O Natal vai ficar marcado na minha memória como um dia triste... Muito triste. No passado dia 24 de Dezembro, pelas 20h00, notei que a minha companheira de nove anos, a Juca, se encontrava num estado de prostração total; acresce que, numa semana, havia perdido dois terços do peso, tendo-lhe sido diagnosticada Diabetes; mas, nessa vépera de Natal, pareceu-me claramente estar a apagar-se.
Corri com ela para o Hospital Veterinário, onde ficou internada para análises e testes com o objectivo de precisar a origem dos problemas, tendo ficado acordado que eu contactaria aquele Hostpital pelas 12h00 do dia seguinte (dia de Natal).
Quando telefonei, a pior notícia atingiu-me como uma faca - A Juca morreu durante a noite... Diagnóstico: Insufuciência hepática severa e Leishmaniose.
A Juca foi, nos primeiros sete anos da sua vida, como uma filha para mim; dormiu na minha cama, sobre a minha almofada e ombro no Verão e sob os cobertores no Inverno; fez milhares de kms comigo, seguiu-me para todo o lado, como se fosse parte de mim; viu nascer a minha filha (agora com dois anos) e teve que sair da cama...
No meu íntimo existe um conflito inevitável, se não a tivesse levado para o Hospital, ela poderia ter terminado os seus dias sobre o colo dos donos (que eram o seu mundo) em vez de morrer numa jaula, sózinha... Por outro lado, se ela morresse em casa, eu ficaria a pensar que talvez a tivesse salvo se a levasse ao Hospital... Não sei o que pense !
O meus dias nunca mais serão os mesmos; vou chegar a casa e não vou ouvir os latidos da minha amiga, nem ver a sua cauda a agitar-se. Os pulos de felicidade que ela dava ao ver os donos não vão mais repetir-se.
Sinto um enorme complexo de culpa por continuar a comer, a beber e divertir-me quando a minha Juca já não é mais que um corpo frio debaixo de um monte de terra. Por todos os lado há memórias dela - foram nove anos...
Estes dias têm sido de uma tristeza indiscritível; quando a minha filhota de dois anos pergunta "A 'Uca ?", só me apetece gritar e correr...
A minha mulher, que comigo vive há mais de onze anos, diz que nunca antes me tinha visto verter uma lágrima, agora choro como um bébé... Não pensei que gostasse tanto da Juca...
Acabaram-se os dias felizes, acabou-se o Natal - A vida é uma m e r d a !
Amem os vossos entes queridos enquanto podem e eles estão por cá; quando eles partem só pensamos no que poderiamos ter feito e não fizemos !!!
Felicidades para todos.
E vai ver que a sua filha ía adorar a ideia, eu tenho também uma filha de 2 anos e meio e sei do que falo, elas têm memória curta 
Basta dizer que a Juca foi dar um passeio e agora têm ali a amiguinha da Juca 
é realmente muito triste quando de perde os nossos amigos eu perdi vários muito embora tenham sido diferentes, mas para mim a dor foi igual, e a solução foi sempre substituir adoptando foi a maneira que arranjei de não sentir tanto vazio ao ver as casotas sem canitos e o espaço totalmente vazio.
