Tassebem Escreveu:Olá, LauraMM,
Acho que o problema não é querer que eles sejam amigos logo às primeiras, mas a manter o estado actual das coisas, sobretudo à noite, os donos também não conseguem descansar, e às tantas temos toda a família Lira cansada e stressada.
Por outro lado, trata-se de uma experiência. Se não resultar, volta-se ao plano A. E, ficando eles na cozinha, a Eva terá onde se esconder (o buraquinho do trepador) até se sentir à vontade para sair. O Santi, desde que esteja na sua caminha, sente-se mais seguro, e se a Lira procurar contacto, como procura desde o primeiro minuto, estou convencida de que ele acabará por a aceitar. É só o retraimento inicial de um gato que tem medo dos outros.
Esta é só a minha opinião, que resulta de conhecer o Santi e de saber como correram as experiências de partilha relativa do espaço com o meu Torrinhas.
Se o Santi, a Lira e a Eva tivessem comportamentos agressivos, é claro que a coisa mudaria completamente de figura.
Neste caso, acho que a manutenção de espaços separados na maior parte do tempo não ajuda à sociabilização, pois está sempre a fazê-los voltar quase à estaca zero. Eles vão ter de passar primeiro pelo receio e pelo stress inicial para depois poderem conviver pacificamente e até amigavelmente.
Naturalmente, nestas coisas nunca há garantias nem receitas mágicas, cada caso é um caso, mas eu acho que se deve fazer a experiência, e só intervir se necessário.
É precisamente essa a minha ideia. Tanto com a integração da Lira como em relação ao Santi, tenho tentado sempre seguir a minha intuição em função das atitudes de cada um, a cada instante. Procuro separá-los quando os sinto tensos, e ter sempre momentos a sós com as manas e com o Santi.
Até agora, só ficam juntos quando estamos presentes. O Santi costuma ir até à porta da cozinha quando elas estão fechadas lá (durante a noite, ou quando estamos a trabalhar). A Lira procura incessantemente o Santi, além de que se habituou estes dias em que estive em casa a poder não só deambular livremente por mais divisões, mas também a estar muitíssimo mais tempo comigo, inclusive na nossa cama. Ela é muito carente e ligada a mim, e esse facto aliado à curiosidade que tem em relação ao Santi, fez com que ontem (em que estivemos muitas horas fora) ela ficasse naquela ansiedade.
Tivemos de abrir a porta, porque ela estava literalmente a atirar-se contra a porta e a arranhar para sair. A partir do momento em que ficou com livre acesso ao corredor, houve bastante agitação durante a noite (as conversas miadas com o Santana, as sopradelas das 500 vezes em que ela se tentou aproximar, e também algumas arranhadelas e miados da Lira na porta do nosso quarto a querer entrar). Foi portanto uma noite turbulenta, mas fiz aquilo que me pareceu melhor, estando atenta dentro dos possíveis.
De manhã, o Santi estava mais retraído, mas não estava apavorado. Depois de fechar novamente a Lira, ele foi novamente comer e beber (tinha comido durante a noite também), não notei stress por demais e ambos estavam bem.
A minha intenção é fazer hoje a experiência à noite, juntá-los na cozinha connosco presentes, a ver como corre. Se não houver stresses anormais, quero fazer a tentativa esta noite de deixar os três lá juntos. Isto porque, conforme referiu a Tassebem, neste caso, dadas as personalidades do Santi e da Eva, se não os juntar no mesmo espaço eles não tomam nunca a iniciativa, e a cada separação as coisas voltam à estaca zero. Prova disso é o facto de terem passado uma noite inteira juntos, e de esta manhã o Santi em vez de apenas soprar, já miava à Lira e "conversava" com ela. Sinto que ao separá-los novamente, crio em ambos (sobretudo na Lira) uma tensão maior, e volta tudo à estaca zero para o Santi.
Obviamente que tenho uma preocupação desmedida em relação à segurança e tranquilidade dos três. Faço-o porque sinto que a tensão é maior assim. Se não resultar, voltamos à estaca zero, sem problemas. Não quero forçar encontros, apenas ver como se dão no mesmo espaço.
Não acredito, pelas inúmeras horas de observação constante do Santi e da Lira (dediquei dois dias e picos a eles e apenas a eles), que eles se ataquem. A Eva foi sempre submissa, nunca a vi soprar ou levantar a pata à Lira, que é bastante melga

E como disse noutros posts, a Eva não demonstra medo do Santi. Aliás, é uma gata que sempre foi sociável com outros gatos, conforme poderão comprovar pelas declarações da pequebrado no tópico dela.
Não faço nenhuma questão que eles sejam todos amigos do peito. Da mesma forma que nunca forcei a Eva a ser uma gata sociável com humanos, de colo, etc. Sou sempre cuidadosa com ela e com o Santi, gestos lentos, palavras doces, e acima de tudo tentar, mas não forçar. Tanto que a Eva se vai chegando e permitindo o toque, mas ao ritmo dela e nos termos que ela própria fixa. O que quero, isso sim, é fazer a experiência, e sinto que é o momento certo, porque o Santi e a Lira apesar do receio que ainda demonstram, procuram-se activamente um ao outro. O Santi vai muitas vezes postar-se à porta da cozinha quando a Lira está lá fechada. Duvido que o fizesse se quisesse manter a distância.
O que sinto e observo é que existe da parte DOS TRÊS uma enorme vontade de se aproximarem, a qual apenas é mitigada pelo receio, e que esse receio poderá ser mais facilmente vencido se eles estiverem a conviver num espaço comum em regime permanente, do que se forem pontualmente isolados.
Agradeço desde já as vossas opiniões e sugestões, que fazem todo o sentido, e compreendo perfeitamente o que a Laura quis dizer. Mas de facto não é de todo isso que me motiva, o "serem amiguinhos", e sim o que seja o melhor para os três em termos de segurança e de ausência de stress.