No entanto, o culpado não fui eu, foi o Óscar.
É que ele tornou o nosso computador inoperante durante alguns dias e ainda me conseguiu atingir fisicamente nesse processo. Mas o computador já está bom, e eu para lá caminho.
O que aconteceu foi que no domingo da semana passada, dia 24, o Óscar lembrou-se de se enfiar na traseira do móvel / secretária onde temos o computador. É um computador de torre, já com uns anitos, está dentro de um bloco de madeira que se une a secretária lateralmente, e, como todos os computadores deste tipo, tem diversos fios na parte de trás. Também lá está uma extensão e a ela estão ligados além do computador e do monitor, uma impressora, o modem, uma televisão e um vídeo. Tudo junto, são montes de fios.
O Óscar enfiou-se nesse apertado espaço, ficou preso, não conseguiu dar a volta, e quanto mais tentou, provavelmente mais se enrolou nos fios. Ficou tão atrapalhado que começou a miar de forma audível, o que não é nada costume nele, até essa altura só o tinha ouvido miar meia dúzia de vezes e num tom muito diferente.
Vim em seu socorro, e quando me apercebo onde ele está, ajoelho-me debaixo da secretária, vejo que ele está preso e começo a tentar soltá-lo dos fios. Mas ele não percebe que eu o estou a ajudar, e continua a revolver-se, isto dura dois ou três segundos, até ao momento em que eu tenho o braço por cima dele, estou de t-shirt, e ele deve estar a pensar que eu lhe coloquei uma armadilha qualquer, pelo que me agarra o braço entre as duas patas e puxa com as unhas cravadas. Talvez como não estava muito a jeito alivia um pouco mas ainda volta a apertar enquanto eu estou a tirar o braço para fora.
A minha mulher assusta-se porque o sangue escorre-me do pulso, mas felizmente os miúdos ainda estão a dormir e não se aperceberam de nada.
Levanto-me e puxo a secretária para mim, afastando-a da parede. Quando faço isso e ela fica longe da parede, o Óscar consegue desenvencilhar-se sozinho e sai a correr de ao pé de nós.
Vamos então desinfectar com betadine, alguns rasgões foram profundos, tão profundos que demoraram a estancar a hemorragia. Hoje, dez dias depois, ainda não cicatrizaram completamente. Para quem não for impressionável com estas coisas, deixo aqui um link para um foto do meu braço tirada ainda agora.
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E o que é que isto tem a ver com o computador? É que desde esse dia ele nunca mais ligou. Quer dizer, ligava mas dizia que não conseguia arrancar, dizia que ia efectuar o restauro do sistema, mas esse restauro falhava sempre.
Como a altura do mês não era a mais favorável para despesas extra, esperei uns dias por melhor “tempo” para levar o mesmo a uma loja de computadores. Mas o arranjo foi muito pequeno, e felizmente o senhor da loja foi honesto com a situação e não me levou mais do que um valor simbólico. O que se passou foi que eu tinha uma placa de portas usb que tinha instalado há uns anos, porque como o computador era antigo só tinha uma na traseira, o que não dava para nada. Quando o Óscar andou a tentar soltar-se fez com que os fios que lhe estavam ligados sacudissem a tal placa e esta desencaixou-se parcialmente da placa-mãe do computador e era isso que estava a dar erro e a impedir o arranque do mesmo. Assim, foi só perceber o que se passava e encaixar melhor a mesma.
Tudo esclarecido, posso-vos dizer que a minha esposa ficou a ver o Óscar com piores olhos, e eu não consigo deixar de pensar no que poderia ter acontecido se, numa situação como esta, fosse um dos meus filhos a chegar primeiro ao Óscar. E acreditem que dá que pensar…
Por outro lado, ele passou uns dois dias a evitar-nos, como se soubesse que tinha feito mal, e depois tudo voltou ao “normal”, aquilo que descrevi no último post, e que consiste em não fazer mal a ninguém, mas interagir pouco connosco. É assim o Óscar…
Mais uma vez desculpem a demora, e, caras Dinodane, Anjjazul, Chamarrita, Mindless, Chenri, Lira93, Tassebem, lene25392, leonildecarvalho e miafofa, muito obrigado pelas vossas palavras, por se terem interessado, por terem gostado de ler, pela vossas palavras simpáticas e pela ajuda sempre presente.
Vou continuar a relatar a história da nossa vida com o Óscar, a qual, esperamos, ainda virá a ter muitos episódios positivos. Se não tiver que contar mais nenhum como o que hoje vos deixei, melhor ainda.
