Consoante a forma das orelhas, é chamado épagneul papillon (borboleta), com as orelhas direitas ou épagneul phalene com as orelhas caídas. A falena também é uma borboleta, com asas largas, as quais realmente lembram as orelhas dos cães desta variedade. Encontramos a graciosa silhueta deste épagneul nos quadros de Gioto (1266-1337). Na época, os cães miniatura eram profusamente representados junto das grandes damas e em retratos de crianças e o épagneul anão era um dos mais habituais.
Muito raro e muito apreciado, o épagneul anão era património da aristocracia. Os nobres pagavam grandes somas para terem os exemplares mais pequenos e mais delicados. Em França, o Rei-Sol possuia um, como se pode ver no famoso quadro Luis XIV em Família, de Larguilliere (1656-1746).
Com o tempo, o épagneul anão tornou-se um cãozinho de regaço. Wateau incluiu-o nas suas composições galantes e Fragonard imortalizou-o em várias das suas telas.
O clube do épagneul anão continental da Bélgica foi fundado em 1933 e num congresso realizado em Lille em 1934, determinou-se que o épagneul anão era de nacionalidade franco-belga.
O épagneul anão adora ter público e seduzir toda a gente. Sente pelos donos uma adoração sem limites e faz seja o que for para lhes agradar. Mas... é ruidoso e ladrador...
O épagneul anão parece ter nascido para ser feliz. Ao brincar com ele, os problemas e as pequenas contrariedades do quotidiano tornam-se fáceis de esquecer. O épagneul anão não é tímido. Arrasta o dono, puxando-lhe as calças com os dentes, dá piruetas, salta-lhe para cima como se tivesse molas nas patas e exige constantemente brincadeiras e festas.
O que é surpreendente no épagneul anão é que não parece envelhecer. Os anos passam, os bigodes embranquecem, mas o seu carácter não muda. Age sempre como se tivesse seis meses. Incrivelmente activo, nunca está quieto. Se tocam à porta, desata a ladrar. Arrebita as orelhas ao menor ruído. Mas a verdade é que o seu latido não se destina a assustar os visitantes. Serve só de aviso para algo de imprevisto em vias de acontecer. Aliás, o nosso amiguinho o que está é contente. Gosta de ver caras novas. Muito sociável, não é nada tímido e acolhe os desconhecidos alegremente inspeccionando-os de alto a baixo dando à cauda.
O épagneul anão adora refastelar-se na sua almofada e dormir como um rei.. Ou então prefere, para a sua sesta, o colo do dono ou a sua cama. A antiga mascote de marquesas e reis adora viver regaladamente. Gosta da tepidez, da comodidade e do luxo e porta-se como um peluche ou como um gato persa. Mas estes instantes de descanso nunca duram muito. Não tarda sentir a necessidade de se mexer e de se armar em palhaço.
Este cão tão cheio de vitalidade é um maravilhoso companheiro de jogos. Está sempre disposto e aceita todas as brincadeiras. Se uma manina quiser vesti-lo, permite-lho amavelmente. Mas se um garoto pretender organizar um jogo de futebol com ele, ficará encantado por correr como um louco atrás da bola.
Caçar ratos e ratazanas também é um excelente entretém para ele, quando o seu proprietário está ocupado. Este “gentledog”, de sumptuosa pelagem sempre impecável, transforma-se repentinamente num tornado. Atira-se para a frente, escava a terra e perde a cabeça. Só tem um objectivo: fazer em pedaços aqueles insuportáveis invasores. A chuva, a lama e a sujidade não o incomodam. Resumindo, é um verdadeiro cão que nada tem de bibelot.
Altura máxima: 28cm
Peso: 1,5 a 5kg
Fonte:Planeta de Agostini (excertos)

