Desculpem lá, só mais umas notas...
A recomendação para se proceder a uma revacinação anual é uma prática que começou "oficialmente" em 1978. No entanto, esta recomendação foi feita sem qualquer validação científica da necessidade de se reforçar a imunidade tão frequentemente. Até hoje, não existem nenhuns dados científicos que suportem a prática corrente de revacinação anual. Por seu lado, as documentações de efeitos secundários nocivos das vacinas são cada vez mais.
Como o membro CasadeAnaval já teve oportunidade de dizer, os dados que estão a ser apresentados neste tópico não são só de agora. Pelo que tenho lido, já há cerca de 10 anos que se começou a falar no excesso de vacinação a que estaríamos a sujeitar os nossos animais.
Falando-vos um pouco da minha experiência, há mais de um ano e meio, a minha cadela mais velha foi diagnosticada com essa terrível doença chamada cancro. Na altura, nem podia acreditar. Ao princípio resignei-me, pois todos diziam que não podia fazer nada. Mas depois comecei a passar horas e horas a fazer pesquisas na Internet, descobri uma enormidade de informações preciosas e ganhei novo alento. E, ao ter contacto com donos instruídos e informados, tomei consciência que a esmagadora maioria dos donos não está informada e nem sequer sabe que perguntas colocar ao médico veterinário, nem avaliar se deverá obter uma segunda opinião, por exemplo. A partir daí a minha atitude perante a saúde dos meus animais começou a mudar e passei a questionar tudo aquilo que os rodeia: a qualidade das diversas rações comerciais, os riscos do excesso de vacinas desnecessárias, a toxicidade dos desparasitantes tópicos, a utilização de pesticidas nos nossos jardins/quintais, etc., etc. Todos estes factores em conjunto podem contribuir fortemente para o aparecimento de cancro nos nossos animais.
E o facto é que nos habituámos a fazer as coisas por hábito, sem nos questionarmos acerca da verdadeira necessidade de as fazermos. Por exemplo, quantos de nós não continuam a dar um anti-pulgas ao seu animal, mesmo que o animal não apresente pulgas, só porque na embalagem é aconselhada a reaplicação mensal desse produto? O ideal seria deixarmos passar esse tempo e observar se o animal tem novamente pulgas. Se não tiver, não há necessidade nenhuma de lhe administrar o anti-pulgas.
Este intervalo de 3 anos que é recomendado é um intervalo de compromisso. É consenso entre os imunologistas e peritos que a duração da imunidade é muito superior e que abrange provavelmente a vida do paciente. E a verdade é que este compromisso de três anos reduzirá em muito o número de antígenos administrado e, por conseguinte, o risco de reacções adversas. Mas, e isto é o mais importante, fornece a protecção mais completa possível contra as doenças que podem ser evitadas através de vacinação.
De resto, não sei por que motivo o facto de as recomendações serem feitas por americanos causa assim tanta suspeição. Citando o principal site que recomendei (
http://www.critteradvocacy.org ), os guias de vacinação canina e felina contidos no site
"show in chart form what vaccinations are recommended for your pet by the AAHA, AAFP, ACVIM and 22 Schools of Veterinary Medicine". Será que entidades de peso como a AAHA (American Animal Hospital Association), a AAFP (American Academy of Family Physicians) ou a ACVIM (American College of Veterinary Internal Medicine) não merecem qualquer credibilidade da nossa parte? Será que nem o facto das faculdades de veterinária (CasadeAnaval, é uma garantia que pelo menos 22 das 27 já alteraram os protocolos) recomendarem a revacinação tri-anual merece credibilidade? Estamos a falar de entidades, não de pessoas singulares.
SarahKay Escreveu:
E também não acho que os nossos veterinários sejam gananciosos ao ponto de até saberem que as vacinas possam fazer mal, mas para ganhar mais uns trocos digam que isso é mentira!!!
Não afirmei isso e muito menos quis dar a entender isso. O que queria dizer é que precisamente pelo facto de o protocolo tri-anual ser uma ideia revolucionária, e não nos esquecendo de que as vacinas são uma das grandes fontes de sustento das clínicas veterinárias, acho natural que haja uma maior resistência à mudança. Como já disse antes, eu também ofereci grande resistência a estes dados. Só quando me decidi finalmente a informar-me e documentar-me melhor é que me rendi às evidências (evidências para mim, pelo menos).
Concluindo, o que defendo é que devemos criar o hábito de nos questionarmos acerca dos excessos a que estaremos a sujeitar os nossos animais. O excesso de vacinas e de desparasitantes tópicos, por exemplo, podem realmente dar origem a efeitos secundários graves (isto para não falarmos da alimentação, que também é algo de muito importante). E asseguro-vos que ouvir um animal nosso ser diagnosticado com cancro é um rude golpe.
