Caro Bagulho:
Questões de incompatibilidade dos casais à parte, já que parece não ser esse o seu caso, uma vez que os seus mandarins concluíram com êxito o choco e os "pequenotes" até chegaram a nascer, há muitas outras questões que podem aqui ser colocadas como razões para o sucedido.
A primeira prende-se com o que aqui já foi mencionado, que é a idade do casal. se os mandarins forem muito novos, é natural que não concluam com sucesso a criação. Mas, há uma outra questão a que gostaria de me referir. Muitas vezes, as pessoas iniciam a criação pouco depois de terem adquirido um casal de mandarins, fornecendo-lhes as condições ideais para tal, como seja a colocação do ninho na gaiola de criação e o fornecimento de diferentes fibras para a sua construção. As aves aceitam de imediato este "repto" e iniciam a criação. O maior problema é que as aves ainda nem sequer tiveram tempo de se habituarem à sua nova morada e já embarcam na "empreitada!" da criação. A consequência directa pode ser o abandono precoce dos ovos ou das crias, por não se sentirem seguras na sua nova morada. É verdade que os mandarins se adaptam com relativa facilidade aos mais diferentes ambientes, mas não menos verdade é que a criação só deve ser iniciada quando eles se sentirem confiantes na sua nova casa.
Outra questão que deve ser levantada prende-se com a época de criação. Os mandarins são aves que criam durante todo o ano mas, por experiência própria, aconselho-o a que a primeira criação de um casal coincida com os meses quentes. Isto porque é natural que os jovens casais não passem o tempo suficiente no ninho (por falta de experiência), sobretudo depois das crias terem nascido. O problema acaba por ser atenuado se a temperatura ambiente for alta, já que as crias, ainda sem penas, não necessitam de tanto calor por parte dos pais. É claro que não existirão estes problemas se possuir uma sala aquecida (ou com temperaturas moderadas, sem grandes oscilações) e o facto de estarmos no Inverno acaba por ser irrelevante.
No que toca à incompatibilidade dos casais, ela existe, embora entre os mandarins não costume ser muito expressiva. Tudo se deve ao facto de nós formarmos os casais, ao invés de deixar as aves fazer essa tarefa. Pior do que a incompatibilidade dos casais é mesmo o excesso de consanguinidade, o que deve ser evitável, a menos que os nossos objectivos passem por um apuramento da raça, nomeadamente para obter exemplares de boas características para participarem em exposições e concursos.
De momento, não me ocorre mais nada relevante para aplicar na sua situação, mas caso necessite de mais esclarecimentos sobre esta raça, terei o maior gosto em ajudá-lo.
Cumprimentos
Piscas
