Aproximação de 2 gatos

[anitalopes]

olá a todos, sei que este é um tema recorrente mas não quis deixar de o introduzir de novo. já li o tópico que fala acerca da aproximação de um gato novo mas sendo geral não me ajuda assim tanto...

em 31 de dezembro apanhei na rua uma gata ferida; ela teve de ser operada e estava claramente traumatizada com algo, muito assustada. agora já está bem, totalmente recuperada, embora tenha tido de amputar alguns dedos numa das patas dianteiras. comigo e com o meu marido as coisas já correm melhor, não foge, não se assanha. vê-se que não está 100% calma, mas tudo vai evoluindo. o problema é com o golias, o gato que temos há 6 meses e tem quase 1 ano. ele é curioso e anda de roda dela, assanhando-se, e ela responde com gritos, claramente assustada e assustando-o também. nunca se atacaram, ficam a uma distância de uns palmos, cada um a bufar para seu lado.

de momento tá cada um em seu lado, em áreas separadas. qd estamos cá temos tudo aberto, qd não estamos fechamos a porta. ele vem ter com ela, mas ela nunca sai da divisão onde está, nem com a porta aberta, e resiste muito se tentamos levá-la para outro sitio. queria, claro, começar a introduzi-la noutro espaço, mas tenho receio que corra tão mal que a convivência não seja possível.

precisava de dicas mais concretas... nós não interferimos, mas tenho a sensação de que se não tentamos algo, hão-de passar-se meses e a situação não muda... e não posso ter 2 espaços separados para os gatos, não é comportável.

se alguém me puder ajudar, desde já agradeço.

obrigada a todos
Ana

[catarinamar]

Olá! Em primeiro lugar a dica mais importante é: muita paciência e acreditar q se vão dar bem !

Eu com os meus apostei nas brincadeiras...brincar e brincar!
Ao principio brincar com eles em separado, cada um com uma bolinha ou fio...depois tentar unir a brincadeira ex. um fio grande com duas pontas.

Mesmo que eles estejam stressados pa brincar insista .. os gatos ñ resistem quando lhes aguçam a curiosidade.
No meu caso um brincava imenso, completamente despreocupado e o outro sempre a aproximar se e a bufar lhe constantemente... enfim hoje são os melhores amigos, nunca pensei...
Espero ter ajudado.

[Lira93]

Embora os gatos sejam sempre imprevisíveis, e nos primeiros tempos não seja possível antecipar o rumo que as coisas vão tomar, penso que essas reacções iniciais são normais e até bom sinal. Se não se atacam, se o seu gato residente demonstra curiosidade e vontade de estar junto dela (apesar de ainda lhe soprar, o que é normal, está apenas a tentar "marcar território", demonstrar que ali quem manda é ele.. e no fundo é também um comportamento defensivo, intimidar para evitar ser atacado), penso que à partida acabarão por se aceitar.

Aceitar-se pode ter muitos matizes, desde serem melhores amigos, até simplesmente conviverem pacificamente no mesmo espaço, sem nunca se atacarem mas sem nunca terem grande intimidade.

O importante é deixar que sejam eles a definir a hierarquia. Sopradelas, rosnadelas e até a ocasional patada são normais e deve deixar que ocorram sem interferir. Só no caso de se pegarem a lutar, ou de a coisa se agravar, é que deverá separá-los.

Nestes primeiros tempos, até ter a certeza de que não se atacam, deve mantê-los separados quando estiver fora de casa. Quando estiver em casa, deve promover o contacto e deixá-los circular livremente, sempre com supervisão.

A dica das brincadeiras é boa. Patê também costuma funcionar bem

[anitalopes]

o meu maior problema é que ela reage a pouca coisa porque ainda tá mto assustada. ontem foi a 1ª vez que conseguimos que brincasse, geralmente está muito quieta no sitio dela e só sai de lá para ir comer e usar a caixa de areia. e não sei se a comece a levar pra outra divisão, onde ele costuma andar, quando lá estivermos, mesmo sabendo que ela vai reagir mal de inicio, ou se não faça já essa mudança e a deixe estar. tenho receio que depois não a consiga retirar daquela área por ela se habituar a que aquela é a casa dela...

[catarinamar]

olá!

Estando a pequenita ainda assustada o melhor será mesmo deixá-lá ganhar à vontade no espaço q ela conhece ... fazendo as introduções de forma mais leve ... que tal andar com o outro gato ao colo e deixar q ela o veja? uns minutos...!

Acho que deve ensiná-la a brincar sozinha no seu sitio seguro...e depois aos poucos fazer aproximações.

a ideia do paté tb é optima!! mas se calhar é melhor esperar q ela fique mais calma..

Os meus demoraram 3 meses até q os deixasse sozinhos..
Os gatos tem os seus tempos, mas são animais d hábitos...podem ñ vir a ser os melhores amigos nem dormir juntos, mas vão se tolerar..não desista e boa sorte

[leonildecarvalho]

"COMO JUNTAR DOIS GATOS"
Por Leonilde Carvalho

http://arcadenoe.sapo.pt/forum/viewtopic.php?t=68149




Boa sorte,

Leo

[anitalopes]

3 meses? já fico mais descansada, ainda bem que disse isso. é que todos com quem falo dizem que ao fim de 1 semana está tudo ok, já pensava que fazia algo de mal.
mas estes dias as coisas até evoluíram, ela já brinca connosco! é muito giro vê-la a evoluir, de uma gata assustada e encolhida a um canto, para uma gata brincalhona. só brinca quando ele não está ao pé, mas já é um começo já conseguimos que brincasse com o apontador laser, que já o outro também adora, com bonecos, etc. continua sem gostar que peguemos nela, mas já adora festas e até já se põe de barriga para cima.
obrigada pelos conselhos e pelo incentivo, ajuda imenso!

olá!

Estando a pequenita ainda assustada o melhor será mesmo deixá-lá ganhar à vontade no espaço q ela conhece ... fazendo as introduções de forma mais leve ... que tal andar com o outro gato ao colo e deixar q ela o veja? uns minutos...!

Acho que deve ensiná-la a brincar sozinha no seu sitio seguro...e depois aos poucos fazer aproximações.

a ideia do paté tb é optima!! mas se calhar é melhor esperar q ela fique mais calma..

Os meus demoraram 3 meses até q os deixasse sozinhos..
Os gatos tem os seus tempos, mas são animais d hábitos...podem ñ vir a ser os melhores amigos nem dormir juntos, mas vão se tolerar..não desista e boa sorte

[Lira93]

3 meses? já fico mais descansada, ainda bem que disse isso. é que todos com quem falo dizem que ao fim de 1 semana está tudo ok, já pensava que fazia algo de mal.
mas estes dias as coisas até evoluíram, ela já brinca connosco! é muito giro vê-la a evoluir, de uma gata assustada e encolhida a um canto, para uma gata brincalhona. só brinca quando ele não está ao pé, mas já é um começo já conseguimos que brincasse com o apontador laser, que já o outro também adora, com bonecos, etc. continua sem gostar que peguemos nela, mas já adora festas e até já se põe de barriga para cima.
obrigada pelos conselhos e pelo incentivo, ajuda imenso!

Cada gato tem os seus timings, e cada caso é um caso. Se é verdade que muitos se dão ao fim de poucos dias, outros há que nem ao fim de anos de convívio são grandes amigos. Desde que se tolerem e consigam conviver no mesmo espaço sem se atacar (tirando a ocasional, e normal, sopradela ou patadita), é o essencial. Qualquer dono deseja que os seus gatos sejam todos amigos, durmam juntinhos, brinquem uns com os outros, etc. Essa é efectivamente a norma. Porém alguns casos existem em que isso não acontece. Desde que os animais estejam bem e sejam felizes, não devemos interferir.

Tenho três casos que espelham bem estas diferenças. A Lira, a primeira a chegar a nossa casa, foi sempre muito meiga e brincalhona e não demonstrou nenhum medo de nós. Mal chegou a casa, explorou tudo, e foi logo comer e ao wc. Muitos gatos passam os primeiros dias numa nova casa encolhidos, escondidos, quase sem comer.. esta não, tomou logo posse da casa.. e dos donos

A Eva, segunda a chegar, é uma gata super medrosa e que passou por muito. O difícil inicialmente foi que comesse, passou quatro dias quase sem comer nada, pouco bebia, e não se mexia, muito deprimida. Assim que a juntei com a Lira, percebi que se sentia melhor junto dela. Sopravam-se e etc, o habitual, mas poucos dias depois já eram amigas, brincavam as duas e são totalmente inseparáveis. A melhor forma de tranquilizar a Lira numa viagem de carro, por exemplo, é levar a Eva também. Dormem juntas e adoram-se, parece que foram criadas em conjunto.

O Santi, gato já adulto que chegou a nossa casa recentemente, é totalmente diferente de qualquer uma delas. De nós nunca demonstrou medo, de início encolhia-se um pouco perante o meu marido mas rapidamente perdeu o receio. Sempre explorou a casa toda. Adora dormir e estar na cama dele, ao contrário das catraias que só querem brincadeira. Mas tem um medo enorme das duas miúdas.. Não se atacam, toleram-se, e noto que elas gostam dele e procuram a companhia dele, mas ele retrai-se e chega a enxotá-las. Finalmente tolerou a presença da Eva na cama com ele, mas sem brincadeiras e sem interacções, e só quando lhe apetece. Não sei se algum dia passará disso, mas como todos eles estão bem assim, eles decidirão.

Como vê, três gatos, mesmos donos, reacções e personalidades totalmente diferentes.

Relativamente aos timings para os juntar, é a mesma coisa. Varia consoante os animais e as situações, e o essencial é estarmos atentos, alerta, e seguirmos o nosso instinto.

No caso da Eva, ao fim de apenas 4 dias já as deixava juntas mesmo quando saía de casa (de coração apertado o dia todo). Foi-me recomendado por quem ma deu para adopção, face à ausência de reacção da Eva e ao facto de esta não comer. Baseei-me também em horas e horas de observação da interacção das duas. Sabia que não se atacavam, sabia que a Lira não descansava enquanto não fosse para junto dela (miava e arranhava a porta desesperadamente), e sabia que a Eva gostava de a ter por perto e parecia mais desperta desde que passei a deixá-las juntas. Queria que ela reagisse, caso contrário podia ter entre mãos um caso sério (ela não comia).

No caso do Santi, juntei-os quando vi que, além de não se atacarem, o stress era maior quando estavam separados. Separados, ele rosnava para a porta, rosnava enquanto comia, andava sempre tenso e apreensivo, com medo que surgisse algum gato do nada. Juntos, ele começou a relaxar imediatamente, talvez por saber sempre onde elas andavam.

Mas há casos em que só se pode juntar os animais passado bastante mais tempo. Eu tive a sorte de ter duas miúdas muito sociáveis e gregárias, que adoram companhia e brincadeiras, e de o Santi ser pachorrento embora não goste de intimidades com outros gatos.

Tudo isto para lhe dizer que varia de caso para caso, e que por mais conselhos que lhe dêem, apenas a anitalopes saberá como actuar, de acordo com o seu instinto e a observação que faça. Mas claro, nunca é demais recomendar cuidado, atenção e prudência.