Leshmaniose e a sua propagação/erradicação…

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Moderador: mcerqueira

Dominante
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sábado ago 07, 2010 12:24 am

Será que os tratamentos caríssimos são realmente efectivos ou ficamos com cães tratados mas portadores e consequentemente transmissores das “leshmanias”(através dos vectores de transmição - Mosquito Flébotomo)??!?!
Existem estudos que comprovem a sua eficácia?

Aqueles cães cujos donos decidem, por que motivo for, não fazer o tratamento não deveriam ser aconselhados a eutanasiar o cão pois irá ser um foco de disseminação da doença que afecta também o “homem”?

Os cães em canil/associações nos quais o teste dá positivo não deveriam ser eutanasiados em vez de tratados, usando o pouco dinheiro disponível no canil/associação, sendo que muitas vezes o destino deles é a morte?

Serão estas questões plausíveis/viáveis de discussão?
Quero apenas que pensem o que fariam numa situação semelhante…
cockinhas
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sábado ago 07, 2010 8:47 am

Dominante Escreveu:Será que os tratamentos caríssimos são realmente efectivos ou ficamos com cães tratados mas portadores e consequentemente transmissores das “leshmanias”(através dos vectores de transmição - Mosquito Flébotomo)??!?!
Existem estudos que comprovem a sua eficácia?

Aqueles cães cujos donos decidem, por que motivo for, não fazer o tratamento não deveriam ser aconselhados a eutanasiar o cão pois irá ser um foco de disseminação da doença que afecta também o “homem”?

Os cães em canil/associações nos quais o teste dá positivo não deveriam ser eutanasiados em vez de tratados, usando o pouco dinheiro disponível no canil/associação, sendo que muitas vezes o destino deles é a morte?

Serão estas questões plausíveis/viáveis de discussão?
Quero apenas que pensem o que fariam numa situação semelhante…
Também gostava de ter resposta para estas perguntas. Já tenho lido (opiniões) que, depois da doença devidamente controlada, e não havendo leishmanias em circulação na corrente sanguínea, mesmo que um mosquito flebótomo se alimente do sangue do cão e em seguida pique outro, saudável, não transmite o parasita, mas não sei. Como o veterinário também não me deu uma resposta conclusiva deduzi que ainda não se saiba.

O que fazer como dono de um cão infectado e transmissor, após tratamento, e sem estar a sofrer? Só passando pela situação. Em teoria, a razão mandar-me-ia optar pela eutanásia, acho, mas deve ser bem difícil de decidir. Talvez me pusesse a imaginar maneiras de impedir os malditos mosquitos de picar o cão, mas isso implicaria privá-lo de ter uma vida minimamente "de cão"... Espero não ter de passar por uma situação dessas.
PauloC1
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sábado ago 07, 2010 2:33 pm

Á distância o meu pensamento vai no sentido de que se algum cão meu tivesse COMPROVADAMENTE Leishmaniose, eu mandaria eutanasiar. Mas só mesmo passando pela situação saberia qual seria a minha reacção.
Também sou de acordo que cães sem dono, nomeadamente aquele que estão ao cuidado de associações ou canis municipais, deveriam ser abatidos de imediato se tivessem esta doença. Não me parece aceitável dispender os escassos recursos de uma associação em tratamento deste tipo de doenças.
choque
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sábado ago 07, 2010 2:54 pm

PauloC1 Escreveu:Á distância o meu pensamento vai no sentido de que se algum cão meu tivesse COMPROVADAMENTE Leishmaniose, eu mandaria eutanasiar. Mas só mesmo passando pela situação saberia qual seria a minha reacção.
Também sou de acordo que cães sem dono, nomeadamente aquele que estão ao cuidado de associações ou canis municipais, deveriam ser abatidos de imediato se tivessem esta doença. Não me parece aceitável dispender os escassos recursos de uma associação em tratamento deste tipo de doenças.
concordo plenamente com isto...se realmente não existirem recursos financeiros e/ou outros para tratamento... agora fiquei curioso em saber se realmente isso da leishmaniose é assim contagioso, se realmente é como se diz aí o caso muda de figura e acho que talvez fosse mesmo melhor não contribuir para a propagação desta doença tão cruel
Bondage2010
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sábado ago 07, 2010 5:08 pm

PauloC1 Escreveu:Á distância o meu pensamento vai no sentido de que se algum cão meu tivesse COMPROVADAMENTE Leishmaniose, eu mandaria eutanasiar. (...)
Mas Paulo se a doença é dectada no inicio e com a medicação o cão pode ter qualidade de vida...mandavas eutanaziar? O risco que os meus outros cães têm de apanhar leish por partilharem o espaço do meu Cesar tem, é o mesmo que o meu Cesar teve por viver na minha zona, o risco está sempre presente, olhas para o meu cão e nem te passa pela cabeça que ele é doente, é apenas uma doença cronica que tem de ser medicada a 5€ por mes até ao resto da vida dele, claro que se por acaso ele começar mesmo com a medicação a perder qualidade de vida...não a vou prolongar...mas até lá não me passa pela cabeça abate-lo.
PauloC1
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sábado ago 07, 2010 7:07 pm

Respeito a tua decisão, e tal como disse, passando por essas circunstâncias não sei o que faria. A "Frio", digo que mandaria abater.
Não é só a qualidade de vida do meu cão e a propagação aos meus cães que me interessa, é o controlo da própria doença que cresce de dia para dia.
Se todos os cães que começaram a ter leishmaniose fossem desde logo abatidos, a par com o combate ao próprio mosquito, estou certo que a doença não teria hoje a expansão que tem.....e sabe-se lá a que terá!
nicasxi
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sábado ago 07, 2010 7:25 pm

Pois ... nunca me tinha posto esta questão. :oops:
Como se sabe, adoptei agora uma cadela dogue alemão. Estou, por agora a recuperá-la de outras urgências importantes. E não, não pensei mesmo nada, por esse prisma.
Mas agora fiquei a pensar. Ao invés de ter deixado os testes para segundo plano, se os tivesse feito e tivesse dado positivo... :?
Sinceramente, agora já não sei.
Provavelmente, agora , quando for fazer os despistes, se der positivo, vou optar por continuar a investir nela. ( Quando falo em investir, falo em investimento emocional ) porque o primeiro passo já dei e vai ser muito dificil parar agora a "caminhada" que comecei.
Mas fiquei a pensar... :roll:
Dedico esta assinatura a quem lhe "acentar" a carapuça :
"Quem nasce lagartixa, nunca chega a jacaré, por muito que se inche .... " By , um amigo muito querido ...



"Dogs are better than human beings because they know but do not tell."
— Emily Dickinson

À espera que os frangos que o Terug, o Paulo Santos e o Zefe andam a virar, fiquem prontos.
... e já agora tambem das courgettes da LuMaria!;)
Bondage2010
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sábado ago 07, 2010 7:25 pm

PauloC1 Escreveu:Respeito a tua decisão, e tal como disse, passando por essas circunstâncias não sei o que faria. A "Frio", digo que mandaria abater.
Não é só a qualidade de vida do meu cão e a propagação aos meus cães que me interessa, é o controlo da própria doença que cresce de dia para dia.
Se todos os cães que começaram a ter leishmaniose fossem desde logo abatidos, a par com o combate ao próprio mosquito, estou certo que a doença não teria hoje a expansão que tem.....e sabe-se lá a que terá!
Ok entendo agora o teu ponto de vista...mas teria de se arranjar solução sim para erradicar o mosquito , criar vacina ou daqui a pouco todos os cães estarão contaminados que com as temperaturas mais altas que estamos a ter em todo o territorio o mosquito está a espalhar-se por todo Portugal continental...
sanaMalina
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sábado ago 07, 2010 7:51 pm

Quando o meu cão apanhou leishmaniose quando tinha 12 anos e perdeu a mobilidade praticamente na totalidade. Era um cão de 60kl e eu tinha de o levantar mais de 10 vezes por dia para ele poder fazer as necessidades, mudar de posição, etc... Comia deitado.Chorava para que eu o fosse levantar. Ninguém imagina o que eu passei em pleno mês de Julho! Mesmo assim fiz o tratamento na esperança de que ele recupera-se alguma mobilidade. No fim do tratamento ele não tinha melhorado nem um pouco e o sofrimento que ele passava todos os dias para levar a injecção... :cry: Mesmo assim recusei a eutanasia e continuei a luta diária de o levantar e obrigar a comer. Algum tempo depois deparei-me com uma situação que me deitou completamente abaixo. Descobri - não sei como se diz isto - que as moscas farejeiras se tinham depositado no ânus do meu cão. Quando vi entrei em choque e chorei compulsivamente. Custou-me tanto ver que ele estava num sofrimento maior do que aquele que eu tinha suposto a ponto de já nem sequer conseguir sacudir a cauda para afastar as moscas. Senti-me a pior pessoa do mundo por ter sido tão egoísta a ponto de fazê-lo passar por isto. Nesse mesmo dia foi eutanasiado. Não consegui parar de chorar desde o momento em que descobri o estado do rabo dele até ter chegado a casa. A vet disse-me que podia tratar aquilo e ele continuava a viver sem ser necessário o abate mas de que serviria mantê-lo assim se ao fim da semana provavelmente estaria na mesma? Isto tudo aconteceu o ano passado por esta altura e ainda hoje me custa pensar nisto tudo e sinto-me culpada por tê-lo mandado abater (o meu irmão acusou-me de não o ter deixado despedir-se do cão). Sinto que a culpa é minha por ele já não estar aqui, mas sei que foi melhor assim. Sei que era a única decisão certa a tomar. Mesmo que o meu sentimento de culpa nunca venha a desaparecer eu sei que o poupei a um fim de vida miserável. Com isto quero dizer, façam o tratamento, tentem sempre até já não dar mais, eu sei que tentei tudo por tudo por que é isso que se faz por aqueles que gostamos.
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Bondage2010
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sábado ago 07, 2010 8:19 pm

Pois mas felizmente o meu Cesar assim que comecei a ver perda de massa muscular e de vez em quando um corrimento enssaguentado do nariz, fez-se logo os testes, começou o tratamento, ganhou massa muscular, não tem qualquer sintoma visivel e continua a ser o suposto cão energico para um maxo de 2 anos e meio, e a dar-me cabo da cabeça e enquanto assim continuar será parte da familia...mas não quero chegar ao ponto que tu consguiste deixar chegar...quando não conseguir levantar para fazer as necessidades, não quero que viva mais, por muito que isso me custe, por isso vivo com ele cada momento como se fosse o ultimo, praia, campo, horas de partilha de sofá com festas e brincadeiras, que mesmo com este calor ele gosta, até as 3 gajas da matilha andam enciumadas por ele ter mais atenção :twisted:
cockinhas
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sábado ago 07, 2010 8:42 pm

Bondage, e sabe-se se o césar (ainda bem que ele reagiu ao tratamento da melhor forma), tendo a doença controlada, é ou não portador, caso seja picado por um mosquito não infectado?
Bondage2010
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sábado ago 07, 2010 8:53 pm

cockinhas Escreveu:Bondage, e sabe-se se o césar (ainda bem que ele reagiu ao tratamento da melhor forma), tendo a doença controlada, é ou não portador, caso seja picado por um mosquito não infectado?
Julgo que mesmo com a doença controlada ele é sempre portador, julgo que como qualquer fêmea de mosquito flebótomo, o que tenho de prevenir é com pipetas e o que estiver ao meu alcance, para evitar que o flebótomo se aproxime.
Última edição por Bondage2010 em sábado ago 07, 2010 8:53 pm, editado 1 vez no total.
AlexandreMqs
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sábado ago 07, 2010 8:53 pm

cockinhas Escreveu:Bondage, e sabe-se se o césar (ainda bem que ele reagiu ao tratamento da melhor forma), tendo a doença controlada, é ou não portador, caso seja picado por um mosquito não infectado?
1º é uma mosca e não é um mosquito;
2º só as fêmeas é que podem passar a doença;
3º a Leshmania dentro do hospedeiro tem algumas evoluções, para além disso, se o cão tiver bem tratado, as leshmanias já não estarão no sangue. Se estiverem são poucas.
Fotografia de animais de estimação (o meu projecto)
Status -Pets Photography https://www.facebook.com/StatusPetsPhotography

Bondage2010
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sábado ago 07, 2010 9:09 pm

AlexandreMqs Escreveu:
cockinhas Escreveu:Bondage, e sabe-se se o césar (ainda bem que ele reagiu ao tratamento da melhor forma), tendo a doença controlada, é ou não portador, caso seja picado por um mosquito não infectado?
1º é uma mosca e não é um mosquito;
.
Agora deixaste-me curioso sobre essa...e acho que nem é uma mosca nem um mosquito, talvez o correcto será chamar-lhe apenas um insecto ;)

Phlebotomus
Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Classe: Insecta
Ordem: Diptera
Família: Psychodidae
Subfamily: Phlebotominae
Genus: Phlebotomus



Mosca
Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Classe: Insecta
Ordem: Diptera
Subordem: Brachycera
Família: Muscidae
Género: Musca


Mosquito
Kingdom: Animalia
Phylum: Arthropoda
Class: Insecta
Order: Diptera
Suborder: Nematocera
Infraorder: Culicomorpha
Superfamily: Culicoidea
Family: Culicidae
cockinhas
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sábado ago 07, 2010 9:15 pm

Bondage2010 Escreveu:
AlexandreMqs Escreveu:
cockinhas Escreveu:Bondage, e sabe-se se o césar (ainda bem que ele reagiu ao tratamento da melhor forma), tendo a doença controlada, é ou não portador, caso seja picado por um mosquito não infectado?
1º é uma mosca e não é um mosquito;
.
Agora deixaste-me curioso sobre essa...e acho que nem é uma mosca nem um mosquito, talvez o correcto será chamar-lhe apenas um insecto ;)

Phlebotomus
Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Classe: Insecta
Ordem: Diptera
Família: Psychodidae
Subfamily: Phlebotominae
Genus: Phlebotomus



Mosca
Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Classe: Insecta
Ordem: Diptera
Subordem: Brachycera
Família: Muscidae
Género: Musca


Mosquito
Kingdom: Animalia
Phylum: Arthropoda
Class: Insecta
Order: Diptera
Suborder: Nematocera
Infraorder: Culicomorpha
Superfamily: Culicoidea
Family: Culicidae
Obrigada pela correcção, Alexadre, havia por aí algures um tópico em que se explicava muito bem as implicações para os donos preocupados com a transmissão da leishmaniose, dos flebótomos não serem mosquitos. Do que me lembro, a importância da distinção reside no facto de as pessoas pensarem que perto de riachos e águas estagnadas é que há mais flebótomos e não sabem que esta espécie se reproduz, não só na água mas sim mais até na matéria morta tipo fundo de jardins.
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