Uma praga chamada "Gato domestico orgulhosa/ independente"
Moderador: mcerqueira
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Melhores cumprimentos,
Melhores cumprimentos,
Sem querer ir contra os criterios da moderação, acho que daqui a pouco não se percebe nada do que aqui está escrito.
<p>"Por maior que seja o buraco em que você se encontra, sorria, porque, por enquanto, ainda não há terra em cima." (Autor desconhecido)</p>
<p> </p>
Este tema é pertinente.
Em primeiro lugar gostaria de rectificar algumas afirmações que me parem incorrectas.
1- Não é verdade que não existam espécies de aves em expansão, embora também as haja em declíneo. Basta consultar o novo atlas.
2- o gato doméstico não é uma espécie diferente do gato-bravo. Descende das subespécies africanas de Felis silvestris, nomeadamente do grupo Lybica, mas não é nenhuma espécie àparte. A sua classificação é Felis silvestris catus
Estudos publicados em Portugal sobre o impacto dos gatos sobre a fauna silvestre, não conheço.
No entanto, há vários anos atrás, colaborei num suposto trabalho de fim de curso em biologia, onde foi feita uma amostragem dentro de uma freguesia rural. Supostamente devo ter por aqui algures uma c+opia do relatório, mas não faço a mínima onde está.
A metodologia, para alem do trabalho de observação no campo, consistiu em recolha de amostras (presas) por colaboradores que detinham gatos em liberdade. Infelizmente, apenas uma reduzida parte se mostrou disponível ou tinha perfil (ter alguem em casa permanentemente para recolher as amostras)...
A conclusão é que gatos em liberdade em ambiente rural causam sérios impactos na fauna.
Daquilo que me lembro, os impactos mais graves recaiam sobretudo sobre a classe dos répteis: Quer pela mortandade de juvenis do ano, quer por atingir espécies menos comuns ou endemismos ibéricos (lembro-me do Chalcides bedriagai, da Coronella girondica e da Psammodromus hispanicus, como exemplo).
Quanto às aves, o impacto parecia recair sobretudo em espécies comuns e com estatuto de protecção pouco significativo.
No entanto, também era referido que, como eram observados animais a caçar muitas vezes a mais de 3 km de povoações, grande parte das presas mais "apetecíveis" seriam consumidas no local, inviabilizando uma correcta avaliação desta classe -aves (já que as aves são das presas mais apetecíveis pelos gatos).
Também se concluia que a maior impacto era feito por fêmeas com juvenis, trazendo para casa uma grande diversidade de espécies (desde coelhos até gafanhotos), muitos dos quais não eram consumidos, por reduzida aptencia, como o caso dos musaranhos e alguns rápteis.
Não se verificou capturas de anfíbios (embora o estudo fosse efectuado na época quente, o que não é propício à ocorrencia desta classe).
Curiosamente detectaram-se relativamente poucas capturas de roedores de pequeno porte (provávelmente pela mesma razão apontada para as aves, acrescido de neste caso nem sequer ficarem penas para identificação). No entanto foram registados restos de Eliomys quercinus, espécie actualmente no Livro Vermelho.
De momento é disto que me recordo...
Quanto a colónias de gatos urbanas, não tenho quaisquer dados, mas parece-me que os impactos se´rão significativamente menores, pois a grande parte de espécies da fauna com estatuto de protecção mais elevado não ocorrem nas cidades.
Por último, aquele que é por todos apontado como o maior perigo do gato doméstico é a integridade do gato-bravo (espécie que em Portugal está em declíneo acentuado) :
Livro vermelho:
http://portal.icnb.pt/NR/rdonlyres/2C88 ... estris.pdf
PS: Quanto à discussão sobre "praga" ou não... deixo para depois, porque agora estou sem tempo.
Em primeiro lugar gostaria de rectificar algumas afirmações que me parem incorrectas.
1- Não é verdade que não existam espécies de aves em expansão, embora também as haja em declíneo. Basta consultar o novo atlas.
2- o gato doméstico não é uma espécie diferente do gato-bravo. Descende das subespécies africanas de Felis silvestris, nomeadamente do grupo Lybica, mas não é nenhuma espécie àparte. A sua classificação é Felis silvestris catus
Estudos publicados em Portugal sobre o impacto dos gatos sobre a fauna silvestre, não conheço.
No entanto, há vários anos atrás, colaborei num suposto trabalho de fim de curso em biologia, onde foi feita uma amostragem dentro de uma freguesia rural. Supostamente devo ter por aqui algures uma c+opia do relatório, mas não faço a mínima onde está.

A metodologia, para alem do trabalho de observação no campo, consistiu em recolha de amostras (presas) por colaboradores que detinham gatos em liberdade. Infelizmente, apenas uma reduzida parte se mostrou disponível ou tinha perfil (ter alguem em casa permanentemente para recolher as amostras)...
A conclusão é que gatos em liberdade em ambiente rural causam sérios impactos na fauna.
Daquilo que me lembro, os impactos mais graves recaiam sobretudo sobre a classe dos répteis: Quer pela mortandade de juvenis do ano, quer por atingir espécies menos comuns ou endemismos ibéricos (lembro-me do Chalcides bedriagai, da Coronella girondica e da Psammodromus hispanicus, como exemplo).
Quanto às aves, o impacto parecia recair sobretudo em espécies comuns e com estatuto de protecção pouco significativo.
No entanto, também era referido que, como eram observados animais a caçar muitas vezes a mais de 3 km de povoações, grande parte das presas mais "apetecíveis" seriam consumidas no local, inviabilizando uma correcta avaliação desta classe -aves (já que as aves são das presas mais apetecíveis pelos gatos).
Também se concluia que a maior impacto era feito por fêmeas com juvenis, trazendo para casa uma grande diversidade de espécies (desde coelhos até gafanhotos), muitos dos quais não eram consumidos, por reduzida aptencia, como o caso dos musaranhos e alguns rápteis.
Não se verificou capturas de anfíbios (embora o estudo fosse efectuado na época quente, o que não é propício à ocorrencia desta classe).
Curiosamente detectaram-se relativamente poucas capturas de roedores de pequeno porte (provávelmente pela mesma razão apontada para as aves, acrescido de neste caso nem sequer ficarem penas para identificação). No entanto foram registados restos de Eliomys quercinus, espécie actualmente no Livro Vermelho.
De momento é disto que me recordo...
Quanto a colónias de gatos urbanas, não tenho quaisquer dados, mas parece-me que os impactos se´rão significativamente menores, pois a grande parte de espécies da fauna com estatuto de protecção mais elevado não ocorrem nas cidades.
Por último, aquele que é por todos apontado como o maior perigo do gato doméstico é a integridade do gato-bravo (espécie que em Portugal está em declíneo acentuado) :
in: http://carnivora.fc.ul.pt/gatobravo.htmDe todos os factores de ameaça, a hibridação com o gato doméstico é apontado como o principal perigo para a integridade da espécie, que a longo prazo poderá constituir uma verdadeira ameaça à manutenção do fundo genético do gato-bravo europeu.
Livro vermelho:
http://portal.icnb.pt/NR/rdonlyres/2C88 ... estris.pdf
PS: Quanto à discussão sobre "praga" ou não... deixo para depois, porque agora estou sem tempo.

<p>Francisco Barros</p>
<p><a href="http://vigilantesnatureza.paginas.sapo.pt">http://apgvn.pt.vu</a></p>
<p><a href="http://www.biodiversity4all.org">http://www.biodiversity4all.org</a> </p>
<p><a href="http://vigilantesnatureza.paginas.sapo.pt">http://apgvn.pt.vu</a></p>
<p><a href="http://www.biodiversity4all.org">http://www.biodiversity4all.org</a> </p>
E esta hibridação só acontece por decréscimo de território e consequente diminuição de presas e contacto forçado entre estes dois animais. Certo? Só se podendo resolver matando o gato, não?fang Escreveu:Por último, aquele que é por todos apontado como o maior perigo do gato doméstico é a integridade do gato-bravo (espécie que em Portugal está em declíneo acentuado) :in: http://carnivora.fc.ul.pt/gatobravo.htmDe todos os factores de ameaça, a hibridação com o gato doméstico é apontado como o principal perigo para a integridade da espécie, que a longo prazo poderá constituir uma verdadeira ameaça à manutenção do fundo genético do gato-bravo europeu.
Livro vermelho:
http://portal.icnb.pt/NR/rdonlyres/2C88 ... estris.pdf
Aguardemos então. Bem vindofang Escreveu:PS: Quanto à discussão sobre "praga" ou não... deixo para depois, porque agora estou sem tempo.

Última edição por LuMaria em segunda jul 13, 2009 12:18 pm, editado 1 vez no total.
<p> Até Sempre... A questão não é, eles pensam? Ou, eles falam? A questão é, eles sofrem! </p>
<p>Tourada não é tradição, é crueldade- Assine aqui, divulgue e ajude a acabar com esta violência</p>
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Seja bemvindo fang, é bom contar com a tua opinião, uma vez que é insuspeita e provida de experiênciafang Escreveu:Este tema é pertinente.
Em primeiro lugar gostaria de rectificar algumas afirmações que me parem incorrectas.
1- Não é verdade que não existam espécies de aves em expansão, embora também as haja em declíneo. Basta consultar o novo atlas.
2- o gato doméstico não é uma espécie diferente do gato-bravo. Descende das subespécies africanas de Felis silvestris, nomeadamente do grupo Lybica, mas não é nenhuma espécie àparte. A sua classificação é Felis silvestris catus
Estudos publicados em Portugal sobre o impacto dos gatos sobre a fauna silvestre, não conheço.
No entanto, há vários anos atrás, colaborei num suposto trabalho de fim de curso em biologia, onde foi feita uma amostragem dentro de uma freguesia rural. Supostamente devo ter por aqui algures uma c+opia do relatório, mas não faço a mínima onde está.![]()
A metodologia, para alem do trabalho de observação no campo, consistiu em recolha de amostras (presas) por colaboradores que detinham gatos em liberdade. Infelizmente, apenas uma reduzida parte se mostrou disponível ou tinha perfil (ter alguem em casa permanentemente para recolher as amostras)...
A conclusão é que gatos em liberdade em ambiente rural causam sérios impactos na fauna.
Daquilo que me lembro, os impactos mais graves recaiam sobretudo sobre a classe dos répteis: Quer pela mortandade de juvenis do ano, quer por atingir espécies menos comuns ou endemismos ibéricos (lembro-me do Chalcides bedriagai, da Coronella girondica e da Psammodromus hispanicus, como exemplo).
Quanto às aves, o impacto parecia recair sobretudo em espécies comuns e com estatuto de protecção pouco significativo.
No entanto, também era referido que, como eram observados animais a caçar muitas vezes a mais de 3 km de povoações, grande parte das presas mais "apetecíveis" seriam consumidas no local, inviabilizando uma correcta avaliação desta classe -aves (já que as aves são das presas mais apetecíveis pelos gatos).
Também se concluia que a maior impacto era feito por fêmeas com juvenis, trazendo para casa uma grande diversidade de espécies (desde coelhos até gafanhotos), muitos dos quais não eram consumidos, por reduzida aptencia, como o caso dos musaranhos e alguns rápteis.
Não se verificou capturas de anfíbios (embora o estudo fosse efectuado na época quente, o que não é propício à ocorrencia desta classe).
Curiosamente detectaram-se relativamente poucas capturas de roedores de pequeno porte (provávelmente pela mesma razão apontada para as aves, acrescido de neste caso nem sequer ficarem penas para identificação). No entanto foram registados restos de Eliomys quercinus, espécie actualmente no Livro Vermelho.
De momento é disto que me recordo...
Quanto a colónias de gatos urbanas, não tenho quaisquer dados, mas parece-me que os impactos se´rão significativamente menores, pois a grande parte de espécies da fauna com estatuto de protecção mais elevado não ocorrem nas cidades.
Por último, aquele que é por todos apontado como o maior perigo do gato doméstico é a integridade do gato-bravo (espécie que em Portugal está em declíneo acentuado) :in: http://carnivora.fc.ul.pt/gatobravo.htmDe todos os factores de ameaça, a hibridação com o gato doméstico é apontado como o principal perigo para a integridade da espécie, que a longo prazo poderá constituir uma verdadeira ameaça à manutenção do fundo genético do gato-bravo europeu.
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PS: Quanto à discussão sobre "praga" ou não... deixo para depois, porque agora estou sem tempo.

Eu falei em espécies autóctones em expansão, e se as há (o que não duvido) são relativamente poucas e não em meio urbano, certo? Se estiver errado, corrige-me uma vez que aves não são de todo a minha especialidade, e foi um professor meu que me transmitiu essa informação

Sim, realmente já tinha ouvido falar dos impactes na integridade genética da população dos gatos selvagens, mas como estava realmente pouco informado e não encontrava artigos sobre isso, optei por não trazer à baila...
De resto, não me estranha em nada os resultados desse estudo que levaste a cabo em zona rural, trazendo indicadores preocupantes na linha dos que havia referido aqui noutras regiões do globo.
Um abraço amigo

"<strong>O que sabemos é uma gota, o que ignoramos é um oceano.</strong>" (Isaac Newton)
<strong>"Existem duas coisas infinitas: o Universo e a Estupidez Humana. Mas não tenho certeza acerca do universo." </strong>(Albert Einstein) <strong>
"Todos os Pássaros são Aves, mas nem todas as Aves são Pássaros!" </strong>(Máxima da Zoologia, que pode ter vários sentidos na vida)
<strong>- Nunca te esquecerei, meu pequenino... Estarás sempre comigo Cícero!</strong>
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Tanto quanto pude compreender, esses problemas não são os mais graves, apenas o cruzamento entre os 2... Levando a uma "diluição" genéticaLuMaria Escreveu:E esta hibridação só acontece por decréscimo de território e consequente diminuição de presas e contacto forçado entre estes dois animais. Certo? Só se podendo resolver matando o gato, não?fang Escreveu:Por último, aquele que é por todos apontado como o maior perigo do gato doméstico é a integridade do gato-bravo (espécie que em Portugal está em declíneo acentuado) :in: http://carnivora.fc.ul.pt/gatobravo.htmDe todos os factores de ameaça, a hibridação com o gato doméstico é apontado como o principal perigo para a integridade da espécie, que a longo prazo poderá constituir uma verdadeira ameaça à manutenção do fundo genético do gato-bravo europeu.
Livro vermelho:
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Esta hibridação acontece (e já é um problema antigo, que se tem vindo a agravar) porque existem de facto gatos domésticos assilvestrados (ferais) que se adaptaram a viver na e da natureza.LuMaria Escreveu:
E esta hibridação só acontece por decréscimo de território e consequente diminuição de presas e contacto forçado entre estes dois animais. Certo?
Matando qual gato?...LuMaria Escreveu:
Só se podendo resolver matando o gato, não?
O problema só se pode resolver se deixarem de existir gatos domésticos em liberdade total.
São estas as Medidas de conservação referidas pelo ICNB no livro vermelho, sobre este problema, e com as quais concordo:
Já nem falando nesta, pois a população em geral tende a dar pouca importancia aos danos causados por gatos domésticos assilvestrados e canalizá-los para predadores naturais:O controlo de gatos ferais com campanhas de esterilização, sensibilização e abate seria uma acção específica de conservação para a problemática da hibridação.
Acções de sensibilização relativas à espécie e ao problema dos gatos ferais seriam um contributo para a mudança de atitude individual face aos predadores.
<p>Francisco Barros</p>
<p><a href="http://vigilantesnatureza.paginas.sapo.pt">http://apgvn.pt.vu</a></p>
<p><a href="http://www.biodiversity4all.org">http://www.biodiversity4all.org</a> </p>
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Pois existe expansão sim, em meio urbano. Não são muitas as espécies, mas o fenómeno existe. Veja-se o caso da rola-turca, cujo exemplo é o mais flagrante... mas também o chapim-carvoeiro que finalmente se expandiu para sul do tejo e que começou também a ser observado nos jardins de Lisboa onde não havia registos...AlunoBioGeo Escreveu: Eu falei em espécies autóctones em expansão, e se as há (o que não duvido) são relativamente poucas e não em meio urbano, certo?
Depois, claro, existe uma grande diversidade de espécies exóticas que se está a expandir a partir de centros urbanos...
Pois... mas esse é tido como um dos principais problemas do gato-bravo europeu enquanto "identidade genética", ou seja, subespécie com as suas características específicas. Problemas que levam ao declineo. E não é apenas em Portugal.AlunoBioGeo Escreveu: Sim, realmente já tinha ouvido falar dos impactes na integridade genética da população dos gatos selvagens, mas como estava realmente pouco informado e não encontrava artigos sobre isso, optei por não trazer à baila...
Este estudo não é meu! Apenas colaborei no registo de amostragens...AlunoBioGeo Escreveu: De resto, não me estranha em nada os resultados desse estudo que levaste a cabo em zona rural, trazendo indicadores preocupantes na linha dos que havia referido aqui noutras regiões do globo.
De qualquer forma, não é preciso nenhum estudo para se perceber que predadores domésticos em liberdade são um problema. Nos gatos acresce o facto de serem pouco ou nada selectivos.
Basta observar o que nos trazem para casa...
<p>Francisco Barros</p>
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Boa noite Fang.fang Escreveu: (...)
Quanto a colónias de gatos urbanas, não tenho quaisquer dados, mas parece-me que os impactos se´rão significativamente menores, pois a grande parte de espécies da fauna com estatuto de protecção mais elevado não ocorrem nas cidades.(...)
Gostei

Já agora, para que conste e penso que o Fang gostará de saber, a minha área de residência é Urbana mas, ainda existem pelo meio, algumas Quintas que ficaram intactas (felizmente) bem como muita zona de moradias com terreno arborizado, acima dos 300 metros quadrados. E, este Ano têm afluído muito mais aves e diferentes espécies que em qualquer outro Ano. Melros, pombos; tipos diferentes, rolas (também umas diferentes de outras), verdelhões, “tachanas”, “tintelhões”, pintassilgos e até um pintaroxo me apareceu, entre outros que não sei nomear mas, lindíssimos e alguns com um canto espectacular, para além de uns outros que parecem melros mas com uma cor bem diferente do Melro. São escuros mas mais para o pardo com umas pintas claras.
Todas estas aves, já para não falar nos pardais que esta sim é tipo praga este Ano, mas que me dá gozo observá-los.
Apesar dos gatos das colónias, do meio Urbano, sendo que são as que realmente são "colónias controladas...", terem sido alvo de crítica neste tópico, e adjectivados como praga, tal como já afirmei anteriormente e como até se pode ler na citação que fiz do seu texto, também penso que, se representassem perigo para as aves do meio Urbano, penso que não haveriam tantas como vejo e, como vejo também, as populações em crescimento Anual, Ano após Ano.

Obrigada,
Leo
<p>Desejo a mesma sorte, que a triste sorte dos animais que nao sejam ajudados por quem nao deixa que se os ajude. Autor desconhecido</p>
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<p>Regurgito nas postas de pescada dos arrotadores. Autor desconhecido</p>
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<p>Regurgito nas postas de pescada dos arrotadores. Autor desconhecido</p>
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Claro que não é preciso estudo nenhum em Portugal para que se saiba isso, e como dizes basta ver o que trazem para casa e basta-me ver gatos com répteis e alguns musaranhos na boca, e estudos fora do País indiciam o grave problema que eles representam... Infelizmente há quem não queira ver e ataca quando se refere a tal... Mas enfim!fang Escreveu:Este estudo não é meu! Apenas colaborei no registo de amostragens...AlunoBioGeo Escreveu: De resto, não me estranha em nada os resultados desse estudo que levaste a cabo em zona rural, trazendo indicadores preocupantes na linha dos que havia referido aqui noutras regiões do globo.
De qualquer forma, não é preciso nenhum estudo para se perceber que predadores domésticos em liberdade são um problema. Nos gatos acresce o facto de serem pouco ou nada selectivos.
Basta observar o que nos trazem para casa...
Quanto às aves, não tinha conhecimento dessas duas espécies, mas o meu professor era um dos peritos em ornitologia portugueses e falou-me no declinio do chapim azul e mais uns tantos que não me lembro e que um dos grandes causadores era o gato (isto em 2004)...
"<strong>O que sabemos é uma gota, o que ignoramos é um oceano.</strong>" (Isaac Newton)
<strong>"Existem duas coisas infinitas: o Universo e a Estupidez Humana. Mas não tenho certeza acerca do universo." </strong>(Albert Einstein) <strong>
"Todos os Pássaros são Aves, mas nem todas as Aves são Pássaros!" </strong>(Máxima da Zoologia, que pode ter vários sentidos na vida)
<strong>- Nunca te esquecerei, meu pequenino... Estarás sempre comigo Cícero!</strong>
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0.0.1 pantherophis guttata
Como é óbvio, só quem não quer é que não percebe isso...Este estudo não é meu! Apenas colaborei no registo de amostragens...
De qualquer forma, não é preciso nenhum estudo para se perceber que predadores domésticos em liberdade são um problema. Nos gatos acresce o facto de serem pouco ou nada selectivos.
Basta observar o que nos trazem para casa...
Quanto à questão da "praga"...
Bem, eu sinceramente não concordo lá muito com esta palavra no diz respeito aos gatos domésticos em Portugal...
A meu ver, seria praga, se tivessemos populações ferais em tão grande número que despoletassem catástrofes ecológicas e tivesse que se recorrer ao abate sistemático para as controlar, tal como já acontece na Austália...
Por cá, embora sejam reconhecidos os graves problemas (aos quais se deve arranjar soluções para os resolver), daquilo que conheço no terreno, as populações realmente ferais não são assim tantas e muito menos incontroláveis. Basta haver vontade de as controlar.
Continua o problema dos gatos com ou sem dono e em liberdade. Isso sim em grande escala.
Isso é um grande problema em meio rural. Em meio urbano não tenho dados suficientes, pois não sei se a colónia de mais de 30 gatos do Caracol da Graça (não sei se ainda existe...), dizima ou não por completo a população de osgas do Páteo Osga... Talvez sim... talvez não...
(De qualquer modo fazem o bastante, que se se tratasse de um humano, incorreria em processo de contra-ordenação e respectiva coima...)
Mas para resolver o problema de um modo generalizado, bastava aplicar a legislação no que a animais domésticos vadios ou errantes diz respeito.
Mas como parece que as Câmaras Municipais só se preocupam com cães (e é quando se preocupam), andamos a brincar ao faz de conta...
Bem, eu sinceramente não concordo lá muito com esta palavra no diz respeito aos gatos domésticos em Portugal...
A meu ver, seria praga, se tivessemos populações ferais em tão grande número que despoletassem catástrofes ecológicas e tivesse que se recorrer ao abate sistemático para as controlar, tal como já acontece na Austália...
Por cá, embora sejam reconhecidos os graves problemas (aos quais se deve arranjar soluções para os resolver), daquilo que conheço no terreno, as populações realmente ferais não são assim tantas e muito menos incontroláveis. Basta haver vontade de as controlar.
Continua o problema dos gatos com ou sem dono e em liberdade. Isso sim em grande escala.
Isso é um grande problema em meio rural. Em meio urbano não tenho dados suficientes, pois não sei se a colónia de mais de 30 gatos do Caracol da Graça (não sei se ainda existe...), dizima ou não por completo a população de osgas do Páteo Osga... Talvez sim... talvez não...
(De qualquer modo fazem o bastante, que se se tratasse de um humano, incorreria em processo de contra-ordenação e respectiva coima...)
Mas para resolver o problema de um modo generalizado, bastava aplicar a legislação no que a animais domésticos vadios ou errantes diz respeito.
Mas como parece que as Câmaras Municipais só se preocupam com cães (e é quando se preocupam), andamos a brincar ao faz de conta...

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Mas fang, se nada for feito e se tudo continuar assim, vamos cair nesse problema mais cedo ou mais tarde...fang Escreveu:Quanto à questão da "praga"...
Bem, eu sinceramente não concordo lá muito com esta palavra no diz respeito aos gatos domésticos em Portugal...
A meu ver, seria praga, se tivessemos populações ferais em tão grande número que despoletassem catástrofes ecológicas e tivesse que se recorrer ao abate sistemático para as controlar, tal como já acontece na Austália...
Por cá, embora sejam reconhecidos os graves problemas (aos quais se deve arranjar soluções para os resolver), daquilo que conheço no terreno, as populações realmente ferais não são assim tantas e muito menos incontroláveis. Basta haver vontade de as controlar.
Continua o problema dos gatos com ou sem dono e em liberdade. Isso sim em grande escala.
Isso é um grande problema em meio rural. Em meio urbano não tenho dados suficientes, pois não sei se a colónia de mais de 30 gatos do Caracol da Graça (não sei se ainda existe...), dizima ou não por completo a população de osgas do Páteo Osga... Talvez sim... talvez não...
(De qualquer modo fazem o bastante, que se se tratasse de um humano, incorreria em processo de contra-ordenação e respectiva coima...)
Mas para resolver o problema de um modo generalizado, bastava aplicar a legislação no que a animais domésticos vadios ou errantes diz respeito.
Mas como parece que as Câmaras Municipais só se preocupam com cães (e é quando se preocupam), andamos a brincar ao faz de conta...
E depois, tudo o que gera desequilíbrios em termos ecológicos aprendi a que fosse chamado assim, uma vez que ao serem populações descontroladas como as populações de gatos sem dono/em liberdade criam problemas para toda uma comunidade ecológica...
E quanto às zonas urbanas, eu não sei até que ponto não o serão também, mas não dispondo de dados que confirmem isso não posso especular muito... Mas essa zona que falas, acho que será uma zona a estudar, e ver o impacto que provocam...
"<strong>O que sabemos é uma gota, o que ignoramos é um oceano.</strong>" (Isaac Newton)
<strong>"Existem duas coisas infinitas: o Universo e a Estupidez Humana. Mas não tenho certeza acerca do universo." </strong>(Albert Einstein) <strong>
"Todos os Pássaros são Aves, mas nem todas as Aves são Pássaros!" </strong>(Máxima da Zoologia, que pode ter vários sentidos na vida)
<strong>- Nunca te esquecerei, meu pequenino... Estarás sempre comigo Cícero!</strong>
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<strong>- Nunca te esquecerei, meu pequenino... Estarás sempre comigo Cícero!</strong>
São melras (fêmeas de melro), ou então melros juvenis.leonildecarvalho Escreveu: (...)para além de uns outros que parecem melros mas com uma cor bem diferente do Melro. São escuros mas mais para o pardo com umas pintas claras.
Leo

Leo, em relação à maior abundância e diversidade de espécies de aves que vai verificando, isso nada tem a ver com os gatos não caçarem, embora se a colónia está controlada e alimentada, minimize em muito a predação.
Agora, decerto haverá outras causas para tal, como provávelmente alterações de habitat nas imediações (para melhor), maior disponibilidade alimentar, menor perturbação ou pilhagem humana, etc, etc.
Só conhecendo o antes e o depois poderia avaliar...
<p>Francisco Barros</p>
<p><a href="http://vigilantesnatureza.paginas.sapo.pt">http://apgvn.pt.vu</a></p>
<p><a href="http://www.biodiversity4all.org">http://www.biodiversity4all.org</a> </p>
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