
O que mudou?
Moderador: mcerqueira
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Peter2, vá ao Fórum Arca do Noé e encontra o 1º Sticky "Como colocar fotos - AJUDA ILUSTRADA!..."
Boa sorte, espero que consiga.
Isabel
Boa sorte, espero que consiga.
Isabel
Olá
Começo por pedir desculpa, desde já, por mais um testamento... mas não resisto a transcrever este texto. Ele exprime tudo o que sinto pelos nossos felinos adorados
Assim, embora um pouco à margem do assunto, cá vai com a devida vénia a Arthur da Távola:
" Bichos polêmicos sem o quererem ser, porque sábios, mas inquietantes, talvez por isso...nada é mais incômodo que o silencioso bastar-se dos gatos. O só pedir a quem amam. O só amar a quem os merece.
O homem quer o animal espojado, submisso, cheio de súplica, temor, reverência, obediência. O gato não satisfaz essas necessidades doentias do amor. Só as saudáveis.
Já viu algum gato amestrado, de chapeuzinho ridículo, obedecendo às ordens de um malandro que vive às custas dele? Não! Até o bondoso elefante veste saiote e dança a valsa no circo. O leal cachorro no fundo compreende as agruras do dono e faz a gentileza de ganhar a vida por ele. O leão e o tigre se amesquinham na jaula.
O Gato não. Ele só aceita uma relação de independência e afeto. E como não cede ao homem, mesmo quando dele dependente, é chamado de arrogante, egoísta, safado, espertalhão ou falso.
"Falso", porque não aceita a nossa falsidade com ele e só admite afeto com troca e respeito pela individualidade. O gato não gosta de alguém porque precisa gostar para se sentir melhor. Ele gosta pelo amor que lhe é próprio, que é dele e ele o dá se quiser.
O gato devolve ao homem a exata medida da relação que dele parte. … Exigente com quem ama, mas só depois de muito certificar-se. Não pede amor, mas se lhe dá, então ele exige.
Sim, o gato não pede amor. Nem depende dele. Mas, quando o sente é capaz de amar muito. Discretamente, porém sem derramar-se. O gato é um italiano educado na Inglaterra. Sente como um italiano mas comporta-se como um lorde inglês.
Quem não se relaciona bem com o próprio inconsciente não gosta de gatos. Ele aparece, então, como ameaça, porque representa essa relação precária do homem com o (próprio) mistério. O gato não se relaciona com a aparência do homem. Ele vê além, por dentro e pelo avesso. Relaciona-se com a essência.
Se o gesto de carinho é medroso ou substitui inaceitáveis (mas existentes) impulsos secretos de agressão, o gato sabe. E defende-se do afago. A relação dele é com o que está oculto, guardado e nem nós queremos, sabemos ou podemos ver. Por isso, quando surge nele um acto de entrega, de subida no colo ou manifestação de afeto, é algo muito verdadeiro, que não pode ser desdenhado. É um gesto de confiança que honra quem o recebe, pois significa um julgamento.
O homem não sabe ver o gato, mas o gato sabe ver o homem. Se há desarmonia real ou latente, o gato sente. Se há solidão, ele sabe e atenua como pode (ele que enfrenta a própria solidão de maneira muito mais valente que nós). Se há pessoas agressivas em torno ou carregadas de maus fluidos, ele se afasta.
Nada diz, não reclama. Afasta-se. Quem não o sabe "ler" pensa que "ele não está ali. Presente ou ausente, ele ensina e manifesta algo. Perto ou longe, olhando ou fingindo não ver, ele comunica códigos que nem sempre (ou quase nunca) sabemos traduzir.
O gato vê mais e vê dentro e para além de nós. Relaciona-se com fluidos, auras, fantasmas amigos e opressores. O gato é médium, bruxo, alquimista e parapsicólogo. É uma chance de meditação permanente a nosso lado, a ensinar paciência, atenção, silêncio e mistério. O gato é um monge portátil à disposição de quem o saiba perceber.
Monge, sim, refinado, silencioso, meditativo e sábio monge, que nos devolve as perguntas medrosas esperando que encontremos o caminho na sua busca, em vez de o querer preparado, já conhecido e trilhado. O gato sempre responde com uma nova questão, remetendo-nos à pesquisa permanente do real, à busca incessante, à certeza de que cada segundo contém a possibilidade de criatividade e de novas inter-relações, infinitas, entre as coisas.
O gato é uma lição diária de afeto verdadeiro e fiel. As suas manifestações são íntimas e profundas. Exigem recolhimento, entrega, atenção. Desatentos não agradam aos gatos. Bulhosos os irritam. Tudo o que precise de promoção ou explicação, quer afirmação. Vive do verdadeiro e não se ilude com aparências. Ninguém em toda natureza aprendeu a bastar-se (até na higiene) a si mesmo como o gato!
O gato é uma chance de interiorização e sabedoria posta pelo mistério à disposição do homem."
Começo por pedir desculpa, desde já, por mais um testamento... mas não resisto a transcrever este texto. Ele exprime tudo o que sinto pelos nossos felinos adorados
Assim, embora um pouco à margem do assunto, cá vai com a devida vénia a Arthur da Távola:
" Bichos polêmicos sem o quererem ser, porque sábios, mas inquietantes, talvez por isso...nada é mais incômodo que o silencioso bastar-se dos gatos. O só pedir a quem amam. O só amar a quem os merece.
O homem quer o animal espojado, submisso, cheio de súplica, temor, reverência, obediência. O gato não satisfaz essas necessidades doentias do amor. Só as saudáveis.
Já viu algum gato amestrado, de chapeuzinho ridículo, obedecendo às ordens de um malandro que vive às custas dele? Não! Até o bondoso elefante veste saiote e dança a valsa no circo. O leal cachorro no fundo compreende as agruras do dono e faz a gentileza de ganhar a vida por ele. O leão e o tigre se amesquinham na jaula.
O Gato não. Ele só aceita uma relação de independência e afeto. E como não cede ao homem, mesmo quando dele dependente, é chamado de arrogante, egoísta, safado, espertalhão ou falso.
"Falso", porque não aceita a nossa falsidade com ele e só admite afeto com troca e respeito pela individualidade. O gato não gosta de alguém porque precisa gostar para se sentir melhor. Ele gosta pelo amor que lhe é próprio, que é dele e ele o dá se quiser.
O gato devolve ao homem a exata medida da relação que dele parte. … Exigente com quem ama, mas só depois de muito certificar-se. Não pede amor, mas se lhe dá, então ele exige.
Sim, o gato não pede amor. Nem depende dele. Mas, quando o sente é capaz de amar muito. Discretamente, porém sem derramar-se. O gato é um italiano educado na Inglaterra. Sente como um italiano mas comporta-se como um lorde inglês.
Quem não se relaciona bem com o próprio inconsciente não gosta de gatos. Ele aparece, então, como ameaça, porque representa essa relação precária do homem com o (próprio) mistério. O gato não se relaciona com a aparência do homem. Ele vê além, por dentro e pelo avesso. Relaciona-se com a essência.
Se o gesto de carinho é medroso ou substitui inaceitáveis (mas existentes) impulsos secretos de agressão, o gato sabe. E defende-se do afago. A relação dele é com o que está oculto, guardado e nem nós queremos, sabemos ou podemos ver. Por isso, quando surge nele um acto de entrega, de subida no colo ou manifestação de afeto, é algo muito verdadeiro, que não pode ser desdenhado. É um gesto de confiança que honra quem o recebe, pois significa um julgamento.
O homem não sabe ver o gato, mas o gato sabe ver o homem. Se há desarmonia real ou latente, o gato sente. Se há solidão, ele sabe e atenua como pode (ele que enfrenta a própria solidão de maneira muito mais valente que nós). Se há pessoas agressivas em torno ou carregadas de maus fluidos, ele se afasta.
Nada diz, não reclama. Afasta-se. Quem não o sabe "ler" pensa que "ele não está ali. Presente ou ausente, ele ensina e manifesta algo. Perto ou longe, olhando ou fingindo não ver, ele comunica códigos que nem sempre (ou quase nunca) sabemos traduzir.
O gato vê mais e vê dentro e para além de nós. Relaciona-se com fluidos, auras, fantasmas amigos e opressores. O gato é médium, bruxo, alquimista e parapsicólogo. É uma chance de meditação permanente a nosso lado, a ensinar paciência, atenção, silêncio e mistério. O gato é um monge portátil à disposição de quem o saiba perceber.
Monge, sim, refinado, silencioso, meditativo e sábio monge, que nos devolve as perguntas medrosas esperando que encontremos o caminho na sua busca, em vez de o querer preparado, já conhecido e trilhado. O gato sempre responde com uma nova questão, remetendo-nos à pesquisa permanente do real, à busca incessante, à certeza de que cada segundo contém a possibilidade de criatividade e de novas inter-relações, infinitas, entre as coisas.
O gato é uma lição diária de afeto verdadeiro e fiel. As suas manifestações são íntimas e profundas. Exigem recolhimento, entrega, atenção. Desatentos não agradam aos gatos. Bulhosos os irritam. Tudo o que precise de promoção ou explicação, quer afirmação. Vive do verdadeiro e não se ilude com aparências. Ninguém em toda natureza aprendeu a bastar-se (até na higiene) a si mesmo como o gato!
O gato é uma chance de interiorização e sabedoria posta pelo mistério à disposição do homem."
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- Registado: terça jul 25, 2006 8:43 pm
- Localização: 1 gato Ziggy, 1 gata Pitty
Eu já tinha visto esse texto e achei o máximo,
Eu até ia mandar para o pessoal aqui do escritório que discutiram comigo por não gostar de gatos, mas depois achei que não valeria à pena, primeiro pq ia aumentar a briga mais um pouco, e segundo porque achei que eles iam ter preguiça de ler tudo e mesmo se lessem não iriam concordar... é claro
Mas para nós, felinodependentes, dá vontade de ler várias vezes e ficar lembrando como somos privilegiados
Eu até ia mandar para o pessoal aqui do escritório que discutiram comigo por não gostar de gatos, mas depois achei que não valeria à pena, primeiro pq ia aumentar a briga mais um pouco, e segundo porque achei que eles iam ter preguiça de ler tudo e mesmo se lessem não iriam concordar... é claro

Mas para nós, felinodependentes, dá vontade de ler várias vezes e ficar lembrando como somos privilegiados

<p>"Mulheres e gatos fazem o que querem, enquanto que os homens e cães devem relaxar e se acostumar com esta idéia." Robert Heinlein (1907 - 1988)
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- Registado: domingo ago 21, 2005 3:38 pm
mce Belíssimo o texto, não conhecia. Vou tirar cópia para quando surgir a oportunidade e uma daquelas conversas de amigos, em que há opiniões divergentes, (conversas que eu adoro) mostrar, ou dar-lhes para ler.
Isabel
Isabel