Olá
Como já é hábito, mais uma vez concordo com a aisd (vou gravar isto

).
Eu nasci e vivi na província, mais concretamente perto de Tondela, até mais ou menos aos vinte anos. Depois vim para o Porto e cá fiquei. Por isso conheço muito bem as duas culturas ou as duas mentalidades.
Na província claro que se gosta dos animais, mas a relação é muito mais distante do que na cidade. Na cidade a relação é muito mais íntima porque animais e pessoas coabitam, vivem no mesmo espaço. por vezes dormem na mesma cama. Na cidade poder-se-á dizer (na óptica da pessoa da província) que a relação é doentia. Na província o cão está mais distante por vários motivos. Por tradição e porque "cão é cão". O cão, efectivamente, não pertence à família, que é lá isso?
Na cidade há a tendência de se "humanizar" o cão, não só porque as condições de vida e de habitar o favorecem, mas também como forma de retribuir a dedicação, o afecto que o cão dá, que é muito mais notório em virtude dessa aproximação. Na província essa "humanização" não faz qualquer sentido. Mas o cão não é mais infeliz por isso.
A maior parte dos habitantes das grandes cidades são oriundas da província, como é o meu caso. A mudança de hábitos de de mentalidades não se opera facilmente, levando por vezes gerações. Vendo as coisas de forma desapaixonada e sem preconceitos, julgo que na província o cão, para além de não pertencer à família, é pouco ou nada valorizado no sentido em que é tomado na cidade.
Se o cão não tem utilidade (guarda ou caça), não se tem. E pronto.