Nasci num quintal onde a minha dona morava, a minha mãe era a Panda e o meu pai o Clementino dois gatinhos de rua a quem a minha dona e alguns vizinhos davam de comer, quando na tarde de 1 de Maio de 1994 a Panda começou em trabalho de parto, a minha dona arranjou o caixotinho para nós estarmos mais confortáveis, éramos lindos (as) nascemos 5, o tempo ia passando e era preciso começar a pensar em nos arranjar donos, fui levada para uma senhora que queria oferecer uma gatinha tigrada à neta, bem foi na sexta-feira, na segunda fui devolvida parece que afinal não sabiam o que queriam, depois foi um bocadinho complicado para ser aceite pela minha mamã e pelos meus manos, mas essa batalha foi vencida, o tempo ia passando eu continuava a estar ali no quintal, já tinha 3 meses saltava brincava, num dia de sol resolvi estender-me ao sol no quintal do vizinho em cima daquele carro parado que nunca saia do lugar, ele correu comigo como fiquei assustada escondi-me no motor, bom ele liga o motor de propósito para me fazer mal, senti tanto dor gritei tanto, fui a correr com a patinha pendurada para o quintal da minha actual dona, ela pegou em mim ao colo viu que eu estava muito mal, levou-me ao vet. Cuidou de mim apesar de na altura ter muitas dificuldades não me abandonou, dormiu comigo ao colo mimou-me, o tempo ia passando e a cumplicidade entre mim e ela ia aumentando mas sempre com a ideia de se eu ficasse bem voltaria para a rua pois a minha dona já tinha o Pantufa e a Miquelina e não podia ficar comigo.
Acabei por ficar com a patinha aleijada, então a minha amiga não teve coragem de me voltar a pôr na rua, assim comecei a fazer parte da família, já lá vão 9 anos sou uma gatinha feliz, pois apesar das dificuldades da vida, apesar de ter mudado muitas vezes de casa a minha dona levou-nos sempre com ela.
Sou uma gatinha muito especial, sou muito assustadiça, só ela que me conhece bem é que sabe lidar comigo, eu também gosto muito dela, para a presentear quando tive os meus filhotes deixei-a assistir ao parto, dei-lhe dentadinhas, marradinhas e disse-lhe na minha linguagem obrigada por estares comigo.
Agora estou um bocado badochas, pois após ser esterilizada engordei um bocado, mas continuo a considerar-me, apesar de tudo uma gatinha feliz!
Espero que tenham gostado da minha história, é um pouco longa mas eu também já tenho 9 anos.
