Quando morrem (tópico extensivo a precisar de conforto)

Fórum para todos os assuntos relacionados com os nossos amigos felinos.

Moderador: mcerqueira

adrribeiro
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quarta fev 09, 2011 9:50 pm

SofiaSapien Escreveu:Gongasgt, desculpe não lhe ter respondido mas é que de facto nem sei como lhe agradecer o comentário. Fiquei a sentir a minha cabeça no seu ombro, se é que me entende :)

Sinto-me culpada por não ter seguido a minha intuição: eu achava que a minha "filhota" tinha de ser internada mas não achei que fosse correcto dizer a um veterinário o que ele haveria de fazer porque o profissional é ele... Enfim... Fui uma m***a. Que tipo de mãe deixa um filho morrer? Todas as desculpas não vão justificar qualquer fracasso.

De cada vez que olho para uma fotografia da Mia, pergunto-me se a terei mesmo tido ao meu lado algum dia. Parece-me tão irreal...!

E cá estou eu a chorar...outra vez. Desabei, pronto! Não posso fazer-me de forte todos os dias, não é? Estou de rastos!
Sofia não chores senão eu choro também :cry:

Sofia tudo o que sentes é normal... A culpa, a irritação... e o tempo vai fazer milagres, temos de acreditar que sim! Amanhã, como já te disseram, vem um novo dia e dói um bocadinho menos... Perder um amigo (seja ele de que espécie) é uma situação que ninguém devia ter de viver, mas já que vivemos, pelo menos que tenhamos aproveitado bem enquanto tivemos esse amigo connosco, e eu tenho a certeza que tu e a Mia foram muito felizes juntas.

Um abraço cheio de carinho e força,

Andreia
Andreia & Mimo
SofiaSapien
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domingo fev 13, 2011 2:12 am

Obrigada :( só sinto que ela não chegou a viver, que ainda estava a aprender tanta coisa...
Cumprimentos,
Sofia Marques
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leonildecarvalho
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domingo fev 13, 2011 2:09 pm

Olá Sofia. Os meus sinceros sentimentos.

Desculpe de só agora vir aqui mas pensei que este tópico fosse só a falar da morte dos animais, no geral, e não propriamente o caso da morte da sua gatinha, Mia.

Infelizmente vivem menos que nós e custa muito que nos deixem... fez 6 meses que a minha primeira gata partiu... e sinto como se tivesse sido ontem só.

RIP, Mia.

Leo
<p>Desejo a mesma sorte, que a triste sorte dos animais que nao sejam ajudados por quem nao deixa que se os ajude. Autor desconhecido</p>
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<p>Regurgito nas postas de pescada dos arrotadores. Autor desconhecido</p>
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ana-carla
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domingo fev 13, 2011 2:52 pm

Quando perdemos os nossos amados animais assolam-nos os mais desgostosos sentimentos, mas tendo consciência que tudo fizemos por eles resta-nos recordar aqueles momentos maravilhosos onde nos rimos, brincamos, passeamos…. Aqueles momentos onde eles e nós fomos felizes.

Coragem e força pois tem aí mais um animal que precisa de si.
geni50
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sexta fev 25, 2011 12:31 pm

Oi!
Após a morte do meu gato de 16 anos, as veterinárias que o trataram me enviaram esta mensagem. Chorei muito, mas sei que ele sempre ficará na minha lembrança. Ainda dói muito.

O QUARTO DIA...
Se você já amou um bichinho de estimação, então há 3 dias em sua vida que você sempre irá lembrar...
O primeiro dia, abençoado de felicidade, é quando você traz para casa o seu novo amigo. Você pode ter dedicado semanas escolhendo a raça, ou ter perguntado aos seus amigos sobre qual bichinho escolher. Ou ainda, por impulso, ter escolhido um bichinho simplesmente porque algo em seu olhar tocou fundo o seu coração.
O segundo dia ocorrerá uns 8 ou 9 anos mais tarde. Será um dia como qualquer outro. Mas, surpreendentemente, você olhará para seu amigo de longa data e verá idade onde antes você via juventude. Verá passos lentos, onde antes você via vitalidade. E verá sono, onde antes você via energia. Poderá sentir um medo crescente e um vazio em seu coração. E você sentirá um sentimento difícil de lidar, até que o terceiro dia finalmente chegará...
E nesse dia, seu amigo partirá... ou por decisão de uma força superior, ou por decisão de carinho pelo bem-estar do seu animal. E se você for sábio, deixará as lágrimas correrem tão frequentes quanto aforem necessárias. Algumas pessoas irão confortá-lo...outras talvez nem entendam a sua dor...
Mas esteja certo de que você sentirá uma alma- um pouco menor em tamanho e altura que a sua- caminhando ao seu lado em alguns momentos destes solitários dias que virão...
E talvez seja possível sentir algo tocando em sua perna, muito, muito suavemente. E ao olhar para o local em que ficava o seu querido amigo, sabemos que você irá lembrar destes três dias de sua vida.
Mas haverá, eu te asseguro, um QUARTO DIA...
E será aquele em que você lembrará com todo o amor e carinho do teu melhor amigo que já partiu. E sentirá que, afinal de contas, teu amigo será teu amigo para sempre, independente do lugar em que ele viver.
Nita77
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Localização: Osky, Mika

sexta fev 25, 2011 3:06 pm

geni50:
Lindo começo aqui na Arca. Obrigada por partilhar.
<p>"Vir&aacute; o dia em que a matan&ccedil;a de um animal ser&aacute; considerada crime tanto quanto o assassinato de um homem."&nbsp;Leonardo da Vinci</p>
BetaPat
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sexta fev 25, 2011 5:38 pm

Estive a ler pela 1ª. vez esta tópico todo. Fez-me recordar o que passei com o meu Putchy.

Era o meu gatinho de encomenda. Sim, de encomenda. Quando bebé tive um gato branco que viveu até eu ter 13 anos. Toda a vida de adulta pensei ter um gato como aquele. Quando soube duma pessoa que tinha uma gata branca, fiz a "encomenda".

Com 2 meses veio para minha casa e dormiu a 1ª noite no meu pescoço. E nunca mais deixou de adorar dormir em cima de mim.
Era o meu amor. Durou até aos 12 anos, mas desde os 9 que sofria de insuficiencia renal sempre tomando comprimidos todos os dias para se aguentar.

Quando os rins deixaram de funcionar de vez, as condições de vida começaram a ser terríveis. Durante uma semana tentei que sobrevivesse: não comi, não dormi, os dias e as noites eram passadas ao lado dele e pedia insistentemente ao vet que o salvasse "ele tem de se salvar!". Mas não foi possivel. Já é estrelinha há quase dois anos e ainda choro, (choro neste momento) a partida dele. Todos os dias olho a sua foto que está no meu quarto oferecida por uma forista no dia em que dei a noticia aqui. Doi muito...
anja-azul
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sexta fev 25, 2011 7:38 pm

em pouco tempo, foram 3 meninos embora. e agora à excepção do chiquinho e do isaias, estão todos velhinhos. a rita vai fazer 16 anos. penso que um dia já não acorda mais. passa o dia a dormir. só se levanta para comer e à noite para vir para o meu colo. um animal tão enérgico. dantes, tinha pilhas duracell.
a carlota dá duas corridas na praia e vem deitar-se. já se cansa um bocado quando vai à rua. o max era imponente no andar. agora já lhe pesam as pernas. nem o vejo entusiasmado para correr. ele que saltava montes e vales.
quando começarem, vão todos a eito :cry:
June76
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quinta mar 03, 2011 4:44 am

SofiaSapien,

Só hoje deparei com este tópico.

Lamento imenso o que sucedeu à sua tão estimada Mia, e espero, sinceramente, que a Sofia já esteja melhor.

Não é fácil quando perdemos alguém de quem gostamos muito. Mas o tempo ajuda a amenizar a dor. Não se culpe, pois fez tudo o que podia para salva-la.

Eu também já perdi muitos animais de estimação. Chorei mais por uns do que por outros, pois sou imperfeita como todos os humanos e confesso que houve uns que gostei mais do que de outros. Mas ao lembrar-me do dia em que partiram sinto sempre uma tristeza e também culpa. Mas eu não fiz tudo o que estava ao meu alcance para salva-los e a Sofia fez.
<p>"Os gatos amam mais as pessoas do que elas permitiriam. Mas t&ecirc;m sabedoria suficiente para manter isso em segredo." Mary Wilkins</p>
SofiaSapien
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quinta mar 03, 2011 5:20 am

Há umas poucas noites atrás, o meu namorado foi ao memorial da Mia ver as fotos dela e quando olhei para o monitor as lágrimas correram-me instantaneamente. Nem estava à espera! :(

Sinto que o meu coração congelou naquela manhã fatal, na doçura com que a minha pequena o monopolizou por completo desde o primeiro momento e desejo muito voltar a sentir aquela ligação. Nem sei descrever o desespero que sinto por não poder sentir-me a afagar-lhe o pêlo, por não a sentir ao meu lado na cama com a cabeça deitada no meu braço. Como eu a pusesse era como ela ficava :) o que lhe importava era estar ao pé de mim, eu sei isso.

Os dias passam e quase não penso nela até voltar a casa e há sempre algo que me lembra da Mia. Quando choro, sinto que não chorei o suficiente e tudo o resto que outrora me provocava o choro deixou de doer. Porque nenhuma dor é superior à da perda. Então sinto-me fria e incapaz de ter uma emoção que me transcenda mais que esta, seja para o bom ou para o mau.

Acho, em jeito de conclusão, que estou normal - o pretendido para quem sofre este tipo de coisas - pelo que ando mesmo bem porque continuo a minha vida, tenho vontade de viver e alegria... Só noto mesmo esta diferença de nada me fazer chorar a não ser que associe à minha própria dor.

Obrigada pelo seu comentário :) ajuda sempre
Cumprimentos,
Sofia Marques
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Tosh
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quinta mar 03, 2011 4:04 pm

Olá Sofia, infelizmente sei o que é essa dor.

No dia 19 de Fevereiro o meu gatinho morreu vítima de PIF (os gatos podem ter este virus e viver com ele, mas se o virus ficar activo eles tem que desenvolver um coronavirus, o tom não desenvolveu).

Vou contar-lhe a minha historia.

O Tom chegou a nossa casa há mais ou menos um ano, era uma prenda para a minha irmã, mas no dia em que o vi apaixonei-me e mentimos (eu e o meu namorado) para ficar com ele. não foi correcto é verdade, mas estávamos apaixonados.

Já tinhamos uma gatinha, que por acaso se chama Mia, e ficámos com um casal de gatinhos bebes.

Eles cresceram e o amor do Tom por mim cresceu a cada dia, fazia ronrons ao meu colo, fazia "patinhas" no meu pescoço e na minha barriga e fazia birras quando eu me ausentava, ficava mesmo fulo.

Entretanto ele começou a ficar mais calmo e mais quietinho e eu começei a estranhar e a dizer ao meu namorado que deviamos ir ao vet. Ele dizia sempre que não achava que fosse alguma coisa de mal, ligou a vet e ela disse que não havia sintomas.

Mas coração de mãe nunca se engana e continuei angustiada, um dia de manha ele n comeu e corri para o vet, reparei que tinha a boca, patas e focinho amareladas. Ficou internado, fez analises, soro. A vet pensou que era anemia e disse que n havia muita esperança.

Quando as analises chegaram n era anemia, era PIF.

Culpei o meu namorado, quis deixá-lo, quis bater-lhe, nem sei. Eu pedi-lhe tanto que o levassemos tantas vezes ao vet. Ele chorou comigo, abraçou-me mas eu so queria estar longe dele.

Quando fomos buscar o nosso bebe a veterinaria estava com uma cara de desespero, ele estava a sofrer muito e n havia tratamento possivel. Assinei o termo de responsabilidade da eutanasia a tremer e as lagrimas a correr.

Ele ficou a dormir e a vet explicou que mesmo que tivessemos ido mais cedo so prolongariamos a vida dele por semanas ou um mes no máximo.

Pedi desculpa ao meu namorado e fomos juntos enterrar o nosso Tom, ficou no lugar donde se avista o mar e com uma paisagem maravilhosa.

A Mia ficou grávida :lol: e vamos ficar com um dos bebés em memória do nosso Tom.

Também sinto a falta dele, também choro, também chego a casa a espera de o ouvir miar e quando não oiço parece que o mundo acabou.

Vemos muitas fotos dele e rimo-nos das suas traquinices. Todos os dias falamos nele e andamos anciosos pelos bebes. Só queriamos que o Tom estivesse aqui para ser pai :cry:

Sofia desculpe o tamanho do post, quero que saiba que não está sozinha e que pode contar com todo o meu apoio.

Um beijinho e muita muita força :wink:
jujubele
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Localização: Snoopy - FALECIDO 24/05/2010
Rita (cadela) ,Mimosa (gata), Tobias (gato) 1 caturra

quinta mar 03, 2011 5:23 pm

Sinto muito pela sua perda Sofia....
O ano passado passei por uma situação identica, com a perda do meu cão Snoopy e este ano a 28 de Janeiro, perdi o meu gato Tobias.
As emoçoes que sentimos são muitas.... No meu caso e falando da perda mais recente, o meu querido Tobias, senti raiva, frustação , revolta e até culpa, embora tenha consciencia que eu e o VET fizemos tudo o que podiamos por ele....
O Tobias só esteve comigo 3 anos, era um gato de rua... que foi recolhido já adulto, mas um gato que veio com imensos problemas de saude, inclusive uma Insuficiencia Renal grave que se veio a demonstrar fatal, apesar dos medicamentos e da ração especial, que ele tão pacientemente aceitou que eu lhe desse a comer á seringa durante bem mais de 1 ano ....
O Tobias era um "cão" mascarado de gato, de tão doce e carinhoso que era...
Fiquei tão revoltada com o desfecho que jurei a mim mesma NUNCA MAIS adoptar nenhum gato de rua para não sofrer de novo...

Na semana seguinte ao falecimento do Tobias quando fui ao VET buscar uma pipeta para as pulgas para a minha cadela Rita, ele chamou-me ao gabinete para me mostrar um gatinho de rua, com aprox.4/ 5 meses de idade que lhe tinham deixado na clinica.... Ele disse que era só para eu o ver...
É claro que eu não resisti aquele gatinho de olhos azuis, ronronante que saltou imediatamente para mim quando eu abri a gaiola....

Nos primeiros tempos, apesar de o achar fofinho, lindo e extremamente meiguinho, parecia que eu não conseguia formar aquele "Elo".

Gostava dele, mas não conseguia sentir aquele "amor".... pelo meu animal, parecia que não era o Meu Gato entendes?
Olhava para ele , mas lembrava-me do Tobias.... Foi complicado...

No entanto o descaradito do meu menino, aos poucos lá conseguiu, com a sua insistencia , ganhar o seu lugar no meu coração.... É claro que não é o meu Tobias , mas é o meu RAFA , e hoje acho que foi a melhor coisa que eu fiz, em traze-lo para casa.
No proximo dia 18 de Março vou buscar um outro gatinho para que possam crescer juntos....

Não vou esquecer nunca o Tobias, mas o Rafa está a fazer um belo trabalho a curar a ferida..... Espero que a sua ferida sare tambem, e consiga lembrar sem dor, os belos momentos que passou com a sua menina....
Um beijinho grande e muita coragem!
TSaphira
Membro Veterano
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Registado: quinta out 16, 2008 8:33 am
Localização: Gatos

sexta mar 04, 2011 9:56 am

geni50 Escreveu:Oi!
Após a morte do meu gato de 16 anos, as veterinárias que o trataram me enviaram esta mensagem. Chorei muito, mas sei que ele sempre ficará na minha lembrança. Ainda dói muito.

O QUARTO DIA...
Se você já amou um bichinho de estimação, então há 3 dias em sua vida que você sempre irá lembrar...
O primeiro dia, abençoado de felicidade, é quando você traz para casa o seu novo amigo. Você pode ter dedicado semanas escolhendo a raça, ou ter perguntado aos seus amigos sobre qual bichinho escolher. Ou ainda, por impulso, ter escolhido um bichinho simplesmente porque algo em seu olhar tocou fundo o seu coração.
O segundo dia ocorrerá uns 8 ou 9 anos mais tarde. Será um dia como qualquer outro. Mas, surpreendentemente, você olhará para seu amigo de longa data e verá idade onde antes você via juventude. Verá passos lentos, onde antes você via vitalidade. E verá sono, onde antes você via energia. Poderá sentir um medo crescente e um vazio em seu coração. E você sentirá um sentimento difícil de lidar, até que o terceiro dia finalmente chegará...
E nesse dia, seu amigo partirá... ou por decisão de uma força superior, ou por decisão de carinho pelo bem-estar do seu animal. E se você for sábio, deixará as lágrimas correrem tão frequentes quanto aforem necessárias. Algumas pessoas irão confortá-lo...outras talvez nem entendam a sua dor...
Mas esteja certo de que você sentirá uma alma- um pouco menor em tamanho e altura que a sua- caminhando ao seu lado em alguns momentos destes solitários dias que virão...
E talvez seja possível sentir algo tocando em sua perna, muito, muito suavemente. E ao olhar para o local em que ficava o seu querido amigo, sabemos que você irá lembrar destes três dias de sua vida.
Mas haverá, eu te asseguro, um QUARTO DIA...
E será aquele em que você lembrará com todo o amor e carinho do teu melhor amigo que já partiu. E sentirá que, afinal de contas, teu amigo será teu amigo para sempre, independente do lugar em que ele viver.
Lindo...
<p>Bem hajam</p>
<p>Teresa</p>
<p>Cita&ccedil;&atilde;o: "Viver &eacute; a arte de sorrir quando a vida diz que n&atilde;o"</p>
Zanys
Membro Júnior
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Registado: terça set 21, 2010 4:40 pm
Localização: Ulisses e Davinci

sexta mar 04, 2011 12:42 pm

Olá Sofa,
Lamento muito a sua perda. Sei que a forma abrupta como faleceu a Mia, deixará marcas, porque já passei por perdas semelhantes. Desde que me lembro, que vivo com animais de estimação em casa. O meu amor pelos animais sempre foi tão forte que mesmo com asma e alergias nunca me quis separar deles.
Bem pouco a pouco as marcas deste trauma q sofreu vão esbater-se, e o que vai ficar são sos bons momentos que viveu com a MIA! Acredite que independentemente de tudo, a MIa nunca teria sido tão amada e feliz como foi consigo. É óbvio pelo q li que fez tudo ao seu alcance para salvar a Mia. Sou profissional de sáude e infelizmente já vi situações de doenças complexas e oprtunistas, colherem as vidas mais inesperadas, e a ciência apenas pode suspeitar do q foi, porque há certezas q não se conseguem achar.
Percebo que tenha necessidade de perceber o q aconteceu, mas não se desgaste com isso.A Mia olhará por si sempre, esteja onde estiver!
Deixe-se encantar pelo seu ZEca, ela também sofreu uma perda! E sim pense em adoptar outro gatinho, não para substituir a Mia(isso é impossível), mas para continuar a partilhar o seu Amor pelos animais com outro bichaninho. Porque esta partilha torna-nos mais fortes, mais plenos, mais humanos!
Extendo a minha solidariedade a todos os foristas q partilharam as suas histórias de perdas.
Felicito pelo lindo post o Geni50, comovente e inspirador!Obrigada
EasyTiger
Membro Júnior
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Registado: segunda mai 24, 2010 12:37 pm

sábado mar 05, 2011 2:44 pm

Sofia, li o seu post e identifico-me muito consigo e com a sua dor...

Pode ser que partilhando a minha história consiga de certa forma ultrapassar esta dor e torna-la em memórias de alegria e não de tristeza.

A gata em questão era Kyrie. Eu tenho 27 anos e ela morreu há dois e tinha 18 anos quando morreu, logo eu tive-a desde pequeno. O laço inicialmente não era muito forte. Os gatos são independentes e eu quando era miudo queria brincadeira.Quando tinha um ano teve uma ninhada, ficamos com um gatinho ( O moranguito). Como ela passado algum tempo já estava outra vez com o cio a minha decidiu esteriliza-la.

Passado um ano, depois de ela ter sido esterelizada, ele foi assassinado à porta de nossa casa. Ele era a luz da nossa casa e pensavamos que nunca mais iriamos ultrapassar a perda do gatinho. Mas os anos foram passando, compramos um boxer para substituir o pastor alemão que tambem morreu de velhice e a Kyrie foi se adaptando, ficando mais mansa e tornou-se uma gata em todos os aspectos caseira.

A minha casa é grande tem espaço para vários animais daí darmos alguma independencia e incutirmos uma politica de carinho mas também de alguma liberdade. Mas reparamos que a gata com o passar dos anos estava cada vez mais caseira.

Quando comecei entrar na adolescencia comecei a criar laços com a Kyrie. Reparei que ela andava muito comigo. Sempre dormiu comigo. De certa forma não sei porquê com a ausência do filho parecia que ela me tinha adoptado. Claro que fazia as suas asneiras de vez em quando, mas era impressionante: Poderia estar no colo de qualquer pessoa, mas se me visse ela imediatamente saía do colo de onde estava e vinha ter comigo.

Isto entre outras coisas mesmo nos dias de maior calor de verão ela tinha que dormir comigo, porque senão não descansava enquanto não estivesse com ela. Durante digamos mais de 10 anos estabelecemos uma ligação que nunca tinha tido com mais nenhum animal era indescrítivel.

Parecia karma. Numa optica budista até pensaria que ela seria a reencarnação de alguem que eu já tivesse conhecido. E era um animal.

Chegamos ao ponto onde ela morre. 18 anos, um animal não é eterno. Ela está velha cada vez come menos. Levamos ao veterinario e ele não faz nada... Velhice... diz ele...

Até entendo, mas a impotência desse argumento é demasiada para conseguir a minha a compreensão. Ali está uma gata que me acompanhou quase a minha vida inteira e eu não posso fazer nada.

Aquela ultima semana foi indescrítivel. Tinha saído duma relação há pouco tempo, estava arrasado. Depois para golpe de misericordia a minha kyrie começa a ficar doente. Em questões de semanas a saude dela deteora-se, sempre sem nenhuma explicaçáo ou salvação possível.

Começa-se por não conseguir comer. Depois vem o emagrecimento constante. Tento estar sempre presente. Nos ultimos dias só esperava que pudesse me despedir dela. Só para terem uma noçao. Ela ficou nos nossos anexos onde jantamos e ela durante 3 dias esteve imovel deitada no chão. Aquela quinta feira eu já sabia nao durava mais do que um dia... a respiração era ofegante, quase inexistente...

Apenas olhava para mim e deitado no chao ao lado dela fiquei imóvel sem dizer absolutamente nada. Passava a mao na patinha e segurava-a e dava-lhe um beijo.

Não a podia mexer porque arquejava de dor...O quanto ela sofreu... Eu na altura distribuia o jornal Metro. Um part-time de 3 hrs que durava das 7h as 10 da manha. E naquele dia fiquei no chão dos anexos com ela durante toda a noite e quando fui trabalhar suspirei que voltava já... para esperar mais 4 hrs que depois podia ir...

Nesse dia fui trabalhar. O dia correu mal, reteram-me no trabalho mais 20 minutos. Eu fui a correr para casa... E antes 5 minutos de chegar a casa... a minha mae telefona-me a dizer que a gata tinha acabado de falecer...

Senti-me culpado por nao estar presente. Culpado por ter ido trabalhar... Culpado por não ter feito nada... Não chorei, senti-me vazio. Não tinha nada. E não queria nada... Só a Kyrie...

No final enterrei-a no meu quintal e pedi-lhe desculpa. Isto ainda é dificil para mim falar nisto sem me comover, mas o tempo passa e a tristeza dá lugar a memórias que queremos revisitar. Apesar de serem nostalgicas e de deixarem um rasto de saudade elas representam recordações alegres e ficarão guardadas dentro de nós para sempre...

Desde então, pronto saí de casa dos meu pais estou num apartamento e adoptei o óscar um terrorista de 5 meses que só faz asneiras e que prefere a companhia do meu namorado do que da minha. Dai compreendo a sua "frustação" quando diz que o gato não é o mesmo e a ligação tb não... mas a ligação cria-se. Os laços fortalecem-se com o tempo.

Agora posso falar da Kyrie com todo carinho e saudade que ela merece. Tive as minhas falhas como dono e não me perdoo de ter estado ausente ,mas sei que foi uma gata feliz enquanto foi viva.

Só tenho que dar a mesma felicidade ao Oscar...

Espero que com a minha história consiga-se rever em algum aspecto. Só lhe peço que tenha paciência. Eu demorei bastante tempo a conseguir ultrapassar a ausência da Kyrie até perceber que estaria a lembrar-me dela pelas piores razões.

Graças a ela, consegui amar os gatos... Não é espantoso o que um animal faz por nós?
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