Senslyn Escreveu:Chamarrita Escreveu:... A minha amiga até tinha gelo nas cuecas, contou-me depois.
Pronto! Agora é que sou oficialmente louca aos olhos do meu marido e da Lara.
Soltei uma gargalhada tão forte quando li aquela frase que só vi a Lara a sair desvairada de cima da cadeira aonde tava enroladinha a dormir, para fazer um sprint dali para fora e não mais se ver. Resultado, fui dar com ela escondida dentro da banheira! Acreditem, é preciso muito para a D. Lara entrar sozinha para dentro da banheira! Tal não foi o susto.
O marido, esse ficou esbagalhado a olhar para mim, mas com um encolher de ombros lá se virou para o teclado, continuando o seu trabalho. Suponho que já se habituou.
Também não lhe tento explicar, acho que não ía compreender a parte de como é que o gelo lá chegou.
Ai ai, Chama, adoro cada vez mais ler os seus posts. Confesso que já se tornou um passatempo meu. Não vejo a hora de chegar a casa e ler mais um dos seus "fascículos". São tipo o meu "sofá com as pernas esticadas e um café na mão".
sarina Escreveu:Eu sei que agora somos duas a disputar a menina (achei o máximo haver outra fã convicta dela - peço desculpa à fã, tô velha e desmemoriada, não fixei o seu nick

Então a fã nº1 claro que sou eu

, só porque sim! Ehehe. De certo e Chamarrita Kida Mauzona, não se importa da atenção das duas, ou não fosse a essência dos gatos terem o mundo aos seus pés.
Chamarrita Escreveu:Peço-vos muita, muita força para ela.
Muita força, Chama para a sua Kali. Como disse a Leo, a Kali é uma lutadora. Os gatos são animais por si, muito corajosos e resistentes. Nós aprendemos muito com eles felizmente e infelizmente (quando as coisas dão para o torto). E o Gabriel, sendo nome de anjo, de certo que é abençoado. Num abrir e fechar de olhos vai ficar rijo que nem um pêro, já dizia o outro.

Os meus gatos já estão habituados às gargalhadas altíssimas (embora olhem para mim com ar de censura), mas acho que os vizinhos que tinha quando vivia em apartamento devem ter pensado em internar-me muitas vezes. Bem, os que tenho agora também, mas por outros motivos.

Ainda agora fui pôr comida aos gatos "da rua" (já que ainda estou acordada...) e apesar da hora, há sempre alguém que vê. É uma aldeia, e já sou conhecida como "aquela professora que tem muitos gatos".
Pois eu também não sei como é que o gelo lhe foi parar à roupa interior, se calhar foi quando transpirou para não me dar uma sova... depois congelou!
Acho um piadão aos sustos dos gatos, são mesmo cómicos" E quando saltam com as 4 patas no ar?
Bom, já disse aqui à Chamarrita gata que tem duas fãs, para o caso de estar a pensar em fazer as malas. Era capaz de se divertir bastante em casa da Sarina, com os penudos...

e na Senslyn, a pôr a Lara e o marido em sentido!
Eu também espero que o Gabriel se ponha mesmo bom. Quando veio tinha outro nome, era qualquer coisa Newman, mas como o bicho é mesmo um anjo, comecei a chamar-lhe Gabriel Gaspar, Belchior e Baltasar

e ficou Gabriel. Tem sido o cabo dos trabalhos, este bichano. Foi abandonado na colónia de uma escola em Portimão e os outros gatos não o deixavam comer. Ele não sabe defender-se... é muito, muito totózinho. E também não sabe brincar, é o único gato que conheço que não brinca. Nem fitinhas, nem bolinhas, nem corridas loucas a perseguir duendes que só eles vêem. Quando foi resgatado estava com subnutrição severa e praticamente careca, com a pele toda inflamada, quente, com aspecto de papel, os ouvidos muito negros. Uma desgraça tão grande que, se não aparecesse uma FAT depressa, seria eutanasiado. Eu fui logo cativada pelo gremlin de olhos azuis e após uma série de peripécias lá veio para casa. Em regime de FAT, pois. Limpei-lhe bem o orelhame com óleo de amêndoas doces, que também passei na pele e rapidamente o levei à clínica. Fez raspagem, tinha dermatofitose e otite, e ainda foram tiradas umas belas postas negras de ácaros dos ouvidos, mesmo depois da limpeza que lhe fiz. Mas ele coçava-se e lambia-se desesperadamente, não podia ser só tinha. Um mês depois foi a outro vet da minha confiança, no hospital da figueira da foz, fez novamente raspagem da pele, tinha dermatite bacteriana. Tomou antibiótico, tomou banhos com champô especial, mais betadine, córticos para reduzir o prurido e a coisa lá melhorou um pouco, o pêlo começou a crescer, embora ainda com zonas inflamadas e lesões de tanto se coçar. Experimentou-se a cortisona a longo prazo, no primeiro mês resultou, no segundo já pouco fez. Por essa altura tinha outro hóspede com lipidose hepática, e a única coisa que comia sozinho era peixe: cozido, em latinhas, desde que fosse peixe, ia comendo, e numa casa com muitos gatos é difícil separar comidas, de maneira que todos os gatos se deliciaram com peixe cozido, latinhas de peixe do oceano e tudo o que o outro comia eles comiam também. Ora, o Gabriel sempre teve muito boa boca, e era voraz, tanto a comer como a beber, mas faia fezes muito volumosas e pouco consistentes e continuava magrinho. Um dia acordei com o chão do corredor todo vomitado, mas não fazia ideia de quem tinha sido, mas na noite a seguir o Gabriel vomitou imenso, só água com espuma e começaram a aparecer laivos de sangue. Quando a clínica abriu, já eu estava lá com ele e foi logo posto a soro, imensamente desidratado. Depois veio a diarreia com sangue e ele ia passando para o outro lado com uma brutal gastroenterite. Esteve uns dias internado, voltou para casa com dieta e medicação e livre de perigo, mas as lesões na pele tinham piorado e continuava a coçar-se (até me dão comichões de me lembrar). Eu sempre fui muito curiosa (cusca) e tenho a mania de querer saber tudo, por isso fartei-me de pesquisar e, juntando a informação útil à maneira do Dr House, comecei a achar que havia ali sintomas de alergia alimentar. Sugeri isso ao veterinário que o seguia, mas ele não gostou e pôs completamente de parte, que eram casos muito raros, sobretudo nos gatos, que iamos tratar a gastroenterite e depois tratariamos a pele, segundo ele, tinha dermatite miliar. Não me cheirou, não fiquei nada convencida e a minha amiga do gelo nas cuecas

estava farta de me recomendar o seu veterinário, em Pombal; resolvi ir lá pedir uma segunda opinião. O gabriel estava novamente com otite e enquanto o observava ia-me fazendo perguntas e lá fui contando a história que sabia. Fez hemograma, bioquímicas e tal... Falou logo na alergia alimentar como uma forte possibilidade

e por exclusão de partes. Fazer testes para determinar a causa da alergia seria muito oneroso e muitas vezes inconclusivo, por isso recomendou um tratamento experimental, se não se curasse pelo menos daria tempo a reunir mais pistas. Uma pipeta acaricida, uma loção para tratar a otite, funil para não se morder nem lamber as feridas, e uma ração à base de veado e ervilhas. Nada de banhos, nem pomadas, nem betadine, nada na pele, nada de antibiótico nem córticos. Bem, o gabriel de funil parecia um ET e os primeiros tempos foram muito duros, pois ele vivia para se coçar e era o tempo todo tac tac tac no funil, até tinha espasmos de ansiedade por não poder morder-se nem coçar as orelhas, eu cheguei a chorar de o ver tão desesperado. Ma valeu a pena... 2 meses inteiros de tratamento, e o Gabriel estava com o pêlo lindo, sem uma única ferida ou vermelhidão, gordinho até, impecável. Recomeçou-se a introduzir a alimentação normal, excluindo o peixe, e daí a mês e meio, novo episódio de gastroenterite, depois de ter comido frango. Dessa vez, como dei logo conta e ele também já não estava tão frágil, foi bastante menos grave, mas tivemos de voltar à ração especial. Só que o Gabriel é MUITO guloso e sempre arranjou maneira de ir debicando a comida dos outros. E os outros também loucos pela ração dele, que custa os olhos da cara.

Era vê-la desaparecer, cheguei a encontrar uma gatinha DENTRO do saco, a aviar-se...

Mas ele andava bem, apesar de ter emagrecido desde o último episódio de gastroenterite. Durante as minhas férias foi mais fácil controlar o que comia, deixou de haver ração à disposição dentro de casa, mas o Gabriel continuou a emagrecer, mesmo com apetite voraz, e ia vomitando esporadicamente. Sempre que podia, comia ervinhas lá fora (para vomitar cá dentro...

) e também comecei a evitar que as comesse, porque lhe faziam mal. As fezes voltaram a ficar moles, embora ainda pouco volumosas, e depois de uns dias em que vomitou uma ou duas vezes, ficou uma semana internado em observação. Tudo normal, ainda vomitou no primeiro dia, teve fezes moles no penúltimo, mas nada de especial e as análises foram adiadas, mas pouco tempo depois recomeçou a vomitar, dia sim dia não, a comida parcialmente digerida e lá fomos nós outra vez. O resto já se sabe. Está a dar-se bem com a ração para o fígado, sempre animado, não engordou mas também não emagreceu mais... e a ver vamos.
Acredito na Paciência, na Persistência, no Pai Natal e no Poder do Fiambre!