Cá está uma reportagem sobre cães (PP). Não tráz nada de novo, no entanto fica aqui para quem quiser ler e claro, comentar

Abraços
in Correio da ManhãA Lei considera-os potencialmente perigosos e há já vários casos de ataques de cães a pessoas. O CM falou com famílias que não têm medo destes animais e que vêem neles o melhor animal de estimação e protector da casa e da família. Especialistas alertam para os cuidados a ter.
Assim que Inês Vaz, de apenas quatro anos, põe o pé dentro de casa, a cadela rottweiler Athena dá-lhe as boas vindas com lambidelas húmidas. Alheia à legislação que considera a raça potencialmente perigosa, a menina dá gargalhadas e corre para o pátio, onde a brincadeira preferida entre as duas é uma bola colorida de borracha. Os pais acreditam que Athena é meiga e nunca lhe faria mal, mas o responsável pela associação O Amigo do rottweiler alerta: “Por melhor que seja a educação, não se deve confiar a cem por cento, porque eles são animais”, diz Cláudio Nogueira.
Quando Inês nasceu, Athena, de sete anos, era já inquilina no apartamento em Massamá, concelho de Sintra. O irmão, André, tinha oito anos quando pediu aos pais uma cadela para brincar. A oportunidade de ter uma cadela rottweiler, ainda bebé, deixou o pai apreensivo. Mas, quando pegou Athena, uma linda cachorra, Luís Vaz não teve dúvidas.
“Eu nunca tive medo dela. Nem posso. O segredo é mostrar-lhe quem manda e respeitar o que ela não gosta”, disse ao CM. Com o tempo, Luís ensinou-a a não saltar, durante as brincadeiras. ”São cães de grande porte, podem mandar qualquer um ao chão”, justificou, e percebeu que ela não gosta que lhe mexam nas patas nem a incomodem enquanto está a comer.
De olhar meigo e sedento de mimos e brincadeiras, Athena só deixou o dono desconfiado uma única vez. ”Mudámos de casa e ela estranhou. Ainda se está a adaptar. Um dia veio cá uma amiga nossa, que a conhece muito bem, e começou a esbracejar, contente por a ver”, recordou. Athena não gostou da brincadeira, ficou parada, ergueu as orelhas e o rabo e manteve uma posição estática. Luís temeu um ataque e disse à amiga para parar. Athena deu meia volta e regressou ao pátio, onde passa grande parte do tempo.
O rottweiler é um cão que exige sacrifícios, diz a associação. “Não basta ter um quintal. Um cão destes precisa de ser sociável, conviver com outras pessoas, com outros animais. Exige muito tempo, para brincar com ele e para o treinar”, adverte Cláudio Nogueira.
Mónica Ramos, de 30 anos, sabe disso. E como tem dois exemplares da raça, tem trabalho acrescido. Nina, de 23 meses, e Tex, de 16, são um casal de rottweilers ainda jovens, mas ela pesa 38 quilos e ele mais dez. Mónica e o marido tratam os dois cães como se fossem caniches. Mas, quando os passeiam na rua, percebem que os vizinhos não os vêem como tal. “Desde que começaram a surgir notícias sobre ataques de cães, as pessoas mudam de passeio só para não se aproximarem. E eles andam sempre à trela e com açaime”, disse ao CM.
A filha, Tatiana, tem apenas oito anos. Quando acorda, antes de dar os bons dias aos pais, abre a janela e cumprimenta a Nina e o Tex. “São a companhia dela. Adora brincar com eles, tirar-lhes a comida, jogar à bola.” Ainda assim, os pais têm alguns cuidados acrescidos, que não teriam se os cães fossem de uma raça que a lei não considera potencialmente perigosa.
“Não a deixamos sozinha com eles. Ensinámo-la como abordar o cão, a não gritar, mas como ela é uma criança às vezes sai um grito, ou uma bofetada. E há que ter cuidado”, lembrou.
E são esses cuidados que Tiago Patel, de 22 anos, – estudante de reprodução animal – tenta incutir às crianças através de acções de sensibilização nas escolas. Amante de animais e com um curso de treino de cães no currículo, Tiago arranjou uma companhia para a sua Golden Retrivier Matilde, um Pitbull a quem baptizou de Spike.
O Spike tem quatro anos e é da cor do fogo. Tem medo de tudo o que lhe apareça pela frente, até uma máquina fotográfica o arruma atrás do dono. Pode ladrar para impor respeito mas, segundo o Tiago, “é tudo teatro”. ”Pitbulls perigosos? Nunca conheci nenhum”, diz o estudante.
O criador que vendeu o Spike cortou-lhe as orelhas à semelhança do que se faz aos cães usados em lutas – porque as orelhas são um ponto fraco. Infelizmente para Tiago, além de terem cortado um pedaço ao animal, sempre que o estudante brinca com ele no jardim do Parque das Nações, a Polícia pensa que o está a treinar para uma luta.
Os Pitbull são a raça preferida para a actividade. Mas os cães, dizem os entendidos, fazem aquilo para que são educados. Edgar Loreti, responsável pela Associação Pitbull Oeste dedica-se à reabilitação de cães com problemas comportamentais, como os que foram usados em lutas ou que atacaram alguém – sejam de que raça for. Mas fá-lo quando encontra alguém que fique com os animais.
Só ele já ficou com dois. Com o Mogly, um Pitbull que atacou o actor Tiago Fernandes – quando ele passeava de bicicleta na Curraleira, em Lisboa – e com a Draky, recolhida num bairro de Lisboa. “A minha namorada encontrou-a dentro de um carro abandonado. Convencemos o dono a entregá-la, porque não era vida para ela”, recordou.
Quando chegou à Lourinhã com a cadela dentro do carro, teve de vestir um equipamento próprio para a retirar. “Foi o dono que a colocou na bagageira, mas para a retirar ela estava muito agressiva e se não fosse o fato tinha-me magoado.” O episódio aconteceu há três meses. Desde então foi necessário socializá-la. “Primeiro ficou dois dias sem comer e depois só recebia comida quando fazia algo positivo, para aprender”, disse Edgar.
Para o responsável, os ataques de cães são “em 99% culpa dos donos”. Edgar – que só foi internado uma única vez na sequência de uma ataque de um Golden Retrivier (que não é considerado perigoso) – defende que “o problema está em tentarem humanizar os cães e não percebem que eles próprios têm uma hierarquia. Se o deixam sentar no sofá, é difícil mais tarde impedi-los. Se ele rosna, têm de o castigar.”
É o que faz João Almeida, de 30 anos. Enquanto passeia o Red Bull, um Pitbull com cinco anos, João vai tirando de um bolso biscoitos e, do outro, o brinquedo – feito de tecido. Red está constantemente a pedir brincadeiras, principalmente perto de estranhos. “Gosta de exibir as suas acrobacias, é muito vaidoso.” Red tem o melhor tempo, a nível nacional, nas provas de escalada.
Senta-se quando o mandam, levanta-se ao som da palavra ‘Up’ e é uma “excelente companhia”, diz a mulher de João, Carla Almeida. “Eu passo muitas noites sozinha, porque o João é militar da GNR, e o Red é um excelente companheiro. Só que precisa de muitos mimos e atenção”, referiu.
Para que as suas duas cadelas não sentissem o nascimento do filho, Emília Candeias, de 29 anos, tentou dar a mesma atenção que dava à pastora alemã e à rottweiler, de nome Flecha. Com uma vivenda em Portimão e o marido a trabalhar em Lisboa, elas são a sua companhia.
“Levanto-me e trato do meu filho Guilherme, com dois anos, e depois dedico o mesmo tempo às cadelas”, disse ao CM. Quando o pequeno Guilherme nasceu, Emília apresentou-o às cadelas e, desde então, elas são quase como que as suas protectoras. “Quando o deito na espreguiçadeira, fica uma de cada lado”, diz.
Há 15 dias, Flecha conseguiu pular o muro e mordeu a cadela do vizinho. Emília adoptou medidas de segurança extra, nomeadamente uma rede eléctrica, e assumiu a responsabilidade. “Todos os cães, sejam de que raça forem, deviam ser registados e os donos deviam ter seguro”, defende.
Para o presidente da associação O Amigo do rottweiler, a legislação portuguesa devia ser semelhante à alemã. “A educação é essencial, mas é a resposta mais óbvia”, disse.
Para o criador, é essencial fazer cruzas com cuidado. “Em Portugal qualquer pessoa cruza cães, apenas pela beleza. Não há uma selecção de cães rigorosa ao nível do seu temperamento e carácter. Em seis anos fiz apenas duas ninhadas de rottweilers e há criadores que fazem duas por ano”, acusa. Na Alemanha, quem quer um cão tem de passar testes, é uma espécie de “carta de condução”, diz Cláudio Nogueira. E, antes de haver reprodução, os cães têm de fazer provas de aptidões.
“A maior parte das pessoas que têm rottweilers em Portugal não os devia ter. Quando vendo um cão da raça, escolho o perfil do cliente”, garantiu. O criador lembra que ter um cão não se prende apenas “com questões afectivas”. Todos os dias, enquanto presidente de uma associação, Cláudio Nogueira recebe pedidos de ajuda.
Há famílias que têm cães de raças potencialmente perigosas que, de repente, ganham medo e andam pela casa a fugir dos cães. Outros não os levam à rua para não serem discriminados pelos vizinhos e, depois, os cães atacam tudo o que seja estranho. Também há quem diga ter tudo sob controlo. “Já recebi uma carta de um rapaz que dizia que o seu cão era muito bem educado e se não o respeitasse levava com um pau”, recordou.
O criador admite que o rottweiler tem o instinto de presa, mas que ele tem de ser canalizado para o sítio certo. “Em condições normais qualquer cão, de qualquer raça, poderá tornar-se perigoso se não for educado e treinado”, disse.
Cláudio Nogueira defende que os cães só devem ser retirados às mães e aos irmãos de ninhada aos 2,5 meses, para não perderem “ensinamentos referentes à hierarquia”. É fundamental que eles saibam quem é que manda e que, numa casa, primeiro está a família e só depois ele.
Também Edgar Loreti, da Associação Pitbull Oeste, considera que devia haver mais controlo dos criadores de cães. “Muitas vezes o cruzamento de raças pode ser fatal”, disse.
“A maior parte dos cães considerados de raças potencialmente perigosas são muito territoriais e agressivos, mas com outros animais”, defende João Almeida, dono do Red Bull.
Quem tem cães perigosos em casa partilha da opinião dos especialistas: quem quer ter um cão de raça potencialmente perigosa deve procurar informar-se sobre o tema e sobre a educação dos mesmos. Há associações e clubes que prestam apoio.
”Não concordo que digam que o meu cão é perigoso sem ter feito um teste com uma bicicleta, um guarda-chuva ou qualquer outro que teste a sociabilização do cão”, defende João Almeida.
Uma solução que, segundo Cláudio Nogueira, deveria ser adoptada em Portugal. “Criação controlada, selecção dos proprietários e adopção de medidas que os donos tenham de seguir para educar o animal é o segredo para que não aconteçam mais incidentes com cães”, defende.
SERRA DA ESTRELA E RAFEIRO ALENTEJANO
Duas das oito raças de cães nacionais foram incluídas, pelo Ministério da Saúde italiano, numa lista de cães considerados “perigosos”. A classificação recaiu no Rafeiro do Alentejo e no Serra da Estrela, as duas raças portuguesas de maior porte, ambas descendentes dos molossos da Ásia Central, trazidos pelos exércitos romanos. Mas, segundo os criadores nacionais, nenhuma das duas raças merece ser classificada de “agressiva” ou “perigosa”.
Os canicultores portugueses acusam a Itália de não incluir as raças italianas da mesma tipologia e grupo canino internacional na lista perigosa, com a agravante desta última incluir raças inexistentes, como o Pitbull Mastim (existe o Pitbull e existe o Mastim, mas não há Pitbull Mastim) ou o Bulldog Americano (só são reconhecidos o Bulldog Inglês e o Bulldog Francês). Igualmente criticada às autoridades italianas por criadores de Serra da Estrela é a não inclusão de uma raça italiana como o Mastim Napolitano, cão de guarda por excelência, assim como não são justificados os motivos por que se incluem aquelas duas raças portuguesas, muito raras em Itália – onde não há mais de 20 cães da Serra da Estrela, por exemplo.
HÁ MAIS DE 30 CÃES POTENCIALMENTE PERIGOSOS AO SERVIÇO DA GNR
"CONSEGUE-SE TUDO DE UM CÃO QUE ASSUME QUE O DONO É QUE É LÍDER"
Na GNR há 30 rottweilers e um Staffordshire ao serviço da Companhia Cinotécnica da GNR. A maior parte deles, segundo o comandante, foram oferecidos por famílias que adquirem cães de raças consideradas perigosas e que, depois, não sabem lidar com eles.
Mas até para os cães são necessários testes para ingressar na GNR. “Quando os recebemos testamos o instinto de presa e de defesa. Se reage a uma ameça, se tem medo do escuro ou de barulhos”, explicou ao CM o capitão Rodrigues, comandante operacional da Companhia Cinotécnica.
Não foi o caso de Lord, um rottweiler de cinco anos, a cargo do soldado Fonseca, de 30. “O meu colega ficou doente e eu fiquei com o cão dele. O Lord já estava treinado, mas teve de se adaptar a mim”, disse o soldado que considera o Lord “um cão equilibrado e protector do dono”. Assim que se reformar, Lord vai para casa do treinador. “É o que acontece com a maior parte dos cães da Guarda, a não ser que fiquem doentes”, diz o capitão Rodrigues.
Na GNR, os rottweiler, pastor alemão e pastor belga são os preferidos para o serviço de patrulha apeada e para a ordem pública, por “causa do seu carácter e instinto protector”. Para a pistagem de pessoas desaparecidas, intervenção táctica e detecção de explosivos são usadas várias raças. Mas, na detecção de droga, os labradores são os mais eficazes.
“A base de tudo isto é a dominância. Todo o cão quer ser o líder da matilha e o treinador não pode deixar. Consegue-se tudo de um cão que assume o dono como o líder”, diz o capitão Rodrigues.
Para tal é preciso muito treino, trabalho e até brincadeira, seja para que raça for. “Trabalhamos com base na compensação. Sempre que o cão faz algo positivo é compensado”, disse. E por isso é comum dar-lhes um brinquedo quando têm sucesso numa operação policial. Na GNR quase não há cadelas. “Não é pelas características, mas quando estão com o cio os cães descontrolam-se”, referiu.
VÍTIMAS CONTAM
"ROSNOU E DEPOIS ATACOU"
Nelda Moreira, 59 anos, foi mordida por um rottweiler, anteontem de manhã, numa loja de móveis em Boliqueime. O animal, que é do dono da loja, serviria para fazer guarda. “O cão saltou, rosnou e ladrou. Depois atacou e mordeu-me o antebraço esquerdo. Felizmente eu tinha três mangas e um casaco com forro”, revelou a vítima ao CM. Não precisou de levar pontos. “Tenho a marca de três dentes com cerca de 3 mm”. Do interior da loja, apesar de ter gritado, ninguém a socorreu. “Foi o meu marido que investiu para o cão”. O cão, vacinado mas sem licença nem seguro, foi levado para o canil, onde está de quarentena.
"RECEIO VOLTAR A SER MORDIDO"
“Nem posso pensar em voltar a ver um pitbull à frente. Se já não gostava desses animais, agora ainda menos”. O medo dos cães de raças perigosas é perceptível em Horácio Luz, 49 anos, atacado por um pitbull no dia 1, no sítio da Torre, Almancil. “Desde o ataque ainda não me cruzei com nenhum cão, porque só saio de casa para ir fazer os tratamentos”, refere o construtor civil. Horácio Luz foi mordido na perna direita, onde teve de levar 14 pontos, e na zona do abdómen. Só se apercebeu do animal quando ele o atacou, nem ladrou quando se aproximou da vítima – que já tinha sido mordida por cães mais pequenos.
CUMPRIR A LEI SAI CARO
A dona da Nina e do Tex, o casal de rotweillers, encontrou algumas dificuldades para tratar do seguro dos cães. “Quando disse que eram rotweillers, as seguradores fizeram-me orçamentos exorbitantes”, disse ao CM Mónica Ramos. “Há quem pague cerca de 100 euros por um cão. Mais vacinas e outras despesas”, disse. As famílias entrevistadas pelo CM defendem que todas as raças deviam ser registadas, para quando houver algum problema poderem ser apuradas responsabilidades. Se quiser adquirir um cão de raça perigosa é obrigado a ter licença emitida pela junta de freguesia e manter medidas de segurança. O cão só pode ser passeado por maiores de 16 anos.
AS SETE RAÇAS PERIGOSAS
ROTTWEILER
Linhagem muito antiga é inteligente e tem grande capacidade de trabalho.
FILA BRASILEIRO
Cão de grande porte, com força e reputação de extrema agressividade. É uma raça proibida em vários países.
DOGUE ARGENTINO
Criado após o cruzamento de 11 raças, é especialmente indicado para a caça ao javali e ao puma.
PITBULL TERRIER
Considerado um guerreiro, tem a agilidade dos terrier e a força e porte dos bulldog, raça da qual descende.
STAFFORDSHIRE BULL TERRIER
Criado em Inglaterra, no início do século passado, tem agilidade, físico poderoso e grande determinação.
TERRIER AMERICANO
É mais uma variante do Pitbull, tem características desportivas, de lealdade, vontade de agradar e orgulho.
TOSA INU
Criada no Japão, a raça foi registada em 1997. Ex-cão de luta, hoje de guarda, é paciente, audaz e corajoso.
O QUE DIZ A LEI
PERIGOSO
Além das raças especificadas ao lado, o Decreto-lei 312/2003 considera animal perigoso todo aquele que tenha “mordido, atacado ou ofendido o corpo ou a saúde de uma pessoa” ou que tenha “ferido gravemente ou morto outro animal fora da propriedade do detentor”.
SEGURANÇA
O proprietário de um animal perigoso está obrigado a manter “medidas de segurança reforçadas” nos alojamentos – que não podem permitir a fuga do animal – e está obrigado a afixar placa de aviso da presença e perigosidade do animal.
CIRCULAÇÃO
Sempre que o proprietário circule com o animal na via pública tem de fazê-lo “em caixas, jaulas ou gaiolas ou açaimo” e seguro por trela curta.
MULTA
O proprietário de um animal perigoso está sujeito a pagar uma contra-ordenação entre 500 e 3740 euros se o deixar circular na via pública sozinho ou/e sem meios de contenção.
CHIP
Os cães e gatos têm um sistema electrónico de identificação, (SICAFE) criado por legislação de 2003 e uma base de dados nacional, que se tornou obrigatório a partir de Julho de 2004.
Sónia Simões / A.I.C.