Necessidades
Moderador: mcerqueira
Tendo em conta o número de tópicos abertos, sobretudo recentemente, acerca de problemas relativos ao local das necessidades dos cães, decidi escrever o que acho e aprendi sobre o assunto. Pode ser que sirva de alguma coisa a alguém.
No final há um curtíssimo resumo do texto, para quem não tiver paciência para ler tudo o resto.
1. A maior parte dos conselhos dados pelos donos de cães mais velhos é ter paciência que eventualmente a coisa se compõe. A verdade é que, de facto, na maior parte das vezes, a coisa lá se compõe, mas nem sempre. E mesmo que se venha a “compor”, dá-me impressão que as pessoas com cães mais velhos já se esqueceram do tormento que é ter um urinador e defecador indiscriminado dentro de portas. Isso do “um dia ele acerta” pode demorar um mês, dois meses, por vezes mais. Ora, lembrem-se lá (ou imaginem, caso nunca tenham passado por isso) do tormento que é andar de esfregona na mão durante um mês, dois meses, três, ou mais, todos os dias, sem fins-de-semana nem folgas…
Por estas razões – (i) não ser garantido que o cão vai aprender um dia a fazer as necessidades no sítio correcto e (ii) mesmo que aprenda, o tempo que vai demorar vai implicar muitas dores de cabeça – eu acho que é muito má ideia ser-se passivo na educação das necessidades, e esperar que a coisa caia do céu.
2. Então, como ser activo? O princípio é básico: esperar que o cachorro acerte no sítio e recompensar da forma mais memorável possível. Mas então se é assim tão básico, como é que as coisas se tornam tão difíceis? Em primeiro lugar, as pessoas tendem a acanhar-se na forma como recompensam as proezas dos seus cachorros; andam sempre a lamentar-se do facto de ter de andar a limpar xixis durante o dia todo, mas ficam com vergonha de dar uma festa em plena rua quando o cachorro faz lá o serviço. E depois, as recompensas: por muito que custe a muita gente, não há forma mais eficaz e memorável de recompensar um cão do que lhe dar uns quantos pedaços de salsicha ou fígado seco. Festas, o seu cachorro vai tê-las todos os dias, muitas vezes sem razão nenhuma, apenas porque é querido. E acho muito bem. Por isso, festas não chegam. Mas não prejudica fazer um espectaculuzinho na rua; vai ajudar a que o seu cachorro se lembre das vezes em que o maluquinho do seu dono se manifestou de forma estranha e inusitadamente agradável. Não exagerem; tenham cuidado para não assustarem o cão, também…
Ah... depois há os meus preferidos. Aqueles que dizem que não recompensam o seu cão quando ele faz xixi no sítio correcto, e cito, "porque não estão a fazer mais do que a obrigação deles". A estes, já aprendi, não há uma só palavra argumentando o contrário que vá resolver o que quer que seja. A esses, um bem-haja e fiquem bem.
3. Mas o maior problema de todos é outro. Tudo bem que já sei que tenho de recompensar a proeza do meu cão, mas o que fazer se ela nunca mais chega? Pois, grande parte dos problemas surge justamente porque o nosso cachorro cisma em não fazer as necessidades fora de casa. Mesmo quando lhe damos passeios de três ou mais horas. E mal chega a casa, pumba, lá vai ele fazer no tapete, o malvado.
A primeira coisa que eu sugiro é que retirem da cabeça a ideia de que o vosso cachorro tirou o dia dele para fazer pouco de vocês, que o vosso cachorro só vos quer chatear ou, mais comum, que o vosso cachorro está a testar a vossa liderança. Eu acho que basta uma pessoa esquecer tudo o que já ouviu sobre o tema e tentar ser o mais crítico e objectivo possível para que o ridículo da ideia se denuncie. O seu cão está apenas a reflectir o que aprendeu nos seus curtos meses de vida, aliás, como em todo o restante comportamento dele.
Então, vamos ver o que é que ele aprendeu (o que se segue nas próximas linhas é baseado, de forma pouco rigorosa e bastante livre, no livro The Culture Clash, da Jean Donaldson). O seu cachorro chega a sua casa, e vai fazendo os primeiros xixi onde calha, seguindo a única regra de não fazer no local onde dorme, e seguindo a tendência de fazer num local poroso (ou, então, numa superfície parecida com aquela onde fazia habitualmente quando ainda estava a cargo do criador; no caso de cães adoptados já um pouco mais velhos, substituam ‘criador’ por “sítio onde viveram até então”).
Cenário 1: Nos primeiros dias, os donos nada fazem porque ele ainda é muito pequeno e ainda se está a ambientar. Nos primeiros dias, a informação-aprendizagem que o cachorro adquiriu foi: “fazer xixi no chão de casa é seguro, e não parece haver grande distinção entre sítios”. As consequências são neutras, pois nada de mau acontece, nem nada de maravilhoso também. No entanto, no caso das necessidades, o simples facto de haver alívio da bexiga é recompensante, pelo que, sem os donos darem conta, o seu cachorro já está a criar um hábito e a ser reforçado por isso. Passados alguns dias, os donos começam a achar que é tempo de ensinar o seu cachorro. Então, designam um sítio específico (normalmente, uma folha de jornal), e indicam ao seu cachorro que é ali que ele deve fazer as necessidades. Como é óbvio, o cachorro não percebe, mas muita gente faz parecer que isto não é assim tão óbvio, acreditando que o cachorro é capaz de entender o que lhe foi dito.
Jogo das consequências: existem quatro cenários possíveis, a partir de agora: (i) o cachorro faz xixi no local correcto e o dono está lá para ver; (ii) o cachorro faz xixi no local certo e não está ninguém a ver; (iii) o cachorro faz xixi no local errado e ninguém está lá para ver; (iv) o cachorro faz xixi no local errado e está lá o dono para ver. Consequências: (i) o dono elogia e faz festas – consequência positiva (mas pouco memorável); (ii) não acontece nada a não ser o alívio da bexiga – consequência neutra, que, aliada ao facto do alívio, se torna moderadamente positiva; (iii) não acontece nada a não ser o alívio da bexiga – consequência neutra, que, aliada ao facto do alívio, se torna moderadamente positiva; (iv) o dono vê e ralha, repreende, castiga – consequência negativa.
Probabilidades: façamos um pouco de exercício matemático e calculemos as probabilidades de o cachorro acertar por ele próprio no local desejado pelos donos. Agora multipliquem (sim, tem de ser multiplicado, porque desejamos a ocorrência dos dois acontecimentos ao mesmo tempo) pela probabilidade de o dono estar lá para elogiar. O número que vai dar será muito reduzido; tanto mais reduzido quanto maior for a liberdade de espaço que o cachorro tiver. Como vemos, as probabilidades são muito mais altas no caso de o cachorro fazer xixi no local errado. Isso aumenta a incidência dos casos (iii) e (iv). (na verdade, a probabilidade de (iv) é maior do que a de (i), porque normalmente o local designado não fica perto do local onde os donos passam mais tempo). Quando acontece (iv), o que é que o cachorro aprende verdadeiramente? Que é proibido fazer naquele sítio? Será? Mas ainda hoje de tarde o cachorro tinha feito nesse mesmo sítio e as consequências tinham sido neutras (moderadamente positivas). Qual é a diferença entre o evento de “hoje de tarde” (que equivale a (iii)) e o de “hoje à noite” (que equivale ao (iv))? Simples: a presença do dono, e o castigo subsequente. A conclusão é óbvia, e normalmente não exige muitas tentativas para que se institua como prática: «vou fazer xixi nas costas do meu dono». Esta conclusão é reforçada no dia a seguir, quando da parte de tarde, o cachorro fez xixi num novo sítio, novamente com consequências neutras, e à noite voltou lá a fazer, mas com o dono presente, e o respectivo castigo. A conclusão geral é reforçada: fazer xixi na presença do dono é “perigoso”. E para o pessoal que gosta de acreditar que os cães vivem para agradar aos donos, pensem assim: o cão acredita que aquilo que o dono quer é que ele, o cão, não faça xixi ao pé dele, seja na cozinha, na sala, no corredor. Seja por um tipo de reacção comportamental do tipo “seguro-perigoso”, seja na perspectiva de agradar ao dono, o resultado é igual: o cachorro aprende que fazer xixi ao pé do dono é perigoso/errado. E começa um historial de poças de xixi às escondidas.
Cenário 2: os donos têm a consciência de que o evento (i) é ao mesmo tempo o mais desejável mas o mais improvável. Então, conscienciosos, tentam adulterar as regras do jogo de probabilidades, e aumentar as chances do evento (i) ocorrer. A única forma de conseguir este ajustamento das “regras” é o de estar preparado para isso. Para tal, os donos têm de ter recompensas de alto valor bem à mão, e, sobretudo, têm de estar prontos para levar o cachorro ao local desejado, na hora certa. Para isso, é necessário que os donos conheçam o horário biológico do seu cachorro, mas como o melhor é actuar o mais cedo possível, em vez de estar à espera para aprender qual o ritmo urinário do seu cachorro, o melhor mesmo é actuar de modo geral. E, de modo geral, os cachorros vão evacuar depois das refeições (normalmente, até 15 minutos após), depois de acordarem de uma sesta, e depois de uma sessão um pouco mais intensa de brincadeira/exercício (sobretudo, se eles não evacuaram antes dessa sessão). Assim, quando o vosso cachorro acordar de uma sesta, é péssima ideia deixá-lo à solta pela casa fora. O melhor é levá-lo imediatamente para o WC. Esperem lá algum tempo. Caso ele não faça nada, não o deixem à solta, ele não está de bexiga vazia. Levem-no para junto de si, mantenham-no preso, ou confinado num local seguro, isto é, na cama dele, que é o único sítio onde ele não vai fazer as necessidades (salvo grave desvio comportamental!). É possível que ele volte a adormecer novamente. Caso o faça ou não, não interessa: a próxima coisa que vão fazer vai ser levá-lo novamente até ao WC. Se ele ainda não fizer, repitam o processo até ele fazer. Sejam muito pacientes. Se a motivação falhar, pensem que esta trabalheira toda significa não terem de andar de esfregona atrás nos próximos meses. Eventualmente ele fará. E aí os donos vão estar lá para recompensar com as recompensas colocadas estrategicamente ali por perto. (Repitam o processo para o cocó, sendo que este é mais fácil, porque mais raro e mais previsível). Depois de aliviado, o cachorro já poderá andar à vontade pela casa. O que, a médio prazo vai servir como a maior recompensa de todas: a liberdade e o tempo para as brincadeiras vem só quando faço xixi, no sítio correcto; não tarda e vão ter o Lucky Luke das vias urinárias.
Agora voltemos ao jogo das probabilidades. Se os donos controlarem os horários do seu cachorro, e apenas o deixarem em liberdade quando ele já está de bexiga vazia, quais são as probabilidades dos eventos (iii) e (iv) acontecerem? E mesmo o evento (ii) é improvável. Com a diferença que, a médio prazo, o cachorro, se se vir numa situação em que não está ninguém por perto e tem necessidade de fazer um xixi, a probabilidade de fazer no sítio correcto é maior. Embora, não garantida. As garantias só virão a longo prazo.
Problemas: pois, isto é tudo muito bonito, mas o pessoal tem de trabalhar, e o cachorro vai ter de ficar sozinho algumas horas por dia, estando livre para cometer os erros todos e estragar o plano. É aí que entra a noção de confinamento de longo prazo (as linhas que se seguem são uma adaptação livre do plano de “Errorless Housetraining do Ian Dunbar).Necessidades à parte, é uma péssima ideia deixar o vosso cachorro à vontade pela casa quando estiver sozinho. Além de todos os perigos imediatos (fios eléctricos, objectos cortantes, ingestão de madeira, etc.), essa liberdade não conquistada é meio caminho andado para que o vosso cachorro escolha quais os seus brinquedos preferidos para roer. Pelo contrário, é óptima ideia delimitar-se uma área segura – um parque para cães, uma divisão pequena fechada com uma portinha para bebés (não fechem um cão com a própria porta da divisão) – na qual o cachorro tenha poucas - mas algumas - opções. Dessa forma, serão os donos a estipular quais os brinquedos para roer, e não o cachorro a escolhe-los. A boa notícia é que existem muito boas opções para isso, e a melhor notícia é que, uma vez criado um hábito de roer apenas esses brinquedos designados pelos donos, esse será um hábito que se manterá mais tarde, mesmo quando o cachorro já tiver acesso mais ilimitado ao resto da casa. Voltando às necessidades. Se nessa área houver nada mais do que a cama do cachorro, um prato para a água, um ou dois brinquedos para roer e uma superfície porosa, colocada estrategicamente na ponta oposta em relação à cama, as probabilidades de o cachorro escolher esta superfície para se aliviar, por si só, sem auxílio nem supervisão dos donos, é muito grande.
Voltemos às probabilidades e às consequências: então, vejamos. Quando os donos estão presentes, o evento mais provável é (i); quando os donos não estão presentes, o evento mais provável é (ii). Relembrando as consequências: a consequência para (i) é positiva e memorável; a consequência para (ii) é neutra, mas necessária (moderadamente positiva). Se (iii) ou (iv) acontecerem, para citar (de cor) o próprio Ian Dunbar, “peguem num pedaço de jornal, enrolem-no de forma a ficar bem duro e batam… na vossa cabeça, pois portaram-se mal ao ponto de deixar que algo tão improvável acontecesse”. São tão improváveis quanto maior for o zelo dos donos e o seu rigor em seguir as instruções. E de tão improváveis, dificilmente irão criar um padrão e formar um hábito. Ainda mais, competindo com eventos muito mais prováveis, que, esses sim, se tornarão um hábito, porque devidamente reforçados por consequências positivas.
E depois vem a rua. Quer optemos pelo cenário 1, quer optemos pelo segundo cenário, aí por volta dos três meses surge um novo problema. Devido aos planos de saúde indicados pela maioria dos veterinários de hoje, os cachorros estão medicamente desaconselhados a saírem de casa antes de completarem o plano de vacinação, coisa que acontece aí por volta das 12 semanas, mais coisa menos coisa. E é justamente esta a altura em que o nosso cachorro, na melhor das hipóteses (ou seja, seguindo o segundo cenário), está a dominar a questão das necessidades. Justamente agora, os donos surgem com novas instruções: afinal não é aí que tens de fazer necessidades; é ali na rua, onde tu nunca estiveste e onde provavelmente, nos primeiros dias, vais estar meio assustado, meio excitado e muito pouco virado para novas instruções dos donos, que, aliás, se tornam inaudíveis perante uma maré de incríveis novidades que assaltam o cachorrito.
Como disse, esta fase apresenta um problema tanto para os cachorros que fazem xixi indiscriminadamente pela casa fora, quer para aqueles que fazem disciplinadamente no local correcto. De certa forma, estes segundos até terão mais dificuldades em começar a fazer na rua, pois têm um historial de reforço muito forte associado ao local anterior. Mas, como vamos ver, acho eu, os segundos têm uma enorme vantagem. Recordemos que os cachorros do primeiro cenário aprenderam a seguinte lei básica: é seguro fazer xixi longe do meu dono. Ora, quando sair à rua, adivinhem lá o que vai andar sempre anexado ao cachorro, por todo lado, a toda a hora: pois, o dono que não gosta que façam xixi ao lado dele. Ora, o mais seguro é ir aguentando a bexiguinha, que até já aguenta umas três horas na boa, e fazer quando chegarmos a casa. Já o cachorro do cenário 2, embora tenha um historial de reforço associado ao local lá de casa, também tem um historial de experiências positivas a fazer xixi ao lado do dono: lembrem-se da diferença de consequências altamente positivas do evento (i) e das consequências neutras ou moderadamente positivas do evento (ii). Não existem razões de “segurança” que façam o cachorro segurar-se por muito tempo. O cachorro lá acaba por fazer na rua, e o dono recompensa de forma ainda mais forte do que costumava fazer em casa. Ah, claro, o plano de levar o cachorro para o “novo” WC nas alturas críticas mantém-se, propiciando a probabilidade de o cachorro se aliviar na rua. Só que agora há algo que ajuda. Depois do xixi na rua, segue-se uma exploração por esse mundo novo, que será tão ou mais reforçador do que os pedaços de fígado que os donos acabaram de lhe dar.
Um bónus: duas estratégias extra que poderão ajudar na altura da transição para a rua: a) os WC designados dentro de casa deverão ser do material que, mais tarde, o cachorro deverá encontrar na rua; b) quando estiverem a praticar os xixis dentro de casa, e quando tiverem a certeza de que ele vai mesmo aliviar-se nos próximos segundos (depois de uns três ou quatro dias de prática, os donos vão começar a reconhecer os sinais), digam, imediatamente antes, uma deixa/comando perante o qual o cachorro vai interiorizar a seguinte sequência: “comando – acto de fazer xixi – recompensa”; a associação das recompensas ao comando (e não apenas ao acto) vão tornar mais fácil a comunicação na rua, onde apenas o local é diferente, mas o comando mantém-se igual.
Resumo, para quem não tiver pachorra para ler isto tudo:
• Esqueçam toda a ideia de que o cachorro tem algum tipo de agenda ideológica escondida por detrás do comportamento. Não dramatizem a questão. É só uma questão de saber comunicar as coisas. Nada mais.
• Não deixem o cachorro à solta pela casa de bexiga “não-vazia”
• Estipulem um plano de confinamento de curto prazo e outro de longo prazo para as vezes em que os donos estão ausentes
• Levem sistemática e frequentemente o vosso cachorro ao WC designado, nas alturas ajustadas (depois das refeições, depois dos sonos, depois das correrias)
• Recompensem fortemente os acertos
• Ignorem os enganos, pois os castigos, por uma questão de associação, levam a que o cachorro interprete mal a informação e estipule como seguro/correcto fazer o xixi longe do dono
• Retomem o processo praticamente desde o início quando passarem para a rua. Usem recompensas premium, ou seja, ainda melhores e mais memoráveis do que aquelas que usaram em casa.
• Quando bem implementada esta estratégia, qualquer erro do cão é na verdade um erro do dono, pelo que vão precisar de um jornal enrolado para bater na própria cabeça, como castigo do erro cometido.
No final há um curtíssimo resumo do texto, para quem não tiver paciência para ler tudo o resto.
1. A maior parte dos conselhos dados pelos donos de cães mais velhos é ter paciência que eventualmente a coisa se compõe. A verdade é que, de facto, na maior parte das vezes, a coisa lá se compõe, mas nem sempre. E mesmo que se venha a “compor”, dá-me impressão que as pessoas com cães mais velhos já se esqueceram do tormento que é ter um urinador e defecador indiscriminado dentro de portas. Isso do “um dia ele acerta” pode demorar um mês, dois meses, por vezes mais. Ora, lembrem-se lá (ou imaginem, caso nunca tenham passado por isso) do tormento que é andar de esfregona na mão durante um mês, dois meses, três, ou mais, todos os dias, sem fins-de-semana nem folgas…
Por estas razões – (i) não ser garantido que o cão vai aprender um dia a fazer as necessidades no sítio correcto e (ii) mesmo que aprenda, o tempo que vai demorar vai implicar muitas dores de cabeça – eu acho que é muito má ideia ser-se passivo na educação das necessidades, e esperar que a coisa caia do céu.
2. Então, como ser activo? O princípio é básico: esperar que o cachorro acerte no sítio e recompensar da forma mais memorável possível. Mas então se é assim tão básico, como é que as coisas se tornam tão difíceis? Em primeiro lugar, as pessoas tendem a acanhar-se na forma como recompensam as proezas dos seus cachorros; andam sempre a lamentar-se do facto de ter de andar a limpar xixis durante o dia todo, mas ficam com vergonha de dar uma festa em plena rua quando o cachorro faz lá o serviço. E depois, as recompensas: por muito que custe a muita gente, não há forma mais eficaz e memorável de recompensar um cão do que lhe dar uns quantos pedaços de salsicha ou fígado seco. Festas, o seu cachorro vai tê-las todos os dias, muitas vezes sem razão nenhuma, apenas porque é querido. E acho muito bem. Por isso, festas não chegam. Mas não prejudica fazer um espectaculuzinho na rua; vai ajudar a que o seu cachorro se lembre das vezes em que o maluquinho do seu dono se manifestou de forma estranha e inusitadamente agradável. Não exagerem; tenham cuidado para não assustarem o cão, também…
Ah... depois há os meus preferidos. Aqueles que dizem que não recompensam o seu cão quando ele faz xixi no sítio correcto, e cito, "porque não estão a fazer mais do que a obrigação deles". A estes, já aprendi, não há uma só palavra argumentando o contrário que vá resolver o que quer que seja. A esses, um bem-haja e fiquem bem.
3. Mas o maior problema de todos é outro. Tudo bem que já sei que tenho de recompensar a proeza do meu cão, mas o que fazer se ela nunca mais chega? Pois, grande parte dos problemas surge justamente porque o nosso cachorro cisma em não fazer as necessidades fora de casa. Mesmo quando lhe damos passeios de três ou mais horas. E mal chega a casa, pumba, lá vai ele fazer no tapete, o malvado.
A primeira coisa que eu sugiro é que retirem da cabeça a ideia de que o vosso cachorro tirou o dia dele para fazer pouco de vocês, que o vosso cachorro só vos quer chatear ou, mais comum, que o vosso cachorro está a testar a vossa liderança. Eu acho que basta uma pessoa esquecer tudo o que já ouviu sobre o tema e tentar ser o mais crítico e objectivo possível para que o ridículo da ideia se denuncie. O seu cão está apenas a reflectir o que aprendeu nos seus curtos meses de vida, aliás, como em todo o restante comportamento dele.
Então, vamos ver o que é que ele aprendeu (o que se segue nas próximas linhas é baseado, de forma pouco rigorosa e bastante livre, no livro The Culture Clash, da Jean Donaldson). O seu cachorro chega a sua casa, e vai fazendo os primeiros xixi onde calha, seguindo a única regra de não fazer no local onde dorme, e seguindo a tendência de fazer num local poroso (ou, então, numa superfície parecida com aquela onde fazia habitualmente quando ainda estava a cargo do criador; no caso de cães adoptados já um pouco mais velhos, substituam ‘criador’ por “sítio onde viveram até então”).
Cenário 1: Nos primeiros dias, os donos nada fazem porque ele ainda é muito pequeno e ainda se está a ambientar. Nos primeiros dias, a informação-aprendizagem que o cachorro adquiriu foi: “fazer xixi no chão de casa é seguro, e não parece haver grande distinção entre sítios”. As consequências são neutras, pois nada de mau acontece, nem nada de maravilhoso também. No entanto, no caso das necessidades, o simples facto de haver alívio da bexiga é recompensante, pelo que, sem os donos darem conta, o seu cachorro já está a criar um hábito e a ser reforçado por isso. Passados alguns dias, os donos começam a achar que é tempo de ensinar o seu cachorro. Então, designam um sítio específico (normalmente, uma folha de jornal), e indicam ao seu cachorro que é ali que ele deve fazer as necessidades. Como é óbvio, o cachorro não percebe, mas muita gente faz parecer que isto não é assim tão óbvio, acreditando que o cachorro é capaz de entender o que lhe foi dito.
Jogo das consequências: existem quatro cenários possíveis, a partir de agora: (i) o cachorro faz xixi no local correcto e o dono está lá para ver; (ii) o cachorro faz xixi no local certo e não está ninguém a ver; (iii) o cachorro faz xixi no local errado e ninguém está lá para ver; (iv) o cachorro faz xixi no local errado e está lá o dono para ver. Consequências: (i) o dono elogia e faz festas – consequência positiva (mas pouco memorável); (ii) não acontece nada a não ser o alívio da bexiga – consequência neutra, que, aliada ao facto do alívio, se torna moderadamente positiva; (iii) não acontece nada a não ser o alívio da bexiga – consequência neutra, que, aliada ao facto do alívio, se torna moderadamente positiva; (iv) o dono vê e ralha, repreende, castiga – consequência negativa.
Probabilidades: façamos um pouco de exercício matemático e calculemos as probabilidades de o cachorro acertar por ele próprio no local desejado pelos donos. Agora multipliquem (sim, tem de ser multiplicado, porque desejamos a ocorrência dos dois acontecimentos ao mesmo tempo) pela probabilidade de o dono estar lá para elogiar. O número que vai dar será muito reduzido; tanto mais reduzido quanto maior for a liberdade de espaço que o cachorro tiver. Como vemos, as probabilidades são muito mais altas no caso de o cachorro fazer xixi no local errado. Isso aumenta a incidência dos casos (iii) e (iv). (na verdade, a probabilidade de (iv) é maior do que a de (i), porque normalmente o local designado não fica perto do local onde os donos passam mais tempo). Quando acontece (iv), o que é que o cachorro aprende verdadeiramente? Que é proibido fazer naquele sítio? Será? Mas ainda hoje de tarde o cachorro tinha feito nesse mesmo sítio e as consequências tinham sido neutras (moderadamente positivas). Qual é a diferença entre o evento de “hoje de tarde” (que equivale a (iii)) e o de “hoje à noite” (que equivale ao (iv))? Simples: a presença do dono, e o castigo subsequente. A conclusão é óbvia, e normalmente não exige muitas tentativas para que se institua como prática: «vou fazer xixi nas costas do meu dono». Esta conclusão é reforçada no dia a seguir, quando da parte de tarde, o cachorro fez xixi num novo sítio, novamente com consequências neutras, e à noite voltou lá a fazer, mas com o dono presente, e o respectivo castigo. A conclusão geral é reforçada: fazer xixi na presença do dono é “perigoso”. E para o pessoal que gosta de acreditar que os cães vivem para agradar aos donos, pensem assim: o cão acredita que aquilo que o dono quer é que ele, o cão, não faça xixi ao pé dele, seja na cozinha, na sala, no corredor. Seja por um tipo de reacção comportamental do tipo “seguro-perigoso”, seja na perspectiva de agradar ao dono, o resultado é igual: o cachorro aprende que fazer xixi ao pé do dono é perigoso/errado. E começa um historial de poças de xixi às escondidas.
Cenário 2: os donos têm a consciência de que o evento (i) é ao mesmo tempo o mais desejável mas o mais improvável. Então, conscienciosos, tentam adulterar as regras do jogo de probabilidades, e aumentar as chances do evento (i) ocorrer. A única forma de conseguir este ajustamento das “regras” é o de estar preparado para isso. Para tal, os donos têm de ter recompensas de alto valor bem à mão, e, sobretudo, têm de estar prontos para levar o cachorro ao local desejado, na hora certa. Para isso, é necessário que os donos conheçam o horário biológico do seu cachorro, mas como o melhor é actuar o mais cedo possível, em vez de estar à espera para aprender qual o ritmo urinário do seu cachorro, o melhor mesmo é actuar de modo geral. E, de modo geral, os cachorros vão evacuar depois das refeições (normalmente, até 15 minutos após), depois de acordarem de uma sesta, e depois de uma sessão um pouco mais intensa de brincadeira/exercício (sobretudo, se eles não evacuaram antes dessa sessão). Assim, quando o vosso cachorro acordar de uma sesta, é péssima ideia deixá-lo à solta pela casa fora. O melhor é levá-lo imediatamente para o WC. Esperem lá algum tempo. Caso ele não faça nada, não o deixem à solta, ele não está de bexiga vazia. Levem-no para junto de si, mantenham-no preso, ou confinado num local seguro, isto é, na cama dele, que é o único sítio onde ele não vai fazer as necessidades (salvo grave desvio comportamental!). É possível que ele volte a adormecer novamente. Caso o faça ou não, não interessa: a próxima coisa que vão fazer vai ser levá-lo novamente até ao WC. Se ele ainda não fizer, repitam o processo até ele fazer. Sejam muito pacientes. Se a motivação falhar, pensem que esta trabalheira toda significa não terem de andar de esfregona atrás nos próximos meses. Eventualmente ele fará. E aí os donos vão estar lá para recompensar com as recompensas colocadas estrategicamente ali por perto. (Repitam o processo para o cocó, sendo que este é mais fácil, porque mais raro e mais previsível). Depois de aliviado, o cachorro já poderá andar à vontade pela casa. O que, a médio prazo vai servir como a maior recompensa de todas: a liberdade e o tempo para as brincadeiras vem só quando faço xixi, no sítio correcto; não tarda e vão ter o Lucky Luke das vias urinárias.
Agora voltemos ao jogo das probabilidades. Se os donos controlarem os horários do seu cachorro, e apenas o deixarem em liberdade quando ele já está de bexiga vazia, quais são as probabilidades dos eventos (iii) e (iv) acontecerem? E mesmo o evento (ii) é improvável. Com a diferença que, a médio prazo, o cachorro, se se vir numa situação em que não está ninguém por perto e tem necessidade de fazer um xixi, a probabilidade de fazer no sítio correcto é maior. Embora, não garantida. As garantias só virão a longo prazo.
Problemas: pois, isto é tudo muito bonito, mas o pessoal tem de trabalhar, e o cachorro vai ter de ficar sozinho algumas horas por dia, estando livre para cometer os erros todos e estragar o plano. É aí que entra a noção de confinamento de longo prazo (as linhas que se seguem são uma adaptação livre do plano de “Errorless Housetraining do Ian Dunbar).Necessidades à parte, é uma péssima ideia deixar o vosso cachorro à vontade pela casa quando estiver sozinho. Além de todos os perigos imediatos (fios eléctricos, objectos cortantes, ingestão de madeira, etc.), essa liberdade não conquistada é meio caminho andado para que o vosso cachorro escolha quais os seus brinquedos preferidos para roer. Pelo contrário, é óptima ideia delimitar-se uma área segura – um parque para cães, uma divisão pequena fechada com uma portinha para bebés (não fechem um cão com a própria porta da divisão) – na qual o cachorro tenha poucas - mas algumas - opções. Dessa forma, serão os donos a estipular quais os brinquedos para roer, e não o cachorro a escolhe-los. A boa notícia é que existem muito boas opções para isso, e a melhor notícia é que, uma vez criado um hábito de roer apenas esses brinquedos designados pelos donos, esse será um hábito que se manterá mais tarde, mesmo quando o cachorro já tiver acesso mais ilimitado ao resto da casa. Voltando às necessidades. Se nessa área houver nada mais do que a cama do cachorro, um prato para a água, um ou dois brinquedos para roer e uma superfície porosa, colocada estrategicamente na ponta oposta em relação à cama, as probabilidades de o cachorro escolher esta superfície para se aliviar, por si só, sem auxílio nem supervisão dos donos, é muito grande.
Voltemos às probabilidades e às consequências: então, vejamos. Quando os donos estão presentes, o evento mais provável é (i); quando os donos não estão presentes, o evento mais provável é (ii). Relembrando as consequências: a consequência para (i) é positiva e memorável; a consequência para (ii) é neutra, mas necessária (moderadamente positiva). Se (iii) ou (iv) acontecerem, para citar (de cor) o próprio Ian Dunbar, “peguem num pedaço de jornal, enrolem-no de forma a ficar bem duro e batam… na vossa cabeça, pois portaram-se mal ao ponto de deixar que algo tão improvável acontecesse”. São tão improváveis quanto maior for o zelo dos donos e o seu rigor em seguir as instruções. E de tão improváveis, dificilmente irão criar um padrão e formar um hábito. Ainda mais, competindo com eventos muito mais prováveis, que, esses sim, se tornarão um hábito, porque devidamente reforçados por consequências positivas.
E depois vem a rua. Quer optemos pelo cenário 1, quer optemos pelo segundo cenário, aí por volta dos três meses surge um novo problema. Devido aos planos de saúde indicados pela maioria dos veterinários de hoje, os cachorros estão medicamente desaconselhados a saírem de casa antes de completarem o plano de vacinação, coisa que acontece aí por volta das 12 semanas, mais coisa menos coisa. E é justamente esta a altura em que o nosso cachorro, na melhor das hipóteses (ou seja, seguindo o segundo cenário), está a dominar a questão das necessidades. Justamente agora, os donos surgem com novas instruções: afinal não é aí que tens de fazer necessidades; é ali na rua, onde tu nunca estiveste e onde provavelmente, nos primeiros dias, vais estar meio assustado, meio excitado e muito pouco virado para novas instruções dos donos, que, aliás, se tornam inaudíveis perante uma maré de incríveis novidades que assaltam o cachorrito.
Como disse, esta fase apresenta um problema tanto para os cachorros que fazem xixi indiscriminadamente pela casa fora, quer para aqueles que fazem disciplinadamente no local correcto. De certa forma, estes segundos até terão mais dificuldades em começar a fazer na rua, pois têm um historial de reforço muito forte associado ao local anterior. Mas, como vamos ver, acho eu, os segundos têm uma enorme vantagem. Recordemos que os cachorros do primeiro cenário aprenderam a seguinte lei básica: é seguro fazer xixi longe do meu dono. Ora, quando sair à rua, adivinhem lá o que vai andar sempre anexado ao cachorro, por todo lado, a toda a hora: pois, o dono que não gosta que façam xixi ao lado dele. Ora, o mais seguro é ir aguentando a bexiguinha, que até já aguenta umas três horas na boa, e fazer quando chegarmos a casa. Já o cachorro do cenário 2, embora tenha um historial de reforço associado ao local lá de casa, também tem um historial de experiências positivas a fazer xixi ao lado do dono: lembrem-se da diferença de consequências altamente positivas do evento (i) e das consequências neutras ou moderadamente positivas do evento (ii). Não existem razões de “segurança” que façam o cachorro segurar-se por muito tempo. O cachorro lá acaba por fazer na rua, e o dono recompensa de forma ainda mais forte do que costumava fazer em casa. Ah, claro, o plano de levar o cachorro para o “novo” WC nas alturas críticas mantém-se, propiciando a probabilidade de o cachorro se aliviar na rua. Só que agora há algo que ajuda. Depois do xixi na rua, segue-se uma exploração por esse mundo novo, que será tão ou mais reforçador do que os pedaços de fígado que os donos acabaram de lhe dar.
Um bónus: duas estratégias extra que poderão ajudar na altura da transição para a rua: a) os WC designados dentro de casa deverão ser do material que, mais tarde, o cachorro deverá encontrar na rua; b) quando estiverem a praticar os xixis dentro de casa, e quando tiverem a certeza de que ele vai mesmo aliviar-se nos próximos segundos (depois de uns três ou quatro dias de prática, os donos vão começar a reconhecer os sinais), digam, imediatamente antes, uma deixa/comando perante o qual o cachorro vai interiorizar a seguinte sequência: “comando – acto de fazer xixi – recompensa”; a associação das recompensas ao comando (e não apenas ao acto) vão tornar mais fácil a comunicação na rua, onde apenas o local é diferente, mas o comando mantém-se igual.
Resumo, para quem não tiver pachorra para ler isto tudo:
• Esqueçam toda a ideia de que o cachorro tem algum tipo de agenda ideológica escondida por detrás do comportamento. Não dramatizem a questão. É só uma questão de saber comunicar as coisas. Nada mais.
• Não deixem o cachorro à solta pela casa de bexiga “não-vazia”
• Estipulem um plano de confinamento de curto prazo e outro de longo prazo para as vezes em que os donos estão ausentes
• Levem sistemática e frequentemente o vosso cachorro ao WC designado, nas alturas ajustadas (depois das refeições, depois dos sonos, depois das correrias)
• Recompensem fortemente os acertos
• Ignorem os enganos, pois os castigos, por uma questão de associação, levam a que o cachorro interprete mal a informação e estipule como seguro/correcto fazer o xixi longe do dono
• Retomem o processo praticamente desde o início quando passarem para a rua. Usem recompensas premium, ou seja, ainda melhores e mais memoráveis do que aquelas que usaram em casa.
• Quando bem implementada esta estratégia, qualquer erro do cão é na verdade um erro do dono, pelo que vão precisar de um jornal enrolado para bater na própria cabeça, como castigo do erro cometido.
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Excelente tópico!
Só tenho uma nota a acrescentar em correlação às recompensas… estas funcionaram muito bem neste campo com a minha patuda e na segunda semana já começou a dirigir-se ao tabuleiro (claro que ainda falhou muitas vezes, até porque aqui a asna resolveu logo mudar umas quantas vezes o sitio inicialmente estabelecido, e claro que regrediu sempre que o fazia,). Mas houve uma altura que tive de deixar de lhe dar recompensas e dar mesmo uma palmada! Porquê? Porque ela armou-se em inteligente! Vou passar a explicar…
Começou a fazer sempre certinha, até que comecei a aperceber-me que ela fazia questão que eu visse para a recompensar, ou seja, vinha ter comigo e dirigia-se para lá, e eu dizia –xixi- se não fosse com ela, pimba fazia fora do sitio, isto porque foi algumas vezes que eu não vi e claro que não lhe dava recompensa!
O mesmo se passou com o meu marido, ele nunca a recompensou só dizia -faz xixi, e fazia-lhe festas, pois a sacana apercebeu-se e com ele não fazia! Começou a e esperar por mim… até que a gota de água foi quando ela passou a dividir o mesmo xixi em 2vezes… ou seja, ia fazer metade do xixi, vinha toda eufórica pedir a recompensa e depois logo imediatamente a seguir ia fazer o resto do xixi
Pensei que fosse só daquela vez e dei a recompensa na mesma… mas qual quê! A segunda vez faz-me o mesmo, mas a segundo xixi não recompenso… a terceira vez faz o mesmo e o segundo xixi para o chão! Confesso, fiquei fula da vida! Andou assim alguns dias e disse –Parou! Acabou-se as recompensas e passou a levar uma palmada para aprender! Pois bem, até hoje não voltou a repetir a piada e perdeu as recompensas para este efeito… sacana do bitxo!
Pois bem, o que me aconteceu acredito que não seja a regra, mas cada cão é um cão e cabe a nós saber avaliar as situações e ver quando e como o devemos corrigir... em caso de não saber recorra sempre a um profissional
Só tenho uma nota a acrescentar em correlação às recompensas… estas funcionaram muito bem neste campo com a minha patuda e na segunda semana já começou a dirigir-se ao tabuleiro (claro que ainda falhou muitas vezes, até porque aqui a asna resolveu logo mudar umas quantas vezes o sitio inicialmente estabelecido, e claro que regrediu sempre que o fazia,). Mas houve uma altura que tive de deixar de lhe dar recompensas e dar mesmo uma palmada! Porquê? Porque ela armou-se em inteligente! Vou passar a explicar…
Começou a fazer sempre certinha, até que comecei a aperceber-me que ela fazia questão que eu visse para a recompensar, ou seja, vinha ter comigo e dirigia-se para lá, e eu dizia –xixi- se não fosse com ela, pimba fazia fora do sitio, isto porque foi algumas vezes que eu não vi e claro que não lhe dava recompensa!
O mesmo se passou com o meu marido, ele nunca a recompensou só dizia -faz xixi, e fazia-lhe festas, pois a sacana apercebeu-se e com ele não fazia! Começou a e esperar por mim… até que a gota de água foi quando ela passou a dividir o mesmo xixi em 2vezes… ou seja, ia fazer metade do xixi, vinha toda eufórica pedir a recompensa e depois logo imediatamente a seguir ia fazer o resto do xixi

Pensei que fosse só daquela vez e dei a recompensa na mesma… mas qual quê! A segunda vez faz-me o mesmo, mas a segundo xixi não recompenso… a terceira vez faz o mesmo e o segundo xixi para o chão! Confesso, fiquei fula da vida! Andou assim alguns dias e disse –Parou! Acabou-se as recompensas e passou a levar uma palmada para aprender! Pois bem, até hoje não voltou a repetir a piada e perdeu as recompensas para este efeito… sacana do bitxo!
Pois bem, o que me aconteceu acredito que não seja a regra, mas cada cão é um cão e cabe a nós saber avaliar as situações e ver quando e como o devemos corrigir... em caso de não saber recorra sempre a um profissional

<p class="MsoNormal">O que não nos mata, fortalece-nos!</p>
HMenezes, obrigado pelo feedback
Quanto ao caso qeu conta.
Um dos problemas está aqui:
Outro problema:
Repare: qual é o problema de a sua cadela vir ter consigo para a acompanhar ao local correcto? Não é justamente esse o objectivo? Isso é algo que nem sempre acontece; ela já vinha ter consigo para fazer os xixis. Isso é óptimo! Ou não?
E se nem sempre os donos estão perto dela quando ela faz, isso só quer dizer uma coisa: deixaram-na à solta, sem supervisão, com a bexiga cheia.
Outro problema:
Quanto ao caso qeu conta.
Um dos problemas está aqui:
Recompensou algo que não queria ver repetido.Começou a fazer sempre certinha, até que comecei a aperceber-me que ela fazia questão que eu visse para a recompensar, ou seja, vinha ter comigo e dirigia-se para lá, e eu dizia –xixi- se não fosse com ela, pimba fazia fora do sitio, isto porque foi algumas vezes que eu não vi e claro que não lhe dava recompensa!
O mesmo se passou com o meu marido, ele nunca a recompensou só dizia -faz xixi, e fazia-lhe festas, pois a sacana apercebeu-se e com ele não fazia! Começou a e esperar por mim… até que a gota de água foi quando ela passou a dividir o mesmo xixi em 2vezes… ou seja, ia fazer metade do xixi, vinha toda eufórica pedir a recompensa e depois logo imediatamente a seguir ia fazer o resto do xixi![]()
Pensei que fosse só daquela vez e dei a recompensa na mesma…
Outro problema:
Posso estar enganado, mas acho que aqui está latente, bem lá no fundo, a velha questão da luta de vontades e dos nossos cães nos estarem a passar a perna.Começou a fazer sempre certinha, até que comecei a aperceber-me que ela fazia questão que eu visse para a recompensar, ou seja, vinha ter comigo e dirigia-se para lá, e eu dizia –xixi- se não fosse com ela, pimba fazia fora do sitio, isto porque foi algumas vezes que eu não vi e claro que não lhe dava recompensa!
Repare: qual é o problema de a sua cadela vir ter consigo para a acompanhar ao local correcto? Não é justamente esse o objectivo? Isso é algo que nem sempre acontece; ela já vinha ter consigo para fazer os xixis. Isso é óptimo! Ou não?
E se nem sempre os donos estão perto dela quando ela faz, isso só quer dizer uma coisa: deixaram-na à solta, sem supervisão, com a bexiga cheia.
Outro problema:
Os membros da casa não faziam a mesma coisa, tornando todo o processo completamente confuso para a cadela e, no fundo, as atenções acabaram por se concentrar em algo que não era o fundamental.O mesmo se passou com o meu marido, ele nunca a recompensou só dizia -faz xixi, e fazia-lhe festas, pois a sacana apercebeu-se e com ele não fazia! Começou a e esperar por mim…
José,doglover80 Escreveu:http://arcadenoe.sapo.pt/article.php?id=685
já conhecia este seu texto, mas não daqui da arca. Já me tinha cruzado com ele no seu blog, há algum tempo. Nem conhecia a sua existência aqui na arca.
Como é óbvio, concordamos na maior parte das coisas. Por isso, mais vale falar nas diferenças.
1. Acho importante perder algum tempo para referir a orgânica que está por detrás da ideia de que é perigoso o dono castigar os erros. Simplesmente dizer que não se deve castigar é meio caminho andado para que se confunda isto com a ideia de que "se deve ignorar o mau comportamento dos cães", e por aí fora. E não é disso que se trata.
Por isso, acho importante que se compreenda a forma como o cachorro processa os elementos desta aprendizagem específica; daí o jogo das consequências, etc.
2. Não acho que um cachorro que faça as necessidades no local correcto 8 em cada 10 vezes SAIBA o que pretendemos. Se ele só acerta 8 em cada 10 vezes, isso quer dizer que os donos deram oportunidade para ele falhar 20% das vezes. E, como sabe, um erro praticado é um erro repetido no futuro. Remeto para a questão das consequências. Se o cachorro faz 20% das vezes fora do sítio, isso significa que ele ainda não chegou a fase que o José denomina como terceira fase.
Em suma, se o cachorro ainda não faz SEMPRE no local desejado, é porque ele ainda não adquiriu o desejo de fazer lá. E é isso que procuramos.
3. Consequentemente, castigar quando o cachorro não acerta significa que os donos permitiram que acontecesse um erro.
Mesmo que não haja palmada nem jornalada, há um castigo. E esse castigo está associado à presença do dono e não ao sítio incorrecto.
Repare: um dia de tarde ele faz no sítio X; não está ninguém, não há castigo, o sítio é seguro; nesse dia, à noite, ele faz no mesmo sítio, mas desta vez os donos estão lá e castigam. O que é que torna a coisa "insegura"? A presença do dono.
Ou seja, as mesmas razões que apontou para que não haja castigo na primeira fase aplicam-se agora, ainda.
4. Uma parte importante do que eu quis trazer neste tópico refere-se com as dificuldades que recentemente têm chegado aqui à arca e que dizem respeito à transição de fazer as necessidades em casa para fazê-las na rua.
5. Os passos sugeridos no seu texto pressupõem sempre a presença dos donos. É importante acautelar o período em que o cachorro fica sozinho em casa.
Só uma pequena achega.
tudo isso é possível e fazível, depois do canídeo ganhar o controlo da bexiga.
Não se pode nem se deve esperar muito até isso acontecer.
Há que ter paciência, deixá-lo desenvolver a coisa ir fazendo as coisas para o ir familiarizando com os "procedimentos".
Quando o canídeo já se conseguir controlar/retardar a coisa, então sim, é aplicar o que diz.
Parte do bom desenvolvimento geral, é lhes dar o que eles precisam e lhes dar o tempo tão necessário para eles assimilarem a coisa e desabrocharem da melhor forma possível.
E isso também é válido para os comandos, à excepção do não, os outros tem que esperar mais um pouco para serem implantados (aos 6/7 meses).
Exploração do meio e desafios mentais são preponderantes e os primeiros passos da socialização levam a primazia (pelo menos para mim)
A fase do medo não é mais que o processo de aprendizagem em curso.
E quando o tempo não leva o seu tempo, e as coisas feitas fora de tempo, mal feitas ou não são feitas, aí é que os problemas surgem.
tudo isso é possível e fazível, depois do canídeo ganhar o controlo da bexiga.
Não se pode nem se deve esperar muito até isso acontecer.
Há que ter paciência, deixá-lo desenvolver a coisa ir fazendo as coisas para o ir familiarizando com os "procedimentos".
Quando o canídeo já se conseguir controlar/retardar a coisa, então sim, é aplicar o que diz.
Parte do bom desenvolvimento geral, é lhes dar o que eles precisam e lhes dar o tempo tão necessário para eles assimilarem a coisa e desabrocharem da melhor forma possível.
E isso também é válido para os comandos, à excepção do não, os outros tem que esperar mais um pouco para serem implantados (aos 6/7 meses).
Exploração do meio e desafios mentais são preponderantes e os primeiros passos da socialização levam a primazia (pelo menos para mim)
A fase do medo não é mais que o processo de aprendizagem em curso.
E quando o tempo não leva o seu tempo, e as coisas feitas fora de tempo, mal feitas ou não são feitas, aí é que os problemas surgem.
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Sim, recompensei 1 vez e estava a recompensar o facto de ela ter feito no sitio certo e não 2 vezes… é de salientar que pensei que ela estava com um problema qq e quando fui ao veterinário ele avaliou-a e disse que não tinha nada, mas que se continuasse teria que se fazer exames… e de facto não tinha!
Quanto ao andar à solta, ela ainda hoje só tem acesso à varanda e cozinha, só vem para as outras divisões se convidada, por isso nunca ficou “à solta” e até aos 4 meses teve sempre acesso ao local para fazer as necessidades, a partir daí começou a ficar “presa” na cozinha e às horas certas leva-se à varanda ou à rua (com 4meses só aguenta 5 horas, caso se previsse que não dava nesse intervalo, deixávamos a porta da varanda entreaberta, mas ficou restrita em casa só à cozinha dos 4 aos 5 meses) agora anda cozinha e varanda sempre que quer, outras divisões só convidada. É de salientar que regrediu quando começou a ir à rua, nada que não se composse passados umas semanas (por isso pessoal que está nesta fase não desanimem
).
Em relação “a estarem a passar a perna” está coberta de razão, se há cão trapaceiro é ela… sempre pronta a ver se leva a dela avante. Agora esta numa fase (8 meses) de –Nem quero saber o que estas para aí a dizer… mas eu conheço-te!? É irritante, parece que está a regredir até em comandos que aos 2 meses já obedecia… enfim, fase que vai ter que passar espero…
ai ó pá, escrevo sempre tanto
Quanto ao andar à solta, ela ainda hoje só tem acesso à varanda e cozinha, só vem para as outras divisões se convidada, por isso nunca ficou “à solta” e até aos 4 meses teve sempre acesso ao local para fazer as necessidades, a partir daí começou a ficar “presa” na cozinha e às horas certas leva-se à varanda ou à rua (com 4meses só aguenta 5 horas, caso se previsse que não dava nesse intervalo, deixávamos a porta da varanda entreaberta, mas ficou restrita em casa só à cozinha dos 4 aos 5 meses) agora anda cozinha e varanda sempre que quer, outras divisões só convidada. É de salientar que regrediu quando começou a ir à rua, nada que não se composse passados umas semanas (por isso pessoal que está nesta fase não desanimem

Em relação “a estarem a passar a perna” está coberta de razão, se há cão trapaceiro é ela… sempre pronta a ver se leva a dela avante. Agora esta numa fase (8 meses) de –Nem quero saber o que estas para aí a dizer… mas eu conheço-te!? É irritante, parece que está a regredir até em comandos que aos 2 meses já obedecia… enfim, fase que vai ter que passar espero…
ai ó pá, escrevo sempre tanto

<p class="MsoNormal">O que não nos mata, fortalece-nos!</p>
Botas, se me permite, vou discordar de quase tudo o que escreveu...
Não tem grande mal, claro. Mas o que eu pretendo dizer, aqui, é que, ao contrário do que se pensa, não é uma inevitabilidade.
No mais, tal como disse antes, quando o cachorro chega a nossa casa, a menos que haja problemas de saúde, ele já aguenta naturalmente o tempo suficiente para aplicarmos esta metodologia.

Com dois meses de idade (e estou a partir do princípio que o cachorro não é mais novo do que isto, quando chega a casa dos seus donos), um cachorro aguenta duas horas, sem grande dificuldade. E as sugestões que eu fazia referiam levar o cachorro mais ou menos de hora em hora... Logo, não percebo onde está o problema.botas96 Escreveu:Só uma pequena achega.
tudo isso é possível e fazível, depois do canídeo ganhar o controlo da bexiga.
Não se pode nem se deve esperar muito até isso acontecer.
Isto é justamente aquilo a que me refiro bem no início do texto, e que chamo de atitude passiva. É possível tê-la, claro. A maior parte das pessoas tem-na. O resultado é andar uns mesitos de esfregona na mão.Há que ter paciência, deixá-lo desenvolver a coisa ir fazendo as coisas para o ir familiarizando com os "procedimentos".
Não tem grande mal, claro. Mas o que eu pretendo dizer, aqui, é que, ao contrário do que se pensa, não é uma inevitabilidade.
Se não aplicarmos isto desde logo, já vamos atrasados.Quando o canídeo já se conseguir controlar/retardar a coisa, então sim, é aplicar o que diz.
No mais, tal como disse antes, quando o cachorro chega a nossa casa, a menos que haja problemas de saúde, ele já aguenta naturalmente o tempo suficiente para aplicarmos esta metodologia.
Desculpe, mas isto já nem sequer é uma questão de opinião. Pensava que já se tinha desmistificado há muito a ideia de que ensinar comandos a um cachorro só é possível ou desejável a partir dos seis meses. Há mais de trinta anos que essa ideia está a ser desconstruída.E isso também é válido para os comandos, à excepção do não, os outros tem que esperar mais um pouco para serem implantados (aos 6/7 meses).
Completamente de acordo. Mas não é incompatível socializar o cachorro e ir ensinando outras coisas. É até conveniente que o façamos.Exploração do meio e desafios mentais são preponderantes e os primeiros passos da socialização levam a primazia (pelo menos para mim)
Não existe fase do medo. Se a socialização for feita correctamente, essa fase simplesmente não existe.A fase do medo não é mais que o processo de aprendizagem em curso.
Nisso também estamos de acordo, mas não me parece que haja uma só alma que discorde disso.E quando o tempo não leva o seu tempo, e as coisas feitas fora de tempo, mal feitas ou não são feitas, aí é que os problemas surgem.
Quem "decide" o que foi reforçado é o cão e não o dono. Não sei se me entende. Nós podemos querer estar a reforçar determinado comportamento, mas se o fizermos fora de tempo, podemos estar a reforçar outro, sem querer. É a experiência do cão e a forma como ele interioriza as consequências dos seus actos que vai determinar o que foi ou não reforçado.HMenezes Escreveu:Sim, recompensei 1 vez e estava a recompensar o facto de ela ter feito no sitio certo e não 2 vezes…
Mas o que eu queria era dar-lhe um exemplo da forma como às vezes não estamos a cumprir o plano, mesmo que achemos que estamos.
Quando eu falo em "andar à solta com bexiga cheia" refiro-me à falta de supervisão. E, para existirem vezes que a sua cadela fez xixi sem estar ninguém lá perto, é porque houve esses momentos de falta de supervisão.Quanto ao andar à solta, ela ainda hoje só tem acesso à varanda e cozinha, só vem para as outras divisões se convidada, por isso nunca ficou “à solta” e até aos 4 meses teve sempre acesso ao local para fazer as necessidades, a partir daí começou a ficar “presa” na cozinha e às horas certas leva-se à varanda ou à rua (com 4meses só aguenta 5 horas, caso se previsse que não dava nesse intervalo, deixávamos a porta da varanda entreaberta, mas ficou restrita em casa só à cozinha dos 4 aos 5 meses) agora anda cozinha e varanda sempre que quer, outras divisões só convidada.
Em relação ao acesso à totalidade ou parte da casa, isso é com os donos; a única cláusula é deixá-la à vontade com bexiga vazia!
Se calhar não fui suficientemente claro (sim, no masculino), mas quando eu referi isso do "passar a perna" era no sentido crítico.Em relação “a estarem a passar a perna” está coberta de razão, se há cão trapaceiro é ela… sempre pronta a ver se leva a dela avante. Agora esta numa fase (8 meses) de –Nem quero saber o que estas para aí a dizer… mas eu conheço-te!? É irritante, parece que está a regredir até em comandos que aos 2 meses já obedecia… enfim, fase que vai ter que passar espero…
é um defeito que partilhamos...ai ó pá, escrevo sempre tanto
Está no seu pleno direito e a falar é que "agente" se entende. Mas olhe que não estamos assim tão em desacordo.
Eu só quis complementar esse seu post, com algo que eu considero importante para obtenção de um cão equilibrado.
Respeitar o "breathing space" (tempo de assimilação e compreensão/habituação dos estímulos exteriores, fixação de comportamentos e capacidades sociais) do bicho em questão e ajustar tudo ao caso específico que temos em mão.
no meu ponto de vista e quanto ás necessidades, para mim é normal que um cão:
Faça tudo em casa
Faça tudo em casa depois de chegar da rua
Faça na rua.
Quando já fizer na rua mas se no caminho encontrar alguém e faça umas pinguinhas, ou quando chegar alguém a casa e descartando outras coisas, para mim é sinal de imaturidade.
não se pode exigir do cão um desempenho para o qual ainda não está apto para. Há que aguardar, fomentar/ir familiarizando, nunca forçar.
Se sou activo ou passivo, isso já não sei.
Mas o que sei é que o "treino do penico" mal feito, pode ser o abrir caminho para um cão inseguro, logo instável.
A fase dos medos, existe, sim senhor e é de extrema importância pois é nesta fase em que se bombardeia pelas primeiras vezes o cão com estímulos do nosso quotidiano e do mundo exterior, talvez seja nessa fase em que temos uma maior influência no fazer o cão, ou estragar o cão. Conforme a qualidade da nossa orientação.
As diferentes etapas de desenvolvimento, capitalizam sempre nas anteriores.
Portanto concordo com tudo o que disse, salvo a ressalva que fiz. E, tendo a consciência que nem todo o cão é o "lápis" mais "afiado" do "baralho".
o objectivo nesses casos não são inantigíveis no seu todo mas são mais trabalhosos.
pela mesma razão, concordo com o que foi dito aqui no tópico ao lado do york (medo e insegurança).
pela mesma razão, não acredito em cães de caça que não servem para caça.
Eu só quis complementar esse seu post, com algo que eu considero importante para obtenção de um cão equilibrado.
Respeitar o "breathing space" (tempo de assimilação e compreensão/habituação dos estímulos exteriores, fixação de comportamentos e capacidades sociais) do bicho em questão e ajustar tudo ao caso específico que temos em mão.
no meu ponto de vista e quanto ás necessidades, para mim é normal que um cão:
Faça tudo em casa
Faça tudo em casa depois de chegar da rua
Faça na rua.
Quando já fizer na rua mas se no caminho encontrar alguém e faça umas pinguinhas, ou quando chegar alguém a casa e descartando outras coisas, para mim é sinal de imaturidade.
não se pode exigir do cão um desempenho para o qual ainda não está apto para. Há que aguardar, fomentar/ir familiarizando, nunca forçar.
Se sou activo ou passivo, isso já não sei.
Mas o que sei é que o "treino do penico" mal feito, pode ser o abrir caminho para um cão inseguro, logo instável.
A fase dos medos, existe, sim senhor e é de extrema importância pois é nesta fase em que se bombardeia pelas primeiras vezes o cão com estímulos do nosso quotidiano e do mundo exterior, talvez seja nessa fase em que temos uma maior influência no fazer o cão, ou estragar o cão. Conforme a qualidade da nossa orientação.
As diferentes etapas de desenvolvimento, capitalizam sempre nas anteriores.
Portanto concordo com tudo o que disse, salvo a ressalva que fiz. E, tendo a consciência que nem todo o cão é o "lápis" mais "afiado" do "baralho".
o objectivo nesses casos não são inantigíveis no seu todo mas são mais trabalhosos.
pela mesma razão, concordo com o que foi dito aqui no tópico ao lado do york (medo e insegurança).
pela mesma razão, não acredito em cães de caça que não servem para caça.
Ok,botas96 Escreveu:Está no seu pleno direito e a falar é que "agente" se entende. Mas olhe que não estamos assim tão em desacordo.
Eu só quis complementar esse seu post, com algo que eu considero importante para obtenção de um cão equilibrado.
Respeitar o "breathing space" (tempo de assimilação e compreensão/habituação dos estímulos exteriores, fixação de comportamentos e capacidades sociais) do bicho em questão e ajustar tudo ao caso específico que temos em mão.
no meu ponto de vista e quanto ás necessidades, para mim é normal que um cão:
Faça tudo em casa
Faça tudo em casa depois de chegar da rua
Faça na rua.
Quando já fizer na rua mas se no caminho encontrar alguém e faça umas pinguinhas, ou quando chegar alguém a casa e descartando outras coisas, para mim é sinal de imaturidade.
não se pode exigir do cão um desempenho para o qual ainda não está apto para. Há que aguardar, fomentar/ir familiarizando, nunca forçar.
Se sou activo ou passivo, isso já não sei.
Mas o que sei é que o "treino do penico" mal feito, pode ser o abrir caminho para um cão inseguro, logo instável.
A fase dos medos, existe, sim senhor e é de extrema importância pois é nesta fase em que se bombardeia pelas primeiras vezes o cão com estímulos do nosso quotidiano e do mundo exterior, talvez seja nessa fase em que temos uma maior influência no fazer o cão, ou estragar o cão. Conforme a qualidade da nossa orientação.
As diferentes etapas de desenvolvimento, capitalizam sempre nas anteriores.
Portanto concordo com tudo o que disse, salvo a ressalva que fiz. E, tendo a consciência que nem todo o cão é o "lápis" mais "afiado" do "baralho".
o objectivo nesses casos não são inantigíveis no seu todo mas são mais trabalhosos.
pela mesma razão, concordo com o que foi dito aqui no tópico ao lado do york (medo e insegurança).
pela mesma razão, não acredito em cães de caça que não servem para caça.
talvez numa outra conversa o Botas me possa explicar melhor em que consiste esse período do medo. Tudo o que vejo da sua descrição refere-se ao período da sociabilização, que, se bem feito, nunca gera medo algum no cachorro, logo, não percebo o porquê de lhe chamar "período do medo".
Tem razão. É um hábito adquirido. Mas a melhor forma de enraizar esse hábito é fazer com que o cão queira e goste de fazer os xixi naquele sítio. Quando referi o desejo, foi no sentido mais básico de querer fazer o xixi num determinado sítio, por oposição a fazer lá umas vezes e outras não, que é sintoma de um tipo de aprendizagem mais indiferente do ponto de vista do cãoLuisSB Escreveu:Interessante, só em faz confusão uma coisa: Algum dia um cachorro fica com desejo de fazer as suas necessidades num determinado local? Tenho dúvidas que se trate de um desejo... não será apenas um hábito adquirido?
Em primeiro lugar, demonstrar o nosso desagrado não é um reforço negativo. É um castigo; e, dependendo do contexto, pode ser um castigo positivo ou castigo negativo. Mas isso pouco importa.Também não consigo perceber porque motivo não se deve mostrar ao cão o nosso desagrado. Qual o problema de utilizar reforços negativos?
Qual é o motivo, pergunta o Luís. Normalmente, devemos, sim, mostrar o nosso desagrado e mesmo castigar o mau comportamento (não por uma questão de justiça, mas por uma questão prática de aprendizagem). No entanto, neste caso em específico das necessidades, e pelas razões que já apresentei no primeiro "post" do tópico, as consequências do castigo podem ser (quase sempre o são) contraproducentes.