Eu sempre fui "dos cães", até conhecer um homem "de gatos" que me deixou o bichinho. Como iamos viver juntos e a minha Tonta estava velhota, pensei que era boa altura para arranjar uma gatinha - não tinha de ser colourpoint, mas gostava de olhos azuis

porque sempre me fascinaram os "siameses" e a gata dele, também já velhota, era um desses lindos cruzamentos: uma tricolor colourpoint, de olhos azul intenso. Um dia surgiu a aportunidade: havia uma gatinha "siamesa" de 3 semanas, órfã, que estava a ser alimentada a biberon. As voluntárias da associação responsável pela gatinha não tinham capacidade para tanto, precisavam de alguém que tivesse tempo para ela, até a desmamar. Eu ofereci-me para a adoptar e combinámos ir buscá-la no dia seguinte. Mas... a bebé tinha desistido, não queria comer e faleceu durante a noite. Fiquei muito triste, mas o meu coração tinha aberto um espaço para outra gatinha. Estavamos em fins de Maio, havia babyboom...! Tantos gatinhos, tantos cachorros... foi a priemira vez que tomei contacto com a realidade das associações e dos animais que precisam de ajuda.
Nessa tarde de domingo, dia 28 de Maio de 2007, apesar de desolada, passei a tarde no stand que a AZL Fiéis Amigos tinha na Feira de Maio, que é a Feira de São Mateus cá da cidade dos corvos e do Liz. E nessa tarde conheci uma gatita de ar endiabrado e um olhar profundamente felino, mesmo para uma bebé. Nem sabia que era menina, mesmo sendo tricolor

peguei-lhe ao colo. Ela trepou e aninhou-se no capuz do meu casaco (está sempre frio e chuva, na feira de Maio...

) e fui assim, com ela, comprar umas farturas para o pessoal lanchar. E daí a pouco, depois de ter comprado uma transportadora em verga e assinar o termo de responsabilidade, trouxe a Chamarrita para casa. 8 semanitas de gata, super destemida e brincalhona, independente, não teve saudades dos manos e quais sempre dormir sozinha.
Acelerando, falecida a Tonta (a cadela) em Outubro desse ano e terminando o relacionamento com o homem dos gatos, era hora de meter outro macho em casa - preferencialmente um que não me quisesse obrigar a escolher entre ele e a gata

Dois dias depois de o mandar de volta para casa dos pais, fui a Lisboa buscar o Damasco, um gato meigo, grande, adulto de 2 ou 3 anos, para me ajudar a educar a Chamarrita e fazer-lhe companhia. As primeiras vezes que brincaram, ligava apavorada para a amiga que mo entregou, sem saber se eram lutas...
quase 2 anos depois, estou com 12 gatos e 4 cadelas - 3 estão fora de casa, num canil que mandei construir na casa para onde pretendo mudar com brevidade mas não sei quando. Eles andoram brincar ás corridas e ao wrestling, karaté e todas as artes marciais do mundo, capoeira incluida!

os grandes gostam de esmagar os pequenos, e estes dão gritos de alegria e metem-se até serem esborrachados de novo.

e fazem toda a dramatização, as orelhas ligeiramente abaixadas, rosnados, uivos, gritinhos, caudas agitadas - mas não eriçadas!- é aqui que os topo.
São uns brutinhos, sim senhores!

Acredito na Paciência, na Persistência, no Pai Natal e no Poder do Fiambre!