O meu Bichaninho é FIV+

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Moderador: mcerqueira

June76
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segunda mai 30, 2011 8:34 pm

Chamarrita,

Estive a ver este link e foi muito esclarecedor. A mim também me disseram as mesmas coisas que disseram à dona do Chibbito. Pode ser que o meu Bichaninho ainda ande por cá muito tempo e que o Gucci não tenha sido infectado por partilharem taças e WCs.

Entretanto andei à procura de mais informação na net e encontrei este link também esclarecedor:

http://www.hospvetprincipal.pt/sida.htm

A minha duvida continua a ser se o virus pode ser ou não transmitido pela saliva, pois no primeiro link que consultei (julgo que foi deixado aqui pela tassebem) dizia que sim e que por isso não era aconselhavel a partilha das taças de comida.
Última edição por June76 em segunda mai 30, 2011 8:43 pm, editado 1 vez no total.
<p>"Os gatos amam mais as pessoas do que elas permitiriam. Mas t&ecirc;m sabedoria suficiente para manter isso em segredo." Mary Wilkins</p>
Atervanda
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segunda mai 30, 2011 8:43 pm

June76 Escreveu: Bichaninho.

Sinto que tomei a decisão certa quando optei pelo tratamento em vez da eutanásia. Oxalá ele continue a recuperar nos proximos dias. ".
Excelente :)
Bingley
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segunda mai 30, 2011 9:04 pm

June76 Escreveu: A minha duvida continua a ser se o virus pode ser ou não transmitido pela saliva, pois no primeiro link que consultei (julgo que foi deixado aqui pela tassebem) dizia que sim e que por isso não era aconselhavel a partilha das taças de comida.
O Felv é transmissível pela partilha de taças, já que sobrevive algum tempo no ambiente. O FIV só se transmite por contacto com sangue (dentadas fortes, acasalamento) ou, pensa-se, na gravidez a mãe pode contagiar os filhos.
Não sei se já leu as informações disponiveis no Felinus
http://www.felinus.org/fileDump/FIV.pdf
http://www.felinus.org/index.php?area=a ... show&id=10

Se conseguir ler em inglês, encontrará muito mais informação util
este site por exemplo é muito claro quanto ao facto de o contágio não se dar por taças e wc's
http://www.felinecatrescue.org.uk/fiv_explained.html
Este parece muito bom também
http://www.fabcats.org/owners/fiv/index.php
Chamarrita
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segunda mai 30, 2011 9:25 pm

Bingley Escreveu:
June76 Escreveu: A minha duvida continua a ser se o virus pode ser ou não transmitido pela saliva, pois no primeiro link que consultei (julgo que foi deixado aqui pela tassebem) dizia que sim e que por isso não era aconselhavel a partilha das taças de comida.
O Felv é transmissível pela partilha de taças, já que sobrevive algum tempo no ambiente. O FIV só se transmite por contacto com sangue (dentadas fortes, acasalamento) ou, pensa-se, na gravidez a mãe pode contagiar os filhos.
Tal como o retrovírus humano, este também já foi encontrado na saliva. Mas só se transmite no caso de uma dentada profunda, em que a saliva entre em contacto com o sangue, como foi dito.

June, eu conheço bem a dona do Chibbito, é um gatarrão, deve estar agora com os seus 10 anos e 7 ou 8 quilos! :D E são como um pêro. ;)

Quanto o Gucci, relaxe. Ele está bem, não está? é o que importa! :) se um dia adoecer e não responder ao tratamento, aí sim, vale a pena testar, só para tirar dúvidas.
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June76
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segunda mai 30, 2011 9:26 pm

Estive a ler este link e parece que a transmissao pode ser feita pela saliva. Vou citar o paragrafo onde li isso:

" (...) Saliva has been found to contain large amounts of the virus and a single bite can cause infection. As cat saliva contains virus other routes of transmission include mutual grooming and the sharing of feed bowls, but these are less common. "

Infelizmente não era isto que eu gostaria de ter lido, pois assim há fortes possibilidades de o Gucci também estar infectado.
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Bingley
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segunda mai 30, 2011 9:32 pm

Não, o contágio por "grooming" ou partilha de taças é menos comum. Ou seja, será possível, mas não é a norma. Pelo que não há que partir do principio que houve contágio.
Já se tivesse havido dentadas, aí sim, o risco de contágio era muito elevado
Chamarrita
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segunda mai 30, 2011 9:46 pm

mas há que lembrar que só existe contágio se o outro gato não combater e eliminar o vírus. Ou seja, não é tiro e queda. :)
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June76
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segunda mai 30, 2011 9:56 pm

Chamarrita Escreveu:mas há que lembrar que só existe contágio se o outro gato não combater e eliminar o vírus. Ou seja, não é tiro e queda. :)
O Gucci e o Bichaninho davam-se vem, mas não tenho a certeza que nunca se tenham mordido, pois já os vi assanhados um com o outro. Agora partilhar as taças de comida era coisa que faziam com muita frequencia já que um comia e o outro ia comer logo a seguir. E "mutual grooming", que imagino que seja "lambidelas mutuas", era o que mais gostavam de fazer...

Mas não posso continuar a torturar-me com isto.

O mais importante agora é que o Bichaninho está a reagir :) .
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leonildecarvalho
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segunda mai 30, 2011 10:16 pm

Boa noite.


June, sei de alguns gatos Fiv e até Felv positivos a fazerem uma vidinha normal e viverem bons aninhos de vida, mas... para que isto tenha acontecido foi gasto muito "cacau" para os tratarem a doenças que num gato dito normal, vulgo -negativo, seriam consideradas passageiras mas que nos tais gatos positivos essas "doencinhas", como uma simples coriza a transformar-se numa valente pneumonia, por exemplo. E é neste contexto que provavelmente o diagnóstico ao que o seu animal apresentava na altura da consulta, fosse de grande dimensão atendendo a que o animal, ainda por cima, é positivo e, seja o que for que a Vet verificou no animal, se não tratado devidamente, com todas as análises essenciais, provável internamento e tratamento adequado, morreria em sofrimento e, aliando a que 1 mais 1 são 2, querendo eu dizer que tenho quase a certeza de que o diagnóstico e aconselhamento da eutanásia ao animal, foram porque houve todo um conjunto de factores, incluindo o económico... até ela chegar a esse aconselhamento e não de ânimo leve como se entende com alguns posts, estes sim escritos de ânimo leve por quem não tem o direito de o fazer!!!

Um Vet que se preze de o ser, avalia todo um factor de situações que envolvem o animal e não só o diagnóstico em si, especialmente se o prognostico não for o de viabilidade de qualidade de vida para o animal, caso o Vet se aperceba de que os donos não possam providenciar-lhe essa qualidade de vida... Acredito que foi o que se passou a ponto da Vet recomendar uma possível Eutanásia e não por o gato ser positivo...!!!

Enfim... não entre em pânico porque não vale a pena. O FIV e FELV sempre existiu entre os felinos...só que não estava "Rotulado" e como não estava, nunca antigamente se entrava em pânico por algo que nem sabiam existir :wink:

Boa sorte e as melhoras do bichaneco,

Leo
<p>Desejo a mesma sorte, que a triste sorte dos animais que nao sejam ajudados por quem nao deixa que se os ajude. Autor desconhecido</p>
<p>&nbsp;</p>
<p>-------------------------------------------------------------</p>
<p>Regurgito nas postas de pescada dos arrotadores. Autor desconhecido</p>
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Tassebem
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segunda mai 30, 2011 11:33 pm

Em primeiríssimo lugar, ainda bem que o Bichaninho está melhor. :D


Em segundo, uma vez que me sinto mais à vontade para tecer algumas considerações, uma vez que o gatinho da June está melhor e ela já está, consequentemente, um pouco mais tranquila, quero reafirmar que conheço a veterinária em questão e que sei que ela (ao contrário, reconheço, de alguns outros) nunca poria a questão de eutanásia de ânimo leve.

E digo «poria a questão» porque a própria June, agora mais calma, disse entretanto que a veterinária lhe disse que cabia à June decidir-se «pelo tratamento ou pela eutanásia». Esta veterinária não sonha o que aqui se passou e os julgamentos de ânimo leve (concordo quase inteiramente com o seu post, Leonilde) que foram feitos aqui sobre a sua qualidade como profissional.

Por isso, penso (sublinho, penso) que terão sido levados em conta os aspectos que a Leonilde referiu, e talvez mais um até: o facto de o Bichaninho viver em liberdade ou em contacto com outros animais ou não.

Agora, dois casos de que já estive para falar antes, mas que não me pareceu a altura indicada. Primeiro: tenho em casa uma gatinha, que foi recolhida da rua em Dezembro para ser esterilizada, com cerca de seis meses. Antes de fazer a OVH, resistiu a uma fortíssima pneumonia. Recuperada, fez a OVH, a costura infectou, mas sarou. Em Fevereiro ou Março, já não me recordo com exactidão, esteve para ser adoptada, e eu e a futura dona, que já tinha um gato, lembrámo-nos de fazer testes. A Clarinha testou positiva a FIV. Quer isto dizer que, de momento, o sistema imunitário dela está a responder às infecções e aos tratamentos. Para já, está saudável, e poderá continuar a estar durante muito tempo, se Deus quiser, mas agora eu ou alguém que a adopte (a pessoa optou por não adoptar) estará mais atento e prevenido para agir imediatamente em qualquer sintoma de doença, para melhor ajudar a Clarinha a combatê-la. Isto para dizer que ser FIV+ não é sentença de morte imediata, dependendo de variados factores, e que a minha posição é sempre testar para sabermos aquilo que temos em mãos e estarmos em melhores condições de combater o que houver para combater.

Segundo caso que gostaria de partilhar: na mesma altura em que a Clarinha foi apanhada da rua, foi também a Rosinha e a Joaninha. A Joaninha, a seguir à OVH, manifestou uma coriza forte e, muito rapidamente, deixou de comer, de andar e até de conseguir manter-se de pé, urinando e defecando onde estava. Levei-a à veterinária (não a mesma que tem estado a ser referida neste tópico, esclareço desde já) e o diagnóstico foi já de problemas neurológicos muito graves. Alguma bactéria teria transposto a barreira cerebral (espero estar a dizer mais ou menos bem). Pois o que foi a primeira coisa que a veterinária fez? Não foram análises ao sangue, mas sim um teste de FIV/FeLV. Para quê, na minha interpretação? Para ver se a gatinha estaria em condições de combater um problema tão grave. O resultado foi negativo. Face ao estado da gatinha, e posta perante as hipóteses mais prováveis do que sucederia e de que as análises para descobrir ao certo o que seria poderiam ficar muito caras, optei pela hipótese de tentar tratar a Joaninha com um antibiótico de largo espectro durante três ou quatro dias, a ver se ela reagia. Quase milagrosamente, reagiu, pouco a pouco foi melhorando, ficou bem, 99,9% sem sequelas aparentes, e foi a única das três, até agora, a ser adoptada (com total conhecimento dos adoptantes relativamente ao historial clínico). Soube notícias dela há pouco mais de uma semana e encontrava-se bem de saúde.


Continuação das melhoras do Bichaninho, June. :)
&laquo;Ningu&eacute;m cometeu maior erro do que aquele que nada fez, s&oacute; porque podia fazer muito pouco.&raquo; Edmund Burke
Chamarrita
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terça mai 31, 2011 1:14 am

Tassebem Escreveu:Primeiro: tenho em casa uma gatinha, que foi recolhida da rua em Dezembro para ser esterilizada, com cerca de seis meses. Antes de fazer a OVH, resistiu a uma fortíssima pneumonia. Recuperada, fez a OVH, a costura infectou, mas sarou. Em Fevereiro ou Março, já não me recordo com exactidão, esteve para ser adoptada, e eu e a futura dona, que já tinha um gato, lembrámo-nos de fazer testes. A Clarinha testou positiva a FIV. Quer isto dizer que, de momento, o sistema imunitário dela está a responder às infecções e aos tratamentos. Para já, está saudável, e poderá continuar a estar durante muito tempo, se Deus quiser, mas agora eu ou alguém que a adopte (a pessoa optou por não adoptar) estará mais atento e prevenido para agir imediatamente em qualquer sintoma de doença, para melhor ajudar a Clarinha a combatê-la. Isto para dizer que ser FIV+ não é sentença de morte imediata, dependendo de variados factores, e que a minha posição é sempre testar para sabermos aquilo que temos em mãos e estarmos em melhores condições de combater o que houver para combater.

Segundo caso que gostaria de partilhar: na mesma altura em que a Clarinha foi apanhada da rua, foi também a Rosinha e a Joaninha. A Joaninha, a seguir à OVH, manifestou uma coriza forte e, muito rapidamente, deixou de comer, de andar e até de conseguir manter-se de pé, urinando e defecando onde estava. Levei-a à veterinária (não a mesma que tem estado a ser referida neste tópico, esclareço desde já) e o diagnóstico foi já de problemas neurológicos muito graves. Alguma bactéria teria transposto a barreira cerebral (espero estar a dizer mais ou menos bem). Pois o que foi a primeira coisa que a veterinária fez? Não foram análises ao sangue, mas sim um teste de FIV/FeLV. Para quê, na minha interpretação? Para ver se a gatinha estaria em condições de combater um problema tão grave. O resultado foi negativo.
Desculpe lá, Tassebem, mas percebo algumas incoerências, que sublinhei. Se a sua posição é sempre testar, porque não foi testada a Clarinha quando foi tirada da rua, ou pelo menos quando esteve com pneumonia? A gatinha foi tratada, recuperou, tal como qualquer gato saudável. Se tivesse sido testada antes, que diferença faria?

No segundo caso, compreendo que tenha sido feito o teste, embora não interprete do mesmo modo: coriza, perda de locomoção e profundas alterações neurológicas poderiam indicar que se estava na presença de FELV, pelo que eu interpreto que o teste foi feito porque a possibilidade estava em cima da mesa e poderia ter de ser tida em conta.

A Tassebem e muita gente aqui no fórum conhece a minha posição relativamente aos testes: eu entendo que devem ser feitos quando há suspeitas. Tenho uma gatinha que padece de otite desde, pelo menos, Janeiro deste ano. Também apresentava algum corrimento nasal e ocular. Foi sendo tratada, no fim do tratamento a otite voltava. Em Março percebi que ela não estava a crescer e estava muito magrita; apesar disso, comia muito bem, brincava, era uma gatinha muito activa e má "cumás cobras". Foi mais uma vez desparasitada, e mais uma vez foi tratada com antibiótico para a coriza e para a otite, que persistiam. Em Abril, tive de correr com ela para o vet: a cabeça pendia toda para a esquerda e não conseguia equilibrar-se. Se espirrava, caía. O vet estava bastante apreensivo, porque tudo apontava para um problema neurológico, mas com o historial de persistência da infecção respiratória, houve fortes suspeitas de infecção por FELV. Ficou internada, fez análises, que indicaram anemia e infecção. Pedi então que fosse testada, algo que o vet já tinha sugerido antes da vacinação e que eu não aceitei, porque a minorca tinha apenas 4 meses e, se fosse positiva a FELV, a vacina não ia adiantar nada, se fosse negativa, ficaria protegida. O veterinário sabe o que penso e não valia a pena contrariar-me. O teste veio negativo, portanto a infecção por FELV foi excluida e podiamo-nos concentrar noutras possibilidades: a exclusão de FIV/FELV permitiu o correcto diagnóstico, uma otite grave que a stressou e debilitou ao ponto de deixar de crescer e não conseguir equilibrar-se. Então eu perguntei: "e se fosse FELV, doutor"? ao que ele respondeu que, se o teste tivesse dado positivo a FELV (ou FIV), era nisto que nos iriamos concentrar, ficando a otite como doença secundária motivada pela infecção... Neste momento, a Kali já cresceu um pouco, aumentou o peso e estamos a tentar tudo para que a otite não se torne crónica, embora sem grandes possibilidades de sucesso. Possivelmente será sempre uma gatinha pequena, frágil e de cabeça "à banda".

Ou seja, mesmo infecções graves, como pneumonias, otites, o que seja, muitas vees não estão relacionadas com o facto de o gato ser positivo a FIV ou FELV. São doenças de que um gato "normal" pode padecer, e são estas doenças que têm de ser tratadas. Se o vírus permanece latente, a resposta imunitária de um gato seropostivo é igual à de um gato seronegativo.

Por fim, reafirmo que a minha opinião se mantém: acho que a veterinária cometeu um erro grave, que poderia ter ditado o fim da vida do Bichaninho, se a June tivesse optado por não tratar; e tudo o que aqui já foi dito sobre o FIV, deveria ter sido explicado pela veterinária. Que pode ser uma excelente profissional e muito considerada mas, para mim, neste caso, falhou... e só não falhou redondamente porque a June escolheu a vida.
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Tassebem
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terça mai 31, 2011 2:16 am

Chamarrita, eu explico: não sei por que razão a Clarinha não foi testada. Na altura, não estava comigo. Possivelmente, se estivesse comigo e se tivesse sido testada, como resulta do exemplo que também dei da Joaninha, optaria por tentar tratá-la. O que quis dizer com o exemplo da Clarinha é que, com possibilidades de tratamento (de disponibilidade económica, de disponibilidade de espírito, de disponibilidade de tempo, e sempre ponderado o parecer do veterinário, nomeadamente sobre o sofrimento do animal), é de tentar tratar. E quis também dizer que, agora que sei que ela é FIV+, estou mais atenta e mais prevenida para qualquer sintoma de doença – que talvez pudesse menosprezar no caso de um gato que soubesse que não é FIV nem FeLV positivo. Daí que, na minha opinião, é bom saber tão cedo quanto se possa.

Quanto ao segundo caso, eu e a Chamarrita, ambas leigas, temos interpretações diferentes. Embora, nessa minha qualidade, pense que tanto o FIV como o FeLV debilitam o sistema imunitário e, portanto, a preocupação da veterinária pudesse ser tanto uma, como a outra, como ambas.

Conheço a sua posição, Chamarrita, e discordo dela. Eu entendo que os testes devem sempre ser feitos. Em qualquer caso, para sabermos com o que contamos, para estarmos mais prevenidos, para não descurarmos sintomas e actuarmos de imediato. Caso tenhamos mais gatos, para tomarmos as devidas precauções e decisões. Nunca juntaria um gato FeLV+ a outros gatos. Nunca juntaria um gato FIV+ com «mau feitio» a um gato FIV- com «mau feitio». Mas, para tudo isto, preciso de saber ANTES.

Por fim, reafirmo também a minha opinião, sendo que conheço a profissional em causa e a opinião de outros veterinários sobre ela: dados os condicionalismos do caso, tal como se apresentou e foi exposto (e nós desconhecemos), não tenho e acho que ninguém tem razão para afirmar que falhou redondamente, para utilizar esta sua última e mais «suave» expressão. Seria o mesmo que afirmar que a veterinária que avaliou a Joaninha e me pintou o quadro muito negro tinha falhado redondamente – e afinal deu-me um prognóstico, deu-me a margem suficiente para eu decidir se tentava ou não e receitou-lhe o tratamento que lhe salvou a vida. Parece-me a mim tratar-se de um caso semelhante. E, postos perante a análise e a opinião clínica, é sempre a nós que cabe escolher – umas vezes bem, outras vezes mal. Mas só o sabemos a posteriori.
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terça mai 31, 2011 2:32 am

Acrescento só que, com os meios que actualmente a medicina veterinária nos disponibiliza, no que eu não acredito de todo é no «tudo ao molho e fé em Deus» quando isso nos possibilita a disseminação de problemas de saúde graves e que muito sofrimento trazem aos animais (já nem vou falar no nosso, que aqui é secundário).
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terça mai 31, 2011 4:03 am

Tassebem Escreveu: Conheço a sua posição, Chamarrita, e discordo dela. Eu entendo que os testes devem sempre ser feitos. Em qualquer caso, para sabermos com o que contamos, para estarmos mais prevenidos, para não descurarmos sintomas e actuarmos de imediato. Caso tenhamos mais gatos, para tomarmos as devidas precauções e decisões. Nunca juntaria um gato FeLV+ a outros gatos. Nunca juntaria um gato FIV+ com «mau feitio» a um gato FIV- com «mau feitio». Mas, para tudo isto, preciso de saber ANTES.

(...)

Seria o mesmo que afirmar que a veterinária que avaliou a Joaninha e me pintou o quadro muito negro tinha falhado redondamente – e afinal deu-me um prognóstico, deu-me a margem suficiente para eu decidir se tentava ou não e receitou-lhe o tratamento que lhe salvou a vida. Parece-me a mim tratar-se de um caso semelhante.
Confesso que, contrariamente ao FIV, o FELV assusta-me, quer pela gravidade, quer pelo contágio mais fácil. Por isso, os gatos não ferais, que vivem em casa ou vêm a casa, estão vacinados. Sei que a vacina não é 100% eficaz (nenhuma é), mas, mesmo quando tinha apenas a Chamarrita, sempre foi vacinada contra FELV. Prevenção é algo que não descuro, no que respeita a doenças contagiosas que podem ser evitadas ou minimizadas com a vacinação. Quanto às outras, modéstia à parte, mas talve por "mariquice" minha, corro para o vet à mínima alteração ou suspeita de que algo não está bem. Conheço os meus gatos e, vivendo sozinha com eles, não tenho "distracções". Sou bastante atenta, talvez até demasiado, e tenho sempre o nº do vet à mão: se noto algo estranho, telefono e é o veterinário que me diz se é caso para ir lá ou se posso fazer alguma coisa, e já houve casos em que "desobedeci", por achar que não estava ao meu alcance agir. Acho que temos, pelo menos, uma coisa em comum: não abrimos tópicos com dúvidas sobre a saúde dos nossos animais. :)

Tenho vários gatos desde há apenas 3 anos, e acho que me posso considerar afortunada com os seus feitios. Para além de estarem todos esterilizados, não são zaragateiros e, se há zangas, duas ou 3 patadas são a violência máxima a que assisti. As mortes que ocorreram devido a contágios, foram de PIF... sabemos bem que não há nada que possamos fazer (a não ser testar todos os gatos e eutanasiar os que têm coronavírus, o que está fora de questão) e, mesmo que vamos cedo, quando apenas "há algo estranho", é sempre demasiado tarde...

Um dos gatinhos que trouxe de Monsanto, o Filipinho, tenho quase a certeza que é FIV. É intuitivo, ele tem pinta disso... tem rinite crónica, demorou mais de 3 meses a ultrapassar uma pneumonia, não respondeu à maioria dos antibióticos. Quando recuperou totalmente, foi castrado, não teve qualquer problema. Faço com ele exactamente o que faço com os outros: se apresenta sinais de doença, levo-o ao vet, é avaliado e medicado. Mas tenho gatos que sei que não são FIV muito mais frágeis que o Filipinho. E podem perguntar-me porque não o testo, para ficar a saber de vez, que a minha resposta será sempre "para quê? se adoece, trata-se". E todos, FIV ou não FIV, fazem protocolos de infermun, sendo caso disso; todos tomam Bêlisina regularmente, e todos têm uma boa alimentação. Não estão para adopção, não são utilizados como reprodutores, têm os cuidados e a atenção que necessitam. Que me importa saber se são seropositivos ou não? Como disse antes, prefiro gastar dinheiro em exames do que em testes, e só testo quando os exames apresentam resultados suspeitos - suspeitos de FELV, não de FIV!

Não acho que a sua veterinária tenha falhado ao apresentar-lhe o cenário negro; não acho que seja um caso comparável, a não ser que lhe tenha dito que a eutanásia era uma hipótese a considerar no caso de a Joaninha ser FIV. A eutanásia só é proposta quando a qualidade de vida do animal está seriamente comprometida e sem qualquer hipótese de recuperação. Nem nos casos de PIF me foi sugerida a eutanásia enquanto o gatinho não apresentasse sinais de sofrimento. Não, Tassebem, não é comparável...
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terça mai 31, 2011 12:31 pm

na sequência de uma discussão num fórum "vizinho" (o felinus), deixo aqui mais um link deveras esclarecedor:

http://gatoslivres.errantes.org/gatoslivres/saude03.htm

"São inúmeros os casos de gatos testados FIV+ pelo teste ELISA e negativos pela PCR (Reaçäo em Cadeia da Polimerase) feita em laboratório.

A única explicação encontrada é que o método ELISA detecta no gato os anticorpos dirigidos contra outro agente que não o FIV. Só a PCR é fiável, na medida em que detecta o genoma viral.

O teste ELISA não é forçosamente o "teste rápido no veterinário". Há duas formas: a forma sobre suporte sólido (realizada em poucos minutos no veterinário) e a forma sobre suporte líquido (realizada em laboratório). Não é pois pelo facto de o teste ser feito em laboratório que é forçosamente realizada uma PCR.

Sabendo-se que a maioria dos veterinários realizam o teste ELISA no consultório, mais cómodo para eles e mais barato para as associações, ou que enviam para o laboratório sem necessariamente pedir uma PCR, a questão coloca-se de forma ainda mais pertinente. (...)

Efectivamente, no caso do FIV, os conhecimentos científicos actuais não permitem detectar o vírus através de análise sanguínea. O teste é feito sobre os anticorpos e não sobre o próprio retrovirus responsável. "
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