Os Perigos da Vacinação em Excesso

Fórum para todos os assuntos relacionados com os nossos amigos felinos.

Moderador: mcerqueira

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tigris
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terça mai 25, 2004 11:56 am

Como escrevi noutro tópico, para quem estiver interessado neste assunto, vou tentar fazer uma resenha do que tenho lido e pesquisado acerca da vacinação em excesso a que estamos a sujeitar os nossos animais.

As vacinas antigas eram de vírus morto e as vacinas actuais são de vírus vivo modificado (à excepção da vacina da raiva). As vacinas de vírus morto precisavam de ser repetida várias vezes, pois precisavam de se reforçar a elas próprias para se obter uma melhor protecção. Por esse motivo, eram dadas vacinas de reforço anualmente. Pelo contrário, as novas vacinas, de vírus vivo modificado, não se reforçam e são desde logo eficazes se administradas correctamente (das duas uma: ou funcionam, ou não funcionam). O problema é que estas vacinas continuam a ser tratadas como se fossem de vírus morto.

Por exemplo, a imunidade conferida pela vacina contra a panleucopenia felina dura por mais de sete anos ou até mesmo a vida inteira do animal. As outras vacinas felinas (rinotraqueite, calicivirose e raiva) conferem imunidade por pelo menos três anos. Para quê então sobrecarregar o organismo dos nossos animais com revacinações anuais? Os riscos de uma vacinação excessiva não se resumem a um eventual cancro; vários efeitos secundários nocivos têm sido associados às vacinas: graves reacções alérgicas, anemias hemolíticas auto-imunes e fibrossarcomas no local da inoculação.

Além de que todas as vacinas reduzem as defesas do sistema imunitário durante duas a três semanas, o que poderá atrasar a imunidade (enquanto o corpo cria anticorpos) e fazer com que o animal se torne susceptível a outras doenças. E, quanto mais vacinas forem dadas de uma vez, maior a pressão sobre o sistema imunitário (pois tem de desenvolver anticorpos contra mais doenças). Por outro lado, também é certo que não podemos ter garantias de que a vacina surtiu efeito. Vacinação não é garantia de imunidade. Quantos animais não sofrem doenças contra as quais tinham sido vacinados?

As 27 faculdades de medicina veterinária dos EUA estão a alterar os protocolos de vacinação para cães e gatos. Nos próprios EUA e no Canadá, muitos veterinários já começaram a alterar o protocolo de vacinação, tendo a revacinação anual passado para tri-anual, pois a imunidade conferida pelas vacinas de vírus modificado dura pelo menos durante 3 anos.

Não existem nenhuns dados científicos que comprovem as indicações das farmacêuticas para a readministração anual de vacinas de vírus modificado. Os testes quanto à duração da imunidade são levados a cabo pelas farmacêuticas, mas normalmente decorrem apenas por um ano. Ou seja, não é o efeito da vacina que "passa" ao fim de um ano, mas sim o teste que termina ao fim de um ano, normalmente por motivos financeiros. Um estudo da imunidade conferida pelas vacinas a longo prazo custaria uma fortuna.

Tendo em conta estas informações, e pesando os prós e os contras, optei pela revacinação tri-anual dos meus animais. Tomaram todos as primeiras vacinas recomendadas, foram revacinados um ano depois (na eventualidade de as primeiras vacinas não terem surtido efeito) e só voltarão a ser revacinados daqui a 3 anos (excepção feita à vacina da raiva, que é obrigatória todos os anos no caso dos cães).

Tudo isto para dizer que as vacinas deverão ser encaradas como os medicamentos: tudo o que seja administrado com maior frequência, em doses mais elevadas e por um período de tempo mais longo do que o necessário terá inevitavelmente mais efeitos secundários. Como donos conscientes, podemos e devemos minimizar os efeitos secundários das vacinas evitando as vacinações desnecessárias.

Atenção que isto também é válido para quem recolhe por norma animais da rua. A imunidade das vacinas dura bem mais do que apenas um ano, não havendo necessidade da tão apregoada revacinação anual.

Além disso, para aumentar a qualidade e a quantidade de vida dos nossos animais, é mais importante um exame físico anual do que a revacinação anual.

Quem quiser recolher mais informações acerca deste tema:

http://www.critteradvocacy.org

http://www.knowbetterdogfood.com/dogcar ... nation.php

http://www.naturalrearing.com/J_In_Lear ... SPart1.htm

São sites bastante informativos.
Tchinho
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terça mai 25, 2004 12:02 pm

Quando o ano passado fui com a Tchinho ao vet, o vet deu-lhe, além daquela que ela tinha de levar, mais uma que já tinha levado no mês anterior e depois quando ia colar as vinhetas no boletim de vacinas, olhou para o quadradinho acima, da vacina anterior e disse que lhe tinha dado uma vacina a mais, igual à que ela tinha levado no mês anterior..... tinha enganado :o :o :o :o ...... mudei de vet :evil:
Jordan
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terça mai 25, 2004 1:31 pm

Como não sei nada sobre este assunto, tenho que fazer as minhas pesquisas para chegar a formar alguma opinião;... por enquanto tenho me debruçado mais sobre a alimentação industrializada para animais e tenho encontrado com cada coisa :!: :?: :!: :?: (abri um tópico, mas como está em inglês não tem muita aceitação, mas não tenho tempo para traduzir!)

Mas obrigada pela explanação e o assunto é bastante interessante! Qd tiver mais um tempinho vou pesquisar os sites que indicas.

Obrigada! 8)
Miadores
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terça mai 25, 2004 2:15 pm

BOM TÓPICO ;) Obrigado, tigris pela ideia.

Tal como disse no tal outro, também eu me tenho questionado e bastante, sobre esta rotina das vacinas.
As pessoas, na sua maioria, tendem a encarar as coisas como dados adquiridos, como lei sagrada, ou quase, sem se questionarem.
Esquecem-se de um pormenor fundamental: a ciência não é um "edifício acabado", mas sim "em construção", e os conhecimentos de hoje estão sujeitos à revisibilidade, felizmente!
Nada como um espírito crítico! Sem ele não haveria sequer ciência.
O dogmatismo é próprio apenas dos parcos conhecimentos - ciclo vicioso.
<p>MALHINHAS para sempre no meu coracao!</p>
<p>To the world you may be one, to the one you may be the world!</p>
<p>&nbsp;</p>
SarahKay
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terça mai 25, 2004 2:24 pm

E o que dizem os vossos veterinários dessas vossas inovações?

Eu ainda não falei com a minha, mas faço questão de lhe perguntar isso mesmo hoje.

Ela para o Misha disse que como ele já tinha 4 anos e nunca tinha sido vacinado também já não precisava porque tinha criado a sua própria imunidade!
nynf
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terça mai 25, 2004 2:24 pm

Se a vacinação for tri-anual ou bi-anual tem que se dar novamente reforço? Ou seja, os meus gatos foram vacinados novamente agora em Janeiro, se eu os vacinar daqui a 3 anos terei que dar vacina mais o reforço ou só a vacina?
<p><strong>Sauda&ccedil;&otilde;es!</strong></p>
<p><strong>Cristina Paulo</strong></p>
<p>&nbsp;</p>
tigris
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terça mai 25, 2004 2:42 pm

SarahKay Escreveu: E o que dizem os vossos veterinários dessas vossas inovações?
SarahKay, naturalmente, já tentei falar com os veterinários dos meus animais a este repeito, mas a receptividade foi praticamente nula. Aliás, com toda a sinceridade, nem outra coisa esperava, pois estas alterações ao protocolo de vacinação são uma autêntica revolução no campo da imunologia. Mas penso que não se mostram receptivos porque não estão actualizados nem bem informados acerca das recentes "descobertas" na área da imunologia.

nynf Escreveu: Se a vacinação for tri-anual ou bi-anual tem que se dar novamente reforço? Ou seja, os meus gatos foram vacinados novamente agora em Janeiro, se eu os vacinar daqui a 3 anos terei que dar vacina mais o reforço ou só a vacina?
nynf, as vacinas de vírus vivo modificado não precisam de reforço.
Kathleen
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terça mai 25, 2004 2:45 pm

Olá

Agora fiquei um pouco confusa. Nunca tinha pensado que a vacinação pudesse ser excessiva. Eu vacino as gatas todos os anos, foi assim que o vet me explicou, será excessivo?

Beijokas
kathleen
a_m_c
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terça mai 25, 2004 2:48 pm

A opinião dos veterinários sobre este assunto da vacinação varia! Já falei com dois sobre isto, e obtive respostas opostas: um advoga a vacinação total, i.e. vacinas "normais" (herpesvirose, calicivirose e panleucopénia) + FeLV + Raiva e reforço anual de tudo, incluindo FeLV. O outro apenas defende as vacinas "normais", argumentando que as outras são desnecessárias se o gato estiver sempre em casa.

Contudo, não sei se existe alguma posição oficial dos veterinários em Portugal perante o problema das vacinas que apresentam um grau de risco elevado ou sobre os problemas da sobre-vacinação em geral. Tal como temos vindo a discutir no tópico "Vacina FeLV: Sim ou Não" neste forum, nos EUA e no Reino Unido a posição é mais clara, existindo estudos sobre o impacto da vacinação e directivas sobre os locais onde administrar as vacinas contra o FeLV e Raiva num gato, por exemplo.

Complemento os locais que o tigris enviou com estas duas páginas sobre os guias de vacinação em felinos e os riscos associados à algumas vacinas, nomeadamente contra o FeLV e Raiva:
http://www.winnfelinehealth.org/health/ ... lines.html
http://www.avma.org/vafstf/vafstf01.asp
SarahKay
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terça mai 25, 2004 2:58 pm

Vou transcrever um texto que pode ajudar a baralhar! :lol:

Março: Mês das Doenças Infecto-Contagiosas
por Hospital Veterinário do Porto em 0000-00-00


MARÇO:MÊS DAS DOENÇAS INFECTO-CONTAGIOSAS

As vantagens de um programa de vacinação!!


O que é uma vacina?
A palavra vacina deriva da palavra latina para vaca (vacca) e foi usada a primeira vez em honra do médico inglês, Edward Jenner. O Dr. Jenner descobriu que injectando na pele das pessoas um preparado (vaccine) feito com material da comum doença do gado, a varíola, os indivíduos ficavam protegidos contra a tão temida doença. O conceito de usar uma pequena infecção para proteger de uma doença severa causada por um organismo relacionado, foi desenvolvido pelo famoso cientista francês, Louis Pasteur. Pasteur e os seus colegas conseguiram produzir organismos menos perigosos, como o da raiva, que poderiam ser usados em vacinas para proteger ou imunizar.

O que é imunidade?
Imunidade é um conjunto de defesas que cada animal desenvolve para resistir a uma infecção ou, no mínimo, resistir contra as suas consequências prejudiciais. Esse conjunto é composto maioritariamente por glóbulos brancos; especialmente os linfócitos com os seus produtos químicos; anticorpos e citoquinas como o interferão.

O que é uma vacina viva (modificada)?
Numa vacina viva ou atenuada o organismo (vírus, bactéria, etc.) foi alterado ou modificado de forma a não ser tão prejudicial ('virulento'), mas a sua injecção estimula igualmente a imunidade.

O que é uma vacina morta?
O organismo é morto ou inactivado para se tornar inofensivo. Vacinas mortas muitas vezes precisam de adjuvantes para estimular a resposta imunitária.

Qual é a melhor: uma vacina viva ou uma vacina morta?
Ambas tem vantagens e desvantagens. O seu veterinário leva em conta muitos aspectos ao fazer a escolha.

Porque tem de ser injectada?
Algumas vacinas podem ser dadas localmente, por exemplo dentro do nariz, mas a maioria requer a sua injecção promovendo o máximo de contacto entre a vacina e os glóbulos brancos para que o sistema imunitário seja activado. Algumas vacinas são subcutâneas (injectadas sob a pele) outras são intramusculares (injectadas no músculo). A injecção parece fácil, no entanto existem várias precauções que o veterinário deve tomar.

Que vacinas são necessárias nos cães e nos gatos?
Dependendo da localidade onde mora, algumas infecções podem ser mais ou menos frequentes. O seu veterinário pode analisar os riscos nas suas circunstâncias e aconselhá-lo sobre o programa de vacinação. O leque de vacinas disponível para cães inclui Esgana, Parvovirose, Hepatite Infecciosa, Leptospirose, Laringotraqueíte, Raiva e Piroplasmose.No caso dos felinos, se o seu animal está completamente isolado, sem qualquer contacto com outros gatos e não existe a hipótese de trazer infecções nas mãos ou roupas, a vacinação não é necessária. O seu veterinário poderá analisar os riscos numa situação dessas e aconselhá-lo de acordo.Os gatos podem ser vacinados contra a Coriza Felina, Panleucopénia Felina, Chlamidiose Felina, Leucemia Felina e Raiva.

Porque é que os cachorrinhos e os gatinhos necessitam de várias doses?
Por duas razões. Primeiro porque, sem testes complexos, não se pode saber quando é que o cachorrinho ou o gatinho perdeu a imunidade que recebeu da sua mãe (anticorpos maternos). Um declínio muito precoce da imunidade materna pode deixar o cachorrinho ou gatinho mais susceptível a infecções numa idade muito jovem e uma forte imunidade maternal poderá interferir na primeira vacinação. Segundo, especialmente com vacinas mortas, a primeira dose é a dose de preparação e a segunda dose faz com que a resposta seja maior e a imunidade se torne mais longa.

Porque fazer revacinações anuais?
Na maioria dos cães e gatos vacinados, a imunidade pode durar mais de um ano e por vezes vários anos. Contudo, a imunidade diminui com o tempo e esta diminuição varia em cada indivíduo. A revacinação anual já provou ter sucesso para manter um nível razoável de imunidade.

Quanto tempo demora para a vacina ter efeito?
Algumas horas após a vacinação, as primeiras fases da resposta imunitária são estimuladas. Contudo, normalmente só se atinge um nível razoável de protecção em 10 a 14 dias e, no caso das vacinas mortas, apenas tem efeito após a administração da segunda dose. No caso de cachorrinhos ou gatinhos, os anticorpos maternos podem retardar a protecção. Por isso é aconselhável manter o animal recém-vacinado isolado de outros indivíduos até ter terminado a primovacinação.

O que acontece se o meu animal de estimação está doente quando é vacinado?
Fazer um exame clínico e análises ao sangue antes de vacinar pode prevenir esta situação. Na maioria dos casos, vaciná-lo nesta situação pode não ser prejudicial, mas é importante que o animal esteja completamente saudável para garantir um desenvolvimento adequado da imunidade.

O meu animal de estimação ficará doente após a vacinação?
É natural que detecte alguma letargia no dia ou dias seguintes à vacinação. No caso de vacinas mortas com adjuvantes, poderá ocorrer um espessamento ou inchaço no local onde foi dada a vacina. Se for doloroso e se persistir por uma semana ou mais sem diminuição de tamanho, consulte o seu veterinário. Alguns animais poderão desenvolver outras reacções, como hipersensibilidade (alergia). Isto normalmente acontece passados alguns minutos, mas poderá manifestar-se após algumas horas. O seu animal de estimação poderá ter dificuldade em respirar, salivar abundantemente, vómitos, diarreia e, no caso dos gatos, poderá coçar vigorosamente a cabeça. Numa situação destas, consulte imediatamente o seu veterinário.


DOENÇAS

PARVOVIROSE:
Parvovirose Canina (CPV) é uma doença relativamente recente que apareceu em 1978. Como o nome indica, o agente causativo da Parvovirose é um vírus. Tem a sua principal origem nas fezes de cães infectados. Animais susceptíveis ficam infectados por ingerir o vírus. Este é levado até ao intestino onde acaba por invadir a parede intestinal e causar uma infecção. Diferente de outros vírus, o Parvovírus é estável no meio ambiente e resiste ao calor, detergentes e álcool. Associado com a sua grande estabilidade, o vírus transmite-se muito facilmente pelo pêlo ou patas dos cães infectados, contamina sapatos, roupas e outros objectos. Não é necessário o contacto directo para que um cão infectado contagie outros indivíduos. Cães que são infectados manifestam os sinais clínicos 5 a 10 dias após a infecção inicial.

As manifestações da Parvovirose são variáveis, mas geralmente incluem vómitos severos e diarreia. A diarreia poderá ou não conter sangue.

Administração de Fluidoterapia

Adicionalmente, os cães infectados podem apresentar perda de apetite, depressão e febre. Embora cães de qualquer idade possam ser afectados, existe uma maior ocorrência em cães com menos de um ano. Cachorros com menos de 5 meses são os afectados mais severamente e são os que tem mais dificuldade no tratamento.Não existe um tratamento que mate o vírus. O vírus não causa directamente a morte; no entanto, causa a perda da cobertura da parede intestinal. Isto resulta em grave desidratação, desequilíbrios electróliticos (sódio e potássio) e infecção na corrente sanguínea (septicemia) quando as bactérias intestinais conseguem passar para o sangue. O primeiro passo para o tratamento consiste na correcção da desidratação e dos desequilíbrios electrolíticos através da administração intravenosa de fluidos que contêm electrólitos. São dados antibióticos e drogas anti-inflamatórias para prevenir ou controlar a septicemia e drogas anti-espasmódicas usadas para controlar a diarreia e os vómitos.A maioria dos cães recupera se tiver um tratamento intenso e se começar esse tratamento antes de existir septicemia e desidratação. Por razões desconhecidas, algumas raças, como o Rottweiler, tem uma taxa de mortalidade muito maior do que outras raças.

O melhor método para prevenir a Parvovirose consiste numa vacinação adequada. O programa de vacinação consiste na administração da vacina às 8, 12 e 16 semanas de idade, revacinando anualmente. Em cães cuja exposição ao vírus é maior (canis, cães de exposição, etc.) é aconselhável a revacinação semestralmente.

ESGANA:
Esgana é uma doença vírica altamente contagiosa que afecta os cães, outros membros da família dos canídeos e outras espécies, por exemplo, furões, doninhas, etc.O contágio faz-se por contacto directo de um animal susceptível com um cão que manifesta os sintomas. O vírus pode-se espalhar também a curtas distâncias através da tosse e do espirro.Como em todas as doenças infecciosas, os sinais clínicos variam. Os sinais incluem diarreia, vómitos, descargas amareladas nos olhos e nariz, tosse e mais tarde convulsões. Cães que recuperam desta doença muitas vezes ficam com sequelas, como persistentes tiques nos músculos e convulsões. Embora muitas outras doenças causem vómitos e diarreia, outras podem provocar os sinais respiratórios (tosse, etc.) e ainda muitas manifestam-se através de sinais neurológicos (convulsões, etc.), Mas muito poucas doenças causam todos estes sinais em conjunto.Não existe um tratamento específico da esgana. Antibióticos não são eficazes contra viroses. O principal objectivo no tratamento de esgana consiste em ajudar a reduzir os sinais e sintomas, o que implica hospitalização em cuidados intensivos para repouso, aplicação intravenosa de fluidoterapia e tratamento dos sintomas (vómitos, diarreia, tosse, etc.)

Felizmente existe vacinação muito eficaz contra a esgana. Esta vacina inclui-se no programa de vacinação dada os cachorrinhos. Embora na maioria dos cães a protecção dada pela vacinação inicial possa durar mais de um ano, a revacinação anual é recomendada, isto porque em alguns indivíduos a imunidade decresce muito rapidamente. Certifique-se que mantêm o seu cachorrinho isolado de outros cães que não sabe se estão vacinados e evite todo o contacto com animais selvagens.

HEPATITE INFECCIOSA:
Hepatite significa infecção no fígado. Hepatite infecciosa canina é uma infecção viral causada por um membro da família dos Adenovírus. É totalmente inofensiva para as pessoas. O vírus da hepatite transmite-se pelo contacto directo de urina ou secreções nasais e oculares de animais infectados com animais susceptíveis. Atinge principalmente cães jovens e os sinais clínicos manifestam-se em 2 a 5 dias após a infecção, embora o período de incubação possa atingir os 14 dias. De uma forma geral, os sinais clínicos consistem em perda de apetite, depressão e febre. Em alguns casos pode-se observar o desenvolvimento de uma opacidade em uma ou em ambas as córneas (olho azul) após uma a duas semanas e sinais respiratórios, como secreções libertadas pelos olhos e nariz e tosse. Em alguns cachorros, além destes sinais poderá existir dor abdominal, vómitos, diarreia, edemas na cabeça e no pescoço e icterícia. Muitos destes casos são fatais.Não existe tratamento específico. Os antibióticos são ineficazes. O tratamento desta virose consiste na redução dos sintomas dando tempo para uma resposta do sistema imunitário do animal. Isto inclui repouso, fluidoterapia e medicação para reduzir os sintomas.

LEPTOSPIROSE:
Doença causada por uma bactéria que afecta muitas espécies de animais selvagens. No caso dos cães, as formas mais importantes desta bactéria é a canicola e icterohemorrhagiae.Principalmente os ratos e outros roedores são portadores da leptospira, embora outros cães também o possam ser. Os principais meios de transmissão são a ingestão de urina de animais infectados e, particularmente a icterohemorrhagiae pode penetrar em feridas ou tecidos moles. O período de incubação ronda os 4 a 12 dias.Existem três formas distintas de desenvolvimento desta doença: hemorrágica, que se inicia com febre alta, apatia e total perda de apetite, observam-se pequenas hemorragias, diarreia sanguinolenta e vómitos; ictérica, que se inicia da mesma forma que a hemorrágica, embora se possa observar também a palidez das membranas mucosas; falha renal, que se caracteriza especialmente pelo mau hálito e ulceração da língua. Esta forma pode ser fatal ou tornar-se crónica.Neste caso os antibióticos são eficazes, mas geralmente é preciso também cuidados médicos intensivos e fluidoterapia para a recuperação.A Leptospirose é prevenida essencialmente pela vacinação anual.

LARINGOTRAQUEÍTE (Tosse do Canil):
Além da tosse esta doença tem como sinais clínicos corrimentos nasais e oculares, amígdalas aumentadas, espirros, falta de apetite e depressão.Embora não haja tratamento para a infecção viral, muitos dos sinais são causados por bactérias, principalmente a Bordetella. Os antibióticos são eficazes contra essas bactérias, embora por vezes ocorra alguma resistência. De forma geral o infecção é tratada totalmente em uma semana, no máximo 3 semanas.A vacinação é o método ideal de prevenção da Laringotraqueíte.

LEUCEMIA FELINA (FeLV):
Apesar de actualmente já existir uma vacina, a leucemia felina continua a ser a maior causa de doença entre os gatos.Existem três doenças principais que causam a FeLV: A leucemia que é o cancro dos glóbulos brancos; linfossarcoma que é o cancro em vários órgãos, como rins, fígado, medula espinal, cérebro, etc; e as doenças não cancerosas que incluem anemia, artrite, etc. Quando o sistema imunitário é suprimido, o gato torna-se susceptível a muitas doenças, mesmo às mais suaves a que normalmente resistiria, tornando-se fatais.O vírus transmite-se pela partilha de taças de alimentação e água, a limpeza mútua entre os gatos e transmissão pré-natal. Mas o principal meio de transmissão consiste nas lutas entre gatos, uma vez que há uma grande libertação de saliva pela qual se transmite o vírus.Algumas formas de leucemia não respondem aos tratamentos disponíveis indicados para o cancro. Outros tipos podem responder a quimioterapia, embora a esperança média de vida desses gatos seja menos de um ano. Uma vez que o vírus não é afectado com o tratamento, o gato continua infectado com FeLV. Dadas as diferentes respostas de cada indivíduo cabe ao seu veterinário saber se o tratamento da leucemia é recomendado.Gatos infectados podem permanecer aparentemente não infectados durante anos. Contudo esses gatos devem estar totalmente isolados de outros indivíduos, dado o seu elevado potencial para contágio.Embora não exista evidência da transmissão para os humanos do vírus FeLV, não se aconselha a exposição desnecessária de recém-nascidos, pessoas que fazem quimioterapia, pessoas seropositivas e receptores de órgãos transplantados a fazer medicação anti-rejeição a este e qualquer outro vírus.A vacina é a forma de prevenção mais eficaz do FeLV.

PANLEUCOPÉNIA FELINA:
Panleucopénia é uma diminuição muito acentuada do número de glóbulos brancos, as células pertencentes ao sistema imunitário. Este decréscimo torna o indivíduo mais propenso a ter outras infecções.O vírus que causa esta doença é da família do parvovírus e transmite-se pelas excreções, particularmente as fezes de gatos infectados. Transmite-se directamente, se for ingerido ou pode usar como meios de transmissão objectos contaminados, como as taças da água e da comida ou mesmo através dos sapatos.Os sinais clínicos consistem em depressão profunda ou debilitação que pode levar ao colapso, vómitos e diarreia, podendo esta ser com sangue. O pêlo torna-se feio e baço e a pele perde a sua elasticidade. Dado o sistema imunitário estar afectado, podem-se observar outras infecções.Os antibióticos são ineficazes nestes casos, embora possam ser usados para tratar as infecções bacterianas frequentes em gatos com esta doença. A desidratação requer cuidados médicos intensivos e fluidoterapia. Como nas outras viroses, a vacinação é o meio principal de prevenção da panleucopénia.

RAIVA:
É uma doença vírica que se caracteriza por causar um grave distúrbio neurológico. Pode afectar todos as espécies de animais de sangue quente, incluindo as pessoas e é muitas das vezes fatal.A sua primeira fase é marcada por uma alteração de comportamento, as pupilas podem ficar dilatadas e a salivação é exagerada. Numa segunda fase, a excitação é excessiva havendo uma resposta também excessiva a cada estímulo, bizarras alterações de apetite, engolindo até mesmo ossos e outros objectos, autotraumatismo e vocalização alterada.

Vírus da Raiva

Muitas vezes, o animal torna-se agressivo, incluindo para os donos, podendo ocorrer convulsões.O principal meio de propagação da doença é a mordedura de um animal com raiva.A vacinação é o meio de prevenção mais eficaz.


PROGRAMA DE VACINAÇÃO DO HVP

Cães

6 semanas: Esagana e Parvovirose

7/8 semanas: Esgana, Parvovirose, Hepatite Infecciosa, Leptospirose e Laringotraqueíte

12 semanas: 2ªDose

16 semanas: 3ª Dose

20 semanas: Raiva

Os cães necessitam de uma revacinação anual contra as doenças referidas anteriormente.



Gatos

2 meses: Coriza Felina; Panleucopénia Felina; Chlamidiose Felina

3 meses: 2ª Dose

4 meses: Leucemia Felina

5 meses: Leucemia Felina

6 meses: Raiva

Os gatos necessitam de uma revacinação anual contra a coriza felina, panleucopénia felina e chlamidiose felina. Contra a leucemia felina apenas precisam ser vacinados de 3 em 3 anos.
beta1969
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terça mai 25, 2004 3:03 pm

EXCELENTE tópico.

Parabéns a quem o abriu.

Eu sou cuidadosa, mas assumo publicamente que nunca questionei o que os Vets me dizem... Cumpro ao milimetro o plano de vacinação dos meus gatos... Dizem que é na data X e lá estou eu.

Sinceramente, não sabia que podia haver vacinação em excesso :oops:
Kathleen
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terça mai 25, 2004 3:03 pm

Olá

os vets onde vou acham que só se deve dar as "normais" e a da FELV pois segundo dizem cada vez há mais gatos a aparecerem com a doença. E têm tido casos de pessoas que dizem ter sempre os gatos em casa, mas depois numas férias até os juntam com gatos de um familiar, ou até um dia um escapa e azares acontecem.
Em relação a vacinas como as da Raiva dizem que não é para vacinar a não ser que o gato tenha de ir para um país onde a vacina seja obrigatória ou ande muito exposto na rua.

Beijokas
kathleen
SarahKay
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terça mai 25, 2004 3:07 pm

Resumindo:

- Nem todas a vacinas são vivas.

- Nem para todos gatos a imunidade dura mais de um ano.

- A vacina contra a leucemia pode ser dada de 3 em 3 anos.

Penso que seja melhor falarem com os vosso veterinários primeiro antes de tomarem qualquer decisão. Ouçam a explicação deles e fiquem atentos se ele demonstra estar actualizado ou não acerca destas alterações (isso demonstrará o caracter inovador ou não do vosso vet e se ele apesar de já ter o curso continua interessado em aprender e se actualizar).

Depois então estão em condições de tomar vocês mesmos uma decisão!

;)
tigris
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terça mai 25, 2004 3:07 pm

SarahKay, é um facto que a forma como se encara a vacinação dos animais de companhia está a mudar e que são cada vez mais os alertas para os perigos de uma vacinação excessiva. Como já vi que também é fã de pesquisas ;), consulte o último site que indiquei acima, que tem muitas informações *actuais* acerca da vacinação:

http://www.naturalrearing.com/J_In_Lear ... SPart1.htm

No entanto, como esta alteração aos protocolos de vacinação há-de ser certamente um processo lento e com muita resistência, compete aos donos zelarem entretanto pela saúde dos seus animais. Como? Informando-se, actualizando-se e optando, em consciência, pelo que for melhor para o seu animal.
Kathleen Escreveu: Eu vacino as gatas todos os anos, foi assim que o vet me explicou, será excessivo?
Sim, é excessivo e perigoso. Tri-anualmente seria suficiente.
Kathleen
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terça mai 25, 2004 3:10 pm

Olá

Vou conversar com o vet. Mas digam-me uma coisa, não há umas vacinas que são Tri anuais? Não é um tipo próprio de vacinas? Eu tenho ideia de ter ligo quaquer coisa sobre isto.

beijokas
kathleen
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