SIC Hora Extra - Lutas de Cães, um testamento!

Este é o fórum dedicado exclusivamente ao melhor amigo do homem! Troque ideias e tire dúvidas sobre o cão.

Moderador: mcerqueira

Aragao
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terça jun 11, 2002 8:11 pm

Não sei bem por onde começar. Vi, como não podia deixar de ser, o programa da SIC “Hora Extra” sobre as lutas de cães e tenho consciência que aquilo que vou dizer irá chocar e até irritar algumas pessoas, talvez por isso preferi escrever apenas hoje, depois de os ânimos estarem mais calmos.

Já vi que este vai ser um texto longo, por isso se estiverem sem paciência é mesmo melhor saltar esta mensagem. Para manter o interesse vou começar logo por uma declaração polemica, na minha opinião das pessoas que estavam sentadas à mesa, infelizmente, o mais inteligente era sem dúvida o Sérgio Sá, o psiquiatra Manuel Guerreiro andava perto, mas não chegava lá. Todos os outros estavam noutra divisão. Isto não quer dizer que concorde com as opiniões do Sérgio Sá, bem pelo contrario.

Se dividirmos as pessoas em três grupos: os que gostam de cães (como sejam as pessoas deste fórum), os que são a favor de lutas de cães e aqueles que acham que à cães perigosos (certamente o maior grupo) e analisarmos o resultado deste programa para cada um deste grupos, os resultados são desastrosos.
Para aqueles que defendem as lutas de cães, não houve nenhum argumento que os levasse a pensar sequer duas vezes em mudar, pelo contrario, a indicação de que a pouca lei que existe contra as lutas nunca foi usada, terá certamente feito alguns deles dormir mais sossegados.
Para os amantes dos cães pouco mudou, certamente alguns (como eu), aprenderam mais algumas coisas, mas o maior sentimento foi o de impotência para fazer algo perante a impunidade de tais actos.
Mas o pior resultado foi para aquele que é o maior grupo. A calma e pseudo-racionalidade demonstrada pelo Sérgio Sá, a incoerência e disparates ditos pela maioria dos outros presentes (excepção ao psiquiatra Manuel Guerreiro e ao criador Gonçalo Moura) e o medo demonstrado pela jornalista, terão certamente levado muitos a pensar que se calhar as lutas até não são tão más como isso, mas os cães são certamente perigosos!
Acredito as pessoas que tentaram defender os cães, estivessem cheios de boas intenções, mas acho que para discussões destas, ainda por cima públicas, é preciso mais que boa vontade. Enquanto as pessoas que participarem neste debates, não tiverem uma maior capacidade de discussão e argumentação, quem sai a perder são o pobres dos cães.

Li várias mensagens em que se falava que os defensores dos animais, não os defendiam com a garra necessária ou então que não tinham a capacidade de argumentação. Isso é algo perfeitamente natural, normalmente quem defende uma causa defende-a com o coração. As pessoas facilmente se entusiasmam quando o assunto lhes é muito querido e quanto maior for o coração pior, pois maior é a dor. Quem não defende uma causa está à partida em vantagem pois não tem um valor sentimental em jogo.
Infelizmente, quando é apenas o coração a falar cometem-se muitos erros e não me refiro apenas ao facto de não conseguirem expor um argumento ou perder a calma. Refiro também, à menor capacidade de ver o outro lado, essa incapacidade é tanto maior, quanto o horror que isso nos causa.

Tomem por exemplo os Judeus e os nazis da segunda guerra mundial. De certeza que a maior parte das pessoas deste fórum, num momento ou outro, discutiu sobre o holocausto que foi a WWII e o extermínio dos Judeus. Possivelmente falaram dos motivos de tal extermino, do que foi feito das posses dos Judeus, do sofrimento deles, talvez das formas que pudesse ser evitado, muito provavelmente sobre as torturas infligidas nos campos de concentração e naturalmente das câmaras de gás. O mais natural é que uma discussão dessas tenha sido agitada, mas racional, sem berros nem choros. Porque tal assunto por muito que nos choque, não o vivemos, não o sentimos na pele.
Agora imaginem a mesma discussão mas em que uma das pessoas é um sobrevivente de um campo de concentração....
Estão a imaginar? Acham que essa pessoa seria capaz de falar calmamente sobre o que foi feito ao seu dinheiro? Ou sobre como era a vida num campo de concentração? Ou como o seu pai tinha sido levado para uma câmara de gás?
Eu creio que não. O assunto tocava-lhe profundamente, as lagrimas e a dor não estariam certamente longe.
E agora levem esta comparação ao um ponto ainda mais extremo, coloquem nessa discussão um jovem defensor do nazismo... estão a ver a discussão? Seria algo perfeitamente injusto. O esforço que o Judeu teria de fazer para apresentar os seus pontos de forma clara e racional, roçam o sobre-humano.
Agora reparem, que se alguém, que nada soubesse de nazismo e dos horrores da segunda grande guerra, visse esta discussão poderia ficar com a impressão errada que afinal os nazista é que tinham razão e os Judeus é que eram os maus da fita. Afinal o nazista apresentou e defendeu os seus argumentos enquanto que o outro estava exaltado e nem sequer tentou contra-argumentar.
Vocês acham que se o nazista apresentasse um argumento correcto e verdadeiro o Judeu o iria aceitar e dizer que sim?
Esta é na minha opinião um comparação, obviamente exagerada mas correcta, sobre o que debate e algumas das discussões que surgiram a surgiram a este.

Eu vou tentar dar a minha visão da entrevista, tentarei ser imparcial pois considero-me uma das pessoas capazes de discutir quase qualquer assunto, por muito que me seja querido, de uma forma distante e pouco emotiva. (perdoem-me a falta de modéstia)

Vou começar pela jornalista. Esta senhora, que estava no papel de moderadora e condutora do debate, fez algo que a mim me assusta: tomou partido! Por muito válidos que sejam os seus motivos, ao ser parcial, uma das partes sai prejudicada. Desta vez foi o lado das lutas dos cães, ainda bem, dirão alguns, mas amanha esta jornalista pode estar num debate sobre cães "perigosos" e pode tomar o lado daqueles que dizem que devia haver raças proibidas, muito mau nessa altura. A imparcialidade do moderador garante que ambas as partes têm direito a dizer os seus pontos, para o bem e para o mal. Esta é a única forma de garantir que, pelo menos, os pontos que defendo possam ser debatidos seriamente e não ao sabor da corrente moralista ou da opinião da maioria.
No final do debate, estava de tal forma parcial, que por varias vezes cortou a palavra ao Sérgio Sá, não o deixando apresentar os seus argumentos!
Mas as falhas da jornalista não acabam aqui, não minha opinião esta foi uma perfeita idiota ao mostrar o seu receio pelos cães, dando um enorme argumento a todos que têm medo de cães. A minha vontade foi de lhe dar um par de estalos quando diz "virei as costa ao Taiser, não foi uma grande ideia!", nesta simples frase deitou a perder meses de trabalho! Todo o trabalho de sensibilização de que não há raças perigosas deu um grande recuo. Das três pessoas, que tem medo de cães grandes, com que falei TODAS elas me disseram, "se até a jornalista tinha medo de lhe virar as costas, então é porque à algum motivo!", o trabalho que vai dar em explicar a parvoíce de tal atitude é tremendo!
Por último, fiquei bastante confuso quando no discurso do fecho, começa por dizer que lamenta se a reportagem terá contribuído para aumentar o interesse pelas lutas do cães (até aqui tudo bem), mas depois fala que as multas são leves e que nunca sequer foram usadas! Qual era a ideia? Porque se era, para as pessoas continuarem a fazer isso que não há perigo de retaliações, então foi muito bem conseguido!

Em relação à Maria do Céu Sampaio (liga portuguesa direitos do animal) começou logo mal ao fazer um enorme mistério sobre a investigação em curso. Fez me lembrar os segredos de Fátima ou os tabus do Cavaco. Ou têm algo para dizer ou cala-se e não faz disso um conto de capa e espada.
O principal ponto desta senhora era a lei, até cheguei a pensar que era de uma associação jurídica em vez da Liga dos Direitos dos Animais. A pobre senhora baralhou-se tanto que até já dizia que não se podia falar em defender as lutas dos cães pois isso ia contra a lei, creio que deve-lhe ter escapado o conceito de democracia e o direito à livre expressão.
Mas o mais grave foi ter deixado os argumentos do Sérgio Sá sem resposta, por muito que nos incomode, argumentos do género: o que nos dá o direito de matar animais para comer ou prender uma pássaro numa gaiola, não podem ficar sem resposta, pois são argumentos válidos e por tal têm de ser rebatidos.

Resumindo, os argumento que apresentou eram ilógicos e desconectos, recorreu à lei como se esta fosse uma bíblia e no final do programa já não dizia coisa com coisa. Acredito que goste muito dos animais, mas não tem a capacidade de discussão e argumentação.

Apesar de no final, os seus argumentos contra a esterilização estarem bem construídos, estragou tudo quando a jornalista a desafiou para fazer uma festa ao pit-bull e esta disse que sim, que ia JÁ! Mas não se levantou da cadeira!! Ou se diz que não e explica-se o porquê, que o cão está muito desconfortável com as luzes e o calor (ou outras razões) ou então, se se diz que sim, é preciso faze-lo logo! Ficou a impressão no ar de que realmente aquele cão devia ser muito perigoso...
Alguém disse que foi o próprio dono que tinha pedido para não fazerem festas ao cão, pois este estava muito nervoso. Realmente, ao ver a gravação em câmara lenta, parece-me que quando a Maria do Céu diz que vai fazer a festa ao cão, o dono deste faz uma cara de desagrado e começa a abanar a cabeça, depois a câmara muda e não consigo saber se este deu alguma indicação que era melhor não. Se assim foi, então a escolha do cão/dono foi bastante má, mas mesmo assim era dar de imediato uma explicação ao publico sobre o desconforto do animal. Nem toda a gente sabe que estar num estúdio de televisão é extremamente desagradável, o calor produzido pelos focos é insuportável, as movimentações que ocorrem por detrás da câmaras uma confusão e as continuas paragens e arranques perfeitamente desconcertantes. Isto durante várias horas, muitas mais do que aquelas que são realmente transmitidas.
Uma das poucas partes boas da Maria do Céu foi o bom conselho às mães sobre a educação dos filhos em relação ao medo com os cães. Infelizmente, ao terminar a sua intervenção, só diz disparates, pois continua no mesmo tom maternal ao falar com o Sérgio Sá, parece uma mãezinha a falar com o seu filho mal comportado.

Sobre a Isabel Candeia (veterinária), não percebi realmente o que ali foi fazer. Ouvi apenas as suas opiniões pessoais, em nada ligadas ou suportadas pela sua profissão. Não é que ela não possa dizer as suas opiniões, mas aquela senhora estava no debate, não porque calhou, mas sim pela sua profissão. Daquilo que falou, até podia ser uma aviadora, que o resultado era o mesmo.
Das vezes que interviu, dizia que não estava de acordo, mas não apresentava razoes para tal. Se as razões fossem evidentes para toda a gente (não o eram para mim) não seria preciso fazer aquele debate.
Mandou para o ar a ideia de registos dos donos como se fazem com os praticantes de karaté, apesar da ideia não ser má, não soube apresentar o argumento de forma a ser entendido.
[Já agora eu não sabia que tal era feito em Portugal, aliás não me lembro de ter feito nenhum registo quando pratiquei Judo. Alguém sabe mais sobre isto? É verdade?]
Mas o pior ainda estava para vir. Então não é que, quando a jornalista diz que a opinião da Isabel Candeia era de que não havia raças perigosas, a veterinária nega essa afirmação! Mais, não só diz que não era essa a sua opinião como de que há realmente raças mais violentas que outras e continua afirmando que os mastins napolitanos são uma raça de ataque! Quem é esta senhora? Para prejudicar os cães já lá estava uma pessoa e a fazer um bom trabalho, não precisava de ajuda!
Seguidamente diz que aprova a esterilização e controle de certas raças, mas depois contradiz-se e diz que não devíamos por raças em extinção e por tal não devíamos fazer como em frança que esterilizaram os pit-bull. Afinal como ficamos?
Os únicos pontos bons da intervenção da Isabel Candeia foram da avaliação prévia dos donos antes de estes terem um cão, o facto de ter estudado sobre a raça quando lhe deram um cão e a sua explicação do porque de não ter trazido o seu cão ao estúdio.

Sobre o Rui Ferreira (dono do pit-bull), este tinha certamente boas intenções, mas não foi a melhor escolha para ir ao debate, devido ao nervosismo do cão. Apesar de alguns pontos que mencionou serem válidos, houve demasiado termos técnicos não explicados no seu discurso, que o publico não conhece e não percebe. Fica no ar a impressão que há algo errado nos animais (pit-bull).


Nem sei bem o que dizer da Margarida Bessa (Fundação Pedigree), a minha impressão era que estava lá para dar a descompressão humorística. Pois realmente a minha vontade foi desatar a rir.
Começou a indicar que tinha muita vergonha no século XXI se ganhar dinheiro com os animais, creio que ninguém lhe falou que o trabalho animal ainda é muito importante no mundo, que as empresas ganham dinheiro ao vender carne, que os circos e os jardins zoológicos ganham dinheiro com animais, que há lojas de vendas de animais, etc, etc!
A mim pareceu-me uma tia loura de cascais, perdoem-me o estereotipo, mas esta foi mais forte do que eu! (As minhas desculpas às pessoas de cascais e às loiras, que não pretendo ofender de forma alguma.)
Mais uma completa parvoíce sobre a esterilização, totalmente utópica. Se não conseguimos controlar as armas, as drogas, o fisco, nem sequer uma luta de cães, vamos mesmo conseguir controlar a população canina. Ou talvez estejam a pensar que toda a gente que usa cães nas lutas vai ter um ataque súbito de consciência e reportar que têm esses cães! Estou mesmo a ver a policia a entrar em Chelas para fazer um censo ao cães. Uma lei dessas só vai prejudicar os donos conscientes que não podem fugir à lei.
Mas acho que o ponto alto da sua intervenção foi o de salientar que no site da Internet, em que tinham sido mostradas as regras das lutas de cães, dizia "apenas para motivos históricos" e acha que isso é um argumento contra as lutas! (Para quem não sabe, o sites alojados em países que proíbem as acções reportadas nesses sites, normalmente incluem frases dessas, por forma a não poderem ser desligados ou processados)
Por último, a comparação com a guerra das estrelas e lado negro foi mais que disparatada. Felizmente a Margarida Bessa ainda não viu o Senhor do Anéis, nem imagino o que dito nessa caso!
O único ponto bom da sua intervenção foi o mencionar que a culpa/responsabilidade é dos donos e não dos cães.

Finalmente vou falar de alguém que esteve bem, o Gonçalo Graça Moura (Criador). Os seus argumentos eram bons e foram ditos de uma forma rápida e concisa.
Demonstrou um bom conhecimento de base, tenho a certeza que as pessoas ficaram com uma boa impressão dele, o que permitiu que as suas opiniões ficassem na memória das pessoas.
Esteve muito bem ao dar a volta à jornalista, quando esta perguntou o que o fascinava nos filas brasileiros, ao que indicou a sua personalidade e amor à família, ao contraio daquilo que a jornalista esperava, como seja força, etc.
A única falha, foi ao falar que o seu cão é dos poucos filas que nas exposições deixa examinar os dentes, o publico em geral não sabe que estes são inspeccionados e que nenhum cão gosta disso e por tal tem de ser habituados a tal, seja um caniche ou um fila, as pessoas podem ter ficado com a impressão que é só alguns cães, como os fila, é que são ferozes e não deixam nos dentes.
Apresentou um dos melhores argumentos do debate contra as lutas: o amor aos seus cães. Forneceu uma óptima explicação sobre os treinos dos seus cães e a futilidade de uma lei que apenas fosse nesse sentido. Infelizmente, o facto de o treino ser saudável para os cães era um ponto defendido pelo Sérgio Sá.
Começou muito bem ao falar sobre a lei não dar forma de medir um cão perigoso, mas não deu resposta à afirmação da jornalista que se olha para o Taiser (o cão no estúdio) e vê-se logo... em vez disso tentou falar sobre ser mordido por um pincher miniatura (será parente do Spot?). Apesar de eu ter percebido a ideia, não creio que esta tenha passado correctamente para o público em geral.

Sinceramente, não sei o que dizer da Ana Paula (dona de uma Rottweiler roubada). Não percebi que estava esta senhora a fazer aqui. Roubaram-lhe a cadela, a união zoolofila diz que é para as lutas e pronto assunto arrumado!? Acho que um bocado mais de provas ou evidencias davam jeito, mas enfim...

Finalmente chegou a vez de falar sobre o Manuel Guerreiro (Psiquiatra). Este começa por dizer que há uma frase importante na psiquiatria, mas interrompe-se e começa num discurso algo filosófico e ficamos sem saber qual era a frase importante...
Na sua intervenção fala da não existência da autodeterminação dos animais, pois um homem decide ser um atleta, um cão não. Alguém decide por ele. Teve bem neste ponto, pois o Sérgio Sá não me pareceu conhecer correctamente o significado de autodeterminação, já que este insistia que não dava aos seus cães esse direito.
Este é um ponto muito perigoso, pois se é verdade que o cão não escolhe ser atleta também não escolhe não o ser, assim como não é sua, a decisão de ser nosso animal de companhia.

Continuando, a seguir, Manuel Guerreiro faz um discurso filosófico entre o bem e o mal, Homem bom e Homem mau. Se pessoalmente acho-o demasiado infantil, tenho por outro lado admitir que este é sem dúvida o discurso mais correcto para o publico em geral. As palavras e conceitos usados foram simples e directos. É um discurso assim que consegue fazer as pessoas pensarem um pouco, pois é pintado apenas a preto e branco, sem zonas cinzentas e confusas. Permite que cada uma se possa identificar com p lado bom e desta forma repreender as acções do lado mau.
Este muito bem no ponto em que disse, que é uma evolução do homem quando este consegue controlar o sua agressividade sobre os outros. (nós estamos realmente muito pouco evoluídos)
Acho que a sugestão de que as pessoas envolvidas nas lutas têm graves perturbação da personalidade alem de ser um exagero é um grande disparate. Mas é este tipo de discurso que faz as pessoas ficarem chocadas e pensarem um bocado.
Começou a falhar quando usa o argumento da lei (outra vez!!) sobre as lutas e as apostas, em fez de ficar na sua área profissional, ou fazer isso foi para a área do jurista ou então do leigo, que não era essa a sua função.
Depois disse algo que me pareceu um perfeito disparate. Disse que os touros das touradas eram treinados para serem mais agressivos e não eram misturados com os outros, alem de me parecer verdadeiro, é um argumento em favor de isolar as raças perigosas!
[Já agora, alguém sabe mais sobre isto? Se os touros são incentivados à violência e mantidos à parte dos outros?]
A partir daqui foi um descalabro, pegou no argumento do Sérgio Sá de que fazia o cão atingir o máximo e fez a comparação com o trabalho e se achava que o patrão devia fazer os funcionários renderem o máximo! É pena que seja mesmo esse o caso! Ao aperceber-se que esta a dar a razão ao Sérgio Sá, tentou safar-se com uma comparação ainda pior que era de agredir o colega do lado!
Depois vem o pior de tudo, desata a acusar o Sérgio Sá de ter demonstrado não ter controle dos seus impulsos ao ser agressivo e responder mal às pessoas. Infelizmente diz isto num tom perfeitamente agressivo, ou seja faz exactamente aquilo de que acusa o outro! Dei-me ao trabalho de andar com a cassete para trás e comparar o discurso do Sérgio Sá com o do Manuel guerreiro, infelizmente, acho o do psiquiatra ainda mais agressivo, pois o Sérgio Sá respondia a uma agressão directa que foi feita pela Maria do Céu, enquanto o Manuel guerreiro agredia de sua iniciativa. No entanto creio que este ponto foi demasiado subtil para que a maior parte das pessoas o notasse, apesar do outro ter dito exactamente isso, não teve hipótese de continuar pois caiu-lhe tudo em cima ao mesmo tempo.
Pareceu-me que seria das poucas pessoas ali que poderiam ter a capacidade de fazer frente aos argumentos do Sérgio Sá. Mas após a sua intervenção o debate entrou um bocado na bandalheira, não dando a hipótese ao Sérgio Sá de contra argumentar.
Percebo perfeitamente porque a maior parte das pessoas deste fórum tenha gostado bastante da sua intervenção, pois foi o único que pôs o Sérgio Sá na defensiva.

Agora o mais fácil , falar sobre o Sérgio Sá. Na minha opinião, esta apresentou os pontos logicamente e defendeu-os com argumentos minimamente validos. Creio que estavam à espera de um idiota que não dissesse coisa com coisa e infelizmente saiu o tiro pela culatra.
Não me vou alongar com este senhor, pois não é essa a minha intenção, no entanto acho que os argumentos que apresenta devem ser discutidos e não simplesmente ignorados, porque tal não nos dá jeito ou porque achamos que não vale a pena.
Sem duvida que a minha vontade é fazer como disse a Rosinha2000, aliás, acho que no Zoo de Lisboa existem alguns ursos que adorariam desfrutar com este senhor, mas vou ser um dos Homens bons e resistir aos meus impulsos, por isso já sabem, se ouvirem alguma notícia de que fugiram alguns ursos do Zoo, não tive nada haver com isso... ;)

De todo o programa, muito sinceramente a melhor parte foi o terceiro vídeo, estava realmente fabuloso. Tocou em todos os pontos que deviam ser transmitidos de uma forma clara e simples. Desde a socialização dos cães, o respeito pelas outras pessoas, o facto de nem toda a gente poder ter todo o tipos de cães e o facto de a culpa não ser dos cães, mas sim do seus donos.

Resumindo e baralhando, o programa esteve bastante mal, enquanto não forem levadas a estes debates, pessoas que talvez amem menos os animais, mas que falam mais com a mente de que com o coração, a opinião pública dificilmente irá mudar.

Vou terminar este mais do que longo documento, chamando a atenção a um pormenor que provavelmente nos passa ao lado e que não damos importância e levantar mais uma vez a polemica.

Nós andamos para aqui a discutir lutas de cães e como isso é mau para os animais e que não se compara com um combate de boxe, etc, etc... mas se calhar à muito tempo que não nos sentamos com as crianças e vemos o que elas vêem. Eu tenho a sorte de ter a cara de pau para continuar a gostar de banda desenhada e animações, por isso este fim-de-semana estava a ver uma serie chamada Pokemon, eu sei que isso foi um grande êxito, mas nunca tinha visto um episódio de ponta a ponta. O que mais me chamou a atenção, foi que as personagens lutam entre si através dos seus pokemons, aliás o episódio que eu vi era todo ele dedicado a um grande torneio em que muitos combatiam com os seus Pokemons. Tenho pena em dizer isto, mas não encontrei diferença alguma entre isso e as lutas de cães. Os pokemons eram treinados duramente, não eram eles que escolhiam combater mas o faziam para agradar ao dono e lutavam até ficar feridos, às vezes até perto da morte.

Por último, vou lançar mais uma polemica.
Na minha opinião, os animais não têm direitos.
Vejamos a natureza, quem deu direito ao Leão de comer a Gazela? Ou Urso de matar as crias que ocupavam a fêmea que ele queria, ou garanhão de cobrir as suas éguas? Ou ao Castor de fazer um dique e mudar o curso do rio? Ninguém.
Ninguém desceu dos céus (não sou crente) e disse “Leão, tu podes comer a Gazela.”, o Leão come a Gazela apenas por um único e simples direito, porque pode! A maior lei da natureza é a lei do mais forte. Seja em força bruta ou força mental. Quem pode, pode e por tal têm esse direito.
Por essa lei, nós raça humana, temos todo o direito de fazermos dos animais o que quisermos, seja para o bem, seja para o mal.
Isso quer dizer que então está tudo bem? Que as lutas de cães e outras atrocidades estão correctas? Não, claro que não. É que nós Homens, fomos contra a natureza, o nosso maior acto anti-natural foi cancelar a lei do mais forte. Os membros mais fracos da nossa espécie não são deixados para morrer, os mais fortes ajudam os mais fracos, inclusive protegemos outras raças. Por outras palavras, evoluímos para alem da nossa simples condição de animal. Somos animais racionais capazes de fazer sacrifícios uns pelos outros.
Então como ficam os direitos do animais? Existem ou não?
Sim, existem, mas existem porque nós os Humanos lhes demos, pois a natureza não lhes deu nenhum.
Isto quer dizer, que quando lutamos pelos direitos dos animais, estamos a lutar pelos direitos que uma maioria achou correcta e por tal, os argumentos do genereo de quem dá o direito de fazer esta maldade ou aquela, deixam de ser válidos, pois foram os próprios Homens que lhes deram os direitos. No máximo estaremos a quebrar uma lei ou uma regra imposta pela sociedade.

Bom, este é sem dúvida a maior mensagem que alguma vez escrevi. As minhas desculpas aos desgraçados que tiveram a pachorra de ler isto tudo. (se é que houve algum... ;) )
VascoV
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terça jun 11, 2002 8:47 pm

Ora bem Aragão. Eis uma exposição bem colocada.

Antes de mais, um ponto de esclarecimento . Os praticantes de artes marciais antes do 25 de Abril eram de facto obrigados a registo na Pide-DGS por trazões óbvias. A Veterinária estava desactualizada.

Concordo que Sergio Sá é perigoso não pela verdade ( que não diz ) mas pela convicção com que diz as coisas. De facto qualquer pessoa é capaz de acreditar se não tiver um minimo de conhecimentos que o Pit cicatriza mais rápido ( tipo o wolverine dos X men), que o cão gosta de ser atleta e de combate e outras calinadas que ele mandou.

E chego à conclusão que se calhar com todos esses pontos bem assinalados pelo Aragão a reportagem não se devia ter desenrolado.

Hà tempos tivemos um membro deste forum chamdo Alberto Bandeira, reputado especialista em colocar sondagens e secretismos sobre acções que estava a fazer para acabar com as lutas de cães. Essse individuo que desapareceu ( curioso numa altura em que falamos do assunto que ele martelava diariamente) não gostou que eu lhe dissesse para tomar cuidado com o que fazia que o bem ainda se transformava em mal.

Eu sinceramente com estas conversas todas vejo o nome das raças ditas de risco cada vez mais pela lama...

Tomem o exemplo deste membro e vamos tomar cuidado sempre que falamos de cães perigosos. Cada acção que se tomar tem que ser bem pensada.

É que eu não quero ver novamente S.S Sá a discutir os seus pontos de vista com pessoas sem capacidade argumentativa ( isto nos gregos e troianos tinha sido uma razia)
PauloC
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terça jun 11, 2002 8:53 pm

Olá,
Não tive oportunidade de ver todo o programa. Gostaria de ter possibilidade de vê-lo ao pormenor, e acho que ainda te vou pedir a cassete!
Gostei bastante dos teus argumentos. Apesar de longa, esta mensagem teve a minha atenção do principio ao fim.

Abraços
Paulo C.
corresponde
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terça jun 11, 2002 9:30 pm

Um testamento sem dúvida... mas que vale a pena ser lido.
Até fiquei a pensar no pokemon, dragonball.
Conseguirá uma criança fazer a distinção de pokemon das lutas de caes?
Sérgio Sá lembrou-me o fanatismo.
É dificil fazer alguém que é convicto da verdade, de que está certo e sabe o melhor para os seus cães mudar de opinião ou até mesmo pôr em causa o que acredita. Re(vejam) o seu sorriso crente de estar rodeado de pessoas incapazes de ver o que ele vê.
Para quem tem a gravação poderia tomar nota de todos os pontos apresentados por Sérgio Sá.
Para que ao menos aqui no fórum fossem respondidos.
mrts
Mensagens: 3
Registado: terça jan 22, 2002 10:19 pm

terça jun 11, 2002 9:45 pm

Concordo plenamente consigo Aragão. Penso até que mais uma vez os media estão a aproveitar uma situação grave que se está a passar na nossa sociedade unicamente para manter os níveis de audiencia, pouco importando o que isto possa representar para terceiros. Estes terceiros a que me refiro são como é óbvio os próprios animais, pois são estes tipos de reportagens que vão fazer com q uma série de raças sejam banidas ou estropiadas para que as TV´s mantenham os telespectadores colados ao ecrã. Mas o pior disto é que como disse, e infelizmente bem, a maioria das pessoa que assistiu aquela programa ficou com a ideia que as raças ditas perigosas são um tipo de mal enviado pelo diabo e que devem ser exterminadas.
Quem participa neste forum gosta de animais e sabe que cada animal, como as pessoas, tem a sua personalidade e que o seu comportamento perante os outros depende da educação (digo treino) que lhes é dada. Infelizmente somos poucos, mas é nosso dever mostrar que aquilo que ultimamente a comunicação social tem estado a dar entender é errado e que se existe alguém que deve ser responsabilizado pelo mal que um animal faz é o dono e apenas ele pois não teve o cuidado nem a responsabilidade suficiente para controlar algo que ele criou.
Esperemos que melhores tempos se aproximem!!
mrts
Mensagens: 3
Registado: terça jan 22, 2002 10:19 pm

terça jun 11, 2002 9:46 pm

Concordo plenamente consigo Aragão. Penso até que mais uma vez os media estão a aproveitar uma situação grave que se está a passar na nossa sociedade unicamente para manter os níveis de audiencia, pouco importando o que isto possa representar para terceiros. Estes terceiros a que me refiro são como é óbvio os próprios animais, pois são estes tipos de reportagens que vão fazer com q uma série de raças sejam banidas ou estropiadas para que as TV´s mantenham os telespectadores colados ao ecrã. Mas o pior disto é que como disse, e infelizmente bem, a maioria das pessoa que assistiu aquela programa ficou com a ideia que as raças ditas perigosas são um tipo de mal enviado pelo diabo e que devem ser exterminadas.
Quem participa neste forum gosta de animais e sabe que cada animal, como as pessoas, tem a sua personalidade e que o seu comportamento perante os outros depende da educação (digo treino) que lhes é dada. Infelizmente somos poucos, mas é nosso dever mostrar que aquilo que ultimamente a comunicação social tem estado a dar entender é errado e que se existe alguém que deve ser responsabilizado pelo mal que um animal faz é o dono e apenas ele pois não teve o cuidado nem a responsabilidade suficiente para controlar algo que ele criou.
Esperemos que melhores tempos se aproximem!!
mrts
Mensagens: 3
Registado: terça jan 22, 2002 10:19 pm

terça jun 11, 2002 9:46 pm

Concordo plenamente consigo Aragão. Penso até que mais uma vez os media estão a aproveitar uma situação grave que se está a passar na nossa sociedade unicamente para manter os níveis de audiencia, pouco importando o que isto possa representar para terceiros. Estes terceiros a que me refiro são como é óbvio os próprios animais, pois são estes tipos de reportagens que vão fazer com q uma série de raças sejam banidas ou estropiadas para que as TV´s mantenham os telespectadores colados ao ecrã. Mas o pior disto é que como disse, e infelizmente bem, a maioria das pessoa que assistiu aquela programa ficou com a ideia que as raças ditas perigosas são um tipo de mal enviado pelo diabo e que devem ser exterminadas.
Quem participa neste forum gosta de animais e sabe que cada animal, como as pessoas, tem a sua personalidade e que o seu comportamento perante os outros depende da educação (digo treino) que lhes é dada. Infelizmente somos poucos, mas é nosso dever mostrar que aquilo que ultimamente a comunicação social tem estado a dar entender é errado e que se existe alguém que deve ser responsabilizado pelo mal que um animal faz é o dono e apenas ele pois não teve o cuidado nem a responsabilidade suficiente para controlar algo que ele criou.
Esperemos que melhores tempos se aproximem!!
luisa_seabra
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Mensagens: 188
Registado: sábado abr 20, 2002 12:26 pm
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terça jun 11, 2002 11:22 pm

[quote=Aragao]








Por último, vou lançar mais uma polemica.
Na minha opinião, os animais não têm direitos.
Vejamos a natureza, quem deu direito ao Leão de comer a Gazela? Ou Urso de matar as crias que ocupavam a fêmea que ele queria, ou garanhão de cobrir as suas éguas? Ou ao Castor de fazer um dique e mudar o curso do rio? Ninguém.
Ninguém desceu dos céus (não sou crente) e disse “Leão, tu podes comer a Gazela.”, o Leão come a Gazela apenas por um único e simples direito, porque pode! A maior lei da natureza é a lei do mais forte. Seja em força bruta ou força mental. Quem pode, pode e por tal têm esse direito.
Por essa lei, nós raça humana, temos todo o direito de fazermos dos animais o que quisermos, seja para o bem, seja para o mal.
Isso quer dizer que então está tudo bem? Que as lutas de cães e outras atrocidades estão correctas? Não, claro que não. É que nós Homens, fomos contra a natureza, o nosso maior acto anti-natural foi cancelar a lei do mais forte. Os membros mais fracos da nossa espécie não são deixados para morrer, os mais fortes ajudam os mais fracos, inclusive protegemos outras raças. Por outras palavras, evoluímos para alem da nossa simples condição de animal. Somos animais racionais capazes de fazer sacrifícios uns pelos outros.
Então como ficam os direitos do animais? Existem ou não?
Sim, existem, mas existem porque nós os Humanos lhes demos, pois a natureza não lhes deu nenhum.
Isto quer dizer, que quando lutamos pelos direitos dos animais, estamos a lutar pelos direitos que uma maioria achou correcta e por tal, os argumentos do genereo de quem dá o direito de fazer esta maldade ou aquela, deixam de ser válidos, pois foram os próprios Homens que lhes deram os direitos. No máximo estaremos a quebrar uma lei ou uma regra imposta pela sociedade.
[/quote]




neste ponto, Aragão, concordo e discordo consigo.
começo por discordar apesar de católica, não sou praticante, e sou daquelas pessoas q apenas acredita em Deus quando, já num estado desesperante, não tenho nada em q acreditar mais...e preciso de algo em q acreditar...tenho os meus momentos.
mas isso agora não interessa.
numa coisa eu acreditona natureza.
acredito e adoro-a, mas não sou hipócrita para dizer q a trato da melhor maneira ( se assim fosse não andava de carro, não usava nem detergentes nem champô, etc).
onde eu quero chegar é o seguintenós humanos temos algo q mais nenhum ser vivo tem a razão, ou racionalidade, de onde vem a nossa consciencia. e por isso , somos donos do mundo.
mas se não possuíssemos essa racionalidade, essa coisa de termos mais direitos q outros seres, não existiria. aliás, não existiriam direitos para nada nem ninguém.
a lei da natureza pode ser a do mais forte , mas acima de tudo, é o facto de q cada ser existente até ao mais despercebido e desconhecido, tem o seu papel na natureza, e esse papel é principalmente o de garantir a existência de outros seres falo daquilo q se fala muitas vezes, q é o equilíbrio do ecossistema. existe assim uma cadeia de alimentação.
nós humanos, por muito q queiramos contornar esse facto, fazemos parte do ecossistema, e como todos outros, precisamos de outros seres para q garantam a nossa sobrevivencia, nem q seja para nos alimentarmos deles .no nosso caso estamos no topo da cadeia alimentar.
agora o leão ao matar outro ser para comer, não está a fazer nada de errado está a garantir a sua sobrevivência, e indirectamente a sobrevivencia de outros seres; está a equilibrar o ecossistema. errado seria matar focas bébés porque estas contém uma substancia qualquer q lhes dá "tusa"(desculpem a franquesa) como os chineses fazem.
o q quero dizer é q matar para nós é já tão banal e tem tantas utilidades inúteis...e achamos q temos o direito de determinar a vida . mas não temos esse direito, temos sim esse poder. somos os únicos seres q matam outro por qualquer coisa, nem q seja só porque lhe apeteceu, ao contrário dos animais irracionais, q quando matam não têm consciência de q estão a fazer algo de errado.
se matarmos 1 galinha para a comermos, na minha opinião , não estamos a fazer nada de errado.
não nos podemos esquecer q, quando o homem era ainda um "mix" de adão e de macaco, o acto de matar outro animal servia apenas para garantir a nossa existencia para comer , e nos agasalharmos do frio.
era justificável. hoje em dia, o uso de peles como o adão/macaco utilizava é totalmente injustificável, pois já temos um nº considerável de materiais q substituem as peles.mas mesmo assim, matamos por elas, porque são um luxo e altamente rentáveis.

no fim de isto tudo acabei por não explicar no q é q concordava om o Aragão, mas confesso q divaguei um bocado e já me esqueci...(eu sou assim, muito trapalhona, até no raciocínio.)
ah, é o seguinte discordando, os animais têm direito, aliás têm tanto direito á vida como nós, nós é q por sermos racionais damos a nós próprios mais importância q a q temos, ao fim ao cabo, mas não estamos a fazer nada de jeito neste mundo, só estamos a dar cabo desta *** toda (desculpem mais uma vez o palavreado)
concordando, realmente temos o direito de fazermos o q quisermos de outros seres, mas ninguém nos deu esse direito nós é q o criámos.

bom, e este é o post dos testamentos... olhem, eu deixo tudo para o meu cão ;)
venha daí mais 1 testamento!
spiral
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quarta jun 12, 2002 2:59 am

>O que mais me chamou a atenção, foi que as personagens lutam entre >si através dos seus pokemons, aliás o episódio que eu vi era todo ele >dedicado a um grande torneio em que muitos combatiam com os seus >Pokemons. Tenho pena em dizer isto, mas não encontrei diferença >alguma entre isso e as lutas de cães. Os pokemons eram treinados >duramente, não eram eles que escolhiam combater mas o faziam para >agradar ao dono e lutavam até ficar feridos, às vezes até perto da >morte.

Pois, eu vejo uma diferenca fundamental... e as criancas tambem, acredite. E PURA FICCAO.
Isso e tao valido como exercitos treinados, so que em vez de pessoas sao seres estranhos com poderes magicos.
Qualquer crianca ve a diferenca, quanto mais um adulto.


>Na minha opinião, os animais não têm direitos.

Pois esta enganado.
Tem tantos direitos quanto as pessoas tem direitos. E obvio que o conceito de direito foi criado pelos humanos de modo a impedir a carnificina global. Sim porque a especie humana tem uns instintos levados da breca. Como ha sempre alguem que tem mais forca que nos, e nos temos que nos proteger, ora bem, defendemos os direitos, e lutamos por eles. E puro instinto de sobrevivencia.

Uma vez ouvi esta frase:"Direito que nao e defendido e direito perdido"..
Acho que diz muito do ponto de vista sociologico.


>Vejamos a natureza, quem deu direito ao Leão de comer a Gazela? Ou >Urso de matar as crias que ocupavam a fêmea que ele queria, ou >garanhão de cobrir as suas éguas? Ou ao Castor de fazer um dique e >mudar o curso do rio? Ninguém.
>Ninguém desceu dos céus (não sou crente) e disse “Leão, tu podes >comer a Gazela.”, o Leão come a Gazela apenas por um único e simples >direito, porque pode! A maior lei da natureza é a lei do mais forte. Seja >em força bruta ou força mental. Quem pode, pode e por tal têm esse >direito.

Concordo com a pessoa que escreveu a mensagem anterior. Esta a confundir direito com poder.



>Por essa lei, nós raça humana, temos todo o direito de fazermos dos >animais o que quisermos, seja para o bem, seja para o mal.

Nao nao temos.
Podemos faze-lo, mas nao temos o direito.


>Isso quer dizer que então está tudo bem? Que as lutas de cães e outras >atrocidades estão correctas? Não, claro que não. É que nós Homens, >fomos contra a natureza, o nosso maior acto anti-natural foi cancelar a >lei do mais forte.

Pois, eu nao vejo bem isso assim. O pouco que se conseguiu foi a custa de muitas lutas. E so se conseguiu por via da chantagem.
Normalmente os direitos sao obtidos porque os que querem fazer uso do seu poder perdem mais em nao nos concederem esse direito do que em manter a ausencia de direito.


>Os membros mais fracos da nossa espécie não são deixados para >morrer, os mais fortes ajudam os mais fracos, inclusive protegemos >outras raças. Por outras palavras, evoluímos para alem da nossa >simples condição de animal.

Pois...
evoluimos muito pouco. .. fazemos muito pouco uso dessa capacidade.
Eu ate chego a pensar que, de acordo com os meus valores, nos somos dos animais mais estupidos a face do planeta. Sim, porque com tantas capacidades fazemos coisas muito poucochinhas, e nao tiramos partido de quase nada... e somos muito futeis e totos...



>Somos animais racionais capazes de fazer sacrifícios uns pelos outros.

Alguns sao.



>Então como ficam os direitos do animais? Existem ou não?
>Sim, existem, mas existem porque nós os Humanos lhes demos, pois a >natureza não lhes deu nenhum.

Sim, tal como a natureza nao nos deu nenhum.
Isso e uma invencao humana para podermos lidar com as nossas proprias fraquezas enquanto especie.



>Isto quer dizer, que quando lutamos pelos direitos dos animais, estamos >a lutar pelos direitos que uma maioria achou correcta e por tal, os >argumentos do genereo de quem dá o direito de fazer esta maldade ou >aquela, deixam de ser válidos, pois foram os próprios Homens que lhes >deram os direitos.

Nao nao. Sao tao validos quanto quebrar um direito de um ser humano criado por outros humanos, e sabe porque? Porque apesar de grandes comodistas etc, a maioria das pessoas e CLARAMENTE contra as lutas de caes, e como tal... esse direito e inerentemente consagrado aos animais.
Tal como voce proprio diz, sao os seres humanos que criam os direitos.
Alem de que neste momento ja esta na lei... portanto.. e mesmo um direito, nao estou a ver onde e que esta a duvida.

Alem disso, nem todos os direitos das pessoas estao consagrados na lei, ha coisas que se transmitem oralmente e atraves de atitudes na nossa sociedade, e que vao consagrando direitos nao escritos, que todos conhecem... pelo menos na medida em que sabem que se ofenderem esses tais direitos nao explicitados mas CLAROS saem prejudicados e entram em "lutas" com os restantes seres humanos.

Para mim, um desses direitos, UNIVERSAL, embora nem sempre levado ate as suas ultimas consequencias por aqueles que ja tem velhos habitos instituidos e tem uma certa resistencia em absorver conceitos que possam de alguma forma por em causa as suas opcoes passadas e a sua forma de levar a vida, E O DE NAO SER VITIMA DE QUALQUER ESPECIE DE CRUELDADE DESNECESSARIA.
Claro que agora entravamos no discurso do peso das diversas componentes em jogo (e.g., direito a vida vs diversao) etc...

Toda a gente reconhece este direito, MAS e capaz de o violar se tiver poder para tal. E aqui entra a necessidade de haver pessoas suficientemente altruistas para proteger os direitos inerentes a todos aqueles que, embora tenham direitos, nao tem capacidade para os defender: criancas, deficientes mentais, escravos, animais, ou outros que nao tem possibilidade de se fazerem ouvir ou respeitar.
Em ultima analise, ao defendermos os direitos dos outros estamos a defender os nossos proprios direitos. Vou ate mais longe, ao defendermos os direitos dos animais estamos a galvanizar na sua base a defesa dos direitos das pessoas mais desprotegidas. Estou plenamente convicta deste aspecto.


**s
P.S.: so uma ultima coisa, eu nao vi o debate, mas duvido muito que a vosa analise daquilo que ela disse esteja correcta porque nao bate certo com a minha experiencia pessoal sempre que a oico falar.
spiral
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quarta jun 12, 2002 3:07 am

No meu P.S, estava a referir-me a D. Maria do Ceu Sampaio, presidente da LPDA.

E ja agora lembrei-me de uma coisa: se algum dia vos disserem que os animais nao tem direitos porque nao pensam, lembrem-se logo dos deficientes mentais profundos, e pessoas em coma etc...

Ja por algumas vezes tive que debater este argumento completamente despropositado.


**s
aisd
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periquito FALCANITO

quarta jun 12, 2002 9:57 am

Vou apenas referir-me à falta de capacidade de argumentação.
Eu tenho constatado ao longo da minha vida que é uma característica do português o querer estar de bem com todos.
Estou convencida que muita gente prescinde de defender as suas ideias para evitar conflitos.Acabam por dizer qualquer coisa do género "desse ponto de vista","nessa perspectiva",etc.
Ora a capacidade de argumentação nasce da discussão.
E da discussão aguerrida, de vida ou de morte, em que as pessoas são obrigadas a utilizar o melhor das suas capacidades para não perderem (simplesmente para não perderem).
Essa é uma qualidade que se desenvolve desde a infância e que tem o seu ponto mais alto na adolescência.
Depois, com a maturidade, torna-se uma arma que se utiliza apenas quando é necessária (não vamos andar ao "murro" a torto e a direito por questões de "lana caprina" - chama-se a isto crescer).
Mas outra coisa é a atitude sistemática de evitar o confronto a todo o custo mesmo quando sabemos que temos razão, só para os outros dizerem "não é mau tipo", "no fundo é bom rapaz",etc.
Ora eu suspeito que SS está habituado a debater estas questões com a oposição.E os defensores dos animais não estão.

Contudo não estou de acordo que a emocionalidade seja um grave defeito neste tipo de debates.O português vai muito pelo coração.
O facto de sentir que as pessoas "sentem" o problema não é defeito.Pelo contrário.
Se existe um empenho sentido a tendência é de se solidarizar.

Veja-se o caso de Timor.
Durante cerca de 30 anos foi assunto ignorado e quase desconhecido pela maioria dos portugueses.
Mas bastou ver aquelas pessoas a fugir para as montanhas,bastou aperceberem-se da injustiça (de que nós também fomos cúmplices) que tinha sido feita àquele povo, para se gerar uma onda de apoio e solidariedade jamais vista em Portugal.

Tenho um amigo que costuma dizer :'Para os latinos tudo se perdoa se fôr por amor'.

Na minha opinião é o melhor que nós temos.
KROZ
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quarta jun 12, 2002 2:00 pm

Em relação às artes marciais, nem todos os praticantes são controlados.

Em certa parte controlam os atletas federados de alta competição.

Digamos que eu me envolver numa luta de rua, salvo algumas excepções, serei sempre culpado pois serei considerado um arma.

Se for apanhado pela policia e eu não disser nada acerca da minha condição, pode ser que não investiguem e safo-me, caso contrário não me safo e poderei ser penalizado pela própria federação.

Se fazem isto com os atletas de alta competição, também poderiam fazer com os cães. Mas também já pratiquei um estilo que não era considerado desporto em portugal devido às suas origens e "fantasias" em volta do mesmo, e como tal, não era federado e muito menos controlado.
Tal como nas artes marciais, um cão criado em casa, pode escapar ao controlo. Apenas criadores listados pelo CPC poderiam dar a garantia de que o cão estaria registado, pois qualquer pessoa pode criar cães em casa e estes escapariam ao controle.

Por isso este tema de controlor os cão não nos leva a lado nenhum , na minha opinião. Reparem que a maioria dos cães de luta provém de criação "caseira". E certamente que não irá haver ninguém nos bairros sociais à procura de cães não registados. Se saísse de lá vivo para apreender o cão já não era mau. Ainda não há muito tempo um polícia foi hospitalizado por entrar num desses bairros.

Como referiu a reportagem da revista "Grande reportagem", os cães não são usados somente para lutas, mas também para roubos e intimidação.
Aqui o cão não sofre fisicamente, mas sofre uma carga negativa por parte da sociedade que considera mais fácil culpar o cão que intimida do que culpar o dono, ladrão, que obriga o cão a intimidar.
VascoV
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quarta jun 12, 2002 6:45 pm

KROZ Escreveu:

Se fazem isto com os atletas de alta competição, também poderiam fazer com os cães. Mas também já pratiquei um estilo que não era considerado desporto em portugal devido às suas origens e "fantasias" em volta do mesmo, e como tal, não era federado e muito menos controlado.
Ninpo Bugei ou Togakure Ryu, Kroz?

;) ;)
KROZ
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quinta jun 13, 2002 2:05 am

Foi um tiro no escuro?????
Sim, referia-me de Togakure Ryu. Esse é o estilo e a arte é Ninjutsu.
VascoV Escreveu: Ninpo Bugei ou Togakure Ryu, Kroz?

;) ;)
VascoV
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quinta jun 13, 2002 7:06 am

eheheh

Não foi um tiro no escuro,foi mais calculado. Ainda me lembro há bastantes anos da polémica com o Rui Mendonça ( actualmente Ruy Mendoza) que o levou a Espanha. E data dessa altura o cisma das duas orientações que levou à situação que referiste

Abraço

Vasco
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