Criadores ou Criadores?

[fang]

Boas,

Tendo em conta que criar cães tem por objectivo melhorar a raça mas também colocar o “cunho” pessoal no afixo do criador para que este seja reconhecido pelas características dos seus cães.
Analisando o trabalho de alguns criadores de renome (e referencia) a nível europeu, e não só, com excelentes resultados, tenho constatado 2 caminhos distintos na formação das suas linhas de sangue:

1- Os que criaram as suas linhas de sangue a partir apenas da mesma base genética ( inbreedig/linebreeding com exemplares oriundos do mesmo linha ou seus descendentes).
Penso ser a maneira mais rápida e eficaz de produzir cães de alta qualidade. Estes cães são de indiscutível qualidade, no entanto confundem-se com os cães do Afixo de origem, embora tenham algum “cunho” pessoal por selecção. No entanto trata-se sobretudo de continuidade.

2- Os que criaram as suas linhas a partir de 2 ou mais linhas de sangue diferentes e com pormenores diferentes ( Outcross numa 1ª fase e inbreeding/linebreeding mais tarde).
Acho que se trata de um caminho muito trabalhoso, moroso e com muito mais “refugo” pelo meio. No entanto o produto final ( a linha de sangue ) é mais “original”, conciliando as características positivas das várias linhas de sangue envolvidas, sendo mais visível a “imagem de marca” – o Afixo.

Opiniões??

[nel]

Olá Fang

Isto aqui para nós que ninguém nos ouve, o que é isso de inbreeding e linebreeding?

Inbreeding, analisando a palavra, deve ser cruzar com os cães do mesmo sangue (???).
Linebreeding deve ser a manutenção de uma determinada linha? (???)

Eu há tempos bem quis organizar um glossário. Mas não me deixaram...

[CindelP]

Olá novamente fang,

Para mim escolheria a 2ª por diversas razões

Primeiro porque não conheço nenhuma linha que me "preencha" por completo. Gosto do porte e cabeça daqueles, mas prefiro o tipo geral dos outros, pe. Segundo, não me apetece muito apenas continuar o trabalho de outros. Como alguem dizia, gosto de pintar as minhas telas, escolhendo as minhas tintas. Afinal, temos de tirar algum gozo disto tudo, e se já soubermos os resultados, qual a piada ?

Agora, também como afirmaste, cruzar duas linhas (especialmente se forem opostas) poderá ser um perigo se não soubermos o que estamos a fazer, ainda acabamos com uns cães totalmente atipicos (entao se for em certas raças portuguesas ...). Mas também, parte-se do principio que só esta nisto da criação quem sabe o que faz.

Por ultimo, não há melhor maneira de avaliar o trabalho de um criador do que olhar para as suas tecnicas de criação ! (o problema é que em Portugal mais de metade dos criadores, pelo que tenho visto, não faz sequer tenções de criar uma linha, querem é por os cães a cruzar ...)

[Pedra]

Já tenho o meu ideal definido há muito e estou a trabalhar para isso. Por enquanto e por algum tempo terei que abrir a linha, a seu tempo e aos poucos fecharei. Não tenho pressa e há que ver os resultados destas aberturas com muito cuidado.
Concordo que linhas mais para o fechadas são a forma mais rapida de fixar um tipo, no entanto também pode ser a melhor forma de arranjar chatices e problemas dificeis de resolver depois. Falo apenas da minha raça, que é o que conheço, mas suponho que neste caso poderemos generalizar um pouco, não?

Isabel

[fang]

já nem me lembrava deste tópico.

[casadiscaes]

Partindo de um princípio básico de que dentro de uma raça todos os exemplares são pelo menos primos, há quem considere que um outcross é só cruzando com outra raça, logo, produzindo rafeirinhos... isto porque a maioria das raças que conhecemos hoje têm origem no sec. XIX, pelo que não têm uma base genética assim tão vasta.

Para mim a resposta está em utilizar os dois meios (fazer uma linha com imbreeding e ir abrir com cães do mesmo tipo mas pouco relacionados genealógicamente)... mas cada criador é um caso e há cruzamentos que no papel funcionam bem, mas na prática... sem experimentar nunca sabemos...