Boas.
Só mesmo pelo tópico e porque devo mesmo a atenção devida a todos quantos se importem com os pirralhitos. Deitei-me às 4 da manhã e levantei-me às 6:50. Portanto, só por aqui já dá para ver, aliás, imaginar um pouco e só mesmo um pouco, a preocupação, tipo mesmo UCI em que se transformou esta família.
Pois bem, estes gatinhos, tal como já havia explicado no tópico apontado pela Madrinha Tassebem, estavam (estarão ainda) demasiadamente parasitados. Com a parasitose veio e permaneceu a disenteria que, pela qual, obriga-me a estar em constante alerta. Começaram com o tratamento, desparasitante de 3 dias mas a disenteria teimou em ficar. As fezes, tanto na tenda, fornecida pela madrinha, como no chão por tudo quanto é sítio, tanto por todos eles, ora eram pastosas, ora autêntica "água", e vinham como se tivessem ingerido areia. Os parasitas eram aos milhões, tipo sementinhas. Nunca vi nenhuma lombriga mas desconfio que existam. Só amahã, ou depois, saberei, pelo exame às fezes se realmente existe outro tipo de parasita para além do já mencionado. Penso que sim porque a diarreia continua, infelizmente.
Pois bem, às 22:00 ou perto disso, fui dar a paparoca aos gatinhos e normalmente começo sempre pelo mais fraquinho, o "Pirralhito", depois passo à Papoila, sigo para o Tai-chi e por fim alimento o maior de todos, o "Damastor". Como sempre, tipo ritual, o maior mia, mia, até que adormece em cima dos meus pés até chegar a vez dele. Nesse dia, Sábado, desistiu de estar nos meus pés e foi-se deitar na tenda. Não me pareceu má escolha e não liguei ao assunto. Quando por fim chega a vez dele, pensei eu que o meu querido gatinho (MEU, MESMO MEU)

estava a dormir e quando lhe vou a pegar, ele deu um salto, tal e qual como se estivesse a dormir a sono solto e se tivesse assustado. Qual quê? O meu menino parecia morto quando lhe peguei. Estava frio, mesmo em cima do saco de água morna e não reagia. A cabecinha pendia do seu corpinho inanimado. Desatei num pranto louco, a gritar, enquanto descia as escadas a chamar pelo meu marido: "Victor o meu menino está a morrer, óh meu Deus, ó meu Deus. Acorda, bebé, dizia eu enquanto o aquecia com o meu bafo e o "lavava com as minhas lágrimas de desespero. Massajava o peitinho dele enquanto que o meu marido, após retirar o embolo duma seringa, usava-a para canalizar o ar da boca dele para o interior da boca do nosso menino. Deu então sinal de vida com um esticão mas logo ficou novamente inanimado. Foi então quando arrancámos para Lisboa, para o Hospital Veterinário que fica mais perto de nós e com melhor acesso de lá chegar com mais rapidez.
Uma vez lá, entrei de rompante, com o meu gatinho, bem encostadinho ao meu peito, a gritar, que o meu gatinho estava a morrer. Foi então quando a empregada mo retirou das mãos e correu corredor adentro até aos Vets que o poderiam ajudar.
Esperei na Sala em pleno pranto porque por mais que eu tentasse perceber que raio teria eu feito de mal, não encontrava resposta porque eu sabia que me esmerei nos cuidados a ter, para com todos eles.... foi então quando liguei para a Tassebem que, coitada, prontamente interrompeu um jantar especial entre amigos para vir para junto de alguém que estava inconsolável, eu!
Passados quase uma hora, vejo o Dr. Simão com um sorriso de orelha a orelha a chamar-nos e trazia nas mãos uma caminha, miniatura, de felino bebé. A minha batida cardíaca ouvia-se em toda a sala... percebi então que o meu menino estava ali nas mãos de quem o salvou, o Dr. Simão. Dei um grito de contentamento e não pude evitar as lágrimas, desta vez de pura felicidade. Beijei muito aquele gatinho que até àquele momento não era ainda meu mas que por tudo o que se passou... quase exigi ao meu marido que fosse nosso e, assim foi! O "Damastor" passou a ser NOSSO e o Dr. Simão deu-me uma ajudinha nesse sentido respondendo ao que lhe perguntei: "não acha que deveríamos ficar com este gatinho após o susto que nos pregou?. Ele respondeu: "sem dúvida. Nem podia ser de outra maneira". O meu marido foi tomado de surpresa riu-se com a resposta do Vet e cedeu à "chantagem psicológica, pré combinada entre mim e o safadinho do Damastor"... que teve que ficar internado a levar soro via intravenosa. Todo o ambiente naquele consultório era de euforia, mesmo até por parte do meu marido notava-se um olhar com mais brilho, teria então os olhos rasos, quase com lágrimas de felicidade a saltarem-lhe por ver que os também seus esforços em dar respiração aquele bébe, surtiu algum efeito em seu benefício de vida. A madrinha "Tássebem" também chorava de emoção, abraçamo-nos em demonstração de pura felicidade.
Vim para casa mais descansada mas com o pensamento e receio do pior em relação aos que tinham ficado em casa. Não queria nada que a cena se pudesse repetir com os manos. Tanto cuidado, dar a paparoca SEMPRE atempadamente, dar-lhes também água à seringa entre refeições, administrar-lhes o reforço para a flora intestinal, para afinal... acontecer o que eu não queria que acontecesse mas que era óbvio de acontecer ao fim de mais de uma semana de pura disenteria.
NUNCA tenham um bebé felino com mais de 72 horas de disenteria! Insistam MUITO com qualquer VET, no caso do problema não regularizar com as medicações de ajuda à flora intestinal, para que faça algo, para além dessas medicações! Isto aconteceu porque estiveram mais que 72 horas sem levarem AB.
A Vet que os seguiu foi contra o meu pedido para lhes administrar AB, alegando serem muito bebés. Disse que preferia esperar até Domingo de manhã para ver se a diarreia pararia, ou não, com o suplemento alimentar para reposição da flora intestinal.
Podiam ter morrido TODOS, não fosse o meu cuidado em minorar a desidratação que era óbvio acontecer e que aconteceu mesmo, infelizmente, e apesar dos meus esforços...!
No Domingo pelas 8 da manhã, fui ao quarto dos manos dar a paparoca e dei pela ordem de sempre, Pirralhito primeiro e era depois a vez da Papoila. Estranhei a Papoila estar na tenda, sem sequer ter vindo ao meu encontro de quando entrei no quarto. Volta o meu coração a disparar que mais parecia querer sair da caixa toraxica. Pego nela e estava precisamente como o mano esteve no dia anterior. Com ela nas mãos, a cena volta a repetir-se: gritos de aflição, lágrimas e a chamar pelo meu marido que ainda dormia. Acordou assarapantado, vestiu-se em tempo recorde e lá fomos a "voar" direitos ao Hospital onde havia ficado o mano dela. Uma vez lá chegados, foi logo observada e o diagnostico era o mesmo do mano, desidratação! Ficou também a soro.
Pelo fim do dia ambos levaram alta mas entretanto já os manos que haviam ficado em casa foram também lá levados para observação e soro, neste caso via subcutânea.
Hoje regressaram todos lá para reavaliação e tiveram que fazer mais soro subcutâneo, mais a dose do AB injectavel. Voltam lá amanhã para seguimento do AB e talvez sôro caso a diarreia insista em estar tão aguada...!
E sim esta é a minha saga dos 4 bebés que não pude recusar, à Tassebem, de aceitá-los criar...
Espero não ter sido muito "chatinha" na explicação da minha saga...
Leo
<p>Desejo a mesma sorte, que a triste sorte dos animais que nao sejam ajudados por quem nao deixa que se os ajude. Autor desconhecido</p>
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<p>Regurgito nas postas de pescada dos arrotadores. Autor desconhecido</p>
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