, 2004 11:03 am, editado 1 vez no total.
MDogster
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sexta nov 05, 2004 9:13 am

AndLemos Escreveu:
MDogster Escreveu:Cristina, obrigado. Já percebi. O 3º e 5º refere-se à ordem no direito de escolha e não em termos de qualidade do cachorro.
Bem, de qualquer modo, o criador, pelos seus conhecimentos, acaba sempre por ter uma certa vantagem...

amarg, obrigado também.
Refere-se à ordem de escolha e também há qualidade do cachorro, ou porque acha que há essa ordem? Se a qualidade dos cachorros fosse a mesma, era igual ao litro ficar com o 1º 3º ou 5º.
Numa ninhada nem todos os cachorros são iguais ou tem as mesmas potencialidades.
Andreia, não deve ter lido a minha pergunta incial... Quando a Nynf referiu as escolhas, 3º e 5º para o coproprietário e restantes para o criador, eu interpretei que os cachorros seriam inicialmente classificados num ranking de qualidade e então o melhor e segundo melhor iriam para o criador, terceiro melhor para o coproprietáriio, etc., etc.

Depois a Cristina e o/a amarg explocaram-me que os ordinais não eram em termos de ranking mas sim de ordem de escolha.

Claro que quem tem a primeira e segunda escolha, logicamente que irá escolher os dois cachorros que parecem ter maior potencial. Por isso digo que o criador terá uma certa vantagem porque, provavelmente, a sua capacidade em aferir a qualidade de determinado cachorro será superior à do coproprietário.
gary
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sexta nov 05, 2004 9:30 am

Pedra Escreveu:
... para estabelecer monopolio de preço, mas se calhar para proteger um pouco mais as raças que selecionam, que muito trabalho lhes deu a selecionar, e que os simples donos tanto apreciam, por isso mesmo.

Isabel

Por formação politica, tenho uma forte resistência aos monopólios. Mas, confesso, que ao vender as cadelas esterlizadas, estou, consciênte, que de alguma forma, embora pouco ou nada relevante, a contribuir para a regularização dos preços no mercado, a lógica é simples, menos parideiras logo menos cachorros. Quem me procura para comprar uma cadela "inteira" paga-a bem.
Esta decisão, como é óbvio não tem que ver com as minhas preocupações do mercado, mas sim, de eu perceber, e constactar, que na prática uma percentagem elevada das cadelas que vendi, acabaram por ser cobertas sem qualquer lógica, tendo por 1º argumento o "porque sim" e como 2º argumento o "porque não" , como não bastassem as cobrições com o bobi do vizinho, porque é tão giro, uma boa percentagem de cobriçõesfoi por rafeirada, como sabemos a rafeirada não perdoa. O problema principal era que a grande maioria destes abrenúncios, depois do disparate feito, não me largam o telefone , convidando-me a passar por lá para ver as coisas do costume, e nalguns casos atirando para cima de mim a responsabilidade de dar destino às cachorradas( ;)), alguns tentaram forçar a vinda da cadela prenhe para parir em minha casa.
Com esta decisão, a de não vender cadelas "inteiras", resolvi vários problemas.
Penso que a criação de cães devia de ser da exclusiva responsabilidade dos criadores. Ou o pessoal tem condições ou então a pesca, é, também, um meio excelente de descarregar a adrenalina. Tendo em consideração que para ser Criador, não precisa de ter grandes instalações ou muitas massa, apenas deve criar quem for reconhecido com competência para tal.
O resto é folclore.
Um abraço
Nanico
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sexta nov 05, 2004 9:37 am

A primeira vez que ouvi falar em co-propriedade, foi atraves do meu vizinho a quem o criador deu uma gata, na condicao desta ficar disponivel para cruzas indicadadas pelo criador.
Na altura o conceito chocou-me um bocado, confesso. E os meus medos vieram a confirmar-se mais tarde... o meu vizinho teve dificuldades imensas em dissolver esta "sociedade" porque a certa altura sentiu-se mal. Queria ser o ultimo responsavel pelo animal que tinha em casa e nao podia. A certa altura confessou-me que ja tinha medo de se afeicoar a gatinha, ou de tomar as pequenas decisoes do dia a dia. Mas este e um caso extremo.
Como ja alguem disse neste topico, os meus caes sao meus, e eu sou responsavel por eles. So partilho esta responsabilidade com o meu marido.
Compreendo a posicao do criador que quer partilhar a propriedade do animal, e tambem do dono. Acho que e necessaria uma relacao muito especial, e sobretudo um dono muito especial.
gary
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sexta nov 05, 2004 10:45 am

Nanico Escreveu: ...
Compreendo a posicao do criador que quer partilhar a propriedade do animal, e tambem do dono. Acho que e necessaria uma relacao muito especial, e sobretudo um dono muito especial.
Olá
Por isso defendo, que não há acordo, e meio de firmar esse acordo, que não seja pela palavra dada e selado com um aperto de mão.
E sim, a relação tem que ser especial, de confiança, mas não tem quer necessáriamente antiga. E reafirmo que um acordo tem que ser bem defenido e esclarecido, para as espectativas, das partes, não saírem defraudadas. Tendo em atenção que, como o Fang escreveu, a vida não é imutável, o que hoje é claro e simples, amanhã as condições, por factores estranhos à nossa vontade, podem mudar radicalmente a nossa rotina. Os acordos devem prever, também, estas situações.
A experiência que tenho não é de todo negativa, mas tenho uma cota de "buracos" mas até nisto tiveram, todos, uma aspecto positivo foi a de dar a conhecer, bem, pessoas que julgava conhecer. Creio que os criadores têm mais perrogativas a defender do que os "hospedeiros", afinal a matéria prima é deles.
è verdade vivemos num mundo cão, o importante a realçar é que a maioria das pessoas são boas, responsáveis e sérias.E quem disser o contrário é porque passa tempo demais com os cães.
Um abraço
Nanico
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sexta nov 05, 2004 10:59 am

gary Escreveu: [Creio que os criadores têm mais perrogativas a defender do que os "hospedeiros", afinal a matéria prima é deles.
O problema e esse, para o dono, claro :oops:

Imagine-se estas situacoes hipoteticas: Eu tinha um cao em co-propriedade, e a certa altura queria mudar-lhe a racao porque nao estava para conduzir 30 kms para comprar uma saca...
Ou mudava de emprego e tinha menos disponibilidade para fazer aqueles passeios longos todos os dias...
Ou dava-me o reumatico e ja nao podia ir tao frequentemente a escola com o cao...
Ou tinha um acidente e o meu rafeiro cobria a cadela que tenho em co-propriedade...

Como seria, tiravam-me o cao?
nynf
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sexta nov 05, 2004 12:33 pm

Nanico Escreveu:
gary Escreveu: [Creio que os criadores têm mais perrogativas a defender do que os "hospedeiros", afinal a matéria prima é deles.
O problema e esse, para o dono, claro :oops:

Imagine-se estas situacoes hipoteticas: Eu tinha um cao em co-propriedade, e a certa altura queria mudar-lhe a racao porque nao estava para conduzir 30 kms para comprar uma saca...
Ou mudava de emprego e tinha menos disponibilidade para fazer aqueles passeios longos todos os dias...
Ou dava-me o reumatico e ja nao podia ir tao frequentemente a escola com o cao...
Ou tinha um acidente e o meu rafeiro cobria a cadela que tenho em co-propriedade...

Como seria, tiravam-me o cao?
Olá Nanico ;)

por alguma razão se diz que o acordo tem que ser feito entre pessoas de confiança e que se entendam muito bem. A questão da alimentação tem dado aqui muito sururu, mas não se esqueçam dos milhares de cães que são alimentados com rações de péssima qualidade, de supermercado e de fabrico duvidoso. Claro está que a conversar é que as pessoas se entendem, e se o dono quiser mudar a alimentação do cão mas mantendo a qualidade e o cão reaja bem a essa mudança, porque não? É uma questão de se aplicar o bom senso e também uma certa flexibilidade.
Em relação á questão do treino, ora aí está uma vantagem da co-propriedade, se o dono não puder por razões de força maior, está lá o criador para dar o apoio necessário...
Quanto ao acidente, desculpa mas não consigo compreender como é que esses acidentes acontecem (chamem-me tacanha), ou melhor, compreendo, mas acho perfeitamente evitável e como tal, uma total inconsciência de quem o permite. Uma distração pode ter um preço muito elevado para a vida da própria cadela...

Por fim, não vejo a co-propriedade como um acordo estritamente comercial, em que o animal é uma coisa ou objecto. Vejo sim como um acordo em que a amizade e confianças são fundamentais e em que todos vão ser beneficiados, incluindo o animal.

Pedra, só não concordo na parte do trabalho e treino. Penso que seria mais justo este ser a mielas também, e não só a cargo do dono. In extremis, caso o criador tenha uma escola de treino, oferecer o treino, ficando os premios para o criador. Tudo depende da raça em questão, mas para mim um Rott ou um PA (por exemplo) que só participe em beleza não me diz nada, beleza e funcionalidade têm que andar lado a lado, pois é a única forma de se garantir uma seleção de exemplares equilibrados em todos os sentidos.

Quanto á questão da esterilizar as femeas, vamos ver se consigo expor o meu raciocinio...
Nunca percebi porque se vendem as femeas mais baratas que os machos (prática comum em Portugal). No meu entender deveria ser exactamente o contrário, e neste ponto concordo com o Garry. Uma cadela inteira tem que ser bem paga.
A Criação deveria ser exclusivo sim dos Criadores, evitava-se assim tanto acidente de percurso, não pelos motivos comerciais, mas sim pela defesa das raças e dos próprios donos, que são muitas vezes enganados a torto e a direito (por culpa deles também, mas é utópico pensar-se que se vai conseguir educar este mundo e o outro).
Basta abrir uma revista especializada qualquer/um jornal e ver a quantidade de excelentes exemplares descendentes de campeões baratos, a bom preço, com facilidades, etc etc etc. É como os filhos do inspector Max que sairam de orelhas caidas...porque será??
Evitavam-se também gerações de cachorros displásicos, com grandes problemas genéticos, os criadores de vão de escadas, e muitas outras situações.
Claro está que por outro lado, me choca um pouco a questão de esterilizar tudo quanto é cadela...mas a verdade é que se evitava muita coisa...
<p><strong>Sauda&ccedil;&otilde;es!</strong></p>
<p><strong>Cristina Paulo</strong></p>
<p>&nbsp;</p>
Jordan
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sexta nov 05, 2004 12:49 pm

Moody_Blue Escreveu: ...
Isto para dizer que o gostar de uma cadela e querer que ela tenha ninhadas tem duas aproximações: a "apaixonada" (não concebo que saia cá de casa), e a racional (ficas melhor com o criador). Todos nós temos doses diferentes de paixão e racionalidade, daí eu pensar não ser possível chegar-se a nenhum consenso.
Então considero-me apaixonada e racional: é que a cadela não paria nem em minha casa nem na do criador. Pura e simplesmente não pariria pq não adiquiriria uma cadela que fosse de bom nível para procriar.
Deve ter percebido mal as minhas palavras qd disse que teria dificuldades em me separar da cadela por um longo período, não estava a dizer que a cadela pariria em minha casa, no post anterior referi que não tenho nem conhecimentos nem condições para isso; preferiria comprar uma cadela que o criador não precisasse dela para cruzas. (com certeza não utiliza a todas para progenitoras).

_________________
Qt a exposições, tb não tenho nem tempo, nem conhecimentos, nem disponibilidade financeira para o fazer, por isso tb não me importava que o cão/cadela que comprasse apesar de ser um bom exemplar mas que não precisasse de ir ás exposições (tb penso que não vão todos os cães a exposições!). Se fosse esse o caso e o criador se responsabilizasse por o animal e despesas até poderia "emprestar" o animal para algumas participações; mas não quereria que isso fosse um costume.

Podem achar esquisita esta maneira de pensar...

Fiquem bem! ;)
Nanico
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sexta nov 05, 2004 1:51 pm

nynf Escreveu:Quanto ao acidente, desculpa mas não consigo compreender como é que esses acidentes acontecem (chamem-me tacanha), ou melhor, compreendo, mas acho perfeitamente evitável e como tal, uma total inconsciência de quem o permite. Uma distração pode ter um preço muito elevado para a vida da própria cadela...
Pois e Nynf...

O meu ponto e que os acidentes acontecem sim. Podemos barafustar e estar em desacordo, mas acontecer na mesma, num minuto de desatencao nossa.
Repara que nao estou de maneira a defender estes acidentes como legitimos. Estou so a colocar uma questao hipotetica ;).
Mesmo os melhores donos tem acidentes. O meu Oscar por exemplo andou a rolar em cola e tivemos de lhe rapar o pelo. O Dunga comeu uma peuga e ficou super mal disposto... . A Oelie ia a correr, caiu num lago e agora tem medo de agua... e se um destes caes nao fosse meu e o criador precisasse deles para uma prova na agua, ou para uma exposicao em que se tivessem de apresentar nos trinques?
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