É uma coisa impressionante mesmo.
Encontrei-me com a Susana e outras amigas no H. V. e só mesmo vendo.

O estado a que chegaram é muito triste.
Mas foi extraordinário o trabalho desenvolvido por este grupo.
Os gatinhos que não resistiram não chegaram a sair do pesadelo, mas estes, que estão em recuperação, merecem que se encontrem donos à altura, por eles e pelos que não conseguiram chegar até ao dia de hoje.
Um grande bem haja a todos aqueles que tornaram possível o dia de hoje, e de ontem.
Eu só quero dizer que ontem vim com sentimentos contraditórios: por um lado, triste, deprimida mesmo, por testemunhar o estado de alguns, saber dos que não resistiram, e pensar no que passaram, depois de terem vivido bem, segundo contaram, antes de se ter dado o despejo. Também porque pensei nos donos anteriores, no que lhes terá custado, o senhor acompanhou-os até ao canil, para os pôr lá. O que lhe terá doido separar-se deles.
Mas também com um sentimento de esperança, por ver como há pessoas que se preocupam e actuam e agem em prol dos animais, e como se consegue dar a volta a uma situação que poderia ter tido um fim muito, mas muito pior. Apenas isto: poderiam morrer quase todos, ou mesmo todos.
Mas estão tão fraquinhos, tão débeis, tão frágeis, e tão carentes simultâneamente ... mas a aceitar e a pedir mesmo festinhas e carinhos ...
eu só digo uma coisa: como seria bom que nós, humanos, conseguíssemos manter esta capacidade extraordinária de ultrapassarmos o mal e tentarmos mesmo fazer o bem e esperar que o retribuissem, mesmo sabendo que às vezes (tantas, meu Deus) o bem que fazemos receb o mal em troca.
Desculpem lá o discurso, mas é que ando mesmo tocada com este caso, como aliás todos os que lidaram de perto com ele, até muito mais do que eu.