COMO JUNTAR DOIS GATOS

Fórum para todos os assuntos relacionados com os nossos amigos felinos.

Moderador: mcerqueira

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LauraMM
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terça dez 15, 2009 8:06 pm

LauraMM Escreveu:Cada caso é um caso e cada gato é um gato, pois. Como a sua gatinha já tem 4 anos e nunca viveu com outro gato pode demorar mais tempo do que no caso de gatinhos mais novinhos. Eu estou a juntar duas, uma com 5 anos ou mais (não sei exactamente) e outra com 4,5 anos e não tem sido muito fácil, demora tempo.
Leia o artigo da Leonilde, ajuda muito. Vou contar a minha história nesse mesmo tópico, do artigo da Leonilde, para ficar tudo juntinho o que respeita a este tema.

Primeiro um parentesis
Segundo a ultima vet que me atendeu na clínica veterinária, no passado sabado, e que eu ainda não conhecia, e que foi até hoje, das que me atenderam, a que mais atenção deu aos aspectos comportamentais:
- Deve manter-se o novo gato, no minimo durante uma semana, num quarto com uma porta que não permita que se vejam. Durante essa semana o residente apercebe-se dele e apenas se cheiram por debaixo da porta. As nossas visitas ao novo gato servem para com calma e a sós com ele estabelecermos laços e nos conhecermos.
- Na semana seguinte devemos mantê-los separados mas de forma a verem-se, o ideal seria através de porta de vidro. e começar a fazer com que cada um associe ao outro coisas positivas, colocar o comer de cada um junto à porta, trocar os brinquedos e as mantinhas etc para que associem o cheiro do outro a coisas boas.
- Só após isto se deve começar a juntá-los com calma, supervisão e o bom senso dirá quando se podem deixar juntos àvontade.

Não esquecer de durante estas fases mimar muito o residente que vai andar perturbado. Passando estas fases com calma e tempo evitam-se os grandes stress que por vezes acontecem.



Eu, comecei por andar rapido de mais, e a seguir tive de recuar.
Mantive a nova menina num quarto 3 dias e depois deixei-as encontrarem-se no corredor. Ambas se assustaram, houve uns gritos à ninja e quase se pegaram.
Após isto deixei-as encontrarem-se aos bocados e passados 3 dias já não fechei portas.
Criou-se aqui um stress do pior, uma coisa de ódio, mesmo, com alguns momentos melhores em que parecia que já estava a ficar bom, mas depois à minima a coisa ficava feia.
Voltei a fechar a nova nos períodos do dia em que a residente está mais activa, e a abrir-lhe a porta nos momentos de calma, em que a residente já está com sono e já levou um milhão de mimos, ou acabou de brincar e está cansada, e tal.
Agora acho que está a melhorar, a Patinha no sofá sossegadinha ou no chão sem ser em momento de correria e jogatinas de futebol, vai olhando para a outra e o olhar de odio está a desaparecer e já me parece que começa a aceitar melhor.
Só quando vir que a coisa está mesmo calma, nesses momentos já de si calmos, vou começar a deixar a nova interpor-se nas brincadeiras e nos momentos que têm sido só da residente como por ex as brincadeiras comigo.
A minha residente é muito gordixa e a vet tambem me disse para evitar o stress não vá ela deixar de comer. Tem levado mimos e mais mimos e festas... e pede mais festas, e só quer colo coisa que era raro eheh são tão giros.


Isto é mesmo cada caso é um caso, mas há que não esquecer que os gatos são territoriais, não recebem bem interferencias nos seus domínios. É de evitar o stress do inicio, mais vale levar mais tempo que o necessário, do que menos, na minha opinião.
Mindless
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quarta jan 06, 2010 10:51 pm

Li agora este tópico do início ao fim. Já tinha dado uma vista de olhos, mas como estamos à espera do mano para a Sakura, queremos fazer tudo da melhor forma.

Todos falam muito do facto de os gatos terem as unhas aparadas. Nós nunca cortamos as unhas à Sakura. Ela tem um arranhador onde vai frequentemente. A minha questão é: no arranhador ela apara ou afia as unhas? Ou seja, apesar de ela usar o arranhador e deixar lascas de unhas pela casa, é necessário cortar-lhe as unhas ou isso é suficiente?

Estamos a pensar separá-los no início, visto a Sakura ser muito mimada, mas quando os juntarmos, como é que sabemos que já está na altura de os deixar sozinhos? Se eles bufarem um ao outro deiamo-los ficar? Separamo-los apenas se tentarem agressões físicas?

Vamos ter de comprar outro arranhador para o Yuri ou será que ele vai usar o mesmo da Sakura? É que aquilo deve estar cheio do cheiro dela e se ele, por acaso, conseguir chegar-se lá, será que ela depois não vai deixar de lá ir? É que o arranhador parece-me quase um objecto íntimo dela: brinca lá, espreguiça-se lá, apanha sol lá.

É que ela é mesmo muito mimada e esse é um dos motivos por que queremos outro gatinho. Mas não queremos que ela se sinta substituída. Temos lugar para os dois. :D
chenri
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quinta jan 07, 2010 12:07 am

Olá Mindless :D

Unhas aparadas significa unhas cortadas. Pode cortá-las com tesoura ou corta-unhas próprio, pressione ligeiramente as almofadinhas e as unhas vão saindo para fora. Corte só as pontas, nunca corte aquela zona da unha que é cor-de-rosa (é uma zona altamente irrigada de sangue e se cortada pode dar origem a infecções), na dúvida de cortar mais ou menos, jogue pelo seguro e corte menos.

Se tiver possibilidades, compre outro arranhador (ainda por cima se a Sakura gosta tanto dele), nunca é demais e os sofás agradecem.

Quanto ao resto, há por aqui pessoas muito mais habilitadas do que eu para a aconselhar, pois pelo que tenho lido aqui, tive cá uma sorte com a adaptação dos meus meninos (na altura foi tudo ingénuamente sem stress, nunca os isolei, ia vigiando a reacção deles e tirando as bufadelas iniciais, nem uma semana tinha passado, já dormiam os quatro enroscadinhos).


Desejo-lhe muita sorte e felicidades.
VeraSR
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quinta jan 07, 2010 3:32 am

Leonilde mais logo tenho de vir ler de fio a pavio este seu topico, aprendi já muito conversando um dia destes e agora aqui algo mais vou retirar decerto;obrigada pelas suas boas ajudas, fico-lhe muito agradeçida.
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<p>"Duas coisas me surpreendem, a inteligencia dos animais e a bestialidade dos humanos"</p>
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<p>Amigos 4 patinhas defendem-se apenas quando os atacam e mesmo assim nem sempre...Humanos, atacam sempre que entendem isso como sua defesa...</p>
leonildecarvalho
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quinta jan 07, 2010 4:28 pm

Mindless Escreveu:Li agora este tópico do início ao fim. Já tinha dado uma vista de olhos, mas como estamos à espera do mano para a Sakura, queremos fazer tudo da melhor forma.

Todos falam muito do facto de os gatos terem as unhas aparadas. Nós nunca cortamos as unhas à Sakura. Ela tem um arranhador onde vai frequentemente. A minha questão é: no arranhador ela apara ou afia as unhas? Ou seja, apesar de ela usar o arranhador e deixar lascas de unhas pela casa, é necessário cortar-lhe as unhas ou isso é suficiente?

Estamos a pensar separá-los no início, visto a Sakura ser muito mimada, mas quando os juntarmos, como é que sabemos que já está na altura de os deixar sozinhos? Se eles bufarem um ao outro deiamo-los ficar? Separamo-los apenas se tentarem agressões físicas?

Vamos ter de comprar outro arranhador para o Yuri ou será que ele vai usar o mesmo da Sakura? É que aquilo deve estar cheio do cheiro dela e se ele, por acaso, conseguir chegar-se lá, será que ela depois não vai deixar de lá ir? É que o arranhador parece-me quase um objecto íntimo dela: brinca lá, espreguiça-se lá, apanha sol lá.

É que ela é mesmo muito mimada e esse é um dos motivos por que queremos outro gatinho. Mas não queremos que ela se sinta substituída. Temos lugar para os dois. :D
Os arranhadores servem para eles gastarem as pontas das unhas. Portanto, para ficarem menos agucadas...e servem ao mesmo tempo para ao crava-las no arranhafor, que saiam as capas quando ja estao para serem renovadas. Estas, sao como a "nossa pele" cuja renovacao e efectuada por descamacao...!
Mesmo assim, devem sim ser aparadas periodicamente, ate porque ao crescerem muito, o sabugo acompanha o crescimento da unha e quanto maior ficar, mais risco havera de lesao quando tiver que as aparar...!

De certeza que se ira aperceber qual a melhor altura de os juntar. Assim que veja que se dao bem ou se toleram sem arrufos de maior, e a altura de os juntar. Se mesmo assim houverem inda algumas duvidas, e junta-los aquando da vossa presenca em casa. Quando estiverem ausentes e mante-los separados ate a altura de um dia os poder juntar de vez.

Leo

ps - obrigada, Vera... :oops:
<p>Desejo a mesma sorte, que a triste sorte dos animais que nao sejam ajudados por quem nao deixa que se os ajude. Autor desconhecido</p>
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<p>Regurgito nas postas de pescada dos arrotadores. Autor desconhecido</p>
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crismms
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Registado: terça jan 19, 2010 11:17 am

terça jan 19, 2010 11:52 am

Olá!
Estive a ler os posts e aproveito para vos deixar a minha história e pedir a vossa ajuda se souberem de alguma coisa que eu possa fazer :?

Tenho um gato lá em casa com quase 2 anos. Eu sempre o achei o melhor gato do mundo! É extremamente brincalhão, sempre se portou mt bem, nunca me estragou nada (nem móveis, nem cortinas, nem sofás), é super carinhoso e adora mimos!
Chegava a jogar às escondidas connosco, a dar sprints malucos pelo corredor, a miar quando queria que fossemos ter com ele para brincar e todos os dias, sem excepção, vinha receber-nos à porta quando chegávamos a casa.
Como ele tinha esta personalidade tão fantástica, partia-me o coração deixá-lo sozinho o dia inteiro e senti-lo tão carente de mimos e atenção ao fim do dia... Por isso este Natal decidi arranjar-lhe uma amiguinho!

Como o Júnior (o gatão) é castrado pensei que não houvesse grande problema. Então adoptamos um pequenito com 4 meses, o Tarik que é um doce! Por esta altura o pequenito já perdeu o medo, brinca muito connosco e vem dar turras e quando quer uns mimos!

O grande problema é que o Júnior mudou radicalmente... A aproximação entre eles foi gradual e sempre sob a nossa vigilância. O Júnior ia cheirá-lo e metia-se com ele, quase não houveram bufadelas e as patadas foram poucas e muito gentis. Começaram a dormir juntos quase de imediato!
Mas poucos dias depois o Júnior começou a ficar doente. Muito choco, babando-se e sempre deitado em posição de galinha choca... No vet fizemos todos os exames possíveis mas não acusaram doença nenhuma. Acabamos por tirar um canino partido que ele tinha (e que estava a causar uma ferida no lábio e daí a baba) e ele arrebitou um pouco. Agora apanhou uma conjuntivite num olho que lhe passou para o outro.

Eu ando cheia de remorsos porque acho que isto é tudo uma crise de ciumes tão grande que o está a deixar stressado e com as defesas em baixo... A conjuntivite já está a passar com as gotas mas as brincadeiras entre os dois gatos não ajudam muito à cura porque as patadas do pequenito são sempre dirigidas à cara dele.

Entre eles o ambiente é diverso. Toleram-se muito bem e chegam a dormir juntos mas por vezes o Júnior chateia-se e mia zangado querendo afastá-lo.

O Júnior anda completamente amuado comigo. Nunca mais veio brincar nem me liga nenhuma. Só come e dorme. São tempos complicados para ele. Eu bem tento dar-lhe mimos e levá-lo para dormir no meu colo mas mesmo assim ele tem andado amuado.

Vou continuar a dar-lhe muitos mimos (apesar de não puder ignorar o pequenito) vou ver se na farmácia lhe compro algum suplemento para aumentar as defesas dele e vou dar tempo ao tempo.

Penso que é uma questão de paciência só espero que ele volte a ser o que era... Morro de saudades daquele gatão brincalhão...

Beijinhos!
Chefe78
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terça ago 17, 2010 1:49 pm

Boa tarde,

Tenho uma gata persa há 2 anos e hoje encontrámos um gato pequeno preto (não sei se femea ou macho), procuramos dono para ele. Se não conseguirmos provavelmente ficamos com ele.

O problema é que tinha lido que pode ser complicado juntar uma persa a um gato comum europeu, porque estes ultimos são mais "ariscos" e "sacaninhas" que os tolerantes e pachorrentos persas. Isto é verdade, alguém tem esta experiência?

A minha persa é castrada
elsasmc
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terça ago 17, 2010 2:15 pm

Onde é que ouviu que outros gatos que não persas são "ariscos" e "sacaninhas"?

Está enganada, tudo depende da personalidade do animal. Sendo gatinho não há-de ser ele o problema em adaptar-se à gata mais velha, normalmente é mais o gato da casa a não morrer logo de amores pelo recém chegado mas nada que paciência e tempo não resolva :wink:

Fez muito bem em tirar o gatinho da rua!
<p>O ronronar sai de uma v&aacute;lvula de seguran&ccedil;a existente no pesco&ccedil;o do gato para atenuar o excesso de satisfa&ccedil;&atilde;o.
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<p>ADAP - Associa&ccedil;&atilde;o de Defesa dos Animais de Portim&atilde;o <a href="http://animaisdeportimao.blogspot.com">http://animaisdeportimao.blogspot.com</a></p>
June76
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terça ago 17, 2010 2:18 pm

Eu julgo que se a gata residente é dócil e pachorrenta, a probabilidade de aceitar o gatinho recém-chegado é maior.

Boa sorte!
Chefe78
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terça ago 17, 2010 2:25 pm

Eu sou masculino como se pode ver no nick 8)

Li algures na net num site sobre gatos. E não disse que TODOS os outros gatos que não persas são "ariscos".

Quanto À Mia já teve experiência com outros gatos fora de casa e em casa.

Fora de casa não teve qualquer problema e era como se fosse tudo dela, a outra ao principio é que não gostou muito da brincadeira, mas depois quando a Mia regressou a casa até chorou.

Em casa nunca se mostrou agressiva para a outra gata, mas apenas curiosa e seguia todos os passos da outra. A outra bufava cada vez que a via ao inicio e a Mia nada fazia até que se chatou e começou também a bufar, foi a primeira vez e ultima que vi a fazer tal coisa. Mais tarde a hospede já queria brincar e a Mia dava-lhe desprezo total, ficava na cesta de verga alta dela a ver a outra, deitada, como uma rainha a olhar para baixo para a subdita :lol:
leonildecarvalho
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terça ago 17, 2010 2:31 pm

Boas.

A raça não determina, com garantias, o carácter do animal. Dentro duma raça pode sim haver um determinado padrão de carácter comum à propria raça mas nunca é regra.

Além do mais, NUNCA se pode afrmar que este ou aquele animal é esquivo ou assim e assado sem o conhecer e experimentar a socialização entre eles!

Com calma e paciência, sem imposições a ambos, sem precipitações e a deixarem-nos serem gatos, tudo vai ser positivo. Força nisso e boa sorte.

Leo
<p>Desejo a mesma sorte, que a triste sorte dos animais que nao sejam ajudados por quem nao deixa que se os ajude. Autor desconhecido</p>
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s_o_n_i_n_h_a
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segunda ago 23, 2010 7:45 am

Já há muito tempo que não vinha a este Fórum, mas hoje tive de reler os magnifcos posts da Leonílde Carvalho, para me certificar que estava de facto a fazer tudo bem!
Tenho 2 gatos seniores, um deles é um gatão, não é obeso porque é muito comprido, mas é corpulento e apesar de molengas, ainda sabe mostrar quem manda. É territorial, meigo mas desconfiado, companheiro mas solitário. Conhecemos-nos quase à década e meia, e por inexperiência minha, foi castrado só com 3 anos. Foi um gato rejeitado , que chegou a mim ainda muito bebé com 390g e que amo do coração. Tive com o tempo, de aprender que ele não gosta muito de ser apertado, e mimado quando eu quero, mas sim, quando ele quer. A determinada altura, ajudei outra ninhada, e fiquei com o mais fraquinho em casa, pensando que o Gatão Pantufa ia ficar feliz. Atenção que não tinha ainda passado por esta experiência e na altura a Internet era pobre em assuntos como este. Assim que os apresentei, vi que afinal não ia ser tão simples. O Pantufa, para alem de bufar também "gritava" e "rosnava"...até então eu não fazia ideia que um gato rosnava. Fiquei cheia de pele de galinha, a minha adrenalina disparou, fiquei super nervosa e separei-os, pondo o bebé no WC. Sei que demorou, mas nada de muito tempo. Para além de amuado, deixou de comer e tinha sempre os olhos mortiços. Senti-me triste porque ele deixou de me parecer um gato encorpado e feliz, para um gatinho completamente desinteressado, isolando-se de tudo. Mimei-o sempre, deixe sempre o espaço que ele tão bem soube impor, respeitei-o e em 2 meses o novo elemento da casa estava a mamar nas maminhas do gatão Pantufa , que o adoptou. Apesar de saber que lhe podia ser prejudicial, nunca interferi, o Pantufa sabia por o Mika no seu lugar.
11 anos depois da chegada do novo elemento, resolvi adoptar uma gata também da rua. Fui buscá-la na 6ª feira e claro, desta vez já sabia o que me esperava.
De inicio, o Pantufa só a viu pela transportadora, cheirou-a , deu meia volta e foi para o quarto , que é o seu retiro , quando quer ficar sozinho.
O Mika, que é extremamente meigo, nunca o vi bufar ou reclamar por nada, teve a atitude esperada, olhou a gatinha e foi vê-la de longe, sem nunca bufar ou rosnar. Mais uma vez e como sei os hábitos do Pantufa, a determinada hora, separei-os e isolei a gatinha bebé no wc. O Pantufa cheirou e procurou-a comeu e retirou-se de novo.
Durante o fim-de-semana , o Pantufa pouco ou nada saiu do quarto, ficou a vigiar a bebé no cimo das escadas, passou pela faze do só bufar, para o rosnar e agora apenas observar. Contudo na tarde de ontem, resolveu descer as escadas e aproximou-se da pequena, ela ficou toda assanhada, e bufou-lhe , ele começou logo a querer gritar, parado , mas a pequena destemida fez-lhe uma investida (parecia que o toureava) e ele fugiu :D

Deu-me vontade de rir, ver uma coisinha tão pequena de 8 semanas a "crescer" para um gato sénior que quer mostrar quem manda!
Quanto ao Mika, o agora, gato do meio, já se rebola no chão para ela, fica de barriga para cima e chama-a, mas a pequena não lhe dá mta confiança. Chega-se a ele, cheira-o e corre na brincadeira, quado o vê distraído "caça-lhe" a cauda . Já comeram lado a lado, e com estes dois acredito que seja breve a amizade. Já com o Pantufa a situação é diferente, já estava à espera. Pensei que ele não "gritasse" pq com o Mika ele gritou muito até mesmo quando, estavam separados, bastava olhar olhar para mim e começava a fazer aqueles olhos semicerrados, de "eu vou-te atacar, foge!" mas na altura não era castrado. Ainda assim, desta vez , não está a mostrar agressividade com as pessoas. Espero que brevemente se aceitem cada um na sua condição hierárquica e se respeitem.

Leonilde , e para terminar, noto que desde a minha filha nasceu que o Pantufa e o Mika não se comportam das mesma forma um com o outro, eram inseparáveis e só de Verão , com o calor , não dormiam agarrados. Agora e pensando nisso, sinto que se têm vindo a separar um do outro e aos poucos estão cada x mais "um para seu lado".
Poderei estar errada, mas em determinado momento, senti que o Mika tentou ser o macho dominante, o que gerou alguns desentendimentos entre eles, nada de grave, aquelas lutas parvas em que um pega no cachaço do outro e desde então , poderá isso tê-los afastado?! Ou seja poderão ter eles agora um território distinto onde lideram e ,daí o afastamento.

Sei que escrevi muito, mas o comportamento dos animais, em especial dos gatos fascina-me e deixo-me levar...
Obrigada.
TurtleLover
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quarta ago 25, 2010 11:21 am

Leonilde parabéns pelo excelente tópico!! :D

Este ano vou para a faculdade e como vou ser uma aluna deslocada estou a pensar em adoptar um gatinho. :wink:

Cá em casa já existe a Miki, uma gata castrada com 5 anos, muito mimada e com uma personalidade bastante vincada (digamos que tem um feitio muitoooo especial :P), no entanto, tem um instinto maternal enorme, chegou mesmo a ter uma gravidez psicológica (teve leite nas maminhas e tudo). A Miki é a gata que a minha irmã adoptou também enquanto estudava na faculdade (ela também foi aluna deslocada e a Miki foi a melhor companheira que ela podia ter arranjado). :wink:

A aproximação da Miki com o seu futuro "primo" (eu sou a titia dela :P) , não é a minha preocupação, porque já tivemos uma experiência com um gatinho com 2 ou 3 meses e ela "adoptou-o" perfeitamente, deixando o gatinho mamar nas maminhas dela e adormecendo assim o pequenito. Era uma coisa linda de se ver! :D
A minha preocupação é se os gatos se esquecem de quem conhecem, ou seja, adoptando eu um gatinho, vou passar a maior parte do tempo em Lisboa, vindo a Leiria só aos fins-de-semana, e será essa falta de contacto que existe entre os gatos que pode dificultar a convivência de ambos na mesma casa?

Peço desculpa pelo enorme testamento! :oops:

Cumprimentos*
"O animal selvagem e cruel n&atilde;o &eacute; aquele que est&aacute; atr&aacute;s das grades. &Eacute; o que est&aacute; na frente delas." -<strong>Axel Munthe</strong><strong></strong>
Chamarrita
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quarta ago 25, 2010 4:57 pm

Hmm, olhe que a gata pode não adoptar outra vez... Quando a minha Joainha veio para casa, era uma macaquita orelhuda amarela e saltarica, e aproximou-se do Kyikoo, um "senhor" gato. Ele fingia q a ignorava, até chegou a bufar-lhe, mas um dia permitiu q a bebé dormisse em cima das suas patas e desde então tornaram-se inseparáveis. Por volta dos 3 meses de idade ela começou a mamar nele, até lhe provocar uma inflamação... lá andou o Kyikoo de mamocas vermelhas e pisadas a tomar anti inflamatório! o hábito começou a passar-lhe depois de ser esterilizada, mas ainda hoje, com 2 anos, vai amassar e mamar um bocadinho no seu "pamãe", que é tb o seu melhor amigo. A outra gata q tinha e era filha única até à chegada do Kyikoo não achou graça nenhuma à intrusa, bufa-lhe, perseguia-a e emboscava e dava-lhe patadas de 3 em pipa. Só se perderam as q não lhe acertaram, nunca a magoou! Amuava, dava-me patadas a mim, tinha ciúmes e ficou sempre claro quem mandava. Apesar de tudo, quando a Joaninha cresceu tornou-se amiga da Chamarrita. É a sua única amiga, a que sabe que deve pôr-se a milhas quando há acessos de mau feitio e aproximar-se quando a Chamarrita está calma para se lavarem mutuamente.

Desde então tenho tido mais bebés, e o Kyikoo reformou-se de auxiliar e tutor :P estando o Joca - o gato porreiraço - a assumir o seu papel (teve 4 latagões a mamar nele à força toda). O Joca foi (e é) muito simpático e descontraído, amigo de outros gatos. É o relações públicas e um óptimo ajudante nas aproximações. Quando um dos gatinhos que mamava nele adoeceu com PIF aos 9 meses de idade, era no Joca que encontrava conforto e começava a ronronar mesmo antes de mamar, era o Joca que ia acompanhá-lo ao vet, para o reconfortar e acalmar após as dolorosas picas, era o Joca que me ajudava a apanhá-lo para o meter na transportadora... Mas foi o Kyikoo que o aconchegou entre as patas, suportando pacientemente o gatinho moribundo, sem sequer reclamar da baba que lhe molhava as patas. Como que a embalá-lo.

Agora, o Kyikoo não liga a bebés. O Joca dá-se bem com todos, embora prefira a dupla Kyikoo e Joaninha, e a Chamarrita respeita-o (mais que aos outros, digamos assim... :twisted: ). Continua a chatear os bébés, mas já foi apanhada a lamber-lhes fervorosamente as orelhas - provavelmente gosta do sabor do produto de limpeza :P .

Com isto tudo eu quis dizer que os gatos mudam. Adaptam-se. O gato que se tornou mais reservado, que já não procura o dono para brincar, mas que continua a comer bem, é um gato que tem um companheiro felino. :) ficam mais... gatos! menos dependentes de nós. Sentimo-nos mais do que eles... :lol:

Claro que isto não é regra, porque a única regra, entre gatos, é a salvaguarda da excepção que a confirma. Ainda recentemente acolhi uma gata adulta que juntei sem grande protocolos após uma semana de "semi" isolamento - estava no meu quarto a fazer o P.O. e adoptou-me logo, dormindo comigo na cama mesmo após os protestos da Chamarrita, o que lhe valeu uns tabefes. Mas ela retribuiu e deitaram-se as duas, comigo no meio, e resolveram a questão. A Júlia, a pendura que me adoptou (ela não sabe que é pendura, não aceita... estou tramada), está aqui há 2 meses e meio e não se dá com os outros gatos; comporta-se como se não existissem, apesar de umas bufadelas e patadas de vez em quando, está a aprender a respeitar hierarquias e neste momento a melgar-me enquanto todos dormem. :) Kyikoo e Joaninha juntos, claro! :D
Acredito na Paci&ecirc;ncia, na Persist&ecirc;ncia, no Pai Natal e no Poder do Fiambre!
TurtleLover
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quinta ago 26, 2010 12:38 pm

Bem que gatinhos e gatuxos que a Chamarrita tem! :D

Eu penso que a Miki voltará a adoptar sem grandes problemas porque ainda hoje, no meio de tantos peluches, ela "adoptou" dois, que de vez em quando, lá aparece ela com os peluches na boca e a miar! :mrgreen:

O meu único receio ainda se mantém, se a falta de contacto diário entre os gatos fará com que não criem laços mais fortes de companheirismo entre si! :| Mas penso que para saber a resposta a esta pergunta vou ter que esperar...

Cumprimentos*
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