Sabia que o
borzoi, no século XIX, era o cão preferido de todos os grandes e poderosos senhores deste mundo?
Este aristocrata caçador de lobos ganhou notoriedade na Rússia a partir do século XVI e foi o cão favorito do czar e da sua corte. O grão-duque Nicolai Nicolaivitch tinha mais de 150 exemplares.
A história do
borzoi parece estar ligada à das cabeças coroadas. Estes remotos descendentes dos galgos dos faraós cruzaram-se com cães de pastor russos de pêlo comprido, tendo-se a raça estabilizado na Rússia no século XVI. A partir de então, suscitou o entusiasmo dos nobres. Todas as grandes famílias faziam ponto de honra em manter uma matilha. A rainha Victória adquiriu um e lançou a moda do
borzoi na Grã-Bretanha. Por sua vez, o czar ofereceu um exemplar à duquesa de Newcastle, com o qual fundou um dos centros de criação da raça mais famosos da Europa.
Membro de pleno direito da aristocracia russa, o
borzoi viveu a decadência das grandes famílias, mas, no fim do século XIX, a venda das propriedades e a sublevação dos camponeses marcaram o fim das matilhas. Em 1873, para prevenir o desaparecimento da raça, foi fundada uma Sociedade Imperial que organizou uma exposição para reunir exemplares procedentes de todas as regiões do país. Elaborou-se um estalão que marcou o nascimento do
borzoi moderno, sob o nome de “
galgo peludo da Rússia”. Um tanto maltratado depois da revolução de 1917, o
borzoi voltou a ser o cão mais emblemático do seu país de origem.
Antigamente capaz de lutar com lobos, presentemente, o
borzoi soube converter-se num meigo animal de companhia. A subtil mistura de orgulho e bondade, que ditam o seu comportamento, faz dele um cúmplice maravilhoso, que ama loucamente o seu dono. Fiel ao provérbio “A casta vem do berço”, o
borzoi conservou das suas origens aristocráticas uma atitude fleumática e elegante. Aprecia a comodidade de uma almofada, o calor da lareira acesa e a suavidade de um tapete, de tal modo que alguns observadores pouco sagazes poderiam confundir a sua indolência e voluptuosidade com fraqueza. É capaz de ficar horas enrolado num sofá, de olhos semi-cerrados, sem fazer nada. Calmo e silencioso, goza o seu bem-estar, mas pode reagir com aspereza se o forem incomodar.
É necessário algum tempo para treinar o
borzoi para a função de guarda. De natureza desconfiada para com desconhecidos, há que fazer-lhe compreender as circunstâncias em que deve actuar e a diferença entre visitantes e intrusos.
O
borzoi não é um cão que se deixe dominar. Defende ciosamente os seus privilégios e a sua posição. Não sendo agressivo, a relação com outros animais não é fácil.
O
borzoi já não é caçador mas continua a ser um galgo. Por isso, necessita de correr para libertar as energias acumuladas. Embora se sinta muito bem em casa, é necessário que faça longos passeios durante o dia. Em casa, contenta-se com um espaço limitado se tiver um canto tranquilo e confortável só para ele.
Com as crianças, o
borzoi comporta-se de forma suficientemente inteligente para estabelecer os seus princípios de referência e marcar distâncias. Não se enerva, mas também não suporta que alguém o maltrate. Quando isso acontece, vai-se embora ou arreganha os dentes.
Altura: 70 a 82 cm o macho; 65 a 77 cm a fêmea.
Peso: 35 a 45 kg
Fonte:Planeta de Agostini (excertos)
