A ética podre da eutanásia de alguns veterinários
Moderador: mcerqueira
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Ora muito bem.
Uma situação muito vulgar é quando um animal está demasiado doente, o veterinário equacionar a eutanásia.
No entanto, existe alguns que baseados na sua ética a recusam.
Isto leva-nos a situações complicadas.
1- Cães abandonados e doentes que as pessoas apanham e levam ao vet, e responsabilizam-se (a ssinando etrmo de responsabilidade) pelo seu abate.
Nesta situação, o médico-veterinário objector de consciência ao se recusar está a abrir portas para continuar o sofrimento ou uma forma de abate cruel. As pessoas recorreram a ele para uma soulção e ele renega-a e não lhes dá alternativa viável, que rseria uma de suas obrigações.
2- Complexo de : " porque é que este sacana não abate o animal no veterinário que o tratava ? "
Aqui é mais chato. Trata-se de dar injecção letal a um animal a que os donos levavam a outro veterinário, mas que muitas vezes por vergonha, vão a outro para o abater depois de ser desenganado.
Nesta situação é complicado na mesma. Geralmente estes donos pagam bem caro, incluindo exames para verificar se o abate é justificável, o que é correcto. No entanto, se não o fôr, que fazer ? A pessoa gasta dinheiro para tratar o animal que sofre e vai para casa mais leve da carteira e sem solução para o caso ? Mais um busílis.
Na minha opinião, quando uma pessoa recorre a veterinários para eutanásia deve ser sempre dada uma solução, as pessoas recorrem para isso e não para ver negada uma resolução do caso.
E ao menos uma morte misericordiosa.
Uma situação muito vulgar é quando um animal está demasiado doente, o veterinário equacionar a eutanásia.
No entanto, existe alguns que baseados na sua ética a recusam.
Isto leva-nos a situações complicadas.
1- Cães abandonados e doentes que as pessoas apanham e levam ao vet, e responsabilizam-se (a ssinando etrmo de responsabilidade) pelo seu abate.
Nesta situação, o médico-veterinário objector de consciência ao se recusar está a abrir portas para continuar o sofrimento ou uma forma de abate cruel. As pessoas recorreram a ele para uma soulção e ele renega-a e não lhes dá alternativa viável, que rseria uma de suas obrigações.
2- Complexo de : " porque é que este sacana não abate o animal no veterinário que o tratava ? "
Aqui é mais chato. Trata-se de dar injecção letal a um animal a que os donos levavam a outro veterinário, mas que muitas vezes por vergonha, vão a outro para o abater depois de ser desenganado.
Nesta situação é complicado na mesma. Geralmente estes donos pagam bem caro, incluindo exames para verificar se o abate é justificável, o que é correcto. No entanto, se não o fôr, que fazer ? A pessoa gasta dinheiro para tratar o animal que sofre e vai para casa mais leve da carteira e sem solução para o caso ? Mais um busílis.
Na minha opinião, quando uma pessoa recorre a veterinários para eutanásia deve ser sempre dada uma solução, as pessoas recorrem para isso e não para ver negada uma resolução do caso.
E ao menos uma morte misericordiosa.
<p><a href="http://www.antidoto-portugal.org">http://www.antidoto-portugal.org</a></p>
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Felizmente a minha veterinária concorda com a eutanásia... mais vale abreviar o sofrimento do companheiro e amigo.
Muitas vezes não são os veterinários mas os donos que atrazam o por a dormir do animal de companhia, ou agarrando-se à ténue esperança de que ainda seja possível salvar o companheiro, ou num egoismo compreensível de não querer perder o amigo.
Sou culpado desses dois crimes, de cada vez juro que não vou esperar tanto, mas de cada vez vou fazendo o mesmo... até hoje só valeu a pena num dos muitos cães que tive/tenho... foi o Athos, o doberman a que foi diagnosticado um cancro aos onze anos e que mandei operar (70% de risco) e que morreu de velho aos quase quinze... os outros, sei-o bem, foi mais egoismo da minha parte esperar, e no meu caso é pior porque sei bem as consequências para o animal... mea culpa, mea culpa... perdoem-me porque sou apenas humano.
Muitas vezes não são os veterinários mas os donos que atrazam o por a dormir do animal de companhia, ou agarrando-se à ténue esperança de que ainda seja possível salvar o companheiro, ou num egoismo compreensível de não querer perder o amigo.
Sou culpado desses dois crimes, de cada vez juro que não vou esperar tanto, mas de cada vez vou fazendo o mesmo... até hoje só valeu a pena num dos muitos cães que tive/tenho... foi o Athos, o doberman a que foi diagnosticado um cancro aos onze anos e que mandei operar (70% de risco) e que morreu de velho aos quase quinze... os outros, sei-o bem, foi mais egoismo da minha parte esperar, e no meu caso é pior porque sei bem as consequências para o animal... mea culpa, mea culpa... perdoem-me porque sou apenas humano.
<p>Gonçalo</p>
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E já agora, retirado do Brasil mas muito português...
"VIDA DE CÃO
Simone Barcelos Gutkoski
* Simone Barcelos Gutkoski é ex-veterinária do Centro de Zoonoses de Porto Alegre.
Entre suas funções estava a eutanásia (sacrifício) dos animais apreendidos.
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14h32m
“Canil Municipal, bom dia.”
“É daí que recolhem os cães ? Tem um cão com a pata toda comida na frente da minha casa, acho que é bicheira. Apareceu faz uns três dias e não levanta mais... Manda a carrocinha logo, por favor !”
“... o seu pedido é uma emergência e vai ser passado pelo rádio para que o recolhimento do animal seja feito ainda pela manhã.”
“Ai que bom, moça. A gente sofre vendo o bichinho sofrer, né ?! O que é que vocês fazem com eles depois, hein ? Sabão ?”
15h17min
“Central chamando Apreensão!!”
“Apreensão na escuta.”
“Tem um cão atropelado na Rua das Acácias. O animal está na calçada, ao lado do mercado Santos. Parece que está com a pata quebrada.”
“Ok. Entendido.”
17h
“Apreensão chamando Central !!”
“Central na escuta!”
“Avisa a veterinária que tem dois cães para eutanásia.”
“Ok.”
Na seringa, o sangue do animal misturava-se ao líquido letal incolor, espalhando-se como um manto vermelho. Ora era de um vermelho vivo – sangue de cão forte. Ora de uma cor pálida, alaranjanda – cão fraco, doente. Já perdera a conta de quantas já havia feito – talvez umas mil. A do dia era a 34ª - trigésima quarta. Sabia porque anotava cada uma na planilha de eutanásias: canino ou felino; macho ou fêmea; filhote, adulto ou idoso; apreensão, doação, maternidade ou cela coletiva. Gostava de anotar no espaço em branco uma observação: cadela prenhe, tumor de Sticker, cinomose, atropelado. Ajudava a dividir a culpa. Afinal, papel aceita tudo mesmo. Os humanos têm direito a atestado de óbito individualizado, padrão internacional. Os cães não. Seu ritual funerário é o transporte até um aterro sanitário onde decompõem-se junto às sobras da civilização urbana, enriquecendo o denso chorúmen.
A estas alturas já não sabia mais qual a denominação certa para a eliminação dos animais: eutanásia, sacrifício, execução, extermínio ou destruição. A literatura internacional dos livros e papers a deixava mais confusa ainda: elimination, killing, destruction, euthanasia, putting to sleep, putting down. Gostava de dizer eutanásia porque era uma palavra forte, chamava a atenção das pessoas, provocava. Palavra dolorida que já estava incorporada na rotina de trabalho, no seu dia-a-dia. Trabalho que ia muito além do sacrifício braçal. Consumia-lhe horas de brainstorm – monólogos intermináveis para tentar entender a aceitar aquela loucura banalizada – e horas de sono. Às vezes sonhava com uma pilha de cães mortos ou acordava ouvindo latidos. Na hora de fazer eutanásias, procurava ser a melhor possível para que fosse rápido e indolor para o animal. A vestimenta branca que utilizava, avental, gorro, máscara e luvas, além de ser um ritual médico-sanitário, despersonificava-a fazendo-lhe parecer uma máquina de injetar. Na hora de fazer, passava muita coisa pela cabeça. Teorias sobre a morte e a dor surgiam. Sabia que cada animal comprado nos anúncios dos classificados ou nas pets significava uma adoção a menos e uma eutanásia a mais. Na hora de fazer, sentia raiva das pessoas. Dos donos que entregavam os animais porque estavam velhos. Das pessoas que abandonavam na rua animais que tiveram uma casa, vasilha com água limpa e ração. O padrão racial não era impedimento para que os mesmos fossem descartados pelos donos no Canil Municipal – posto de entrega voluntária dos animais não mais desejados. Poodles branquinhos e cinzas, cocker caramelo, fila tigrado, rotweiller, pastor, husky e até akita ! Se não fossem adotados, em poucos dias adoeciam pelo ambiente infecto e pela depressão que os acometia. Alguns donos diziam: “ele apareceu lá em casa anteontem”. Ia ver, era um cão bem tratado, pêlo brilhoso e abanava a cauda para o dono mentiroso. Os sinais caninos não mentem. Outros donos confessavam: “comprei ele, mas não deu certo. Ele late muito e morde o sofá.” Para conveniência e praticidade dos humanos, as teorias comportamentais caninas e felinas eram ignoradas ou ridicularizadas. No cárcere canino, cada cão era uma história de vida a ser eliminada com uma injeção instantânea. Só nas celas coletivas, mais de 200 detentos caninos aguardando – sem saber – o dia em que partiriam para outra esfera. Sim, deveria existir no além do além um mundo menos cruel.
Uma das que mais lhe marcara foi a de um cãozinho atropelado. Era sexta-feira e como restavam pedidos de urgências não atendidos, fez-se um plantão noturno. Anoiteceu e na espera do veículo chegar, pensava nas tarefas domésticas. O tempo não passava e o estômago lhe doía pela fome. Já havia preparado todo o material: seringas, anestésicos, tranqüilizantes, mordaças. Quando a pick-up chegou, viu o animal no fundo da gaiola. Encolhido em sua dor, manifestava sua agonia através de um choro que parecia de gente. Teve vontade de gritar, sair correndo e levá-lo para um hospital. Mas as circunstâncias pediam outra atitude. Eu = boa; Tanathos – morte: morte boa. Já havia aprendido que para muitos animais a morte é a cura para a dor.
Naquela tarde, ainda aguardava a pick-up trazer dois cães para eutanásia. Já passava das cinco horas quando acompanhou o atropelado ser retirado da gaiola. O que de pior ainda poderia acontecer ao animal depois de ter sido alvo de um ser dito racional que fez de seu carro uma extensão do seu corpo e fúria ? E ser transportado ferido no camburão com outros caninos apreendidos, classificados como perigosos e ameaçadores à saúde da coletividade ? Ao entrar na sala de execução, o animal viu os cães mortos no chão, empilhados. Estava atento ao ambiente estranho, percebido pelos sons e cheiros. O sangue e os excrementos na mesa ao lado eram o registro da vítima anterior: cadela idosa, medo e dor. Sinais da comunicação canina. “Será que ela foi atropelada como eu ?”, deve ter pensado. Já com a boca devidamente amordaçada pelo funcionário, observava com os olhos assustados uma moça que vinha em sua direção. Sentiu uma picada no glúteo e começara a adormecer.
Circular entre os cadáveres e os seus excrementos, o cheiro fétido do ambiente e os latidos ensurdecedores exigiam-lhe um esforço em dobro. Não eram suficientes para tirar a sua concentração. Enquanto colocava o álcool iodado que ia se espalhando nos pêlos da pata dianteira até tocar a pele, a veterinária notou que o cão possuía no pescoço um sinal de sua desconhecida história: uma coleira de couro encardida. Os carrapatos minúsculos que circulavam entre os pêlos, eram os atores secundários da saga canina. Apertou-lhe a pata como um pedido de desculpa e um sinal de despedida. Os auxiliares aguardavam atentos o momento esperado. Garrote feito, veia saltada – punção certeira. Sentia perfeitamente a agulha perfurar o vaso. O sangue veio bem volumoso. Injetou devagar o líquido, enquanto observava o animal desfalecer. Em poucos instantes, que mais pareciam uma eternidade, o ser canino transformava-se em cadáver... Constatou a ausência de reflexo ocular e de batimentos cardíacos. Óbito confirmado. Dentro do avental branco, uma criatura anestesiada e dessensibilizada. Sentia que ao matar, também morria. Acondicionava a seringa utilizada no descartex amarelo. Mas onde despejar aquele sentimento de culpa, frustração e tristeza ? Descobrira que existe um tipo de lágrima que escorre por dentro, acumulando-se nos interstícios do corpo.
Enquanto percebia sua cervical dura e os dentes cerrados, anotava na planilha de eutanásias: cão macho, adulto, atropelado com fratura no membro posterior esquerdo, posterior insensível. Queria escrever algo mais para individualizar e humanizar o seu procedimento, mas faltava-lhe a palavra. Não sabia que o cão sacrificado um dia tivera um dono e um nome: era chamado por Valente.
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"VIDA DE CÃO
Simone Barcelos Gutkoski
* Simone Barcelos Gutkoski é ex-veterinária do Centro de Zoonoses de Porto Alegre.
Entre suas funções estava a eutanásia (sacrifício) dos animais apreendidos.
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14h32m
“Canil Municipal, bom dia.”
“É daí que recolhem os cães ? Tem um cão com a pata toda comida na frente da minha casa, acho que é bicheira. Apareceu faz uns três dias e não levanta mais... Manda a carrocinha logo, por favor !”
“... o seu pedido é uma emergência e vai ser passado pelo rádio para que o recolhimento do animal seja feito ainda pela manhã.”
“Ai que bom, moça. A gente sofre vendo o bichinho sofrer, né ?! O que é que vocês fazem com eles depois, hein ? Sabão ?”
15h17min
“Central chamando Apreensão!!”
“Apreensão na escuta.”
“Tem um cão atropelado na Rua das Acácias. O animal está na calçada, ao lado do mercado Santos. Parece que está com a pata quebrada.”
“Ok. Entendido.”
17h
“Apreensão chamando Central !!”
“Central na escuta!”
“Avisa a veterinária que tem dois cães para eutanásia.”
“Ok.”
Na seringa, o sangue do animal misturava-se ao líquido letal incolor, espalhando-se como um manto vermelho. Ora era de um vermelho vivo – sangue de cão forte. Ora de uma cor pálida, alaranjanda – cão fraco, doente. Já perdera a conta de quantas já havia feito – talvez umas mil. A do dia era a 34ª - trigésima quarta. Sabia porque anotava cada uma na planilha de eutanásias: canino ou felino; macho ou fêmea; filhote, adulto ou idoso; apreensão, doação, maternidade ou cela coletiva. Gostava de anotar no espaço em branco uma observação: cadela prenhe, tumor de Sticker, cinomose, atropelado. Ajudava a dividir a culpa. Afinal, papel aceita tudo mesmo. Os humanos têm direito a atestado de óbito individualizado, padrão internacional. Os cães não. Seu ritual funerário é o transporte até um aterro sanitário onde decompõem-se junto às sobras da civilização urbana, enriquecendo o denso chorúmen.
A estas alturas já não sabia mais qual a denominação certa para a eliminação dos animais: eutanásia, sacrifício, execução, extermínio ou destruição. A literatura internacional dos livros e papers a deixava mais confusa ainda: elimination, killing, destruction, euthanasia, putting to sleep, putting down. Gostava de dizer eutanásia porque era uma palavra forte, chamava a atenção das pessoas, provocava. Palavra dolorida que já estava incorporada na rotina de trabalho, no seu dia-a-dia. Trabalho que ia muito além do sacrifício braçal. Consumia-lhe horas de brainstorm – monólogos intermináveis para tentar entender a aceitar aquela loucura banalizada – e horas de sono. Às vezes sonhava com uma pilha de cães mortos ou acordava ouvindo latidos. Na hora de fazer eutanásias, procurava ser a melhor possível para que fosse rápido e indolor para o animal. A vestimenta branca que utilizava, avental, gorro, máscara e luvas, além de ser um ritual médico-sanitário, despersonificava-a fazendo-lhe parecer uma máquina de injetar. Na hora de fazer, passava muita coisa pela cabeça. Teorias sobre a morte e a dor surgiam. Sabia que cada animal comprado nos anúncios dos classificados ou nas pets significava uma adoção a menos e uma eutanásia a mais. Na hora de fazer, sentia raiva das pessoas. Dos donos que entregavam os animais porque estavam velhos. Das pessoas que abandonavam na rua animais que tiveram uma casa, vasilha com água limpa e ração. O padrão racial não era impedimento para que os mesmos fossem descartados pelos donos no Canil Municipal – posto de entrega voluntária dos animais não mais desejados. Poodles branquinhos e cinzas, cocker caramelo, fila tigrado, rotweiller, pastor, husky e até akita ! Se não fossem adotados, em poucos dias adoeciam pelo ambiente infecto e pela depressão que os acometia. Alguns donos diziam: “ele apareceu lá em casa anteontem”. Ia ver, era um cão bem tratado, pêlo brilhoso e abanava a cauda para o dono mentiroso. Os sinais caninos não mentem. Outros donos confessavam: “comprei ele, mas não deu certo. Ele late muito e morde o sofá.” Para conveniência e praticidade dos humanos, as teorias comportamentais caninas e felinas eram ignoradas ou ridicularizadas. No cárcere canino, cada cão era uma história de vida a ser eliminada com uma injeção instantânea. Só nas celas coletivas, mais de 200 detentos caninos aguardando – sem saber – o dia em que partiriam para outra esfera. Sim, deveria existir no além do além um mundo menos cruel.
Uma das que mais lhe marcara foi a de um cãozinho atropelado. Era sexta-feira e como restavam pedidos de urgências não atendidos, fez-se um plantão noturno. Anoiteceu e na espera do veículo chegar, pensava nas tarefas domésticas. O tempo não passava e o estômago lhe doía pela fome. Já havia preparado todo o material: seringas, anestésicos, tranqüilizantes, mordaças. Quando a pick-up chegou, viu o animal no fundo da gaiola. Encolhido em sua dor, manifestava sua agonia através de um choro que parecia de gente. Teve vontade de gritar, sair correndo e levá-lo para um hospital. Mas as circunstâncias pediam outra atitude. Eu = boa; Tanathos – morte: morte boa. Já havia aprendido que para muitos animais a morte é a cura para a dor.
Naquela tarde, ainda aguardava a pick-up trazer dois cães para eutanásia. Já passava das cinco horas quando acompanhou o atropelado ser retirado da gaiola. O que de pior ainda poderia acontecer ao animal depois de ter sido alvo de um ser dito racional que fez de seu carro uma extensão do seu corpo e fúria ? E ser transportado ferido no camburão com outros caninos apreendidos, classificados como perigosos e ameaçadores à saúde da coletividade ? Ao entrar na sala de execução, o animal viu os cães mortos no chão, empilhados. Estava atento ao ambiente estranho, percebido pelos sons e cheiros. O sangue e os excrementos na mesa ao lado eram o registro da vítima anterior: cadela idosa, medo e dor. Sinais da comunicação canina. “Será que ela foi atropelada como eu ?”, deve ter pensado. Já com a boca devidamente amordaçada pelo funcionário, observava com os olhos assustados uma moça que vinha em sua direção. Sentiu uma picada no glúteo e começara a adormecer.
Circular entre os cadáveres e os seus excrementos, o cheiro fétido do ambiente e os latidos ensurdecedores exigiam-lhe um esforço em dobro. Não eram suficientes para tirar a sua concentração. Enquanto colocava o álcool iodado que ia se espalhando nos pêlos da pata dianteira até tocar a pele, a veterinária notou que o cão possuía no pescoço um sinal de sua desconhecida história: uma coleira de couro encardida. Os carrapatos minúsculos que circulavam entre os pêlos, eram os atores secundários da saga canina. Apertou-lhe a pata como um pedido de desculpa e um sinal de despedida. Os auxiliares aguardavam atentos o momento esperado. Garrote feito, veia saltada – punção certeira. Sentia perfeitamente a agulha perfurar o vaso. O sangue veio bem volumoso. Injetou devagar o líquido, enquanto observava o animal desfalecer. Em poucos instantes, que mais pareciam uma eternidade, o ser canino transformava-se em cadáver... Constatou a ausência de reflexo ocular e de batimentos cardíacos. Óbito confirmado. Dentro do avental branco, uma criatura anestesiada e dessensibilizada. Sentia que ao matar, também morria. Acondicionava a seringa utilizada no descartex amarelo. Mas onde despejar aquele sentimento de culpa, frustração e tristeza ? Descobrira que existe um tipo de lágrima que escorre por dentro, acumulando-se nos interstícios do corpo.
Enquanto percebia sua cervical dura e os dentes cerrados, anotava na planilha de eutanásias: cão macho, adulto, atropelado com fratura no membro posterior esquerdo, posterior insensível. Queria escrever algo mais para individualizar e humanizar o seu procedimento, mas faltava-lhe a palavra. Não sabia que o cão sacrificado um dia tivera um dono e um nome: era chamado por Valente.
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Para mim a eutanásia só deveria ser praticada quando não há outra alternativa, em casos que nada mais há a fazer...uma morte pacifica em vez de uma morte sofrida.
Quanto ao resto...é triste...
O Homem, esse ser superior e inteligente, com uma capacidade quase ilimitada e de talentos vários, acaba por de preocupar mais com a morte do que com a vida...vive mais a morte e o seu significado do que vive a vida e a celebra...vivemos numa sociedade que pouco evoluiu...continuamos bárbaros e morreremos bárbaros, apenas alterámos e sofisticamos as nossas perversidades...nada mais. Se não há respeito pelo próprio ser humano, como poderá haver respeito pelos outros animais??
Quanto ao resto...é triste...
O Homem, esse ser superior e inteligente, com uma capacidade quase ilimitada e de talentos vários, acaba por de preocupar mais com a morte do que com a vida...vive mais a morte e o seu significado do que vive a vida e a celebra...vivemos numa sociedade que pouco evoluiu...continuamos bárbaros e morreremos bárbaros, apenas alterámos e sofisticamos as nossas perversidades...nada mais. Se não há respeito pelo próprio ser humano, como poderá haver respeito pelos outros animais??
<p><strong>Saudações!</strong></p>
<p><strong>Cristina Paulo</strong></p>
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<p><strong>Cristina Paulo</strong></p>
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Olá
Pois para mim o problema real não é tomar essa decisão, talvez por frieza minha inconsciente , pq me custa mto mais ver um animal sem qualidade de vida do que por egoismo de não querer tomar a decisão da eutanasia continue fazendo para que ele se "arraste" dia após dia até a morte o vir buscar. O que me preocupa mesmo são maus vets que diagnosticam doenças graves sem terem a certeza do que estão a afirmar colocando assim em perigo a vida de um animal saudavel colocando assim a eutanasia na linha da frente.
Infelizmente já tive que tomar por diversas vezes a eutanasia como solução e custou.me mto mas se tiver que o fazer novamente não irei hasitar é preciso é ter a certeza por parte do vet que não há mesmo nada a fazer e também que a minha consciência me mostre o caminho mais certo a seguir.
Sandra Albuquerque
Pois para mim o problema real não é tomar essa decisão, talvez por frieza minha inconsciente , pq me custa mto mais ver um animal sem qualidade de vida do que por egoismo de não querer tomar a decisão da eutanasia continue fazendo para que ele se "arraste" dia após dia até a morte o vir buscar. O que me preocupa mesmo são maus vets que diagnosticam doenças graves sem terem a certeza do que estão a afirmar colocando assim em perigo a vida de um animal saudavel colocando assim a eutanasia na linha da frente.
Infelizmente já tive que tomar por diversas vezes a eutanasia como solução e custou.me mto mas se tiver que o fazer novamente não irei hasitar é preciso é ter a certeza por parte do vet que não há mesmo nada a fazer e também que a minha consciência me mostre o caminho mais certo a seguir.
Sandra Albuquerque
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. O padrão racial não era impedimento para que os mesmos fossem descartados pelos donos no Canil Municipal – posto de entrega voluntária dos animais não mais desejados. Poodles branquinhos e cinzas, cocker caramelo, fila tigrado, rotweiller, pastor, husky e até akita ! Se não fossem adotados, em poucos dias adoeciam pelo ambiente infecto e pela depressão que os acometia
Olá
Alguém devia refletir nesta descrição. Afinal é o dia a dia num canil de recolha ...
Última edição por gary em sábado dez 27, 2003 4:44 pm, editado 1 vez no total.
Um abraço
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por muito que custasse e tivesse chorado baba e ranho, não tive outro remédio senão pôr os gatos velhotes a dormir. só um doido e sádico pensaria na sua recuperação. mas deixei até à última. quanto ao serafim,
já sabem. não me conformava a perder um animal que nem 1 ano tinha. a vet chegou a perguntar se não seria teimosia continuar a deixá-lo vivo. bendita teimosia. se o mandasse abater.... teve sorte o rapazote
já sabem. não me conformava a perder um animal que nem 1 ano tinha. a vet chegou a perguntar se não seria teimosia continuar a deixá-lo vivo. bendita teimosia. se o mandasse abater.... teve sorte o rapazote

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há os que a questionam e ainda há os que a consideram como solução para todos os males caninos e humanos...CasadeAnaval Escreveu: Ora muito bem.
Uma situação muito vulgar é quando um animal está demasiado doente, o veterinário equacionar a eutanásia.
No entanto, existe alguns que baseados na sua ética a recusam.
Isto leva-nos a situações complicadas.
Tenho conhecimento de um veterinário municipal que nas suas consultas já sugeriu aos donos de animais portadores de leishmainiose a eutanásia!! isto sim é vergonhoso, nem sequer há a decência de imformar de tratamentos existentes no mercado que controlem o nível das leishmanias!
Pior:
o mesmo veterinário já aconselhou vários donos a deixar os cães presos a uma arvore para não ter o trabalho de os eutanasiar!!

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Megaran Escreveu:
Pior:
o mesmo veterinário já aconselhou vários donos a deixar os cães presos a uma arvore para não ter o trabalho de os eutanasiar!!![]()
Eu não percebo muito disso mas não é possível que tal vet. seja sancionado?
Como é possível um vet dizer isso?
Deve ser daqueles que só o são por dinheiro





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- Localização: cães e gatos
Olá
Já tive de “decidir” a vida de um animal e posso garantir que não é nada fácil. Foi muito ponderada, pela minha parte e pela parte do veterinário, fizemos tudo o que podíamos pelos animais que tiveram este triste fim e só em último recurso é que recorremos á eutanásia.
Posso dizer que foi uma morte digna, devido ao grande sofrimento em que se encontravam.
Voltaria a faze-lo se isso fosse preciso e as condições assim o ditassem, mas tem de se encontrar uma grande certeza para tão grande passo e mesmo assim fica sempre uma grande dúvida.
Já tive de “decidir” a vida de um animal e posso garantir que não é nada fácil. Foi muito ponderada, pela minha parte e pela parte do veterinário, fizemos tudo o que podíamos pelos animais que tiveram este triste fim e só em último recurso é que recorremos á eutanásia.
Posso dizer que foi uma morte digna, devido ao grande sofrimento em que se encontravam.
Voltaria a faze-lo se isso fosse preciso e as condições assim o ditassem, mas tem de se encontrar uma grande certeza para tão grande passo e mesmo assim fica sempre uma grande dúvida.
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Megaran Escreveu:
Pior:
o mesmo veterinário já aconselhou vários donos a deixar os cães presos a uma arvore para não ter o trabalho de os eutanasiar!!![]()





Bem...esta é daquelas coisas que custam a assimilar... mas como já ouvi de tudo...já nem sei que diga...!
Leonilde
<p>Desejo a mesma sorte, que a triste sorte dos animais que nao sejam ajudados por quem nao deixa que se os ajude. Autor desconhecido</p>
<p> </p>
<p>-------------------------------------------------------------</p>
<p>Regurgito nas postas de pescada dos arrotadores. Autor desconhecido</p>
<p> </p>
<p> </p>
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<p>-------------------------------------------------------------</p>
<p>Regurgito nas postas de pescada dos arrotadores. Autor desconhecido</p>
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- Registado: segunda nov 17, 2003 8:23 pm
- Localização: Gatas: Morgana e Adowa; Cadelas: Sioux e Shaka
Esta é a história triste do meu cão:
Fui buscá-lo à União Zoófila quando cachorro e passou a viver num apartamento em Lisboa (quando eu lá morava), mas nunca foi feliz. Era um cão demasiado activo e forte, que não suportava ficar só (quando todos tinhamos que trabalhar ou estudar) e que, quando ia à rua queria correr desenfreadamente, tornando-se difícil acompanhá-lo à trela.
Durante sete anos viveu connosco nesse apartamento mas, com o tempo passou a ficar agressivo para com as pessoas na rua (atirava-se inesperadamente e começámos a ficar com receio que mordesse alguém) e ladrava imenso em casa (entrou em stress). Como já não morava em Lisboa (ele estava com os meus pais), resolvi que a situação se estava a tornar insustentável e procurei junto às pessoas conhecidas alguma que quisesse ficar com o cão e o pudesse estimar (eu tinha apenas um quintal pequeno e também estava bastante tempo fora de casa). Mas tão pouco que conhecemos as pessoas...
Ora o dito marido de uma colega de trabalho disse que precisava de um cão para guardar uns armazéns de arroz, por acaso na vila onde resido, e que o meu cão iria ter a companhia de uma cadela. Fui ver o espaço (enorme) e os cães ficavam abrigados, por isso pareceu-me uma boa opção.
Trouxe então o cão de Lisboa e este pareceu feliz naquele espaço enorme, correndo imenso e ladrando à sua vontade. Pelo sim, pelo não, quase todos os dias (a partir dessa data) ia lá vê-lo e, quando estava gente podia entrar e brincar com o cão. Parecia estar tudo bem!
Com o tempo comecei a ter dificuldade em ver o cão, ora porque ele não vinha ao portão, ora porque não estava ninguém para eu poder entrar. Comecei a ficar preocupada. Passei a ir lá com mais frequência e comecei a perceber que o «meu» cão estava magro (assim com a cadela) e coxeava, estando com um ar muito triste. Comecei então a levar comida às escondidas, que os cães comiam sofregamente.
De tantas vezes que lá passei, encontrei finalmente um empregado que me contou toda a verdade:
O meu cão passava fome (estava às vezes 3 e 4 dias sem comer) e parecia estar com uma qualquer doença.
Fiquei aflita e, com alguma paciência e tempo consegui convencer a empregado a deixar-me trazer o cão, que diria ao patrão que o tinha encontrado morto e o tinha atirado para uma vala. Só não pude trazer a cadela mas o senhor prometeu-me cuidar dela.
Fui então ao veterinário, em que o veredicto foi:
1. O cão estava subnutrido (embora melhor com os meus cuidados);
2. Tinha sido atropelado e tinha parte dos ossos das patas traseiras esmigalhados (nem sei como se mantinha de pé);
3. Tinha Leishmaniose.
Bem, a partir daí foi ver o meu cão «morrer» a cada dia, com dores terríveis, uma magreza indecritível, perdendo a capacidade de se pôr de pé, a alegria de viver. Na rua caia frequentemente e até chegou a ter ataques estranhos.
Sem mais capacidade para ver o animal sofrer levei-o para a «MORTE», a tal injecção letal...
Não me arrependo mas choro...
P.S. Cuidado a quem se entregam os animais para adopção. Espero que sejam mais felizes que o meu.
Fui buscá-lo à União Zoófila quando cachorro e passou a viver num apartamento em Lisboa (quando eu lá morava), mas nunca foi feliz. Era um cão demasiado activo e forte, que não suportava ficar só (quando todos tinhamos que trabalhar ou estudar) e que, quando ia à rua queria correr desenfreadamente, tornando-se difícil acompanhá-lo à trela.
Durante sete anos viveu connosco nesse apartamento mas, com o tempo passou a ficar agressivo para com as pessoas na rua (atirava-se inesperadamente e começámos a ficar com receio que mordesse alguém) e ladrava imenso em casa (entrou em stress). Como já não morava em Lisboa (ele estava com os meus pais), resolvi que a situação se estava a tornar insustentável e procurei junto às pessoas conhecidas alguma que quisesse ficar com o cão e o pudesse estimar (eu tinha apenas um quintal pequeno e também estava bastante tempo fora de casa). Mas tão pouco que conhecemos as pessoas...


Ora o dito marido de uma colega de trabalho disse que precisava de um cão para guardar uns armazéns de arroz, por acaso na vila onde resido, e que o meu cão iria ter a companhia de uma cadela. Fui ver o espaço (enorme) e os cães ficavam abrigados, por isso pareceu-me uma boa opção.
Trouxe então o cão de Lisboa e este pareceu feliz naquele espaço enorme, correndo imenso e ladrando à sua vontade. Pelo sim, pelo não, quase todos os dias (a partir dessa data) ia lá vê-lo e, quando estava gente podia entrar e brincar com o cão. Parecia estar tudo bem!
Com o tempo comecei a ter dificuldade em ver o cão, ora porque ele não vinha ao portão, ora porque não estava ninguém para eu poder entrar. Comecei a ficar preocupada. Passei a ir lá com mais frequência e comecei a perceber que o «meu» cão estava magro (assim com a cadela) e coxeava, estando com um ar muito triste. Comecei então a levar comida às escondidas, que os cães comiam sofregamente.
De tantas vezes que lá passei, encontrei finalmente um empregado que me contou toda a verdade:
O meu cão passava fome (estava às vezes 3 e 4 dias sem comer) e parecia estar com uma qualquer doença.
Fiquei aflita e, com alguma paciência e tempo consegui convencer a empregado a deixar-me trazer o cão, que diria ao patrão que o tinha encontrado morto e o tinha atirado para uma vala. Só não pude trazer a cadela mas o senhor prometeu-me cuidar dela.
Fui então ao veterinário, em que o veredicto foi:
1. O cão estava subnutrido (embora melhor com os meus cuidados);
2. Tinha sido atropelado e tinha parte dos ossos das patas traseiras esmigalhados (nem sei como se mantinha de pé);
3. Tinha Leishmaniose.
Bem, a partir daí foi ver o meu cão «morrer» a cada dia, com dores terríveis, uma magreza indecritível, perdendo a capacidade de se pôr de pé, a alegria de viver. Na rua caia frequentemente e até chegou a ter ataques estranhos.
Sem mais capacidade para ver o animal sofrer levei-o para a «MORTE», a tal injecção letal...
Não me arrependo mas choro...



P.S. Cuidado a quem se entregam os animais para adopção. Espero que sejam mais felizes que o meu.
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- Membro Veterano
- Mensagens: 304
- Registado: segunda jan 01, 2001 12:00 am
- Localização: Chihuahuas
Isto é verdade, embora contado com acentuada ironia...
Ora vejamos a coisa do ponto de vista comercial:
Soube de um caso de um veterinário, que protelou muito para além do admissível a eutanásia de uma cadela.
Porquê?
Porque, os donos, no seu desespero, gastavam tudo o que tinham e o que não tinham, para a manter viva, iliudidos pelo ilustre veterinário, enquanto a cadela sofria pavorosamente...
Sofre a cadela, sofreram os donos, e o o dito veterinário, meteu ao bolso uma considerável quantia de €, e por fim, iluminado por uma caridade extrema (pois via a cadela a morrer a cada instante), lá se resolveu a sugerir uma eutanásia piedosa!
É claro que foi tão generoso que não quis receber imediatamente o valor da eutanásia aos donos, dando-lhes tempo para recuperar do desgosto, e assim, lhe ficarem eternamente gratos por tal gesto de bondade, a pontos de quando considerarem adquirir outro animal, voltarem ao mesmo veterinário.
Entretanto, este comovente história, corre todo o bairro, induzindo novos donos a tornarem-se clientes do tão altruísta veterinário...
Ora vejamos a coisa do ponto de vista comercial:
Soube de um caso de um veterinário, que protelou muito para além do admissível a eutanásia de uma cadela.
Porquê?
Porque, os donos, no seu desespero, gastavam tudo o que tinham e o que não tinham, para a manter viva, iliudidos pelo ilustre veterinário, enquanto a cadela sofria pavorosamente...
Sofre a cadela, sofreram os donos, e o o dito veterinário, meteu ao bolso uma considerável quantia de €, e por fim, iluminado por uma caridade extrema (pois via a cadela a morrer a cada instante), lá se resolveu a sugerir uma eutanásia piedosa!
É claro que foi tão generoso que não quis receber imediatamente o valor da eutanásia aos donos, dando-lhes tempo para recuperar do desgosto, e assim, lhe ficarem eternamente gratos por tal gesto de bondade, a pontos de quando considerarem adquirir outro animal, voltarem ao mesmo veterinário.
Entretanto, este comovente história, corre todo o bairro, induzindo novos donos a tornarem-se clientes do tão altruísta veterinário...