sexta ago 29, 2008 11:40 am
Bem, as coisas não correram tão bem como nós tinhamos pensado :/ a gata chama-se Alana! Ok, ontem ela tinha voltado connosco do veterinário ainda muito drogada do calmante, e com aquele colar que ainda a desorientava mais, então nós decidimos mantê-la na transportadora algum tempo, enquanto tratavamos de lavar a casa de banho a fundo, porque pensámos que ela podia ter atacado por alguma coisa que estava na casa de banho (já que tanto o primeiro como o segundo ataque tiveram como ponto de partida a casa de banho). Entretanto ela estava mt sossegada, e já a tinhamos lá praí há meia hora, e eu lembrei-me que ela não comia há muito tempo (desde a noite anterior), e também não tinha bebido, então decidi tirá-la da transportadora e dar-lhe o pratinho da comida e a tacinha de água. Ela comeu só um bocadinho porque não conseguia aguentar-se nas perninhas, provavelmente por causa do calmante ainda, e porque enfiava demais a cabeça na comida por causa do colar, mas na água ela nem tentou. Entretanto ela desistiu de comer, e começou a andar, só que estava tão desorientada que estava a ir contra tudo, a trocar as patinhas todas e a bater em todo o lado. Eu pensei que era melhor esperar que o efeito do calmante acabasse antes de a deixar à solta em casa, então peguei nela para a meter na transportadora outra vez. Mal viu a transportadora passou-se outra vez, começou a bufar-nos e saltou para nos atacar. Obviamente que desta vez não conseguiu porque não só o colar impedia, como também ela estava ainda drogada, por isso falhava constantemente o alvo. Só que ela ficou tão furiosa que dava saltos gigantes no ar, e bufava sem parar, era realmente assustador. Embora soubessemos que ela não tinha como nos magoar, era tão perturbador que fugimos do quarto (sim, desta vez foi no quarto). Esperamos um bocado e tentamos entrar, mas ela continuava a bufar, e aí sabiamos que já não estava drogada porque aquela membrana dos olhos j´ºa tinha desaparecido quase toda e o vet tinha dito que ela só lhe tinha coberto o olho por efeito do calmante. Então nem tivemos coragem de entrar. Ao fim de algum tempo eu muito cuidadosamente entrei para ir buscar a minha carteira. Ela estava num dos extremos do quarto, e a carteira estava a três metros de mim, mas para a conseguir apanhar sem perigo devo ter demorado uns 6 minutos... depois ela decidiu "montar guarda" mesmo à porta do quarto, sempre agressiva, e por isso nem conseguimos ir buscar a carteira da minha amiga. Fomos dormir a outra casa outra vez, e a minha amiga não pôde levar nem telemóvel, nem porta-moedas, nem cartões multibanco, nada, porque estava tudo na carteira. Como lhe tinhamos deixado comida e bebida no quarto, achámos que ela ia ficar bem. Antes de sair consegui arranjar um estratagema para meter a caixa de areia dela dentro do quarto, sem ela ter tempo ou oportunidade de me atacar, e consegui, por isso fomos embora. Telefonei ao veterinário, e ele disse que então não sabia mesmo, que o exame físico tinha sido óptimo, que ela não tinha nenhum problema físico, e que não era normal uma gata ter esta reacção à esterilização. Depois disse que o máximo que podia sugerir era que fossemos a uma consulta de avaliação comportamental, com uma colega veterinário dele que se dedica a isso. No entanto a consulta fica 50 euros, e só este mês já gastámos aproximadamente 200 euros com a gata, e eu sou estudante, a minha amiga está a estagiar mas praticamente não é paga, e tanto a minha família como a dela têm a teoria de que nós é que quisemos a gata, por isso nós é que temos de a sustentar. Então passámos a noite desesperadas a tentar perceber o que podiamos fazer, porque sinceramente ficamos bastante apreensivas a essa terapia comportamental porque pensamos que mesmo que haja possibilidades de ajudar, o mais provavel é não adiantar lá muito, e mesmo que adiante provavelmente não vai ser numa consulta apenas, e cada uma a 50 euros é impossível. Hoje a minha amiga foi para o estágio, e eu vim a casa ver a gata. Ela tinha conseguido arrancar aquele colar do pescoço (o que também já tinha conseguido ontem 3 vezes, duas à frente do veterinário). Estava a miar normalmente, como quem sente falta de companhia. Abri a porta e ela não bufou, tentou lamber-me a mão, e estava muito dócil outra vez. Tive medo na mesma. Coloquei-a na transportadora (eu estava cheia de medo a fazer isto), e depois tentei fazer-lhe festinhas com ela lá dentro, e ela reagiu bem.
Ah, há algo que é preciso explicar em relação à Alana. Nós não podemos deixar a Alana andar pela casa sem lhe ligar porque não é possível. Desde muito nova que ela é muito mimada e carente, e isso só foi aumentando com a idade. Nos últimos meses não era possível estarmos em casa sem ela estar em cima de nós. Se eu me sentar no sofá a ver TV, ela vem para o meu colo, e fica lá a dar-me torrinhas, a lamber-me a cara, ou só deitada a dormir, mas tem necessidade de estar mesmo no meu colo, estar deitava ao meu lado não lhe chega. Quando eu estou sentada no computador, ela está constantemente a passar de um lado para o outro em frente ao monitor, e a dar-me torrinhas, e a tentar ficar no meu colo na mesma (o que não dá jeito nenhum nessa circunstância). Quando eu estou a ler ela faz o mesmo, quando eu estou deitada a olhar para o tecto ela faz o mesmo. ÀS vezes juro que parece um cão. Eu já vi ela estar com a minha amiga, a minha amiga ir à cozinha e fechar a porta, e a Alana segui-la, não conseguir entrar na cozinha antes dela fechar a porta, e sentar-se lá à espera que ela saia para continuar a roçar-se nas pernas dela, e a pedir festinhas. É muito estranho. Por isso como podem perceber, é totalmente impossível ignorá-la porque ela nãoi deixa, ela tem necessidade constante de atenção e de mimo. Mas a questão agora é, eu estou mesmo com medo dela, ela neste momento parece normal, mas eu não consigo deixá-la solta comigo cá dentro porque nunca sei quando é que ela me vai atacar de repente. No entanto ela precisa dos mimos. Se eu soubesse porque é que ela nos andou a atacar, se eu conhecesse o que fez despoletar a situação, era muito mais fácil, mas não saber piora tudo porque fico mesmo com medo que ela o faço outra vez a qualquer altura. Elaborei uma teoria que eu acho que faz algum sentido. Se calhar ela andou os dias depois da esterilização muito incomodada por ter a rede à volta dela, e por ter xixi na rede que ela não conseguia tirar, e que deve ter ficado infiltrado na pele que ela não podia limpar ou lamber por ter a rede. Depois de lhe tirarem a rede, colocaram-lhe o colar, e ela continuou sem se poder lamber. Então basicamente ela não se podia lavar há uma semana, e tinha xixi entrenhado na pele. Como durante esta noite conseguiu tirar o colar, deve ter-se lavado, e já não tem motivo para atacar ninguém. Acham que seria justificativa suficiente para os ataques?
Ah, e há outra coisa. Ela não devia tirar o colar até amanhã, mas sinceramente não consigo nem quero voltar a colocá-lo, porque acho que ela se vai passar. E o antibiótico também só acabava hoje, mas eu não tenho coragem de o enfiar na boca dela, não tenho mesmo. Eu até expliquei ao vet isto, e ele não pareceu muito preocupado, disse algo que deu a entender que era bom que ela o tomasse todo, mas que ela estava bem e não devia desenvolver qualquer problema. Que faziam no nosso lugar?