Não sei, sinceramente, como vocês conseguem ter forças para dar um gatinho para adopção. É preciso ter mesmo muito amor pelos animais, para optar pelo seu bem-estar em detrimento do nosso.
Tive-o comigo por uns dias e no entanto estou neste momento a chorar, pois antes mesmo de despedir-me dele já estava com saudades. Talvez tivesse sido melhor se ele não tivesse ronronado ao meu colo, 1 segundo antes de ir para a transportadora. Ele estava mesmo feliz ao meu colo. Confiava mesmo em mim.
Estou triste por não ter ficado com ele, mas para além do bem dele tinha de pensar também no bem da minha cadela, das minhas chinchilas, das minhas porquinhas e dos meus pássaros. Agora, sempre que eu ficar triste (os próximos dias hão-de ser difíceis), basta lembrar-me dos meninos que já tenho, os meus amiguinhos de quatro (e duas, no caso dos pássaros) patas.
Lembro-me também de como foi a minha vida como amiga, neta e sobrinha de pessoas que tinham gatos e do bem que me fez ter a companhia deles, mesmo que não fosse na minha própria casa. Aprendi muito sobre amor, respeito, dedicação... aprendi também o quão fragil é a vida. Portanto, com uma boa educação, os filhos da senhora que ficou com o gato terão uma vida mais rica.
Ela perguntou-me se já eu já tinha dado um nome ao gatinho e eu disse que chamava-o "Noé". Ela gostou do nome e disse que ia falar com o filho dela (de 10 anos) e se ele ainda não tiver um nome para o gato, ela convencê-lo-á a chamá-lo "Noé". Eu ficaria muito feliz se isso acontecesse.
Esta experiência foi cheia de altos e baixos (sendo o pior ter de dar o gatinho), mas foi muito enriquecedora. Não me arrependo nem um pouquinho de ter ajudado a apanhar o Noé e de ter dado guarida a este menino. Se pudesse voltar atrás, faria tudo de novo.
Vamos torcer para que ele tenha encontrado o lar certo
