Tassebem Escreveu:Primeiro: tenho em casa uma gatinha, que foi recolhida da rua em Dezembro para ser esterilizada, com cerca de seis meses. Antes de fazer a OVH, resistiu a uma fortíssima pneumonia. Recuperada, fez a OVH, a costura infectou, mas sarou. Em Fevereiro ou Março, já não me recordo com exactidão, esteve para ser adoptada, e eu e a futura dona, que já tinha um gato, lembrámo-nos de fazer testes. A Clarinha testou positiva a FIV. Quer isto dizer que, de momento, o sistema imunitário dela está a responder às infecções e aos tratamentos. Para já, está saudável, e poderá continuar a estar durante muito tempo, se Deus quiser, mas agora eu ou alguém que a adopte (a pessoa optou por não adoptar) estará mais atento e prevenido para agir imediatamente em qualquer sintoma de doença, para melhor ajudar a Clarinha a combatê-la. Isto para dizer que ser FIV+ não é sentença de morte imediata, dependendo de variados factores, e que a minha posição é sempre testar para sabermos aquilo que temos em mãos e estarmos em melhores condições de combater o que houver para combater.
Segundo caso que gostaria de partilhar: na mesma altura em que a Clarinha foi apanhada da rua, foi também a Rosinha e a Joaninha. A Joaninha, a seguir à OVH, manifestou uma coriza forte e, muito rapidamente, deixou de comer, de andar e até de conseguir manter-se de pé, urinando e defecando onde estava. Levei-a à veterinária (não a mesma que tem estado a ser referida neste tópico, esclareço desde já) e o diagnóstico foi já de problemas neurológicos muito graves. Alguma bactéria teria transposto a barreira cerebral (espero estar a dizer mais ou menos bem). Pois o que foi a primeira coisa que a veterinária fez? Não foram análises ao sangue, mas sim um teste de FIV/FeLV. Para quê, na minha interpretação? Para ver se a gatinha estaria em condições de combater um problema tão grave. O resultado foi negativo.
Desculpe lá, Tassebem, mas percebo algumas incoerências, que sublinhei. Se a sua posição é sempre testar, porque não foi testada a Clarinha quando foi tirada da rua, ou pelo menos quando esteve com pneumonia? A gatinha foi tratada, recuperou, tal como qualquer gato saudável. Se tivesse sido testada antes, que diferença faria?
No segundo caso, compreendo que tenha sido feito o teste, embora não interprete do mesmo modo: coriza, perda de locomoção e profundas alterações neurológicas poderiam indicar que se estava na presença de FELV, pelo que eu interpreto que o teste foi feito porque a possibilidade estava em cima da mesa e poderia ter de ser tida em conta.
A Tassebem e muita gente aqui no fórum conhece a minha posição relativamente aos testes: eu entendo que devem ser feitos quando há suspeitas. Tenho uma gatinha que padece de otite desde, pelo menos, Janeiro deste ano. Também apresentava algum corrimento nasal e ocular. Foi sendo tratada, no fim do tratamento a otite voltava. Em Março percebi que ela não estava a crescer e estava muito magrita; apesar disso, comia muito bem, brincava, era uma gatinha muito activa e má "cumás cobras". Foi mais uma vez desparasitada, e mais uma vez foi tratada com antibiótico para a coriza e para a otite, que persistiam. Em Abril, tive de correr com ela para o vet: a cabeça pendia toda para a esquerda e não conseguia equilibrar-se. Se espirrava, caía. O vet estava bastante apreensivo, porque tudo apontava para um problema neurológico, mas com o historial de persistência da infecção respiratória, houve fortes suspeitas de infecção por FELV. Ficou internada, fez análises, que indicaram anemia e infecção. Pedi então que fosse testada, algo que o vet já tinha sugerido antes da vacinação e que eu não aceitei, porque a minorca tinha apenas 4 meses e, se fosse positiva a FELV, a vacina não ia adiantar nada, se fosse negativa, ficaria protegida. O veterinário sabe o que penso e não valia a pena contrariar-me. O teste veio negativo, portanto a infecção por FELV foi excluida e podiamo-nos concentrar noutras possibilidades: a exclusão de FIV/FELV permitiu o correcto diagnóstico, uma otite grave que a stressou e debilitou ao ponto de deixar de crescer e não conseguir equilibrar-se. Então eu perguntei: "e se fosse FELV, doutor"? ao que ele respondeu que, se o teste tivesse dado positivo a FELV (ou FIV), era nisto que nos iriamos concentrar, ficando a otite como doença secundária motivada pela infecção... Neste momento, a Kali já cresceu um pouco, aumentou o peso e estamos a tentar tudo para que a otite não se torne crónica, embora sem grandes possibilidades de sucesso. Possivelmente será sempre uma gatinha pequena, frágil e de cabeça "à banda".
Ou seja, mesmo infecções graves, como pneumonias, otites, o que seja, muitas vees não estão relacionadas com o facto de o gato ser positivo a FIV ou FELV. São doenças de que um gato "normal" pode padecer, e são estas doenças que têm de ser tratadas. Se o vírus permanece latente, a resposta imunitária de um gato seropostivo é igual à de um gato seronegativo.
Por fim, reafirmo que a minha opinião se mantém: acho que a veterinária cometeu um erro grave, que poderia ter ditado o fim da vida do Bichaninho, se a June tivesse optado por não tratar; e tudo o que aqui já foi dito sobre o FIV, deveria ter sido explicado pela veterinária. Que pode ser uma excelente profissional e muito considerada mas, para mim, neste caso, falhou... e só não falhou redondamente porque a June escolheu a vida.
Acredito na Paciência, na Persistência, no Pai Natal e no Poder do Fiambre!