mais um dia normal - uma história diferente
Moderador: mcerqueira
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É só mais um dia normal...
2003/3/15-22:45
A TYPICAL DAY IN THE LIFE OF MANUELA PICADO HORTA RAMOS, 58 years old, secretary, housewife, and owner of 13 dogs and 45 cats (not necessarily by this order) , written in detail, in the 3rd person singular
Das 6 às 8 - Senta-se na cama. Recebe lambidelas várias. Ri-se, que o riso faz bem à alma. Espreguiça-se. Boceja. Calça as chinelinhas de pele e pêlo herdadas da filha. Veste o roupão. Vai á cozinha. Põe a panela do perú desfiado ao lume. Vai ao quarto independente. Faz festas à gata Ondine. Leva diversas patadas com as unhas de fora. Vai à marquise. Tira a roupa de cão da máquina de lavar. Estende a roupa. Carrega a máquina com nova roupa suja de cão.Põe máquina a trabalhar. Gatos correm pela casa.Cães, idem. Dominó atrás dos gatos. "Deixa os gatos, Dominó. Vai pr'á cama Dominó." O velho Ting-a-Ling, cego e surdo, ladra. Vai ver. Natália, a gata, em cima do velho Ting. Tira Natália de cima do Ting. Ting continua a ladrar. Pega no velho Ting ao colo. Velho Ting completamente mijadinho. Cama do velho Ting completamente molhada.. Limpa o Ting. Muda a roupa da cama do Ting. Muda a capinha do Ting. Durante um cagagésimo de segundo considera seriamente a hipótese de atirar o velho Ting pela janela. Opta pela negativa. Põe velho Ting na cama. Faz-lhe uma festa. Perú desfiado começa a ferver. Junta arroz ao perú desfiado. Vai para a casa de banho. Lava os dentes, toma duche, etc, etc. Sai da casa de banho. Apaga o fogão onde está o perú. Dá o protector hepático à velha cadela Barbas epiléptica e incontinente. Faz festas a gatos diversos. Gato Xico segue-a pela casa procurando carícias como se fosse cão. Veste-se: jeans de combate, camisolão e calça sapatos altamente emporcalhados, mas confortáveis. Enche balde com água limpa e detergente e lava o chão: corredor, casa de jantar, quartos, cozinha. Xico atrás, a pedir festas. Ting ladra. Clarisse, a gata, em cima do velho Ting. Tira Clarisse de cima do velho Ting. Observa velho Ting com compaixão e reflecte, de novo, na possibilidade de o atirar pela janela. É melhor não. Velha Barbas fez xixi na cama. Lava velha Barbas com toalhetes Dodot ou outro sucedâneo. Leva roupa da cama da velha Barbas para o latão da roupa suja dos cães.
Nesse interim, Jorge, o marido de Manuela, levanta-se, também. First thing: mudar a água às diversas tijelas de água, para cães e gatos, espalhadas pela casa. Lava marquise. Vai para a casa de banho. Sai da casa de banho. Veste-se. Faz camas, arruma quarto. Toma pequeno almoço. Sai com o cão Argus e a cadela Dora.
Das 8 às 10h - Manuela vai buscar trelas. Atrela o cão Dominó e a cadela Elsa, que dão saltos. Sai de casa. Inicia (pouco calmo) passeio a pé, semeado de puxões e paragens bruscas para averiguar cheiros estranhos e fascinantes. Volta a casa. Dá comprimido para a epilepsia à velha Barbas. Desliga a máquina de lavar. Atrela as cadelinhas Lucy, e Nellie. Sai de casa. Inicia passeio tranquilo de 30 minutos com as duas cadelinhas. Eventualmente encontra filho Rui a passear a sua cadelinha. Falam durante 5 minutos. Regressa a casa.
Entretanto, Jorge, o marido, voltou e tornou a sair com os cães Sansão , Dora (de novo e a pedido suplicante da mesma) e Dalila, para demorado passeio ao Miradouro do Monte Agudo.
Das 10 às 12.00h - Manuela prepara algumas sandochas para levar para o emprego. Volta as costas por um momento. Uma sandocha desvaneceu-se no ar, como quem diz na boca do Sansão. Faz nova sandocha.. Faz festas a vários gatos que se aproximam. Vai ao quarto da Ondine, a gata do aeroporto. Faz-lhe festas. Recebe em troca várias patadas e dentadas, pouco convictas. Inicia a árdua tarefa de limpar 10 casas de banho de gato. Ting ladra. Interrompe limpeza. Vai ver. Ting levantou-se. Fez um imenso xixi e vagueia desorientado, rodando sobre si próprio, qual movimento de rotação da Terra em dia de bebedeira da dita. Limpa o xixi. Pega em Ting. e considera a hipótese de o atirar pela janela. Pensando na porcaria resultante, desiste da ideia. Em alternativa, limpa-lhe as patas e deita-o. Ting resmunga. Quer comer. "Ainda é cedo, Ting". Falar ou estar calada é o mesmo. O fulaninho não ouve pêva. Continua limpeza de WC's de gato.
Nessa altura, Jorge, o marido, regressa. Dá ração aos gatos que pedem comida, miando com afinco. Varre a casa toda e lava as salas dos gatos. Distribui várias travessas de perú desfiado com arroz para os gatos. Põe 12 pratos de cão em cima da mesa da cozinha. Doseia a ração, conforme os tamanhos dos cães. Mistura um pouco de perú com arroz em cada prato, que nem só de pão vive o homem, aliás, nem só de ração vive o cão, os bifes também ajudam.
Manuela acaba de limpar os 10 WC's e dá de comer aos gatos dos quintais das traseiras. Veste o fatinho de marujo. Bebe à pressa meio litro de leite , que a osteoporose espreita. Diz até logo ao marido. Vai ver Ting. Ting chafurda na travessa de perú com arroz. Focinho, patas tudo. Um nojo. Atira-se Ting pela janela fora? Não. Sai de casa. Corre para o Metro, passando pela loja dos 300, onde compra umas bolachas doces e mixurucas , para restaurar as energias. Sai do Metro. Corre para o autocarro. Durante as viagens de Metro e autocarro relê "O Quinto Cavaleiro" livrinho emprestado, que as massas estão baixas e não dão para livros.
Das 12 às 19.30h - Chega ao emprego. Olha para a secretária e tem logo vontade de se ir embora.
Resmunga: "só papeis, mas que seca!". Vai à copa da empresa e toma dois cafés. Volta para o lugar. Liga o computador. Espreita a caixa do correio. Só indecências. Lê algumas. Ri-se, que rir alegra o coração. Começa a trabalhar. Papeis para um lado, papeis para outro. Telefonemas. Fofocas com as e os colegas. Dá uma vista de olhos ao pasquim "Correio da Manhã", que por lá anda. Continua a trabalhar. Papeis e mais papeis. Cartas. "Manuela, faça-me isto e faça-me aquilo. Trate-me disto e daquilo. Tá bem" . Manuela faz e trata. Disto e daquilo. Come as sandochas que preparou. Bebe mais um café. Continua a trabalhar. Fofocas. Vai ao Felinus e lê as coisas boas e as desgraças. Vai ao e-mail. Só ordinarices e anedotas de louras. Lê algumas e ri-se, porque rir estimula os neurónios. Continua a trabalhar. Papeis e mais papeis. Telefones e mais telefones. Conversa fiada com as/os colegas. Telefona aos filhos pr'a saber se ainda mexem. Mexem. Beijinhos. Beijinhos. Mais trabalho. Hora de saída. Finalmente.
Das 19.30h às 23.00 h - Sai. Corre para a paragem. Apanha o autocarro. Lê "O Quinto Cavaleiro" emprestado durante o trajecto. Chega a casa. Entra pela porta do quarto independente. Faz festas à Ondine. Recebe patadas e dentadas, dadas mais para manter o status do que por agressividade. Passa pela sala dos gatos e faz festas a vários. Observa, com olho clínico, o velho Ting, que chafurda no prato com comida de lata. Está vivo. Rumina com os seus botões: "atiro-o pela janela?" Não. Despe-se e veste pijama e roupão. Calça as pantufas herdadas da filha. Evita lambidelas de línguas caninas de tamanhos vários. Cães passeados pelo marido. Jantar está pronto, feito pelo marido. Senta-se à mesa. Ting ladra. Levanta-se da mesa, vai ver Ting. Ting chafurdou a sala toda e tem a cama mijadinha. Janela fora, sim ou não? Não. Limpa Ting, muda a roupa da cama. Deita o Ting, depois de lhe tirar o pelo empastado dos olhos. Ting resmunga, dá várias voltas na cama. Sossega. Limpa a sala. Volta para a mesa. Come e olha para a TV assimilando as maldades deste mundo, guerras, pedofilias e outras. Comenta com marido os assuntos do dia. Levanta-se da mesa. Tira roupa da máquina de lavar. Estende roupa. Carrega máquina de lavar. Põe máquina a trabalhar. Prepara um prato com comida em lata, de gato, mete-lhe um comprimido de antibiótico. Leva-o para a casa de banho. Dá-o à gata Matilde que está constipada. O que sobra da lata distribui por vários gatos garganeiros que esperam á porta da casa de banho. Vai para a cozinha. Jorge, o marido já lavou a louça do jantar e dá ração aos gatos. Óptimo. Desfia o perú para o dia seguinte. Cães vão-se deitar. Jorge vai-se deitar. Tudo em silêncio. Sentindo-se à vontade, gatos começam a brincar em loucas correrias por toda a casa. Manuela vê se está tudo em ordem. Vai à casa de banho. Apaga luzes. Deita-se. Lê "O Quinto Cavaleiro" exactamente durante 3 minutos e 60 segundos. Meio adormecida, guarda o livro na gaveta da mesa de cabeceira. Dorme.
Das 23.00 às 6.00h - Ting chama e volta a chamar. Manuela levanta-se. Ting fez xixi. Molhou a cama. Cama mudada. Ting deitado. Mais tarde Ting chama de novo. Manuela levanta-se. Clarisse em cima do Ting. Será desta que ele vai pela janela? É de noite, ninguém vê. Não. Pobre Ting., tão velho, cego, surdo, desamparado e chato com'a potassa. Que morra em paz, na sua cama.
2003/3/15-22:45
A TYPICAL DAY IN THE LIFE OF MANUELA PICADO HORTA RAMOS, 58 years old, secretary, housewife, and owner of 13 dogs and 45 cats (not necessarily by this order) , written in detail, in the 3rd person singular
Das 6 às 8 - Senta-se na cama. Recebe lambidelas várias. Ri-se, que o riso faz bem à alma. Espreguiça-se. Boceja. Calça as chinelinhas de pele e pêlo herdadas da filha. Veste o roupão. Vai á cozinha. Põe a panela do perú desfiado ao lume. Vai ao quarto independente. Faz festas à gata Ondine. Leva diversas patadas com as unhas de fora. Vai à marquise. Tira a roupa de cão da máquina de lavar. Estende a roupa. Carrega a máquina com nova roupa suja de cão.Põe máquina a trabalhar. Gatos correm pela casa.Cães, idem. Dominó atrás dos gatos. "Deixa os gatos, Dominó. Vai pr'á cama Dominó." O velho Ting-a-Ling, cego e surdo, ladra. Vai ver. Natália, a gata, em cima do velho Ting. Tira Natália de cima do Ting. Ting continua a ladrar. Pega no velho Ting ao colo. Velho Ting completamente mijadinho. Cama do velho Ting completamente molhada.. Limpa o Ting. Muda a roupa da cama do Ting. Muda a capinha do Ting. Durante um cagagésimo de segundo considera seriamente a hipótese de atirar o velho Ting pela janela. Opta pela negativa. Põe velho Ting na cama. Faz-lhe uma festa. Perú desfiado começa a ferver. Junta arroz ao perú desfiado. Vai para a casa de banho. Lava os dentes, toma duche, etc, etc. Sai da casa de banho. Apaga o fogão onde está o perú. Dá o protector hepático à velha cadela Barbas epiléptica e incontinente. Faz festas a gatos diversos. Gato Xico segue-a pela casa procurando carícias como se fosse cão. Veste-se: jeans de combate, camisolão e calça sapatos altamente emporcalhados, mas confortáveis. Enche balde com água limpa e detergente e lava o chão: corredor, casa de jantar, quartos, cozinha. Xico atrás, a pedir festas. Ting ladra. Clarisse, a gata, em cima do velho Ting. Tira Clarisse de cima do velho Ting. Observa velho Ting com compaixão e reflecte, de novo, na possibilidade de o atirar pela janela. É melhor não. Velha Barbas fez xixi na cama. Lava velha Barbas com toalhetes Dodot ou outro sucedâneo. Leva roupa da cama da velha Barbas para o latão da roupa suja dos cães.
Nesse interim, Jorge, o marido de Manuela, levanta-se, também. First thing: mudar a água às diversas tijelas de água, para cães e gatos, espalhadas pela casa. Lava marquise. Vai para a casa de banho. Sai da casa de banho. Veste-se. Faz camas, arruma quarto. Toma pequeno almoço. Sai com o cão Argus e a cadela Dora.
Das 8 às 10h - Manuela vai buscar trelas. Atrela o cão Dominó e a cadela Elsa, que dão saltos. Sai de casa. Inicia (pouco calmo) passeio a pé, semeado de puxões e paragens bruscas para averiguar cheiros estranhos e fascinantes. Volta a casa. Dá comprimido para a epilepsia à velha Barbas. Desliga a máquina de lavar. Atrela as cadelinhas Lucy, e Nellie. Sai de casa. Inicia passeio tranquilo de 30 minutos com as duas cadelinhas. Eventualmente encontra filho Rui a passear a sua cadelinha. Falam durante 5 minutos. Regressa a casa.
Entretanto, Jorge, o marido, voltou e tornou a sair com os cães Sansão , Dora (de novo e a pedido suplicante da mesma) e Dalila, para demorado passeio ao Miradouro do Monte Agudo.
Das 10 às 12.00h - Manuela prepara algumas sandochas para levar para o emprego. Volta as costas por um momento. Uma sandocha desvaneceu-se no ar, como quem diz na boca do Sansão. Faz nova sandocha.. Faz festas a vários gatos que se aproximam. Vai ao quarto da Ondine, a gata do aeroporto. Faz-lhe festas. Recebe em troca várias patadas e dentadas, pouco convictas. Inicia a árdua tarefa de limpar 10 casas de banho de gato. Ting ladra. Interrompe limpeza. Vai ver. Ting levantou-se. Fez um imenso xixi e vagueia desorientado, rodando sobre si próprio, qual movimento de rotação da Terra em dia de bebedeira da dita. Limpa o xixi. Pega em Ting. e considera a hipótese de o atirar pela janela. Pensando na porcaria resultante, desiste da ideia. Em alternativa, limpa-lhe as patas e deita-o. Ting resmunga. Quer comer. "Ainda é cedo, Ting". Falar ou estar calada é o mesmo. O fulaninho não ouve pêva. Continua limpeza de WC's de gato.
Nessa altura, Jorge, o marido, regressa. Dá ração aos gatos que pedem comida, miando com afinco. Varre a casa toda e lava as salas dos gatos. Distribui várias travessas de perú desfiado com arroz para os gatos. Põe 12 pratos de cão em cima da mesa da cozinha. Doseia a ração, conforme os tamanhos dos cães. Mistura um pouco de perú com arroz em cada prato, que nem só de pão vive o homem, aliás, nem só de ração vive o cão, os bifes também ajudam.
Manuela acaba de limpar os 10 WC's e dá de comer aos gatos dos quintais das traseiras. Veste o fatinho de marujo. Bebe à pressa meio litro de leite , que a osteoporose espreita. Diz até logo ao marido. Vai ver Ting. Ting chafurda na travessa de perú com arroz. Focinho, patas tudo. Um nojo. Atira-se Ting pela janela fora? Não. Sai de casa. Corre para o Metro, passando pela loja dos 300, onde compra umas bolachas doces e mixurucas , para restaurar as energias. Sai do Metro. Corre para o autocarro. Durante as viagens de Metro e autocarro relê "O Quinto Cavaleiro" livrinho emprestado, que as massas estão baixas e não dão para livros.
Das 12 às 19.30h - Chega ao emprego. Olha para a secretária e tem logo vontade de se ir embora.
Resmunga: "só papeis, mas que seca!". Vai à copa da empresa e toma dois cafés. Volta para o lugar. Liga o computador. Espreita a caixa do correio. Só indecências. Lê algumas. Ri-se, que rir alegra o coração. Começa a trabalhar. Papeis para um lado, papeis para outro. Telefonemas. Fofocas com as e os colegas. Dá uma vista de olhos ao pasquim "Correio da Manhã", que por lá anda. Continua a trabalhar. Papeis e mais papeis. Cartas. "Manuela, faça-me isto e faça-me aquilo. Trate-me disto e daquilo. Tá bem" . Manuela faz e trata. Disto e daquilo. Come as sandochas que preparou. Bebe mais um café. Continua a trabalhar. Fofocas. Vai ao Felinus e lê as coisas boas e as desgraças. Vai ao e-mail. Só ordinarices e anedotas de louras. Lê algumas e ri-se, porque rir estimula os neurónios. Continua a trabalhar. Papeis e mais papeis. Telefones e mais telefones. Conversa fiada com as/os colegas. Telefona aos filhos pr'a saber se ainda mexem. Mexem. Beijinhos. Beijinhos. Mais trabalho. Hora de saída. Finalmente.
Das 19.30h às 23.00 h - Sai. Corre para a paragem. Apanha o autocarro. Lê "O Quinto Cavaleiro" emprestado durante o trajecto. Chega a casa. Entra pela porta do quarto independente. Faz festas à Ondine. Recebe patadas e dentadas, dadas mais para manter o status do que por agressividade. Passa pela sala dos gatos e faz festas a vários. Observa, com olho clínico, o velho Ting, que chafurda no prato com comida de lata. Está vivo. Rumina com os seus botões: "atiro-o pela janela?" Não. Despe-se e veste pijama e roupão. Calça as pantufas herdadas da filha. Evita lambidelas de línguas caninas de tamanhos vários. Cães passeados pelo marido. Jantar está pronto, feito pelo marido. Senta-se à mesa. Ting ladra. Levanta-se da mesa, vai ver Ting. Ting chafurdou a sala toda e tem a cama mijadinha. Janela fora, sim ou não? Não. Limpa Ting, muda a roupa da cama. Deita o Ting, depois de lhe tirar o pelo empastado dos olhos. Ting resmunga, dá várias voltas na cama. Sossega. Limpa a sala. Volta para a mesa. Come e olha para a TV assimilando as maldades deste mundo, guerras, pedofilias e outras. Comenta com marido os assuntos do dia. Levanta-se da mesa. Tira roupa da máquina de lavar. Estende roupa. Carrega máquina de lavar. Põe máquina a trabalhar. Prepara um prato com comida em lata, de gato, mete-lhe um comprimido de antibiótico. Leva-o para a casa de banho. Dá-o à gata Matilde que está constipada. O que sobra da lata distribui por vários gatos garganeiros que esperam á porta da casa de banho. Vai para a cozinha. Jorge, o marido já lavou a louça do jantar e dá ração aos gatos. Óptimo. Desfia o perú para o dia seguinte. Cães vão-se deitar. Jorge vai-se deitar. Tudo em silêncio. Sentindo-se à vontade, gatos começam a brincar em loucas correrias por toda a casa. Manuela vê se está tudo em ordem. Vai à casa de banho. Apaga luzes. Deita-se. Lê "O Quinto Cavaleiro" exactamente durante 3 minutos e 60 segundos. Meio adormecida, guarda o livro na gaveta da mesa de cabeceira. Dorme.
Das 23.00 às 6.00h - Ting chama e volta a chamar. Manuela levanta-se. Ting fez xixi. Molhou a cama. Cama mudada. Ting deitado. Mais tarde Ting chama de novo. Manuela levanta-se. Clarisse em cima do Ting. Será desta que ele vai pela janela? É de noite, ninguém vê. Não. Pobre Ting., tão velho, cego, surdo, desamparado e chato com'a potassa. Que morra em paz, na sua cama.
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Está linda! A parte do Ting é que entristece um bocado.
Já viram se existisse uma ou duas centenas de pessoas assim? A vida destes nossos amigos seria bem melhor.
Parabéns Sra Manuela. Fez-me repensar acerca daquelas (tantas) vezes em que o Boris me mói o juízo de tal modo que a ideia da janela também me passa pela cabeça
mas o arrependimento é imediato e a vontade de o ter comigo para sempre prevalece. Afinal, é só um, nada comparado com 13 e mais umas largas dezenas de gatos.
Bolas!!! Só uma super Mulher!

Parabéns Sra Manuela. Fez-me repensar acerca daquelas (tantas) vezes em que o Boris me mói o juízo de tal modo que a ideia da janela também me passa pela cabeça

Bolas!!! Só uma super Mulher!

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Só aqui noi forum conheço umas dezenas de pessoas assim. Não era preciso tanto.Bastava que cada pessoa se preocupasse com um animal ou que pelo menos não os maltratasse...analipa Escreveu: Está linda! A parte do Ting é que entristece um bocado. ( Já viram se existisse uma ou duas centenas de pessoas assim? A vida destes nossos amigos seria bem melhor.
Parabéns Sra Manuela. Fez-me repensar acerca daquelas (tantas) vezes em que o Boris me mói o juízo de tal modo que a ideia da janela também me passa pela cabeça oops mas o arrependimento é imediato e a vontade de o ter comigo para sempre prevalece. Afinal, é só um, nada comparado com 13 e mais umas largas dezenas de gatos.
Bolas!!! Só uma super Mulher! D
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- Registado: sábado fev 22, 2003 7:19 am
- Localização: uma Alaskan Malamute e um rafeiro








Imagino quando a bicharada toda resolve zangar-se



















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- Localização: cadela e gato
[quote=Musky]
SAFAAAAA ! ! !
Nunca mais me queixo oops oops
lol lol lol
[/quote]
Faço minhas as palavras do Musky , nunca mai me queixarei .
Lady-girl OS MEUS PARABÉNS :p :p :p
SAFAAAAA ! ! !
Nunca mais me queixo oops oops
lol lol lol
[/quote]
Faço minhas as palavras do Musky , nunca mai me queixarei .
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- Registado: terça out 29, 2002 11:39 am
- Localização: Riskas e Zeta(Boxers) Maria (SRD)
Ora nem mais...que azáfama...e digo eu que não tenho tempo para nada!!!!!Musky Escreveu: ......e com 58 anos........
SAFAAAAA ! ! !
Nunca mais me queixo oops oops
lol lol lol


Parabéns pela persistência, paciência, amor e carinho demonstrados

Catarina
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- Registado: quarta mar 05, 2003 11:07 am
- Localização: Bull Terriers
- Contacto:
LINDO!!!!!!
É dos melhores textos que já li aqui.
Os meus parabéns.
E pensar eu que às vezes me passo com as tropelias do Gasparzinho!!!!
E é só um!!!
Amor por animais como o da D. Manuela não se questiona, é puro e sincero.
Um abraço a todos
Bullie & Gaspar
É dos melhores textos que já li aqui.
Os meus parabéns.
E pensar eu que às vezes me passo com as tropelias do Gasparzinho!!!!

E é só um!!!
Amor por animais como o da D. Manuela não se questiona, é puro e sincero.
Um abraço a todos
Bullie & Gaspar
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- Registado: segunda jan 01, 2001 12:00 am
- Localização: Cães (Ming-Xu, Fofinha e Nina) e Gatos (Tico, Pitoxo, Magrezas, Shano, Alex, Mikinhas, Lisa e BC)
Bem, que vida extaordinária... O velho Ting faz-me lembrar o Nico da minha avó, que já vai fazer 18 anitos.
Tenho que dizer que fartei-me de rir com este texto e que estou muito mais bem dispostas!
Obrigada
Miau
Tenho que dizer que fartei-me de rir com este texto e que estou muito mais bem dispostas!



Obrigada
Miau
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- Membro Veterano
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- Registado: terça abr 30, 2002 1:24 pm
- Localização: 3 cadelas (Yara, Taís e Vicky), pássaros, peixes
Que história... tive pena foi do Ting e da Barbas coitadinhos sabem que podem contar com a dona apesar de velhos e chatos como a potassa... estes são os nossos verdadeiros amigos...
Gostei bastante da história. É mesmo verdadeira??
Gostei bastante da história. É mesmo verdadeira??
<strong>Os meus cães são o centro do meu mundo. 
Carla</strong>

Carla</strong>
Sou eu a autora e protagonista da história e posso afirmar que, felizmente, não há nada de mais verdadeiro. Mas também acredito, como diz um outro forista, que há, concerteza, muitas outras pessoas que fazem o mesmo.
De qualquer modo, ainda bem que gostaram. Considero que é para isto que estes foruns foram criados, para nos divertismos e não para nos digladiarmos.
E penso que gostarão de saber que o meu velho Ting-a-Ling continua vivo e não foi pela janela fora, o mesmo sucedendo à minha velha Barbinhas.
Um abraço a todos,
Manuela
De qualquer modo, ainda bem que gostaram. Considero que é para isto que estes foruns foram criados, para nos divertismos e não para nos digladiarmos.
E penso que gostarão de saber que o meu velho Ting-a-Ling continua vivo e não foi pela janela fora, o mesmo sucedendo à minha velha Barbinhas.
Um abraço a todos,
Manuela
<p>Au début, Dieu créa l'homme. Mais en le voyant si faible, il lui fit don du chien. (Toussenel)</p>
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- Registado: sexta fev 07, 2003 6:45 pm
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colette Escreveu: E penso que gostarão de saber que o meu velho Ting-a-Ling continua vivo e não foi pela janela fora, o mesmo sucedendo à minha velha Barbinhas.
Parabéns pela história, que, a meu ver está deliciosamente bem escrita!
Parabéns pela sua humanidade e carinho para com os animais!
É um exemplo a seguir por todos nós, pelo menos, de paciência!

