De uma forma geral, sim, convivem pacificamente. Formam subgrupos mais pequenos, os bebés claro que se dão todos bem uns com os outros e adoram o Gabriel, que é um bebé grande... depois há os adultos solitários e humano-dependentes, que não se integram no grupo que passa a maior parte do tempo na rua (e alguns são muito meigos e foram criados comigo desde bebés, mas preferem a liberdade) e basicamente toleram-se. A mais intolerante é mesmo a Chamarrita, por ela não havia mais gato nenhum, foi a primeira. A única amiga que tem é a Joaninha, um ano mais nova, mas é a Joaninha que é amiga dela e não o contrário, embora a Chamarrita a acarinhe de vez em quando - mas se for apanhada, dá patada e afasta-se, amuada. Não gosta de bebés, tem ciúmes, não lhes faz mal excepto umas traulitadas no alto do totiço, só se magoam se se mexerem... quase todos têm "a marca da Chamarrita", um pequeno arranhão na testa ou numa orelha, e todos aprenderam rapidamente a evitá-la (quando podem

). Apesar de temerem o seu mau feitio, admiram-na, ela é uma gata por excelência, elegante, inteligente, ágil... uma gata que podia entrar numa loja de cristais e passear-se entre os objectos, uma caçadora exímia... é como diz a canção "capoeira que é bom, não cai, e se um dia ele cai, cai bem". Não se nota nada que tenho paixão por esta gata, pois não?
Do grupo inicial, entre 2008 e o final de 2009, de 11 gatos, permanecem a Chamarrita e a Joaninha, a minha "loira". Mesmo ela, passa grande parte do dia na rua, com o seu grande amigo Kyikoo, mas quase sempre vem dormir a casa. Dois morreram (com PIF

). Neste momento, desse grupo, estão cá em casa 4, a Violeta, que está com uma inflamação no seu joelho "doente" e tem de estar medicada e em repouso, o Mushki, que veio visitar-nos e dormir em casa (o irmão dele foi um dos que faleceu), a Joaninha e a Chamarrita.
Os outros são todos da "colheita de 2010" e, exceptuando o Gabriel, a Pimpinella e a Sabina, posteriores a Setembro, quando vim morar para o campo

e fui pela primeira vez ao canil de Lisboa, para resgatar dois gatos. Perante o que vi, não me limitei àquele casal, trouxe os 4 que podia trazer, e ainda lá voltei com uma amiga para trazer mais. Desse grupo do CML, estão cá em casa o Gaspar (a irmã, que veio com ele, faleceu em Outubro, ele ficou muito só, também já tinha perdido a dona), o Platão (q o dr Leonel salvou da panleucopénia e tinha apenas 2 quilos, agora tem 4

), o Filipinho (muito tímido, está a ficar meigo e brincalhão), a Samira (pretinha muito doce, lembrou-me fisicamente o Blitzen, o outro gatinho que partiu com PIF) e, ainda não tinha falado nela, a Madalena, branca e amarela, que ficou com esse nome porque foi por ela e pelos bebés q estava a parir naquele gatil horrendo que fui a chorar como uma até Aveiras; esta trouxe-a 8 dias depois de a ter visto, já só tinha uma bebé viva, mas acabou por falecer menos de 12 horas depois, nem o biberon nem o saco de água quente a salvaram. A Madá não tinha leite e desinteressou-se, a pequenina Márcia não pôde resistir mais. Pelo menos não morreu naquele antro, como os 4 irmãos. Ainda choro quando falo disto. Apesar de ser bravita e assustada, a Madá andou uns dias lá fora mas quis vir para casa. Tentou matar os vets quando foi esterilizada e quando foi tirar os pontos, a mim nunca tentou sequer agredir, mesmo quando lhe dava a medicação de 12 em 12 horas.
Depois há a Júlia, a eterna pendura com estatuto de residente

, que foi encontrada quando procuravam outro gato, nitidamente gata de casa, cola, melga, meiguíssima; e a Safira, cuja dona engravidou e, com receio da toxoplasmose, a fechou, com o irmão, num barracão; posteriormente deu o irmão, e a ela, como ninguém a quis, fechou-a numa coelheira.

São muito parecidas, a Júlia e a Safira, tanto fisicamente como em feitio: ambas ignoram os outros, fazem de conta que não existem, e, quando não se podem evitar uma à outra, rosnam e esbofeteiam-se, mas sem unhas. Depois voltam a ignorar-se.
Por fim, tenho a Biryani, com 10 anos, recentemente esterilizada. Veio com o Bhaji, o gato que desapareceu há 3 semanas. A dona teve de ir viver para o estrangeiro, os seus amigos estavam em casa dela a ser tratados por um amigo. Vive em cima da minha cama, apesar de começar a vir à sala mais frequentemente desde que o irmão desapareceu. É uma gata pequenina e meiga, reservada e independente, que não chateia os outros se os outros não a chatearem. Dá ideia que viveu todos estes anos à sombra do irmão, que é carente, caprichoso, com feitiozinho, muito mais dependente e extrovertido do que ela, embora fossem amigos. Com esta idade, a adaptação demora mais, mas ela não se mostra stressada nem triste, está bem. Apenas quer sopas e descanso, e já convive pacificamente com a Samira e a Júlia, quando estas vão dormir comigo. Tem um bocado de medo da Chamarrita, mas isso todos têm.

São parecidas, as gajas...
Depois há os bebés! O Gastãozinho é o menino nas mãos das bruxas, encantador, dá-se bem com todos, faz a ponte entre adultos, e adultos e bebés, é um excelente "relações públicas", a alegria da casa.

Um terrorista alegre e meigo, foi encontrado com apenas 2 mesitos a deambular com uma pata traseira pendurada. A associação que o acolheu não podia pagar a cirurgia e a solução era a eutanásia, algo que o vet se recusava a fazer, e por isso pediu algum tempo. O risco maior era não aparecer ninguém a tempo de salvar a patinha... mas calhou eu ir lá a uma consulta, conheci o gato, já na altura era super simpático, adoptei-o e o dr pediu a um colega ortopedista que o operasse logo na segunda feira. Ainda a recuperar da cirurgia, teve um breve contacto com outra gatinha que cá tive e faleceu com uma virose qualquer que ninguém descobriu na necrópsia, eu paniquei e, mesmo estando ele bem, pedi que o internassem enquanto eu desinfectava a casa toda, e o rapazito esteve mesmo muito doente, mas lá se safou... voltou para casa magrinho, mas já a comer sozinho e rapidamente recuperou. Nunca perdeu a alegria e deixou os vets "apaixonados" e eu, que tencionava dá-lo para adopção, justamente por ser tão adoptável - simpático, lindo, e nem sequer ficou a coxear - sucumbi e re-adoptei-o, desta vez com o coração.
Mas credo,estou a ocupar os lugares todos deste tópico com os meus gatos...! Assim os outros ficam sem sítio para se deitarem!

Peço desculpa, e siga o tópico!

Acredito na Paciência, na Persistência, no Pai Natal e no Poder do Fiambre!