FELV

Fórum para todos os assuntos relacionados com os nossos amigos felinos.

Moderador: mcerqueira

sophia9999
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Registado: sábado jul 05, 2008 3:41 pm

quinta jul 10, 2008 11:29 pm

tcorisca Escreveu:Sophie desde já agradeço a sua colaboração neste forum.
Com a sua formação e conhecimento é mais que bem vinda

Se é verdade que há muita gente nos foruns a atirar á sorte também há quem se tente informar e pelos vistos também se engana.
E por mim falo: por fazer parte de 2 associações lido com inumeros animais e logo com muitos vets e até à data o que sempre me disseram eram que os testes só eram fiáveis a partir dos 7-8 meses. Idade com que decidi testar os meus.
A informação pode estar a falhar mas pelos vistos os vets também e isso ainda acho mais grave.

E pelo conhecimento que tenho/tinha também achei um disparate testarem um animal com 3 meses e a repetir sugeria à forista a fazer num laboratório. Pelos vistos este meu conselho que foi-me dado pelo vet dos meus animais está errado segundo o que diz.
Obrigada.

Não foi minha intenção criticar fosse o que fosse. A curiosidade e a informação é sempre bem-vinda.

O colega não está errado. Nem certo. Cada caso é um caso e os testes que se fazem, bem como a altura a realizá-los pode diferir, sem se estar a errar. O que é fundamental é esclarecer devidamente os donos da situação em particular e esclarecê-los devidamente da necessidade futura ou não de repetir o mesmo.

Os anticorpos maternos "desaparecem" normlamente algures entre os 4-5 meses. Contudo, em raros casos estes podem persistir até uma idade mais avançada. Se se tratam de gatos de origem conhecida, com pais negativos e sem contacto com outros gatos, não está errado testá-los mais tarde, pois o risco é ínfimo e a realização do teste acaba por ter apenas utilidade para saber se devem ou não ser vacinados contra a leucose felina.

Se são gatos de proveniência desconhecida, mas que vão para casas em que não há outros gatos, também se pode esperar pela realização do teste.

Agora, gatos de origem desconhecida que vão para casas onde já existem outros, devem ser testados antes da sua introdução, independemente da idade, desde que se esclareça o dono da porventura necessidade de repetir, caso o resultado seja positivo. Isto porquê?
1. Existe um real risco de contaminar os outros gatos;
2. Se os testes forem ambos negativos, a probabilidade de falsos negativos é tão baixa como se se testasse qualquer gato adulto (repito, não há testes 100% exactos); é muito difícil que gatinhos de 1-2-3 meses tenham tido contacto íntimo com outros gatos que não a mãe;
3. Se o gatinho de 3 meses não tem anticorpos de FeLV em circulação, é porque a mãe, naturalmente, não terá a doença, logo, não a transmitiu; se não tiver antigénios (vírus) de FIV, também, na maior parte dos casos, não será portador desta doença. Assim, este novo animal poderá ser introduzido em segurança em casas onde existam outros gatos, sem necessidade de os separar;
4. Se aparecer algum tipo de positividade, também este dado é importante nos pequeninos:
A) se der positivo a FIV, ainda que mais tarde dê negativo, é uma chamada de atenção para doenças futura, uma vez que em alguns casos (embora raros) este vírus pode deixar de estar no sangue e localizar-se apenas na medula óssea. Caso ocorra, na sua vida futura, alguma situação de imunodefiência, é uma pista para pesquisarmos a sua presença a este nível;
B) Se der positivo a FeLV, claro que pode ser interferência dos anticorpos maternos e este gato deve ser testado mais tarde. Ainda que venha a dar negativo, também em si é uma pista para investigação em doenças futuras, uma vez que este vírus também pode ter como única localização a medula.
C) Se derem ambos negativos, em princípio este gatinho será mesmo negativo, a não ser que por muito azar (caso de gatinhos adoptados de gatis) tenha contactado recentemente (menos de 1 mês) com outro gato infectado e se encontre no período de incubação.

Como vê, cada caso é um caso; há que adaptar a altura de realização dos testes a cada situação particular, obviamente, esclarecendo sempre os donos das vantagens e desvantagens da sua realização mais ou menos precoce.

Só para terminar, ainda há dois dias "assisti" a um gatinho com uma ferida, que foi adoptado de um gatil. Informei os donos que seria importante conhecer se seria portador de alguma destas doenças pois condicionaria o prognóstico e tipo de tratamento a instituir. Obviamente que foram esclarecidos da possível futura necessidade de repetir o teste. Como tinham outro gato seronegativo em casa, os mesmo escolheram realizar o teste, que, felizmente, deu negativo. Na situação clínica em questão, se o vírus do FIV estivesse envolvido na infecção, teria de ter dado positivo. Não tendo anticorpos para FeLV, só mesmo com muito azar poderá estar a incubar a doença. Os donos foram devidamente informados de todas as probabilidades e de uma eventual repetição do teste. Em termos clínicos, foi fundamental saber o estado actual do gatinho.

Como vê, cada caso é um caso. Se este gatinho tivesse dado positivo, deveria ser separado do outro imediatamente. Assim, actualmente o risco é mínimo e os seus donos podem dormir descansados.
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