Antes de mais queria só dizer que não estou à procura de um diagnóstico, apenas gostava de ouvir pessoas que já estiveram na mesma situação que eu.
Tenho um cão com 7 anos que sempre teve alguns problemas de estômago até que há cerca de 1/2 meses para cá começou a engasgar-se muito enquanto comia ou bebia. Acabava por vomitar grande parte do que ingeria.
Quando fui à veterinária normal dele, ela disse-me que ele estava constipado, visto ter sido tosquiado há pouco tempo (o pêlo dele é como os goldens e tosquiámos curtinho pois estava a ficar calor, mas entretanto as temperaturas baixaram) e que aquilo era tosse ou uma infecção na garganta. Receitou uns comprimidos e um xarope para a tosse. Os sintomas, embora tivessem aliviado, não desapareceram totalmente e um mês depois decidi ir à faculdade de medicina veterinária com o pequeno.
Uma das coisas que a nova médica detectou imediatamente foi atrofia muscular nos músculos da cabeça. Eu já tinha reparado, mas simplesmente achava que era assim que ele era... Ele também perdeu algum peso, achávamos que era porque tínhamos cortado totalmente com os "petiscos" vindos do nosso prato, devido aos problemas do estômago dele. Ou seja, primeiro balanço, menos 2kg num ano e atrofia muscular.
Devido aos engasgos, fizemos um RX para despistar megaesófago. A doutora disse que apesar de parecer ter alguns contornos irregulares, não parecia ser um caso muito grave. Decidimos fazer uma ecografia para ver o estômago dele.
Na ecografia percebeu-se que as paredes do estômago eram um pouco irregulares e mais espessas, o que a doutora justificou como sendo uma gastrite crónica. Realmente ele sempre teve problemas de estômago e já há alguns largos meses que comia comida sensitive. Durante a ecografia também percebemos que ele tinha o baço extremamente aumentado e suspeitou-se de leishmaniose.
Fizemos logo a análise ao sangue e deu negativa. Decidimos fazer uma endoscopia para perceber se seria algum problema no trato digestivo... Só que quando tentaram entubá-lo, perceberam que ele tinha uma paralisia unilateral da laringe. Um dos lados da laringe não fecha, e por isso a água e a comida podem passar para as vias aéreas e daí os engasgos. Existe o risco de pneumonia por aspiração.
Ao perceber que tinha esse problema, não fizeram a endoscopia e optaram por fazer um TAC, percebi eu que era à procura de algum tumor. Não encontraram nada. Depois disso deram-lhe alguma comida com contraste e perceberam que ele tem duas bolsinhas no esófago, o que também não ajuda a que a comida vá até ao estômago. Fica ali nas bolsinhas e acaba por ser regurgitada, muito ajudada também pelos engasgos e tosse. Ou seja, também tem megaesófago, apesar de não muito pronunciado.
Trouxe-o ontem para casa e esta noite mal conseguimos dormir. Ele esteve sempre inquieto, notava-se que estava incomodado, estava em jejum de água e comida há praticamente 24 horas (12/14 horas antes da hora do procedimento, que foi 9 da manhã. Só fomos buscá-lo ao fim da tarde) e então estava esfomeado. Tentámos comida húmida, poucas quantidade, misturada com arroz, comida sólida, água... NADA ficou naquele estômago. Passou a noite a vomitar tudo o que comia. Ia beber um bocadinho de água e logo a seguir cuspia-a toda. O que ele vomita parece clara de ovo, é super viscoso e difícil de limpar. Para além disso parecia estar sempre com uma impressão na garganta, fazia barulho ao respirar. Quando conseguia adormecer ficava muito silencioso, mais do que o normal, nem ressonava, e ninguém naquela casa conseguiu dormir porque estávamos sempre a verificar se ainda respirava.
A médica não avançou com nenhum diagnóstico mas disse-nos que poderia ser uma inflamação nos nervos neurotransmissores. Falou em miastenia gravis, disse que era uma doença auto-imune e que o diagnóstico é difícil. Receitou cortisona e durante uma semana vai tomá-la para ver se o seu sistema imunitário pára de se atacar a ele próprio. Não sei o que vai acontecer se responder ao tratamento, nem o que vai acontecer se não responder... Ele quando saiu do hospital estava super nervoso e agitado, mexe-se bem, brinca com outros cães... Só ficou mais xoxinho quando não conseguia nem comer nem dormir.
Alguém já teve nesta situação? Conhece algum caso parecido? Não se apoquentem de contar as vossas histórias, mesmo que sejam más experiências, já li tanta coisa na net...

Obrigada.