Luto de um Labrador..

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Moderador: mcerqueira

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BAROSA42
Mensagens: 2
Registado: terça set 20, 2016 11:19 am

terça set 20, 2016 11:55 am

Boa tarde
Venho pedir a vossa ajuda..

Tinha um casal de labradores,que viveram juntos 12 anos; acontece que a menina faleceu há 2 meses atrás, ficando o menino sozinho, situação a que ele não estava habituado.
Nas semanas seguintes, tentámos habitua-lo á mudança, introduzindo outras mudanças na sua rotina diaria, como passeios á rua diários (eles vivem num jardim grande, onde passeiam livremente, e por alguma dificuldade de mobilidade da menina, ultimamente não faziam grandes saidas á rua), acesso a outras zonas da casa/ jardim ( ha uma zona na frente da casa, a que eles não tinham acesso e que lhe foi aberta) etc....
A reacção do menino foi óptima, bastante activo, contente até, e a fazer as suas rotinas diárias como costume, bem como a reagir alegremente ás idas a rua e a adoptar como sua a zona que lhe foi aberta.
3 a 4 semanas após a morte da menina, ele começou a manifestar as duas coisas que me preocupam:

1 - A parte de trás da casa, tem um terraço que dá acesso pela cozinha; é uma zona de utilização diaria, e como a porta da cozinha esta quase sempre aberta quando estamos em casa, era o local de eleição deles para estarem deitados, a observar-nos e a partilhar o nosso dia a dia; nesse terraço existe também uma mesa onde fazemos refeições, e onde gostavam bastante de estar, usufruindo da sombra da mesa nos dias quentes de Verão.
Apesar de com alguma dificuldade de locomoção, a fêmea fazia diariamente o esforço de subir a pequena escada, para estar connosco.
Foi exactamente debaixo dessa mesa que partiu.
Nas semanas seguintes, o menino continuou normalmente a subir as escadas, a dormir debaixo da mesa, e a deitar-se a porta da cozinha.
Cerca de 3 semanas depois, deixou de subir...vai ate ao fundo da escada e não sobre, nunca mais subiu ao terraço, nunca mais foi dormir para debaixo da mesa, nem para a porta da cozinha...nem aliciado com comida, chamado, nada....!

2 - Eles tem uma casa no jardim, onde dormiam e comiam; está devidamente preparada para ambas as coisas, e sempre foi o sitio onde ao fim do dia se recolhiam para dormir, e se abrigavam da chuva e frio.
Tal como no ponto anterior, nas semanas seguintes tudo decorreu normalmente e o menino comia e dormia no sitio habitual; mais ou menos apos as mesmas 3 semanas, deixou de dormir na casa e passou a dormir no jardim, em cima da relva; continua a ir comer a casa, mas acabando de comer, vem para a rua para o jardim, onde dorme.
Mudei tudo na casa, substitui inclusive o revestimento do interior, mas nada resulta, continua a vir para o jardim mal acaba de comer.
Apercebi-me que escolhia quase sempre o mesmo sitio do jardim para dormir, e construí-lhe um pequeno telheiro nesse sitio, com um estrado em madeira e com uma mantinha para ficar confortavel; mudou-se de imediato para o lado, e dorme ao lado do telheiro, na relva...pensando que poderia ter a ver com o escuro, revesti o telheiro com telhas transparentes, para que se mantivesse luminoso..
Não resulta, e continua a dormir na relva...
Nestes últimos dias chuvosos, dei com ele a dormir na relva, á chuva...fui varias vezes durante a noite tentar obriga-lo a abrigar-se, ficou por momentos, mas quando voltava de novo dai a pouco, voltava a estar na relva, á chuva..

Preciso das vossas opiniões sobre o que posso fazer.
Parece-me evidente que nas primeiras semanas pensou que a menina ia voltar, que tinha ido para fora uns dias ( tinha acontecido há uns anos, que ela foi operada, e esteve internada umas 2 a 3 semanas, logo, um período semelhante ao que ele esteve a espera dela...esse foi nos 12 anos, o período mais longo de tempo que estiveram separados), e penso que finalmente percebeu que ela não iria voltar.
E o que esta a acontecer é o luto dele, a reacção dele a ter que viver sem ela, e a não querer continuar a usar alguns sítios, que por alguma razão, associa a ela.
Isto penso eu, será?
Que posso e deverei fazer?
Vem ai dias de chuva e frio, não posso deixar que continue no jardim, devo obriga-lo a ficar na casa? Devo forçá-lo, fechando-lhe a porta a noite e abrindo pela manha?
Agradeço desde já todas as opiniões e ajudas que me possam dar...
Obrigado
Pipa10
Membro
Mensagens: 57
Registado: segunda jul 11, 2016 11:29 am

terça set 20, 2016 4:01 pm

Antes de mais os meus pêsames pela cadelinha .

Já considerou adotar um cão para o ajudar a superar a perda ?
Também pode distrai-lo com experiencias novas para ele .

Espero ter ajudado
srYuki
Membro Veterano
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Boy (PA 3 anos)
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Dakar+Yuki (RIP)

terça set 20, 2016 11:31 pm

Lamento mesmo muito a vossa perda e louvo os seus esforços, que não têm sido poucos, para tentar manter o pequeno confortável.

Nunca passei por essa situação, porque até há bem pouco tempo os meus cães eram "filhos únicos".

De qualquer forma, tentando perceber o comportamento deles, uma das coisas que me parece que eles depreendem muito bem é a NOSSA CULPA. Ou dito de outra forma, a nossa preocupação. Quer, de certa forma, pedir-lhe desculpa por ter perdido a companheira, mas ninguém tem culpa! Mas a sua culpa fa-lo ganhar atenção e eles percebem isso... em 5 minutos!!! E a situação vai escalando! E o dono vai dando mais atenção ao que o preocupa e o cão aumenta esses comportamentos.

Dou-lhe outra analogia que tenho cá em casa com uma das cadelas: quanto mais eu me preocupo que ela não come, mais dificuldade tenho em faze-la comer. Quando, por várias razões, pude relaxar e deixar de me preocupar ("se queres comer, comes, senão, amanhã à mesma hora!") passou a comer muito melhor.

Não se preocupe demasiado. Da mesma maneira que come bem quando tem fome, irá abrigar-se quando tiver frio. E a família terá que fazer um esforço inicial por manter as mesmas rotinas (as refeições no mesmo sítio exterior quando possível) e talvez seja melhor barrar-lhe o acesso aos sítios a que ele também não tinha acesso antes dela partir. As mesmas rotinas.

Força. Tudo a correr bem.
anja-azul
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quinta set 22, 2016 1:04 pm

Quando o max morreu, eu pensei que a estrela ia ressentir-se muito. eram muito amigos. até me perguntaram como é que ela tinha reagido. como se nada fosse. confesso que até me senti chocada. mas acho que ela percebeu que ele estava doente e ia partir. já na altura, não lhe ligava nenhuma. insensível :roll:
ao contrário, quando dei uma gatinha bebé, nos primeiros dias, os manos andaram um bocado baralhados. :(
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