Informação sobre FIV

[Tassebem]

Na sequência do incidente que aconteceu com o Lenny, tenho estado a receber informação sobre algumas das patologias felinas que mais assustam os donos e resolvi partilhá-la, esperando que seja útil.

Este texto diz respeito ao FIV.


«Vírus da Imunodeficiência Felina (FIV)
Perguntas Mais Frequentes


O meu gato é FIV-positivo. Ele tem a síndrome da imunodeficiência felina (SIDA felina)?
O facto de ser FIV-positivo significa apenas que o gato foi infectado pelo vírus da imunodeficiência felina (FIV); assim, não signfica necessariamente que tenha SIDA felina. A designação SIDA felina descreve os estágios terminais da doença associados à infecção pelo FIV, os quais podem não se desenvolver durante muitos anos.

Posso “apanhar” FIV ao contactar com um gato?
Não. O FIV é espécie-específico, o que significa que apenas tem capacidade de infectar gatos. Apesar do vírus da imunodeficiência humana (HIV, conhecido por vírus da SIDA) pertencer a um grupo de vírus similares, não existe nenhum risco de infecção cruzada.

Como é que o meu gato contraiu esta infecção?
O FIV é transmitido primariamente através de mordedura. Os gatos que possuem hábitos de luta (pelo território, disputa da fêmea), particularmente aqueles com historial de abcessos por mordedura, têm maior probabilidade de vir a ser diagnosticados como FIV-positivos. Os gatinhos podem também infectar-se após o nascimento, provavelmente via leite materno (onde o vírus está presente). Aproximadamente um quarto a um terço dos gatinhos nascidos de uma progenitora FIV-positiva serão FIV-positivos. As interacções normais dos gatos, como por exemplo o grooming (“lavagem” do pêlo) estão associadas a baixo risco de contágio.

Qual é a probabilidade de os meus outros gatos serem também FIV-positivos?
Os coabitantes do gato diagnosticado como FIV-positivo poderão já ter sido infectados sem que apresentem necessariamente sinais de doença. Contudo, a disseminação do FIV entre gatos através do contacto social por si só é, normalmente, muito baixa, pelo que existe um boa probabilidade de a maior parte dos coabitantes permanecer sem infecção, isto é, FIV-negativa.

Os meus outros gatos correm risco de infecção?
O risco dos coabitantes do gato FIV-positivo serem infectados é baixo, salvo se ele tiver hábitos de luta. O vírus não sobrevive muito tempo no ambiente, pelo que este não representa uma fonte de infecção para os outros gatos. Contudo, a saliva do gato infectado contém grandes quantidades do vírus, pelo que se aconselha que seja alimentado separadamente.

Qual é o prognóstico a longo-prazo para um gato FIV-positivo?
Nem sempre é possível emitir um prognóstico a longo-prazo para gatos que sejam diagnosticados como FIV-positivos. Após infecção, um gato poderá permanecer na fase assintomática (durante a qual não exibe sinais externos de doença) por muitos anos, antes que surja a fase sintomática da imunodeficiência adquirida (a chamada SIDA). Os avanços que têm vindo a ser desenvolvidos na área veterinária, nomeadamente ao nível de cuidados de suporte, têm vindo a ajudar-nos a manter os gatos FIV-positivos sintomáticos (com SIDA) com qualidade de vida por muito mais tempo do que se conseguia num passado recente.

O que posso fazer para manter o meu gato FIV-positivo o mais saudável possível?
Para ajudar o seu gato a manter-se saudável, deverá assegurar-lhe um estilo de vida saudável, com alimentação de boa qualidade, actos de desparasitação interna e tratamentos preventivos de pulgas regulares, bem como check-ups veterinários frequentes. Qualquer infecção que se desenvolva deverá ser tratada de forma pronta e agressiva. Quanto mais saudável for o gato, maior será a tendência para o período assintomático se prolongar. Será também benéfico tentar manter o gato dentro de casa, uma vez que assim se reduz a probabilidade de contrair infecções através do contacto com outros gatos e o risco de disseminação do FIV. Deverão evitar-se as refeições à base de carne crua e, sempre que possível, os comportamentos de caça, dado aumentarem o risco de toxoplasmose (infecção por Toxoplasma gondii), doença que pode ser particularmente grave em gatos FIV-positivos.

Como é que se diagnostica FIV?
Para o diagnóstico de FIV utiliza-se normalmente um teste sanguíneo. Este teste procura identificar uma resposta do sistema imunitário do gato (anticorpos) à presença do vírus no organismo. Se o teste tiver um resultado positivo é muito provável que o gato tenha sido infectado pelo vírus. Contudo, podem ocorrer por vezes, e por um número determinado de razões, resultados falso-positivos e falso-negativos. Por exemplo, os anticorpos presentes no sangue de uma progenitora FIV-positiva podem passar através do leite para o sangue dos seus gatinhos não-infectados; se o sangue destes for testado, surgirá um resultado falso-positivo para FIV. Assim, gatinhos com idade inferior a quatro meses e diagnosticados como FIV-positivos deverão ser novamente testados a partir dos seis meses de idade. Os laboratórios comerciais oferecem também outros testes de diagnóstico para o FIV, incluindo um teste denominado PCR, que procura identificar o material genético do vírus no sangue ou noutro tecido do gato a testar.

Irá o meu gato recuperar da infecção?
Uma vez infectado com o vírus da imunodeficiência felina, o gato permanecerá infectado até ao resto da sua vida.

Que tipo de doença/sintomas causa o FIV?
O FIV causa doença porque destrói o sistema imunitário do gato infectado, o qual se torna incapaz de combater apropriadamente infecções (que de uma forma normal controlaria) e vulnerável ao desenvolvimento de neoplasias (tumores). Os sintomas mais comuns de infecção por FIV incluem:
• Estomatite/Gengivite (inflamação da boca/gengivas)
• Perda de peso
• Anorexia (perda parcial ou total do apetite)
• Febre
• Inflamação da membrana localizada à volta dos olhos (conjuntivite)
• Gânglios linfáticos aumentados
• Vómito e diarreia
Muitos destes sinais são inespecíficos e outras doenças poderão cursar com um quadro clínico similar.

Existe tratamento?
As infecções secundárias poderão ser eficazmente tratadas com antibióticos, mas não existe tratamento específico disponível para o vírus (FIV). Alguns gatos têm vindo a ser tratados com pouco sucesso com medicamentos anti-HIV destinados a humanos, incluindo o AZT (azidotimidina) e interferão. O óleo de prímula (550 mg sid) parece ser benéfico, particularmente nos primeiros estágios de infecção.

O meu gato FIV-positivo deverá ser eutanasiado?
Normalmente não é necessário eutanasiar o gato FIV-positivo até que este entre na fase terminal da doença. Tal como acontece com o HIV em seres humanos, os gatos com FIV passam por um longo período em que são aparentemente saudáveis e não apresentam sinais clínicos (a chamada fase assintomática da doença). Esse período poderá durar vários anos durante os quais o seus gato poderá viver uma vida normal e feliz.

Como posso evitar que os gatos sejam infectados com FIV?
Uma vez que a maioria dos gatos é infectada por mordedura durante uma luta, o risco de infecção poderá ser minimizado através da castração e, sempre que possível, mantendo o gato em casa pelo menos durante a noite, fase em que os gatos são geralmente mais activos e, por isso, em que são mais frequentes as lutas.

Um dos meus gatos é FIV-positivo, mas os outros não são. O que devo fazer?
Existem duas opções:
• Encontrar um novo lar para o gato FIV-positivo no qual não existam outros gatos.
• Uma vez que o risco de contágio através do contacto social é baixo, muitas pessoas optam por manter o gato FIV-positivo em casa. Neste caso, o gato deverá ter um comedouro/bebedouro independente ao qual os outros gatos não tenham acesso, sendo o mesmo válido para a comida que sobre.

O meu gato FIV-positivo deverá ser vacinado?
Se se deve ou não submeter o gato FIV-positivo aos actos vacinais de rotina é ainda controverso. A estimulação do sistema imunitário desencadeada pela vacinação poderá levar à progressão da infecção a FIV, por alterar o equilíbrio que se estabeleceu entre o sistema imunitário e o vírus. Contudo, os gatos FIV-positivos são mais susceptíveis a infecções e, assim, poderá por vezes ser benéfico protegê-los de determinadas doenças infecciosas como, por exemplo, das associadas aos vírus respiratórios (“coriza”). Os potenciais riscos e benefícios da vacinação de gatos FIV-positivos deverão ser equacionados caso-a-caso. Os gatos que sejam mantidos dentro de casa e que tenham sido regularmente vacinados previamente ao diagnóstico de FIV têm um risco muito baixo de contrair infecções, sendo (provavelmente) mais benéfico não os submeter a reforços vacinais. Pelo contrário, gatos FIV-positivos que tenham acesso ao exterior e que possam, assim, estar expostos a infecções, deverão ser (provavelmente) vacinados.
Caso se opte por vacinar um gato FIV-positivo, é recomendável o uso de vacinas inactivadas (sempre que estas se encontrem disponíveis), uma vez que, apesar de não existirem ainda estudos que o suportem, a imunossupressão potencialmente causada pelo FIV está associada a um maior risco de desenvolvimento de doença clínica aquando da administração de vacinas vivas modificadas (vacinas atenuadas).

Existe alguma vacina que permita proteger o meu gato da infecção pelo FIV?
Actualmente, não existe na Europa nenhuma vacina que previna a infecção por FIV. Uma vacina para FIV está disponível para comercialização nos EUA, apesar de existir escassa informação acerca da sua eficácia.


Última actualização em Novembro de 2008

Este folheto informativo foi elaborado pelo Feline Advisory Bureau (www.fabcats.org) e adaptado para português nesta clínica.»

[Euphie]

Excelente tópico, altamente informativo! Já vi algumas das minhas dúvidas respondidas.

[Tassebem]

São bem-vindas achegas...

[Pokoio]

Obrigada pela informaçao. ainda bem que o meu gato nao anda na rua

[Tassebem]

Obrigada pela informaçao. ainda bem que o meu gato nao anda na rua

Todos pensassem assim...