x2Floripes3 Escreveu:Nem sei por que me dou a trabalho, mas cá vai o meu ponto de vista:
Cada época e cada sociedade tem a sua maneira de lidar com a morte e fazer o seu luto, e não é por acaso que os rituais ligados a estes factos da vida, a par dos rituais de enamoramento e acasalamento, são dos principais objectos de estudo da Antropologia.
Por mim, e nesta perspectiva, não vejo diferença nenhuma entre estas fotos e as das múmias do Antigo Egipto e dos seus enxovais mortuários, ou até mesmo as séries de televisão que nos são apresentadas com a desculpa das investigações criminais. Aqui, apenas variam as técnicas usadas nessas celebrações da morte e aquilo a que já se chamou "o espírito do tempo".
No caso destas fotos post mortem, relembre-se que as mais antigas são daguerreótipos. Aos quais se sucederam as fotografias, técnica de captação de imagens então emergente. Junto com a mentalidade da época, não é para admirar o aproveitamento da dor e saudade das pessoas que perdiam entes queridos, resultando em fotos tão elaboradas quanto o sentido comercial dos fotógrafos, que se faziam pagar muito bem pelas sessões.
O que pretendi mostrar aqui foi que o amor pelos seus animais, neste caso, cães, não é exclusivo dos dias de hoje. E pelo menos duas dessas fotos são tocantes pela ternura e cuidado pelo animal nelas patenteado, por aquele animal em particular que teve um papel preponderante naquelas vidas.
As repulsas ditadas pela ignorância e pela superficialidade de sentimentos não têm aqui cabimento. Até porque lá para trás os mesmos que a manifestaram não se coibiram de fazer aquilo que agora dizem chocá-los.
Cães da Realeza/Fotos antigas
Moderador: mcerqueira
«None are more hopelessly enslaved than those who falsely believe they are free»
Acho que fui bem clara e explicita quanto á fotografia que me provocou repulsa , como a Lulu lhe chama.nicosa Escreveu:Isto não é mórbido, isto é doentio. Cruzes!!!!!!Floripes3 Escreveu: Aqui, o morto é o homem.
Continua a provocar .Sejam quais forem as razões , épocas ou mesmo apesar da Lulu se achar no direito de me chamar ignorante ou insensivel e contextualizar, a seu modo e como lhe dá mais jeito, outras intervenções.
Sofia
Sim, Nicas? E se eu não tivesse postado esta foto identificando-a como aquilo que é e indicando a sua origem, sentiria a mesma repulsa?
<p>Olá, eu sou a... Floripes3 que já foi 2. :mrgreen:</p>
<p>''Tome partido. A neutralidade ajuda o opressor, nunca a vítima. O silêncio encoraja o torturador, nunca o torturado'' - Elie Wiesel</p>
<p> "Nas costas dos outros vemos espelhadas as nossas." - Dito popular</p>
<p>''Tome partido. A neutralidade ajuda o opressor, nunca a vítima. O silêncio encoraja o torturador, nunca o torturado'' - Elie Wiesel</p>
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"Integrante do Corpo Veterinário do Exército Real britânico dorme ao lado da cadela Leanne
Foto: Getty Images"
Foto: Getty Images"
<p>ex Omega2,3,4,5, etc... Não adopte, compre </p>
<p>"Criou caturras a biberon?", by Kitten!
</p>
<p>"Criou caturras a biberon?", by Kitten!
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Claro que não! Nunca me passaria pela ideia que o homem estivesse morto.Floripes3 Escreveu:Sim, Nicas? E se eu não tivesse postado esta foto identificando-a como aquilo que é e indicando a sua origem, sentiria a mesma repulsa?
Sofia
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"Greyfriars Bobby foi um cachorro da raça Skye Terrier, que ficou conhecido em Edimburgo, Escócia, no século XIX por ter passado 14 anos guardando o túmulo de seu dono, até sua própria morte em 14 de Janeiro de 1872.
Um ano após a morte do cachorro, Lady Burdett-Coutts mandou erguer uma fonte e uma estátua em sua homenagem. "
Mancs, cão da raça pastor alemão. Treinado na Hungria como cão de resgate, pertencia ao grupo de resgate "spider special rescue team. Juntamente com o seu dono, participou em missões de resgate em diversas partes do mundo. tornou-se internacionalmente conhecido aquando do terramoto em Izmit, na Turquia, por encontrar uma criança de três anos de idade que passara 82 horas soterrada. Em 2004 foi erigida uma estátua em sua homenagem, e Mancs acabaria por falecer em 2006 com uma pneumonia.
<p>ex Omega2,3,4,5, etc... Não adopte, compre </p>
<p>"Criou caturras a biberon?", by Kitten!
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<p>"Criou caturras a biberon?", by Kitten!
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Excelente explicação.Floripes3 Escreveu:Nem sei por que me dou a trabalho, mas cá vai o meu ponto de vista:
Cada época e cada sociedade tem a sua maneira de lidar com a morte e fazer o seu luto, e não é por acaso que os rituais ligados a estes factos da vida, a par dos rituais de enamoramento e acasalamento, são dos principais objectos de estudo da Antropologia.
Por mim, e nesta perspectiva, não vejo diferença nenhuma entre estas fotos e as das múmias do Antigo Egipto e dos seus enxovais mortuários, ou até mesmo as séries de televisão que nos são apresentadas com a desculpa das investigações criminais. Aqui, apenas variam as técnicas usadas nessas celebrações da morte e aquilo a que já se chamou "o espírito do tempo".
No caso destas fotos post mortem, relembre-se que as mais antigas são daguerreótipos. Aos quais se sucederam as fotografias, técnica de captação de imagens então emergente. Junto com a mentalidade da época, não é para admirar o aproveitamento da dor e saudade das pessoas que perdiam entes queridos, resultando em fotos tão elaboradas quanto o sentido comercial dos fotógrafos, que se faziam pagar muito bem pelas sessões.
O que pretendi mostrar aqui foi que o amor pelos seus animais, neste caso, cães, não é exclusivo dos dias de hoje. E pelo menos duas dessas fotos são tocantes pela ternura e cuidado pelo animal nelas patenteado, por aquele animal em particular que teve um papel preponderante naquelas vidas.
As repulsas ditadas pela ignorância e pela superficialidade de sentimentos não têm aqui cabimento. Até porque lá para trás os mesmos que a manifestaram não se coibiram de fazer aquilo que agora dizem chocá-los.
Sobretudo o que coloquei a bold. É preciso compreender que, nesta altura, a fotografia (ou as suas formas embrionárias, como o daguerreótipo) não era entendida como hoje; ela surgiu como pretendente a tomar o lugar da pintura, na função artística e retratista. Desse modo, tal como um século antes se mandaria um pintor retratar o cão defunto junto da família em jeito de memorial ou homenagem, nesta altura, simplesmente fotografava-se o mesmo cenário.
Claro que isso não impede que a mesma fotografia possa causar alguma impressão ou até repulsa; mas certamente que não se trata de algo mórbido tal como o seria se fosse executado hoje.
Já agora. Muito bom este tópico. Não o conhecia; obrigado por o desenterrarem e permitirem o seu conhecimento.
Lord Byron que amou incondicionalmente o seu cão, supostamente um terranova, Boatswain
Quando o cão morreu enterrou-o nos terrenos da propriedade, mandou construir um pequeno monumento onde se pode ler este epitáfio
Quando o cão morreu enterrou-o nos terrenos da propriedade, mandou construir um pequeno monumento onde se pode ler este epitáfio
Tambem gosto deste tipo de homenagem.Perto daqui
Estão depositados os despojos daquele
Que possuía Beleza sem Vaidade,
Força sem Insolência,
Coragem sem Ferocidade,
E todas as virtudes do Homem sem seus Vícios.
Este elogio, que seria uma Adulação sem sentido
Se escrito fosse sobre Cinzas humanas,
É somente um justo tributo à Memória de
BOATSWAIN, um CÃO
Que nasceu em Newfoundland em maio de 1803,
E morreu em Newstead, em 18 de novembro de 1808.
Quando um orgulhoso Filho do Homem retorna à terra
Desconhecido pela Glória mas sustentado pelo Berço,
A arte do escultor exaure a pompa do infortúnio,
E urnas ornadas registam aquele que descansa abaixo:
Quando tudo está terminado, sobre a Tumba é visto
Não o que ele foi, mas o que deveria ter sido.
Mas o pobre Cão, na vida o mais fiel amigo,
O primeiro a dar boas vindas, na dianteira para defender,
Cujo coração honesto é do próprio Dono,
Que trabalha, luta, vive, respira somente por ele
Sem honra se vai, despercebido seu valor,
Negada no Paraíso a Alma que tinha na terra;
Enquanto o homem, fútil inseto! tem a esperança de ser perdoado,
E reivindica para si só exclusividade no Paraíso!
Oh, homem! frágil, breve inquilino
Rebaixado pela escravidão, ou corrompido pelo poder,
Quem te conhece bem, deve rejeitar-te com desgosto,
Massa degradada de poeira viva!
Teu amor é luxúria, tua amizade inteira ilusão
Tua língua hipocrisia, teu coração decepção.
Por natureza mau, dignificado apenas pelo nome,
Cada irmão selvagem pode fazer-te corar de vergonha.
Vós! que, por ventura, contemplais esta Urna simples
Ficai sabendo, não homenageia ninguém que desejais prantear,
Para marcar os despojos de um Amigo estas pedras se levantam;
Nunca conheci nenhum, exceto um único — e aqui ele decansa.
Newstead Abbey, 30 de novembro de 1808
Última edição por nicosa em quinta jun 06, 2013 10:36 pm, editado 1 vez no total.
Sofia
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obrigada simplesmentenicosa Escreveu:Lord Byron que amou incondicionalmente o seu cão, supostamente um terranova, Boatswain
Quando o cão morreu enterrou-o nos terrenos da propriedade, mandou construir um pequeno monumento onde se pode ler este epitáfioTambem gosto deste tipo de homenagem.Perto daqui
Estão depositados os despojos daquele
Que possuía Beleza sem Vaidade,
Força sem Insolência,
Coragem sem Ferocidade,
E todas as virtudes do Homem sem seus Vícios.
Este elogio, que seria uma Adulação sem sentido
Se escrito fosse sobre Cinzas humanas,
É somente um justo tributo à Memória de
BOATSWAIN, um CÃO
Que nasceu em Newfoundland em maio de 1803,
E morreu em Newstead, em 18 de novembro de 1808.
Quando um orgulhos Filho do Homem retorna à terra
Desconhecido pela Glória mas sustentado pelo Berço,
A arte do escultor exaure a pompa do infortúnio,
E urnas ornadas registram aquele que descansa abaixo:
Quando tudo está terminado, sobre a Tumba é visto
Não o que ele foi, mas o que deveria ter sido.
Mas o pobre Cão, na vida o mais fiel amigo,
O primeiro a dar boas vindas, na dianteira para defender,
Cujo coração honesto é do próprio Dono,
Que trabalha, luta, vive, respira somente por ele
Sem honra se vai, despercebido seu valor,
Negada no Paraíso a Alma que tinha na terra;
Enquanto o homem, fútil inseto! tem a esperança de ser perdoado,
E reivindica para si só exclusividade no Paraíso!
Oh, homem! frágil, breve inquilino
Rebaixado pela escravidão, ou corrompido pelo poder,
Quem te conheces bem, deve rejeitar-te com desgosto,
Massa degradada de poeira viva!
Teu amor é luxúria, tua amizade inteira ilusão
Tua língua hipocrisia, teu coração decepção.
Por natureza mau, dignificado apenas pelo nome,
Cada irmão selvagem pode fazer-te corar de vergonha.
Vós! que, por ventura, contemplais esta Urna simples
Ficais sabendo, não homenageia ninguém que desejais prantear,
Para marcar os despojos de um Amigo estas pedras se levantam;
Nunca conheci nenhum, exceto um único — e aqui ele decansa.
Newstead Abbey, 30 de novembro de 1808
<p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt">The little creature said, “Dear Lord,</p>
<p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt">There’s not one name left for me.”</p>
<p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt">The Father smiled and softly said,</p>
<p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt">“I’ve left you ’til the end.</p>
<p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt">I’ve turned my own name back to front,</p>
<p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt">And called you Dog, my friend!”</p>
<p> </p>
<p><a href="http://chamaram-mesafira.blogspot.com/" ... om/</a></p>
<p><a href="http://www.patavermelha.com/">http://ww ... /</a>
</p>
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<p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt">There’s not one name left for me.”</p>
<p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt">The Father smiled and softly said,</p>
<p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt">“I’ve left you ’til the end.</p>
<p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt">I’ve turned my own name back to front,</p>
<p class="MsoNormal" style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt">And called you Dog, my friend!”</p>
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<p><a href="http://chamaram-mesafira.blogspot.com/" ... om/</a></p>
<p><a href="http://www.patavermelha.com/">http://ww ... /</a>
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<p> </p>
Bonita mensagem, gostei mt.
"He is your friend, your partner, your defender, your dog. You are his life, his love, his leader. He will be yours, faithful and true, to the last beat of his heart. You owe it to him to be worthy of such devotion."
-
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- Registado: segunda out 04, 2004 12:53 am
Já agora (peço desculpa se repetir alguma foto mas não consegui ler o tópico todo )
My favs
Os Jack Russell:
Os BT da Princesa Ana
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Os Jack Russell:
Os BT da Princesa Ana
Bulldog em 1880, ainda bem diferente dos dias de hoje....
"He is your friend, your partner, your defender, your dog. You are his life, his love, his leader. He will be yours, faithful and true, to the last beat of his heart. You owe it to him to be worthy of such devotion."
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- Localização: O meu anjo da guarda: Bia
O meu traquina: Calvin
A minha princesa: Lolita
Mas que bela homenagem. Identifiquei-me muito ao ler isto, é exactamente o que sinto. Décadas passaram mas podia bem ser um texto escrito na actualidade, nada mudou...nicosa Escreveu:Perto daqui
Estão depositados os despojos daquele
Que possuía Beleza sem Vaidade,
Força sem Insolência,
Coragem sem Ferocidade,
E todas as virtudes do Homem sem seus Vícios.
Este elogio, que seria uma Adulação sem sentido
Se escrito fosse sobre Cinzas humanas,
É somente um justo tributo à Memória de
BOATSWAIN, um CÃO
Que nasceu em Newfoundland em maio de 1803,
E morreu em Newstead, em 18 de novembro de 1808.
Quando um orgulhoso Filho do Homem retorna à terra
Desconhecido pela Glória mas sustentado pelo Berço,
A arte do escultor exaure a pompa do infortúnio,
E urnas ornadas registam aquele que descansa abaixo:
Quando tudo está terminado, sobre a Tumba é visto
Não o que ele foi, mas o que deveria ter sido.
Mas o pobre Cão, na vida o mais fiel amigo,
O primeiro a dar boas vindas, na dianteira para defender,
Cujo coração honesto é do próprio Dono,
Que trabalha, luta, vive, respira somente por ele
Sem honra se vai, despercebido seu valor,
Negada no Paraíso a Alma que tinha na terra;
Enquanto o homem, fútil inseto! tem a esperança de ser perdoado,
E reivindica para si só exclusividade no Paraíso!
Oh, homem! frágil, breve inquilino
Rebaixado pela escravidão, ou corrompido pelo poder,
Quem te conhece bem, deve rejeitar-te com desgosto,
Massa degradada de poeira viva!
Teu amor é luxúria, tua amizade inteira ilusão
Tua língua hipocrisia, teu coração decepção.
Por natureza mau, dignificado apenas pelo nome,
Cada irmão selvagem pode fazer-te corar de vergonha.
Vós! que, por ventura, contemplais esta Urna simples
Ficai sabendo, não homenageia ninguém que desejais prantear,
Para marcar os despojos de um Amigo estas pedras se levantam;
Nunca conheci nenhum, exceto um único — e aqui ele decansa.
Newstead Abbey, 30 de novembro de 1808
"O problema das pessoas é que elas são apenas humanas..."
Calvin
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