LFGomes, sei que dizem ser muito raro, mas a minha experência directa diz-me que não é tão raro como isso. Até em Golden Retriever eu já vi o que julgo ser Rage Syndrome.
Como escrevi, o meu caso iniciou-se há mais de 30 anos e a partir daí fui conhecendo, ao vivo, imensos Cockers dourados com problemas em tudo semelhantes: agressão vinda do nada, extremamente violenta, com dilatação das pupilas, sem aviso, sem motivo. E incontrolável.
Falei apenas com um criador, já nem me recordo o nome, e ele disse-me que tinha deixado de criar dourados porque os problemas eram mais que muitos.
Agora não faço ideia de como esteja a situação, mas há uns anos praticamente não vias dourados em exposição.
É dificil para quem nunca viu entender, eu sei. Mas vivi quase 18 anos com o problema e tenho a certeza absoluta que ela noutras mãos teria sido, e com toda a razão, eutanasiada.
E garanto-te que ali não havia nada a fazer, nem treinos, nem medicação, nem mudanças. Nada. A cadela era doida, como há humanos doidos. Se alguma vez contactaste com um animal insano, entendes o que estou a dizer. A maioria das pessoas nunca viu nenhum e ainda bem.
Cocker Spaniel Bipolar
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riov90, sinceramente pelo que relata surgem-me varias flags, não só pelo que foi feito mas também porque me parece que ele nunca foi corretamente diagnosticado (não estou a dizer que é culpa sua).
Provavelmente, andaram com a teoria do positivismo e quando perceberam que afinal o que o cão tinha era areia a mais para a camioneta deles, desistiram.
Afinal qual é mesmo o problema do cão? Que avaliações foram feitas? Em que moldes? Por quem? QUAIS FORAM OS PROTOCOLOS COLOCADOS EM PRÁTICA E O QUE SE PRETENDIA COM ESSAS AÇÕES? Você tem os relatórios dos treinadores?
Estas questões que estou a colocar são questões que você deve colocar para perceber se a ajuda que o seu cão teve foi a mais adequada.
Há outros fármacos, embora efetivamente esse seja o mais usado…
Não sei se me estou a repetir, mas o mais importante para o tratar é diagnosticar corretamente a patologia (senão é a mesma coisa que tratar diabetes quando a pessoa tem enxaquecas). Se acho que isso foi feito? Pelos dados que me dá, não, não acho.
Também não acho que os métodos do apresentador da tv resolvem porque para mim não fazem sentido nenhum, mas existem 4 quadrantes no condicionamento operante, há alternativas.
Se é intratável, talvez… mas não creio que tenham chegado a essa conclusão tendo por base a informação adequada.
Provavelmente, andaram com a teoria do positivismo e quando perceberam que afinal o que o cão tinha era areia a mais para a camioneta deles, desistiram.
Afinal qual é mesmo o problema do cão? Que avaliações foram feitas? Em que moldes? Por quem? QUAIS FORAM OS PROTOCOLOS COLOCADOS EM PRÁTICA E O QUE SE PRETENDIA COM ESSAS AÇÕES? Você tem os relatórios dos treinadores?
Estas questões que estou a colocar são questões que você deve colocar para perceber se a ajuda que o seu cão teve foi a mais adequada.
Há outros fármacos, embora efetivamente esse seja o mais usado…
Não sei se me estou a repetir, mas o mais importante para o tratar é diagnosticar corretamente a patologia (senão é a mesma coisa que tratar diabetes quando a pessoa tem enxaquecas). Se acho que isso foi feito? Pelos dados que me dá, não, não acho.
Também não acho que os métodos do apresentador da tv resolvem porque para mim não fazem sentido nenhum, mas existem 4 quadrantes no condicionamento operante, há alternativas.
Se é intratável, talvez… mas não creio que tenham chegado a essa conclusão tendo por base a informação adequada.
"He is your friend, your partner, your defender, your dog. You are his life, his love, his leader. He will be yours, faithful and true, to the last beat of his heart. You owe it to him to be worthy of such devotion."
Water, eu não digo que isso não exista, nem que não era o caso da tua cadela.
Já tive que baixar os braços uma vez, com um bull terrier, que esgotámos tudo tudo…se o tivesse treinado para atacar ele não o faria tao bem…mas com este, quando entreguei o relatório ao Vet Municipal para ele ser adormecido, estava de consciência tranquila porque procurámos tudo, reunimos uma equipa, foi um trabalho non stop e pronto, admitimos que não era possível.
Há pessoas que não se estão para chatear e ao fim de 2 sessões perguntam-se se os podemos adormecer. Se a tua durou quase 18 anos assim e conseguiste manter as coisas com alguma ordem, dou-te os parabéns, sei que não é mesmo nada fácil.
Já tive que baixar os braços uma vez, com um bull terrier, que esgotámos tudo tudo…se o tivesse treinado para atacar ele não o faria tao bem…mas com este, quando entreguei o relatório ao Vet Municipal para ele ser adormecido, estava de consciência tranquila porque procurámos tudo, reunimos uma equipa, foi um trabalho non stop e pronto, admitimos que não era possível.
Há pessoas que não se estão para chatear e ao fim de 2 sessões perguntam-se se os podemos adormecer. Se a tua durou quase 18 anos assim e conseguiste manter as coisas com alguma ordem, dou-te os parabéns, sei que não é mesmo nada fácil.
"He is your friend, your partner, your defender, your dog. You are his life, his love, his leader. He will be yours, faithful and true, to the last beat of his heart. You owe it to him to be worthy of such devotion."
LFGomes
o primeiro treinador foi do género do apresentador da tv, não gostei e não permiti mais. o segundo veio sim de uma escola positiva, e o protocolo era a de condicionar determinados instintos dele não controlados, como o instinto de presa que ele tem pelos gatos, como a inibição da mordida, como o não reagir com mordedura a algo quando está a ser contrariado, etc...
infelizmente, caso seja distimia, ou mesmo o rage syndrome, o diagnóstico é muito difícil e pode muito bem ser inconclusivo. fiz pesquisas em artigos, em jornais, em blogs, etc etc etc... e o diagnóstico pode ser realizado através de TAC, EEC e análises aos neurotransmissores.... exames que, para além de serem extremamente dispendiosos, podem muito bem ser inconclusivos. os profissionais que existem em portugal nem sei muito bem se serão capazes de conseguir tirar algo de conclusivo com os problemas dele...
a vet de comportamento viu vídeos dele (eu sempre que posso tento gravar) e viu as análise sanguíneas e disse que poderia ser um caso de distimia, a tal forma de bipolaridade, mas que não existe uma forma concreta de diagnóstico, mas apenas de observação do comportamento do cão....
infelizmente, e a minha angústia é essa, é não se conseguir chegar a um real diagnóstico, visto que estamos num campo muito polémico da medicina veterinária....
ele tem um problema mental qualquer... existe forma de saber se é bipolar? na prática, em portugal, não.
e agora? não consigo ter um diagnóstico específico, e não sei que fazer....
o primeiro treinador foi do género do apresentador da tv, não gostei e não permiti mais. o segundo veio sim de uma escola positiva, e o protocolo era a de condicionar determinados instintos dele não controlados, como o instinto de presa que ele tem pelos gatos, como a inibição da mordida, como o não reagir com mordedura a algo quando está a ser contrariado, etc...
infelizmente, caso seja distimia, ou mesmo o rage syndrome, o diagnóstico é muito difícil e pode muito bem ser inconclusivo. fiz pesquisas em artigos, em jornais, em blogs, etc etc etc... e o diagnóstico pode ser realizado através de TAC, EEC e análises aos neurotransmissores.... exames que, para além de serem extremamente dispendiosos, podem muito bem ser inconclusivos. os profissionais que existem em portugal nem sei muito bem se serão capazes de conseguir tirar algo de conclusivo com os problemas dele...
a vet de comportamento viu vídeos dele (eu sempre que posso tento gravar) e viu as análise sanguíneas e disse que poderia ser um caso de distimia, a tal forma de bipolaridade, mas que não existe uma forma concreta de diagnóstico, mas apenas de observação do comportamento do cão....
infelizmente, e a minha angústia é essa, é não se conseguir chegar a um real diagnóstico, visto que estamos num campo muito polémico da medicina veterinária....
ele tem um problema mental qualquer... existe forma de saber se é bipolar? na prática, em portugal, não.
e agora? não consigo ter um diagnóstico específico, e não sei que fazer....
Vou só fazer uma correção à minha resposta anterior, relativamente ao fármaco. De facto o que mencionou é o mais comum para várias patologias comportamentais, mas se fosse agressividade por medo por exemplo, essa já não era a medicação adequada.
Não acho assim um assunto tão polémico: ou é comportamental ou não, podemos lá chegar por exclusão de partes.
Considere a hipótese de colocar o cão ao cuidado de um treinador, pelo menos para o tentar reabilitar.
Boa sorte
Não acho assim um assunto tão polémico: ou é comportamental ou não, podemos lá chegar por exclusão de partes.
Considere a hipótese de colocar o cão ao cuidado de um treinador, pelo menos para o tentar reabilitar.
Boa sorte
"He is your friend, your partner, your defender, your dog. You are his life, his love, his leader. He will be yours, faithful and true, to the last beat of his heart. You owe it to him to be worthy of such devotion."
se algum treinador o aceitasse, e eu verificasse que efetivamente era um treinador com T grande, sem dúvida que o poderia acolher...
mas quem? os treinadores que conheço infelizmente nenhum o pode acolher... além disso tem que fazer uma alimentação especial pois não pode comer carne de aves, e fazer a medicação... nem toda a gente está disposta a isso.... claro que se essa fosse uma hipótese e me fizessem essa proposta aceitaria na hora..
obrigada pelos comentários e conselhos.
mas quem? os treinadores que conheço infelizmente nenhum o pode acolher... além disso tem que fazer uma alimentação especial pois não pode comer carne de aves, e fazer a medicação... nem toda a gente está disposta a isso.... claro que se essa fosse uma hipótese e me fizessem essa proposta aceitaria na hora..
obrigada pelos comentários e conselhos.
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LFGomes a minha durou quase 18 anos pelos mais diversos motivos, sendo o mais importamte o facto de não termos experiência nos primeiros anos e estarmos convencidos que a culpa era nossa.
Isto vale o que vale, mas a Cocker ainda era viva (mas já velhota) quando comprámos os dois Terranova. Pelos motivos óbvios nunca a deixámos conviver com eles até os dois atingirem os 10 meses ou mais. Nunca nenhum deles mostrou o mínimo interesse em aproximar-se dela. Sempre que os via, tentava atacá-los e eles apenas com o corpo (nunca lhe puseram um dente) faziam-na levantar voo. A fêmea Terranova tentava apanhá-la sozinha, sem eu ver, para lhe dar uns encostos.
Teriam os Terranova perto de dois anos, adoptámos um cãozinho pequeno que abandonaram na nossa rua. Seria um cruzamento de Teckel com Podengo e ainda não era adulto. O Jimmy, cãozinho de rua, até ela estar no fim da vida e sem se conseguir mexer, nunca a cheirou, nunca se aproximou dela. Fazia uma vida normalissima de cão com os 2 monstrinhos mas claramente não queria nada com a Cocker.
Por motivos que não interessam neste caso, aprendi com as minhas gatas fêmeas que os animais sabem mais do que nós.
Isto vale o que vale, mas a Cocker ainda era viva (mas já velhota) quando comprámos os dois Terranova. Pelos motivos óbvios nunca a deixámos conviver com eles até os dois atingirem os 10 meses ou mais. Nunca nenhum deles mostrou o mínimo interesse em aproximar-se dela. Sempre que os via, tentava atacá-los e eles apenas com o corpo (nunca lhe puseram um dente) faziam-na levantar voo. A fêmea Terranova tentava apanhá-la sozinha, sem eu ver, para lhe dar uns encostos.
Teriam os Terranova perto de dois anos, adoptámos um cãozinho pequeno que abandonaram na nossa rua. Seria um cruzamento de Teckel com Podengo e ainda não era adulto. O Jimmy, cãozinho de rua, até ela estar no fim da vida e sem se conseguir mexer, nunca a cheirou, nunca se aproximou dela. Fazia uma vida normalissima de cão com os 2 monstrinhos mas claramente não queria nada com a Cocker.
Por motivos que não interessam neste caso, aprendi com as minhas gatas fêmeas que os animais sabem mais do que nós.
WaterMonitor, agora que fala nisso, durante os passeios com o meu cão, os outros cães que se passeiam na rua, muitos deles, cães já adultos, não dão confiança nenhuma ao meu cão... cheiram-no de longe e vão embora... mas se for preciso um outro que vem atrás de mim, o mesmo que cheirou e foi embora brinca com o que vem atrás como se fossem cachorros e com o meu não....
será que eles sentem que há algo de errado com ele?
será que eles sentem que há algo de errado com ele?
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Não sei. Mas nós sempre achámos que os nossos cães sabiam que havia qualquer coisa muito errada com ela.
Não é nada esquisito, os cães são excelentes "médicos" e psicólogos, eles sentem as energias dos outros cães e sentem quando algo está mal.riov90 Escreveu:Provavelmente os outros cães sentem....
Confesso que acho muito esquisito poucos se aproximarem do meu cão após o cheirarem.....
"Eu sou responsável pelo que digo, não pelo que você entende." - Auto desconhecido
"O maior prazer de uma pessoa inteligente, é fazer de idiota perante um idiota a fazer de inteligente!" - Autor desconhecido
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Sim acho, os cães "normais" evitam contacto com outros cães com comportamentos instáveis, excluem-nos naturalmente, não falo de doença mas sim comportamento. Há os que reagem agressivamente perante animais "desequilibrados" ou instáveis, mas a maioria ignora e rejeita-os.
Quanto à sua outra questão, eu acho que já fez tanto, mas tanto por esse cão, que nem sei que conselho dar... siga o seu coração mas com a razão à frente do dito
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"O maior prazer de uma pessoa inteligente, é fazer de idiota perante um idiota a fazer de inteligente!" - Autor desconhecido
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Compreendo perfeitamente, e também sei que falar de fora é fácil, difícil é quando nos toca a nós
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