Universidade Técnica de Lisboa
Faculdade de Medicina Veterinária
Toxicologia 1998/99
Claro que NUNCA se deve medicar um gato sem consultar o veterinário.PARACETAMOL(ex:benuron)
No gato o paracetamol é a segunda substância activa com maior frequência de intoxicação, após os piretrinóides (antiparasitários externos).
Em medicina veterinária o paracetamol é causa de intoxicação, sobretudo em gatos. Isto ocorre essencialmente em resultado da automedicação por parte dos donos, numa tentativa de resolver estados febris ou de abatimento do seu animal de estimação.
Os sinais clínicos verificados em ambas as espécies são cianose das mucosas, dispneia e taquicárdia, devido à metahemoglobinémia, predominando esta no gato. Letargia, depressão e edema da face fazem também parte de sintomas comuns
No gato doses acima dos 50 mg/Kg/dia produzem sinais clínicos de toxicidade. A pequena dimensão deste valor permite-nos concluir que o gato é extremamente sensível ao paracetamol, de modo que o uso deste medicamento nesta espécie está contra-indicado. É importante salientar novamente as circunstâncias em que o gato se intoxica por paracetamol. Os donos dos animais possuem frequentemente no seu lar especialidades humanas contendo paracetamol, sob a forma de comprimidos de 250 ou 500 mg. Ao automedicarem o seu gato com um comprimido estão a administrar-lhe uma dose bastante superior à suportada pela espécie, correndo o risco de lhes provocar lesões graves que poderão culminar em morte.
ASPIRINA ou ÁCIDO ACETILSALICÍLICO
São tóxicas as doses superiores a 80mg/kg/dia. Os sinais de intoxicação incluem anorexia, vómito, perda de peso, desidratação, depressão profunda, anemia, supressão da medula óssea, convulsões e morte súbita.
É importante salientar que se a aspirina for administrada aos gatos na dose e frequência utilizadas nos pacientes humanos (comprimido de 500mg), há uma acumulação do ácido acetilsalicílico, até um ponto em que se obtém uma concentração plasmática letal