Bom dia, Cláudia!
Antes de adoptar a minha gata, pensei sempre num macho. Já tinha nome para ele e apenas faltava o exemplar! No entanto, na minha busca, deparei-me com uma fêmea de mês e meio que me "seduziu" indecentemente.
Numa loja por onde passei acidentalmente estavam a dar 2 gatinhos sem raça definida na compra de ração! (incrível como a vida de um bichinho vale menos que a comida só porque não tem requisitos para fins comerciais...). Primeiro perguntei qual era o macho. Dei-lhe atenção mas achei-o pouco comunicativo e pouco dado. Foi a irmã quem realmente me cativou. Assim que a puseram no meu colo, agarrou-se a mim literalmente com unhas e dentes para não mais me largar! Cada vez que fazia uma tentativa para a afastar da minha camisola, a pobrezinha miava em desespero. Reparei que o olho direito dela estava semi-cerrado, com uma estranha purga esverdeada que indiciava uma conjuntivite. Também a orelha deitava um odor intenso que me fez desconfiar que se tratava de uma otite. Pensei para mim que não estava preparada para ter nem uma fêmea (para a qual não tinha nome), nem um animal doente! Quase desisti. No entanto, houve algo no olhar da gatinha que me enterneceu e convenceu a levá-la. Pensei que curá-la seria um desafio e me faria ter mais responsabilidade ainda para com aquele ser vivo. Decidi-me!
Hoje penso que a "manobra de charme" daquela gatinha bébé para comigo não foi apenas um instinto de sobrevivência, mas também uma percepção de que eu precisava tanto dela quanto ela de mim... Eu encontrava-me com uma depressão profunda e ela poderia ajudar-me com mimo e atenção. Na verdade, vim a constactar que os gatos têm uma sensibilidade apuradíssima e "tiram-nos as medidas" à distância.
Rapidamente o problema do sexo da gatinha deixou de o ser! Após algumas experiências, dei-lhe um nome que me pareceu ser do seu agrado, pois reagia bem à sonoridade da palavra e passou a responder em pouco tempo. Comecei a ler livros sobre gatos e fiquei a saber que as fêmeas não marcam território durante os cios, ao contrário dos machos. Enfim, a partir daí não voltei a pensar se a Anaïs era um gato ou uma gata, pois adorava-a tal como ela era.
Com esta história quiz apenas dizer-te, Cláudia, que tanto os machos como as fêmeas são gatos, e se gostas de gatos deves apenas preocupar-te com a relação que estabelecem um com o outro logo na loja ou no local onde se conhecem. As primeiras impressões são fundamentais, pois nunca te esqueças que os gatos não são como os cães, isto é, são eles que escolhem o dono e não o contrário... E olha que eles são muito evidentes! Se gostam de ti não te largam; se não gostam não te ligam muito. É melhor não insistires em ficar com um se não houver empatia entre vocês. Se tiveres isso bem presente, podes ter a certeza de que se darão lindamente!
Se estas dicas do foro emocional não te forem suficientes, poderás sempre ler uma boa enciclopédia sobre gatos que certamente te elucidará melhor sobre as diferenças comportamentais e fisiológicas entre os machos e as fêmeas. Pode ser que assim te decidas melhor!
De qualquer modo, boa sorte!