sexta fev 06, 2009 10:25 pm
O diabetes é uma das doenças que mais mata no mundo. Porém, a enfermidade não é exclusiva dos seres humanos, também podendo ser constatada em pequenos e grandes animais. Entre os de estimação, a maior parte dos casos registrados dentro da medicina veterinária têm como vítimas cães e gatos. Neles, assim como nas pessoas, o diabetes tem dois tipos comuns: o diabetes mellitus e o diabetes insipidus
Mellitus
O nome mellitus vem da palavra “mel”. Este tipo de diabetes é caracterizado pelo excesso de glicose (açúcar) no sangue. O nível normal de glicose para cães e gatos é de até 110 mg/dl (miligramas de açúcar por decilítros de sangue). Quando a taxa é superior a esta, é diagnosticado o diabetes. “O Mellitus é o tipo mais comum de diabetes. A doença é caracterizada pela pouca produção do hormônio insulina pelo pâncreas, órgão que também é responsável pela produção de enzimas digestivas”, explica o médico veterinário João Alfredo Kleiner, responsável pelo hospital veterinário São Bernardo, em Curitiba.
A insulina é a responsável pela regulação dos níveis de glicose no sangue. Por isso, o diabetes mellitus também pode ser definido como uma doença na qual o pâncreas é incapaz de regular a quantidade de açúcar no sangue devido a alterações na produção do hormônio. O problema pode ter origem genética, o que acontece na grande maioria dos casos, ou ser adquirido, aparecendo como resultado de alguma outra enfermidade no pâncreas. Entre os cães, os representantes da raça poodle são os que têm maior pré-disposição genética a ter a doença.
Os primeiros sintomas do diabetes costumam ser aumento do consumo de água por parte do animal, excesso de urina e grande apetite, sendo que o bichinho, apesar de comer mais, começa a emagrecer. Se não tratada corretamente, a doença pode resultar em complicações, como por exemplo problemas articulares. Porém, a principal delas é o aparecimento de catarata (doença oftalmológica que consiste na opacidade total ou parcial do cristalino) nos dois olhos do paciente. Esta pode levar o cão ou o gato à cegueira.
O tratamento do diabetes mellitus em cães e gatos é muito semelhante ao tratamento do problema em humanos. No começo do processo terapêutico, geralmente é necessário que o animal fique internado para que se dê início à regulação dos níveis de glicose. Posteriormente, o bichinho passa a se alimentar somente de ração especial diet e a receber injeções de insulina de duas a três vezes ao dia. Estas devem ser dadas sempre nos mesmos horários e em quantidades adequadas pelos proprietários, pois o excesso também pode gerar problemas, como por exemplo crises convulsivas. Periodicamente, o paciente terá que passar por exames para que seja medida a taxa de açúcar.
“Um cão ou gato diabético requer muito mais atenção dos donos. É um animal que deve ter uma rotina rígida e não pode ser deixado sozinho quando as pessoas vão viajar. A longevidade dos pacientes com diabetes geralmente é menor. Entretanto, eles podem ainda viver bastante e com qualidade se o tratamento for realizado de forma correta pelos proprietários”, informa o veterinário. Em alguns casos, a vítima do diabetes mellitus pode não ser dependente de insulina, necessitando apenas de dieta especial aliada à realização de exercícios físicos freqüentes. Porém, estes casos são considerados raros.
Insipidus
O diabetes insipidus não está relacionado aos níveis de açúcar no sangue, mas sim a uma deficiência do hormônio antidiurético, que controla a absorção de água nos rins. Quando ocorre a deficiência, a água deixa de ser absorvida e faz com que o animal passe a urinar mais e também a ter mais sede, fazendo com que os sintomas sejam semelhantes ao do diabetes mellitus. O problema pode levar à deficiência de eletrólitos no organismo e também a alterações de pêlo, sendo caracterizado como uma doença da hipófise (glândula que fica na base do cérebro e é responsável pela produção do hormônio antidiurético). “O diabetes do tipo insipidus também pode ser genético ou adquirido, resultando de problemas no rim. O tratamento é feito com base em suplementação hormonal”.
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