Pois as minhas gatas nunca arranham ou mordem (aliás a abissínia nunca fez sequer um gesto nesse sentido, apenas quando era pequenina na brincadeira).
A Cuca, a rafeira, avisa (mexe o rabo, torna-se mais irrequieta) e aí eu já sei que estou a abusar. Mas desde pequena procurei ensiná-la a não arranhar ou a morder. Quando ela abusava, ralhava-lhe ou dava-lhe uma palmada, sempre associado com a palavra NÃO (vigorosa)! Também desde pequena procurei habituá-la a não arranhar pelo menos na cara das pessoas, chegando-lhe a pata (a mão) dela, com as unhas de fora, à minha cara e dizendo-lhe: "aqui não". Se resultou ou não, não sei. Mas não arranha, nem na cara nem em lado nenhum, parece saber ou evitar/hesitar mesmo em arranhar a cara. Isto apesar de algum mau feitio, se calhar fruto das agruras que passou enquanto andou abandonada na rua. Certamente há aqui uma boa dose naif minha

. Mas o que é certo, é que a Cuca é uma gata muito INTELIGENTE

, lá isso é, não é para me gabar, pois a outra não parece tanto - enfim, (ainda) é jovem (juventude não pensa, como se costuma dizer...

).
Resumindo, mesmo à minha filha e a outras pessoas, ela (a Cuca, a rafeira) não arranha ou morde. Só se a chatearem muito e não a largarem.
De resto, a Cuca, só me mordia e me arranhava nas lutas terríveis que travávamos, na brincadeira claro, em que eu a atacava na cabeça e no focinho com a minha mão direita, por todos os lados e à viva força.
Desse modo consegui ficar com quase todos os dentes de leite da Cuca:p , pois ao morder-me (na brincadeira, mas com genica

), acabava por deixar os dentes (que entretanto já estavam a abanar), na pele da minha mão ou perto no chão.
Fruto disso (e também porque era a mesma mão que usava para a pôr na ordem quando era caso disso),
a gata só tinha e tem atenção à minha mão direita. Nem quando me zango com ela, ela liga à minha mão esquerda. Não liga! Só à direita!
Os gatos (e outros mamíferos) são um pouco como as nossas crianças: ou a gente os ensina o NÃO, com vigôr, logo de início ou então a gente acaba por perder o pé, a mão ou lá o que seja neles

.
Contudo, sempre ouvi dizer que com facilidade os gatos têm pancas, que são traiçoeiros, que se atiram e arranham às pernas, assim em repentes, inesperadamente! Penso que esses serão comportamentos desviantes, fruto ou de taras, mesmo, ou, o que poderá ser mais frequente, do ambiente em que foram ou são criados quando são bébés e jovens. Tem sido verificado bastas vezes que os animais superiores (domésticos e selvagens), só são felizes e conseguem brincar quando têm uma boa infância (não são largados demasiado cedo da mãe e/ou dos seus irmãos), e brincam muito nessa altura. O seu sucesso, sobrevivência e sociabilidade enquanto adultos parece estar largamente dependente da brincadeira. No fundo é um pouco o que se passa connosco, Humanos.
Como a Pirolita, a abissínia, nunca foi muito dada a responder às minhas provocações de ataque (foge, vai-se embora), nunca consegui ficar com um único dente de leite dela

(snif!). Foi a primeira vez que um gato meu não respondeu a "lutas ferozes":? (snif!).
Em suma, Bita: dê-lhe logo uma palmada! morda-lhe! dê-lhe logo uma beliscadela na orelha, no lombo, no rabo! Imponha-se! (mas não muito, senão ele passa a ir morder ao seu marido)
