Porquê evitar a compra de cães via net ou intermediários

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Moderador: mcerqueira

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PauloC1
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segunda jun 09, 2008 8:47 pm

É justo que o forista compare um cão a um qualquer bem de consumo, na verdade juridicamente, ou economicamente, um cão é um bem, um produto. Por isso, porque não comprá-lo num hipermercado entre dois kilos de arroz, uma palete de leite e uma embalagem de Skip?
É justo....juridicamente falando, economicamente falando, mas não é a postura que eu espero de um criador....de um merceiro, ou de um vendedor de automóveis, talvez sim......
Quando ei vou comprar um cão, não vou certamente com a mesma postura de quem compra um electrodoméstico....pega na garantia, no manual de intruções e já está...... interessa-me saber quais os objectivos do criador, qual o histórico dos cães da sua criação, que câes tem, o que produziu.....Mas se calhar sou esquisito, não sei..... :roll:
Abato
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segunda jun 09, 2008 9:14 pm

Paulo C1: antigamente, os farmaceuticos também não gostavam - e continuam a não gostar - que se vendesse acido acetilsalicílico nos supermercados, apesar de não serem medicamento de prescrição médica. A mim não me incomoda. Se calhar é por não ser esquisito
psychon
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segunda jun 09, 2008 9:59 pm

A mim incomoda-me a venda de animais por intermediários que só buscam o lucro e estão-se nas tintas para o animal.
Um animal é um ser vivo, respeito-os a todos, nutro particular preferencia por cães e incomoda-me que existam puppy mills, criadeiros irresponsáveis que até vendem com LOP, mas que nada sabem de criação.
Cada compra através desses intermediários que vendem quase todas as raças, que intrujam com pedigrees não reconhecidos pela FCI, incentiva mais e mais propriatários a cruzas sem medirem os estragos que daí podem advir. Também me incomodam as cruzas em nome do amor por determinado animal, o querer ficar com um filho, não vendo além disso.

Respeito os criadores que pensam bem as cruzas, que têm objectivos que amam uma raça e por isso tentam ao máximo assegurar o futuro dos seus meninos.Cada cachorro torna-se o fruto de expectativas e de investimento tenaz.
Claro que cada um é livre de fazer o que quer com o que é seu, mas cruzar com a mera expectativa do lucro, entregando a venda e logo a adopção dos cachorros a quem só se rege pela lei da oferta/procura, não é o que eu chamo de criador.
Criador para mim é algo maior. Não sei se me faço entender.
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Abato
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segunda jun 09, 2008 10:12 pm

Psyhcon: Compreendi e concordo com muito o que disse. Com o que não concordo, vou guardar para mim. Fartei-me do tópico e ainda hoje tenho de dar resposta - a última - a outro membro, conforme prometi anteriormente
psychon
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segunda jun 09, 2008 10:18 pm

Abato desde que a troca de opiniões dê para por pessoas a pensar ( não é dirigido a si) para mim é tempo ganho. :wink:
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Abato
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segunda jun 09, 2008 10:24 pm

Psychon: Gostei desta sua última ideia
Abato
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segunda jun 09, 2008 11:09 pm

aldaa: Tenho lido alguns textos seus que geralmente aprecio, a que presto atenção porque acho que em determinadas áreas ainda tenho que aprender.
Desta vez, tenho coisas com que não concordo e, porque se me dirigiu pessoalmente, e se trata de assuntos que tenho prestado alguma atenção, vou dar-lhe também a minha opinião.
Em primeiro lugar quanto ao preço dos cachorros:
Praticamente desde os primórdios do Homem, ultrapassada a economia de subsistência, que de qualquer forma se negoceia, desde que realizámos as primeiras simples trocas.
O tempo que refere – em que o preço dos cachorros é atribuído mediante a qualidade de cada um e não mediante o que o comprador está disposto a pagar – também é do meu tempo: refere-se exactamente ao período em que a procura era superior à oferta. Que é um tempo diferente daquele em que a oferta é superior à procura. O que explica, por exemplo, a diferença de preços médios entre animais de raças distintas.
Vou desapontar ainda mais, a si e a mais uns quantos: Nem você, nem eu, nem os dois juntos conseguimos fazer preços seja do que for. Acontece que o conjunto dos produtores e o conjunto dos interessados, juntos, determinam o preço, em função da dimensão da oferta e da dimensão da procura. A isto chama-se mercado, que tem mais algumas regras que agora não vou trazer à colação.
Que não tem nada a ver – ou tem tudo, conforme o ponto de vista - com ética, com crueldade, com humanismo, amor e outras coisas de que se fala muito – e são importantes - e de que se fala muito – erradamente - quando não se tem mais nada para argumentar.
Não conheço, como referiu, criador (ou cruzador, ou acasalador) – e desconfio que haja - que entre vender por 3000 euros e oferecer, opte por esta última. Agradeço apresentação. Gostava de lhe perguntar se não procurou assim, diminuir a oferta ao mercado de crias, com vista a valorizar o que ainda pode vir a oferecer ao mesmo.
Aliás, se é criador, gostava de saber qual o peso das suas ofertas em relação ao total de crias.
De facto, não sou criador – nem como imagina que ele deve ser, nem como ele deve, na realidade, ser considerado – já que não tenho mais do que uma cria resultante de um acasalamento recente e isso não pode, portanto, ser considerado, aos seus e aos meus olhos, actividade principal – o que aqui seria, aliás, denominado de “criadeiro”. Para aumentar a polémica, com este acasalamento, pretendo evitar a frustração sexual do meu cão, pois, ouvi de um especialista de em psicologia animal, que era uma forma de o equilibrar.
Quanto ao meu amor por animais (que chega pôr em causa no seu texto), não sinto necessidade de o expressar, por ser o banal amor por animais. Amor que tenho, conscientemente, desde os meus quatro anos e que me levou a conviver, ao longo de 50, com 10 cães, cinco gatos e um papagaio. Já agora, gostava que me explicasse qual é, para si, a diferença que encontra entre o amor por animais que eu expresso e aquele que acha que um “criador” sente.
Com a sua resposta dou por terminada a polémica.
aldaa
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terça jun 10, 2008 12:32 am

Abato, parece-me que você discorda da minha opinião porque não faz ideia do que é verdadeiramente criar, e sobretudo do que é realmente um Bom Criador.
Se você conhecesse muito bem todo o estalão da raça da qual teve uma ninhada, ia ver que todos os cachorros eram diferentes, ia ver que alguns não saíram bem como deveriam ter saído. Ia ver diferenças tão notórias entre eles, que sendo uma pessoa correcta não ia ter coragem de os vender a todos pelo mesmo preço. Muito menos de vender mais caros porque existem clientes dispostos a pagar (a menos que a qualidade e pedigree dos cachorros assim o justificasse). Agora pensar em vender os cachorros da próxima ninhada mais caros (e sem os ver) porque existem pessoas dispostas a pagar não me parece correcto.

O que eu considero por Criador é uma pessoa que se dedica a um hobbie. Hobbie esse que consiste na tentativa de criar o cão perfeito dentro da sua raça, e nesta busca ir criando cada vez exemplares melhores. Para além disto une-lhe o verdadeiro amor pelos seus cães e cachorros que cria, e a vontade de querer garantir-lhes a melhor vida possível. Como hobbie que é, o dinheiro é o que menos importa, e só tem alguma importância porque ele é necessário para cobrir as enormes despesas da boa criação. Daí que a possibilidade de dar um cachorro que podia ser mal entregue, é e já foi uma opção para alguns Criadores. E se quiser posso-lhe enviar em privado o contacto de alguns, e salvo erro alguns aqui da Arca também já o fizeram.
Também devo de lhe dizer que todos os CRIADORES que conheço têm uma profissão, e têm de ganhar muito bem para poder sustentar tal hobbie. Daí que esses termos de actividade, mercadoria, oferta e procura, mercado, rentabilizar, a eles não lhes diz nada de nada.
A sua confusão faz-se por confundir o que é realmente um Criador, por ver a criação como um negocio, e realmente o é para a maioria das pessoas que cruzem bem ou mal os cães, e por isso é que há tantos abandonos, tantos cães negligenciados, tantos "abortos" de raça verdadeiramente lindos e puríssimos para as pessoas.
Abato Escreveu: (...)
De facto, não sou criador – nem como imagina que ele deve ser, nem como ele deve, na realidade, ser considerado – já que não tenho mais do que uma cria resultante de um acasalamento recente e isso não pode, portanto, ser considerado, aos seus e aos meus olhos, actividade principal – o que aqui seria, aliás, denominado de “criadeiro”. Para aumentar a polémica, com este acasalamento, pretendo evitar a frustração sexual do meu cão, pois, ouvi de um especialista de em psicologia animal, que era uma forma de o equilibrar.
(...)
Que especialista em psicologia animal foi esse que lhe aconselhou a cruzar o seu cão??? É que hoje em dia toda a gente sabe que cruzar um cão não o vai tornar mais calmo nem menos frustrado. Basta que na semana seguinte haja outra cadela em cio para voltar tudo ao mesmo, quer dizer… no dia seguinte…
Abato Escreveu:(...)
Quanto ao meu amor por animais (que chega pôr em causa no seu texto), não sinto necessidade de o expressar, por ser o banal amor por animais. Amor que tenho, conscientemente, desde os meus quatro anos e que me levou a conviver, ao longo de 50, com 10 cães, cinco gatos e um papagaio.

(...)
Eu não ponho em causa o seu amor pelos seus animais, eu ponho em causa o amor que tem pelos seus cachorros, uma vez que você com as suas palavras não se mostrou muito preocupado em encontrar um bom lar para eles (já que equaciona a hipótese de serem intermediários desconhecidos que apenas pensam em fazer negocio, a faze-lo por si). E com as suas palavras fica-se com a ideia que os cachorros são meras mercadorias que se tem de rentabilizar da melhor forma.
Já agora ter muitos animais não significa que se tenha verdadeiro amor por eles… Conheço umas quantas pessoas que vivem rodeadas de animais, dizem adora-los, mas poupam ao máximo com eles, alimentam-nos com restos, e se adoeceram com sorte vão ao vet no último suspiro. Senão, a maioria das vezes, ou se curam sozinhos, ou vão mesmo para debaixo da terra.
Abato Escreveu:(...)
Já agora, gostava que me explicasse qual é, para si, a diferença que encontra entre o amor por animais que eu expresso e aquele que acha que um “criador” sente.
Com a sua resposta dou por terminada a polémica.
A diferença do seu amor pelos animais e do (que eu considero um) Criador, está em não perceber que para o Criador é muito mais importante o bem-estar de um cachorro criado por sí, do que a quantia avultada que pode receber por ele.
:wink:
Abato
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terça jun 10, 2008 2:16 am

Aldaa: Obrigado pela sua resposta.
Fiquei a perceber que ninguém gosta de animais como um criador de determinada raça, cuja ambição maior era poder oferecer todas as suas crias, porque vive para o estalão da raça. Claro que, quem recebe agora as crias pagando, ou as receber no futuro - ideal - de borla, não gosta tanto de animais como um criador porque, lá está, não é criador de uma determinada raça. Está, naturalmente, diminuído na sua capacidade de amar animais. Estamos conversados, como já tinha previsto!
aldaa
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terça jun 10, 2008 2:21 am

Abato Escreveu:Aldaa: Obrigado pela sua resposta.
Fiquei a perceber que ninguém gosta de animais como um criador de determinada raça, cuja ambição maior era poder oferecer todas as suas crias, porque vive para o estalão da raça. Claro que, quem recebe agora as crias pagando, ou as receber no futuro - ideal - de borla, não gosta tanto de animais como um criador porque, lá está, não é criador de uma determinada raça. Está, naturalmente, diminuído na sua capacidade de amar animais. Estamos conversados, como já tinha previsto!
Deturpou tudo o que eu disse. :roll:
isatoday
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terça jun 10, 2008 2:41 am

eu podia fazer citaçoes do que o Abato disse, e criar textos enormes como muitos utilizadores louvavelmente se deram ao trabalho de fazer.

no entanto a minha opiniao feliz ou infelizmente é passivel de se reduzir a duas ou tres frases.

a partir do momento em que todos os argumentos do utilizador se baseiam em comparaçoes de economia comercial e mercado, nao ha muito mais a dizer, tendo em conta que estamos a falar de seres vivos, de animais de estimaçao, nao de produtos a venda numa prateleira.

o sistema que o utilizador defente possivelmente vai contra o que qualquer amante de animais defende: o bem-estar das criaturas que amamos, e prejudica todos os esforços de bons criadores para manter as caracteristicas e produzir cachorros saudaveis que cresçam felizes em boas familias.

isto porque nenhum bom criador utilizaria intermediarios, por se preocupar com o destino dos cachorros; assim, restam criadeiros e puppymills para fornecer os intermediarios com "mercadoria" a ser comercializada.
TheGreatDane
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terça jun 10, 2008 9:31 am

Não há discussão possivel com quem considera um cão um produto como uma lata de salsichas...perdem o vosso tempo. Eu sinceramente tenho mais que fazer.
Abato
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terça jun 10, 2008 2:02 pm

TheGrateDane: Não diga o que eu não disse. Não considero um animal um produto, ou mercadoria se quiser. Considero um bem, como a água, que (descobri agora) um criador de raça não bebe exactamente por isso e, em especial, desde que apareceram “criadeiros” a engarrafá-la.
Compreendo que tenha mais que fazer:
Enquanto eu me ocupo em interiorizar que,
a) um animal, não se vende, entrega-se por
b) a quantia pedida é sempre decidida pelo criador de raças, por exemplo 174, 32, exactamente porque gosta desse número ou por questão de fezada. Logicamente, se lhe oferecessem 174, 33, não aceitava por razões relacionadas com o “karma”.
Você está ocupado em alinhar argumentos para explicar aos que não amam os animais, porque é que dois cães de raças distintas, com tipos de peso e de pelo idênticas (isto é, de igual custo de manutenção), com “pedigree”de igual mérito e apresentados por criadores de igual credibilidade, entregam-se por preços diferentes.
Prometo que a sua resposta não vai originar discussão, porque já tenho opinião: são criadores de raças com nível de amor diferentes
Native
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terça jun 10, 2008 2:14 pm

Nem todas as crias são bons exemplares ou exemplares com caracteristaica para procirar, uns dvem ser vendidos como cães de companhia outros como cães para expo e competição...logo o valor de um exemplar excelente deverá ser diferente de um de menor qualidade...mas o criador demorou até conseguir os progenitores com qualidade para criar qualidade, não junta apenas um casal da mesma raça e vende a quem calha ninhadas atrás de ninhadas.
"<strong>Aquele que te entret&eacute;m com os defeitos dos outros, entret&eacute;m os outros com os teus.</strong>"
( Denis Diderot )

http://www.almargem.org/
http://www.viaalgarviana.org/
http://www.youtube.com/watch?v=0Y8hQBdJaVo
psychon
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terça jun 10, 2008 2:51 pm

Abato, eu não gosto de perder dinheiro e considero que um criador também não. Certamente que os cachorros têm que ter um preço que pelo menos cubra as despezas. Há reprodutores em que só a cruza é um balúrdio, mas lá está vale o que vale em provas dadas, e só cruza com ele quem a isso estiver disposto.
Os exemplares diferem nos preços porque por muito planeada que seja a cruza, há sempre desvios, e mesmo dentro do estalão haverá com melhores ou menos boas caracteristicas.
O seu amor por um cão é o que é. Um criador ama o cão e a raça, sempre em busca da cruza perfeita ao seu alcance.
Para mim é aqui que está a diferença.
É um trabalho de pesquisa, de idas a exposições, de avaliação de reprodutores, para finalmente se ver o produto - os cachorros.
Diga-me se quem investe tanto entregará o produto de um trabalho exaustivo a um intermediário que sabe se lá a quem irá entregar este produto único, mesmo que perca dinheiro, acredito que perferirá entregar a quem avalie o trabalho e zele pelos eus meninos, ainda que seja a um preço simbólico.

Intermediários são (salvo raras excepções) para animais provenientes de puppy mills e criadeiros que acham que por terem um macho e uma femea estão aptos a criar.
Vivendo e aprendendo
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