Já vi que este vai ser um texto longo, por isso se estiverem sem paciência é mesmo melhor saltar esta mensagem. Para manter o interesse vou começar logo por uma declaração polemica, na minha opinião das pessoas que estavam sentadas à mesa, infelizmente, o mais inteligente era sem dúvida o Sérgio Sá, o psiquiatra Manuel Guerreiro andava perto, mas não chegava lá. Todos os outros estavam noutra divisão. Isto não quer dizer que concorde com as opiniões do Sérgio Sá, bem pelo contrario.
Se dividirmos as pessoas em três grupos: os que gostam de cães (como sejam as pessoas deste fórum), os que são a favor de lutas de cães e aqueles que acham que à cães perigosos (certamente o maior grupo) e analisarmos o resultado deste programa para cada um deste grupos, os resultados são desastrosos.
Para aqueles que defendem as lutas de cães, não houve nenhum argumento que os levasse a pensar sequer duas vezes em mudar, pelo contrario, a indicação de que a pouca lei que existe contra as lutas nunca foi usada, terá certamente feito alguns deles dormir mais sossegados.
Para os amantes dos cães pouco mudou, certamente alguns (como eu), aprenderam mais algumas coisas, mas o maior sentimento foi o de impotência para fazer algo perante a impunidade de tais actos.
Mas o pior resultado foi para aquele que é o maior grupo. A calma e pseudo-racionalidade demonstrada pelo Sérgio Sá, a incoerência e disparates ditos pela maioria dos outros presentes (excepção ao psiquiatra Manuel Guerreiro e ao criador Gonçalo Moura) e o medo demonstrado pela jornalista, terão certamente levado muitos a pensar que se calhar as lutas até não são tão más como isso, mas os cães são certamente perigosos!
Acredito as pessoas que tentaram defender os cães, estivessem cheios de boas intenções, mas acho que para discussões destas, ainda por cima públicas, é preciso mais que boa vontade. Enquanto as pessoas que participarem neste debates, não tiverem uma maior capacidade de discussão e argumentação, quem sai a perder são o pobres dos cães.
Li várias mensagens em que se falava que os defensores dos animais, não os defendiam com a garra necessária ou então que não tinham a capacidade de argumentação. Isso é algo perfeitamente natural, normalmente quem defende uma causa defende-a com o coração. As pessoas facilmente se entusiasmam quando o assunto lhes é muito querido e quanto maior for o coração pior, pois maior é a dor. Quem não defende uma causa está à partida em vantagem pois não tem um valor sentimental em jogo.
Infelizmente, quando é apenas o coração a falar cometem-se muitos erros e não me refiro apenas ao facto de não conseguirem expor um argumento ou perder a calma. Refiro também, à menor capacidade de ver o outro lado, essa incapacidade é tanto maior, quanto o horror que isso nos causa.
Tomem por exemplo os Judeus e os nazis da segunda guerra mundial. De certeza que a maior parte das pessoas deste fórum, num momento ou outro, discutiu sobre o holocausto que foi a WWII e o extermínio dos Judeus. Possivelmente falaram dos motivos de tal extermino, do que foi feito das posses dos Judeus, do sofrimento deles, talvez das formas que pudesse ser evitado, muito provavelmente sobre as torturas infligidas nos campos de concentração e naturalmente das câmaras de gás. O mais natural é que uma discussão dessas tenha sido agitada, mas racional, sem berros nem choros. Porque tal assunto por muito que nos choque, não o vivemos, não o sentimos na pele.
Agora imaginem a mesma discussão mas em que uma das pessoas é um sobrevivente de um campo de concentração....
Estão a imaginar? Acham que essa pessoa seria capaz de falar calmamente sobre o que foi feito ao seu dinheiro? Ou sobre como era a vida num campo de concentração? Ou como o seu pai tinha sido levado para uma câmara de gás?
Eu creio que não. O assunto tocava-lhe profundamente, as lagrimas e a dor não estariam certamente longe.
E agora levem esta comparação ao um ponto ainda mais extremo, coloquem nessa discussão um jovem defensor do nazismo... estão a ver a discussão? Seria algo perfeitamente injusto. O esforço que o Judeu teria de fazer para apresentar os seus pontos de forma clara e racional, roçam o sobre-humano.
Agora reparem, que se alguém, que nada soubesse de nazismo e dos horrores da segunda grande guerra, visse esta discussão poderia ficar com a impressão errada que afinal os nazista é que tinham razão e os Judeus é que eram os maus da fita. Afinal o nazista apresentou e defendeu os seus argumentos enquanto que o outro estava exaltado e nem sequer tentou contra-argumentar.
Vocês acham que se o nazista apresentasse um argumento correcto e verdadeiro o Judeu o iria aceitar e dizer que sim?
Esta é na minha opinião um comparação, obviamente exagerada mas correcta, sobre o que debate e algumas das discussões que surgiram a surgiram a este.
Eu vou tentar dar a minha visão da entrevista, tentarei ser imparcial pois considero-me uma das pessoas capazes de discutir quase qualquer assunto, por muito que me seja querido, de uma forma distante e pouco emotiva. (perdoem-me a falta de modéstia)
Vou começar pela jornalista. Esta senhora, que estava no papel de moderadora e condutora do debate, fez algo que a mim me assusta: tomou partido! Por muito válidos que sejam os seus motivos, ao ser parcial, uma das partes sai prejudicada. Desta vez foi o lado das lutas dos cães, ainda bem, dirão alguns, mas amanha esta jornalista pode estar num debate sobre cães "perigosos" e pode tomar o lado daqueles que dizem que devia haver raças proibidas, muito mau nessa altura. A imparcialidade do moderador garante que ambas as partes têm direito a dizer os seus pontos, para o bem e para o mal. Esta é a única forma de garantir que, pelo menos, os pontos que defendo possam ser debatidos seriamente e não ao sabor da corrente moralista ou da opinião da maioria.
No final do debate, estava de tal forma parcial, que por varias vezes cortou a palavra ao Sérgio Sá, não o deixando apresentar os seus argumentos!
Mas as falhas da jornalista não acabam aqui, não minha opinião esta foi uma perfeita idiota ao mostrar o seu receio pelos cães, dando um enorme argumento a todos que têm medo de cães. A minha vontade foi de lhe dar um par de estalos quando diz "virei as costa ao Taiser, não foi uma grande ideia!", nesta simples frase deitou a perder meses de trabalho! Todo o trabalho de sensibilização de que não há raças perigosas deu um grande recuo. Das três pessoas, que tem medo de cães grandes, com que falei TODAS elas me disseram, "se até a jornalista tinha medo de lhe virar as costas, então é porque à algum motivo!", o trabalho que vai dar em explicar a parvoíce de tal atitude é tremendo!
Por último, fiquei bastante confuso quando no discurso do fecho, começa por dizer que lamenta se a reportagem terá contribuído para aumentar o interesse pelas lutas do cães (até aqui tudo bem), mas depois fala que as multas são leves e que nunca sequer foram usadas! Qual era a ideia? Porque se era, para as pessoas continuarem a fazer isso que não há perigo de retaliações, então foi muito bem conseguido!
Em relação à Maria do Céu Sampaio (liga portuguesa direitos do animal) começou logo mal ao fazer um enorme mistério sobre a investigação em curso. Fez me lembrar os segredos de Fátima ou os tabus do Cavaco. Ou têm algo para dizer ou cala-se e não faz disso um conto de capa e espada.
O principal ponto desta senhora era a lei, até cheguei a pensar que era de uma associação jurídica em vez da Liga dos Direitos dos Animais. A pobre senhora baralhou-se tanto que até já dizia que não se podia falar em defender as lutas dos cães pois isso ia contra a lei, creio que deve-lhe ter escapado o conceito de democracia e o direito à livre expressão.
Mas o mais grave foi ter deixado os argumentos do Sérgio Sá sem resposta, por muito que nos incomode, argumentos do género: o que nos dá o direito de matar animais para comer ou prender uma pássaro numa gaiola, não podem ficar sem resposta, pois são argumentos válidos e por tal têm de ser rebatidos.
Resumindo, os argumento que apresentou eram ilógicos e desconectos, recorreu à lei como se esta fosse uma bíblia e no final do programa já não dizia coisa com coisa. Acredito que goste muito dos animais, mas não tem a capacidade de discussão e argumentação.
Apesar de no final, os seus argumentos contra a esterilização estarem bem construídos, estragou tudo quando a jornalista a desafiou para fazer uma festa ao pit-bull e esta disse que sim, que ia JÁ! Mas não se levantou da cadeira!! Ou se diz que não e explica-se o porquê, que o cão está muito desconfortável com as luzes e o calor (ou outras razões) ou então, se se diz que sim, é preciso faze-lo logo! Ficou a impressão no ar de que realmente aquele cão devia ser muito perigoso...
Alguém disse que foi o próprio dono que tinha pedido para não fazerem festas ao cão, pois este estava muito nervoso. Realmente, ao ver a gravação em câmara lenta, parece-me que quando a Maria do Céu diz que vai fazer a festa ao cão, o dono deste faz uma cara de desagrado e começa a abanar a cabeça, depois a câmara muda e não consigo saber se este deu alguma indicação que era melhor não. Se assim foi, então a escolha do cão/dono foi bastante má, mas mesmo assim era dar de imediato uma explicação ao publico sobre o desconforto do animal. Nem toda a gente sabe que estar num estúdio de televisão é extremamente desagradável, o calor produzido pelos focos é insuportável, as movimentações que ocorrem por detrás da câmaras uma confusão e as continuas paragens e arranques perfeitamente desconcertantes. Isto durante várias horas, muitas mais do que aquelas que são realmente transmitidas.
Uma das poucas partes boas da Maria do Céu foi o bom conselho às mães sobre a educação dos filhos em relação ao medo com os cães. Infelizmente, ao terminar a sua intervenção, só diz disparates, pois continua no mesmo tom maternal ao falar com o Sérgio Sá, parece uma mãezinha a falar com o seu filho mal comportado.
Sobre a Isabel Candeia (veterinária), não percebi realmente o que ali foi fazer. Ouvi apenas as suas opiniões pessoais, em nada ligadas ou suportadas pela sua profissão. Não é que ela não possa dizer as suas opiniões, mas aquela senhora estava no debate, não porque calhou, mas sim pela sua profissão. Daquilo que falou, até podia ser uma aviadora, que o resultado era o mesmo.
Das vezes que interviu, dizia que não estava de acordo, mas não apresentava razoes para tal. Se as razões fossem evidentes para toda a gente (não o eram para mim) não seria preciso fazer aquele debate.
Mandou para o ar a ideia de registos dos donos como se fazem com os praticantes de karaté, apesar da ideia não ser má, não soube apresentar o argumento de forma a ser entendido.
[Já agora eu não sabia que tal era feito em Portugal, aliás não me lembro de ter feito nenhum registo quando pratiquei Judo. Alguém sabe mais sobre isto? É verdade?]
Mas o pior ainda estava para vir. Então não é que, quando a jornalista diz que a opinião da Isabel Candeia era de que não havia raças perigosas, a veterinária nega essa afirmação! Mais, não só diz que não era essa a sua opinião como de que há realmente raças mais violentas que outras e continua afirmando que os mastins napolitanos são uma raça de ataque! Quem é esta senhora? Para prejudicar os cães já lá estava uma pessoa e a fazer um bom trabalho, não precisava de ajuda!
Seguidamente diz que aprova a esterilização e controle de certas raças, mas depois contradiz-se e diz que não devíamos por raças em extinção e por tal não devíamos fazer como em frança que esterilizaram os pit-bull. Afinal como ficamos?
Os únicos pontos bons da intervenção da Isabel Candeia foram da avaliação prévia dos donos antes de estes terem um cão, o facto de ter estudado sobre a raça quando lhe deram um cão e a sua explicação do porque de não ter trazido o seu cão ao estúdio.
Sobre o Rui Ferreira (dono do pit-bull), este tinha certamente boas intenções, mas não foi a melhor escolha para ir ao debate, devido ao nervosismo do cão. Apesar de alguns pontos que mencionou serem válidos, houve demasiado termos técnicos não explicados no seu discurso, que o publico não conhece e não percebe. Fica no ar a impressão que há algo errado nos animais (pit-bull).
Nem sei bem o que dizer da Margarida Bessa (Fundação Pedigree), a minha impressão era que estava lá para dar a descompressão humorística. Pois realmente a minha vontade foi desatar a rir.
Começou a indicar que tinha muita vergonha no século XXI se ganhar dinheiro com os animais, creio que ninguém lhe falou que o trabalho animal ainda é muito importante no mundo, que as empresas ganham dinheiro ao vender carne, que os circos e os jardins zoológicos ganham dinheiro com animais, que há lojas de vendas de animais, etc, etc!
A mim pareceu-me uma tia loura de cascais, perdoem-me o estereotipo, mas esta foi mais forte do que eu! (As minhas desculpas às pessoas de cascais e às loiras, que não pretendo ofender de forma alguma.)
Mais uma completa parvoíce sobre a esterilização, totalmente utópica. Se não conseguimos controlar as armas, as drogas, o fisco, nem sequer uma luta de cães, vamos mesmo conseguir controlar a população canina. Ou talvez estejam a pensar que toda a gente que usa cães nas lutas vai ter um ataque súbito de consciência e reportar que têm esses cães! Estou mesmo a ver a policia a entrar em Chelas para fazer um censo ao cães. Uma lei dessas só vai prejudicar os donos conscientes que não podem fugir à lei.
Mas acho que o ponto alto da sua intervenção foi o de salientar que no site da Internet, em que tinham sido mostradas as regras das lutas de cães, dizia "apenas para motivos históricos" e acha que isso é um argumento contra as lutas! (Para quem não sabe, o sites alojados em países que proíbem as acções reportadas nesses sites, normalmente incluem frases dessas, por forma a não poderem ser desligados ou processados)
Por último, a comparação com a guerra das estrelas e lado negro foi mais que disparatada. Felizmente a Margarida Bessa ainda não viu o Senhor do Anéis, nem imagino o que dito nessa caso!
O único ponto bom da sua intervenção foi o mencionar que a culpa/responsabilidade é dos donos e não dos cães.
Finalmente vou falar de alguém que esteve bem, o Gonçalo Graça Moura (Criador). Os seus argumentos eram bons e foram ditos de uma forma rápida e concisa.
Demonstrou um bom conhecimento de base, tenho a certeza que as pessoas ficaram com uma boa impressão dele, o que permitiu que as suas opiniões ficassem na memória das pessoas.
Esteve muito bem ao dar a volta à jornalista, quando esta perguntou o que o fascinava nos filas brasileiros, ao que indicou a sua personalidade e amor à família, ao contraio daquilo que a jornalista esperava, como seja força, etc.
A única falha, foi ao falar que o seu cão é dos poucos filas que nas exposições deixa examinar os dentes, o publico em geral não sabe que estes são inspeccionados e que nenhum cão gosta disso e por tal tem de ser habituados a tal, seja um caniche ou um fila, as pessoas podem ter ficado com a impressão que é só alguns cães, como os fila, é que são ferozes e não deixam nos dentes.
Apresentou um dos melhores argumentos do debate contra as lutas: o amor aos seus cães. Forneceu uma óptima explicação sobre os treinos dos seus cães e a futilidade de uma lei que apenas fosse nesse sentido. Infelizmente, o facto de o treino ser saudável para os cães era um ponto defendido pelo Sérgio Sá.
Começou muito bem ao falar sobre a lei não dar forma de medir um cão perigoso, mas não deu resposta à afirmação da jornalista que se olha para o Taiser (o cão no estúdio) e vê-se logo... em vez disso tentou falar sobre ser mordido por um pincher miniatura (será parente do Spot?). Apesar de eu ter percebido a ideia, não creio que esta tenha passado correctamente para o público em geral.
Sinceramente, não sei o que dizer da Ana Paula (dona de uma Rottweiler roubada). Não percebi que estava esta senhora a fazer aqui. Roubaram-lhe a cadela, a união zoolofila diz que é para as lutas e pronto assunto arrumado!? Acho que um bocado mais de provas ou evidencias davam jeito, mas enfim...
Finalmente chegou a vez de falar sobre o Manuel Guerreiro (Psiquiatra). Este começa por dizer que há uma frase importante na psiquiatria, mas interrompe-se e começa num discurso algo filosófico e ficamos sem saber qual era a frase importante...
Na sua intervenção fala da não existência da autodeterminação dos animais, pois um homem decide ser um atleta, um cão não. Alguém decide por ele. Teve bem neste ponto, pois o Sérgio Sá não me pareceu conhecer correctamente o significado de autodeterminação, já que este insistia que não dava aos seus cães esse direito.
Este é um ponto muito perigoso, pois se é verdade que o cão não escolhe ser atleta também não escolhe não o ser, assim como não é sua, a decisão de ser nosso animal de companhia.
Continuando, a seguir, Manuel Guerreiro faz um discurso filosófico entre o bem e o mal, Homem bom e Homem mau. Se pessoalmente acho-o demasiado infantil, tenho por outro lado admitir que este é sem dúvida o discurso mais correcto para o publico em geral. As palavras e conceitos usados foram simples e directos. É um discurso assim que consegue fazer as pessoas pensarem um pouco, pois é pintado apenas a preto e branco, sem zonas cinzentas e confusas. Permite que cada uma se possa identificar com p lado bom e desta forma repreender as acções do lado mau.
Este muito bem no ponto em que disse, que é uma evolução do homem quando este consegue controlar o sua agressividade sobre os outros. (nós estamos realmente muito pouco evoluídos)
Acho que a sugestão de que as pessoas envolvidas nas lutas têm graves perturbação da personalidade alem de ser um exagero é um grande disparate. Mas é este tipo de discurso que faz as pessoas ficarem chocadas e pensarem um bocado.
Começou a falhar quando usa o argumento da lei (outra vez!!) sobre as lutas e as apostas, em fez de ficar na sua área profissional, ou fazer isso foi para a área do jurista ou então do leigo, que não era essa a sua função.
Depois disse algo que me pareceu um perfeito disparate. Disse que os touros das touradas eram treinados para serem mais agressivos e não eram misturados com os outros, alem de me parecer verdadeiro, é um argumento em favor de isolar as raças perigosas!
[Já agora, alguém sabe mais sobre isto? Se os touros são incentivados à violência e mantidos à parte dos outros?]
A partir daqui foi um descalabro, pegou no argumento do Sérgio Sá de que fazia o cão atingir o máximo e fez a comparação com o trabalho e se achava que o patrão devia fazer os funcionários renderem o máximo! É pena que seja mesmo esse o caso! Ao aperceber-se que esta a dar a razão ao Sérgio Sá, tentou safar-se com uma comparação ainda pior que era de agredir o colega do lado!
Depois vem o pior de tudo, desata a acusar o Sérgio Sá de ter demonstrado não ter controle dos seus impulsos ao ser agressivo e responder mal às pessoas. Infelizmente diz isto num tom perfeitamente agressivo, ou seja faz exactamente aquilo de que acusa o outro! Dei-me ao trabalho de andar com a cassete para trás e comparar o discurso do Sérgio Sá com o do Manuel guerreiro, infelizmente, acho o do psiquiatra ainda mais agressivo, pois o Sérgio Sá respondia a uma agressão directa que foi feita pela Maria do Céu, enquanto o Manuel guerreiro agredia de sua iniciativa. No entanto creio que este ponto foi demasiado subtil para que a maior parte das pessoas o notasse, apesar do outro ter dito exactamente isso, não teve hipótese de continuar pois caiu-lhe tudo em cima ao mesmo tempo.
Pareceu-me que seria das poucas pessoas ali que poderiam ter a capacidade de fazer frente aos argumentos do Sérgio Sá. Mas após a sua intervenção o debate entrou um bocado na bandalheira, não dando a hipótese ao Sérgio Sá de contra argumentar.
Percebo perfeitamente porque a maior parte das pessoas deste fórum tenha gostado bastante da sua intervenção, pois foi o único que pôs o Sérgio Sá na defensiva.
Agora o mais fácil , falar sobre o Sérgio Sá. Na minha opinião, esta apresentou os pontos logicamente e defendeu-os com argumentos minimamente validos. Creio que estavam à espera de um idiota que não dissesse coisa com coisa e infelizmente saiu o tiro pela culatra.
Não me vou alongar com este senhor, pois não é essa a minha intenção, no entanto acho que os argumentos que apresenta devem ser discutidos e não simplesmente ignorados, porque tal não nos dá jeito ou porque achamos que não vale a pena.
Sem duvida que a minha vontade é fazer como disse a Rosinha2000, aliás, acho que no Zoo de Lisboa existem alguns ursos que adorariam desfrutar com este senhor, mas vou ser um dos Homens bons e resistir aos meus impulsos, por isso já sabem, se ouvirem alguma notícia de que fugiram alguns ursos do Zoo, não tive nada haver com isso...

De todo o programa, muito sinceramente a melhor parte foi o terceiro vídeo, estava realmente fabuloso. Tocou em todos os pontos que deviam ser transmitidos de uma forma clara e simples. Desde a socialização dos cães, o respeito pelas outras pessoas, o facto de nem toda a gente poder ter todo o tipos de cães e o facto de a culpa não ser dos cães, mas sim do seus donos.
Resumindo e baralhando, o programa esteve bastante mal, enquanto não forem levadas a estes debates, pessoas que talvez amem menos os animais, mas que falam mais com a mente de que com o coração, a opinião pública dificilmente irá mudar.
Vou terminar este mais do que longo documento, chamando a atenção a um pormenor que provavelmente nos passa ao lado e que não damos importância e levantar mais uma vez a polemica.
Nós andamos para aqui a discutir lutas de cães e como isso é mau para os animais e que não se compara com um combate de boxe, etc, etc... mas se calhar à muito tempo que não nos sentamos com as crianças e vemos o que elas vêem. Eu tenho a sorte de ter a cara de pau para continuar a gostar de banda desenhada e animações, por isso este fim-de-semana estava a ver uma serie chamada Pokemon, eu sei que isso foi um grande êxito, mas nunca tinha visto um episódio de ponta a ponta. O que mais me chamou a atenção, foi que as personagens lutam entre si através dos seus pokemons, aliás o episódio que eu vi era todo ele dedicado a um grande torneio em que muitos combatiam com os seus Pokemons. Tenho pena em dizer isto, mas não encontrei diferença alguma entre isso e as lutas de cães. Os pokemons eram treinados duramente, não eram eles que escolhiam combater mas o faziam para agradar ao dono e lutavam até ficar feridos, às vezes até perto da morte.
Por último, vou lançar mais uma polemica.
Na minha opinião, os animais não têm direitos.
Vejamos a natureza, quem deu direito ao Leão de comer a Gazela? Ou Urso de matar as crias que ocupavam a fêmea que ele queria, ou garanhão de cobrir as suas éguas? Ou ao Castor de fazer um dique e mudar o curso do rio? Ninguém.
Ninguém desceu dos céus (não sou crente) e disse “Leão, tu podes comer a Gazela.”, o Leão come a Gazela apenas por um único e simples direito, porque pode! A maior lei da natureza é a lei do mais forte. Seja em força bruta ou força mental. Quem pode, pode e por tal têm esse direito.
Por essa lei, nós raça humana, temos todo o direito de fazermos dos animais o que quisermos, seja para o bem, seja para o mal.
Isso quer dizer que então está tudo bem? Que as lutas de cães e outras atrocidades estão correctas? Não, claro que não. É que nós Homens, fomos contra a natureza, o nosso maior acto anti-natural foi cancelar a lei do mais forte. Os membros mais fracos da nossa espécie não são deixados para morrer, os mais fortes ajudam os mais fracos, inclusive protegemos outras raças. Por outras palavras, evoluímos para alem da nossa simples condição de animal. Somos animais racionais capazes de fazer sacrifícios uns pelos outros.
Então como ficam os direitos do animais? Existem ou não?
Sim, existem, mas existem porque nós os Humanos lhes demos, pois a natureza não lhes deu nenhum.
Isto quer dizer, que quando lutamos pelos direitos dos animais, estamos a lutar pelos direitos que uma maioria achou correcta e por tal, os argumentos do genereo de quem dá o direito de fazer esta maldade ou aquela, deixam de ser válidos, pois foram os próprios Homens que lhes deram os direitos. No máximo estaremos a quebrar uma lei ou uma regra imposta pela sociedade.
Bom, este é sem dúvida a maior mensagem que alguma vez escrevi. As minhas desculpas aos desgraçados que tiveram a pachorra de ler isto tudo. (se é que houve algum...
