Triste manifesto

Zehntor · domingo out 19, 2003 5:43 pm

Tive durante 5 anos um periquito domesticado do qual gostava muito. Fazia-me companhia sempre que eu estava em casa. Andava quase sempre solto, inclusive passeava comigo pelo jardim, sem nunca ter tentado fugir. Jantava sempre comigo e gostava dos bocadinhos de pão e legumes que lhe dava. Entretia-me quando eu estava no computador bicando as teclas e tentando arrancar as letras com as patas. Tinha uma árvore da qual gostava muito e na qual estavam pendurados todos os tipos de brinquedos.
Na terça-feira entrou um gato pela casa adentro e apanhou-o na sua árvore. Ouvi os seus gritos de socorro e corri em seu auxílio. Consegui apanhar o gato (magoei-me num braço ao fazê-lo) e tirar-lhe o periquito da boca. Tirando um pequeno arranhão debaixo da asa, aparentemente estava bem (dentro do possível). Limpei e desinfectei a ferida diariamente. Na sexta-feira começou a murchar e no sábado de manhã estava morto...
Será que podia ter feito mais para o salvar?

jonniboy · domingo out 19, 2003 6:03 pm

Oh!

Que pena... Realmente foi azar...
Agora... Eu não queria por peso na consciência de ninguém, mas... Acho que uma idazinha ao veterinário não tinha feito mal nenhum...

drlpfae · domingo out 19, 2003 10:04 pm

uma vez li num site estrangeiro que a saliva dos gatos pode ser muito tóxica para os papagaios talvez também o seja para os periquitos... pode ter sido isso talvez...

Megaran · quinta out 23, 2003 9:51 pm

Ohh!!

fiquei muito triste com a história!! porque também já tive um periquito assim e tb me custou muito quando ele morreu!
um dia tb o apanhei na boca de um cão mas felizmente não morreu!

e pra descarga de consciencia sua n sei se o vet teria ajudado muito!! todos os que levei ao vet acabarm por morrer porque não resistiram á medicação!

Zehntor · sexta out 24, 2003 12:59 pm

Pois, o que me pesa(va) na consciência era se devia ter ido ao vet. Eu sei que as mordidas de seja lá o que for são perigosas por causa da enorme variedade de bactérias que existem nas bocas, e tb sei que é difícil medicar animais tão pequenos - uma variação minúscula na dose pode fazer a diferença entre a cura e o envenenamento. Quando tiver o próximo periquito, NUNCA o vou deixar sozinho solto. Tenho saudades dele...

Norwich · segunda out 27, 2003 5:14 pm

O que me chateia mais neste pais é a falta de bons veternarios especializados em aves. É dificil encontrar um que saiba o que está a fazer

ticoforpus · quarta nov 05, 2003 4:57 pm

Viva,
gostava apenas de fazer um peq. comentario
na realidade, não serve de muito levar uma pequena ave ao veterinário, mas aqui existe um problema, o veterinario geralmente não tem expriencia com aves, mas também não é muito normal levarmos aves ao vet.(desta forma ganhava expriencia), ora isto cria um ciclo vicioso não????

sac · quarta nov 05, 2003 5:05 pm

Nem mais...

AlexandreA · segunda nov 10, 2003 7:53 pm

Sinto muito pelo periquito mas tenho um crítica a fazer (não sei se aconteceu mas vou fazer a crítica):
e o gato que apenas seguiu o seu instito?
levou uma sova?

Alexandre M.

Nita3000 · segunda nov 10, 2003 9:43 pm

É uma situação dificil:

Nunca a tive com o meu periquito.

No entanto tive um cão (que morreu com 19 anos) e que apesar de pequenino era uma fera.

- Um dia trouxe um presente à minha mãe: um Galinho da Índia preso pelo pescoço... e estava muito orgulhoso do seu feito.
... Bem felizmente o cão limitou-se a apanhar o bicho e não o maguou muito e a minha mãe foi devolvê-lo ao vizinho ( algum tempo mais tarde o galo morreu na boca de outro cão... tinha o destino traçado)

- Num outro dia fomos à praia. O Boby viu um ratazana do seu tamanho e achando que esta era uma ameaça para a sua família atacou-a ... e matou-a.

... Deverei eu criticar o meu cão por fazer o que lhe está no sangue?
O Boby era arraçado de Fox Jack Russel, uma raça criada na Inglaterra para a caça da raposa. Pretendiam criar cães que fossem suficientemente rápidos para acompanhar os cavalos e suficientemente pequenos para que pudessem entrar nas tocas atrás das raposas.

- Por outro lado, um dia o meu cão foi atropelado por um carro, não foi grave, mas o animal chegou a casa super assustado, sujo de óleo e com alguns ferimentos ( deve ter rebolado debaixo do carro, não sei...). Se eu pudesse e soubesse quem era o dono do carro tinha-lhe partido a cara, fiquei com uma raiva.

Bem, aqui têm a os dois reversos da moeda...

Nita

AlexandreA · terça nov 11, 2003 7:13 pm

Nita,
uma coisa é um animal que segue os seus instintos e outra coisa é um humano que tem atitudes estupidas como por exemplo atropelar animais e fugir.

cordiais saudações

AlexandreM

Norwich · terça nov 11, 2003 10:37 pm

Os tipos que atropelam e piram-se nao sao racionais, mas sim IRRACIONAIS. Se sao irracionais apenas seguem o seu instinto neste caso de fugir. As pessoas tem de ser educadas a respeitar, mas se nao se respeitam uns aos outros como podem respeitar os animais? Tem de ser educadas em crianças que é quando ser forma a personalidade de uma pessoa, mas educadas por quem? Os proprios pais nao respeitam..
Rrrrrrrrrrrrrrr que nervos que esta socieadade me mete, as vezes tenho vergonha de pertencer a ela.

Fikem[[]]

ps. nao quis generalizar

Rita_kikas · quarta nov 12, 2003 3:17 pm

Sinto muito pelo periquito. Tenho 3 de momeno (2 machos e uma fêmea). Tinha 4, e um deles sempre (comprei no verão) foi um bocadinho doente (mas era tãããooo lindo!) estava sempre inchado (as penas) e comia muit. Anteontem resolvi levá-lo ao veterinário pois achei que ele podía estar a sofrer, e assim foi, a minha mãe foi com ele, porque eu não podía. Ficou lá durante a noite, fizeram-lhe radiografias, tiraram sangue e não sei que mais (isto no hospital veterinário do porto) levaram 25 contos à minha mãe. Ficou lá, mais tarde telefonaram à minha mãe e disseram que ele estáva muito mal, mais tarde acabou por morrer. Eles disseram que era comum eles morrerem de susto, mas só o disseram no fim... mais valia ter estado em minha casa, viveu assim durante meses e acabou por morrer quando o tentei ajudar... fiquei sem saber se fiz bem ou não. Outra questão é a do dinheiro que a minha mãe gastou (ela é médica, e achou um exagero!!), eles exploram a pessoas aquelas pessoas pobres e que vivem com muito pouco dinheiro e têm apenas uma companhia no mundo, o seu animal, como iriam pagar? Íam com certeza deixar de comer esse mês para pagar aconsulta (já para não falar do sofrimento se tiverem perdido o animal!). A minha mpregada também contou que foi lá com a filha e com o cão, ele necessitava de uma operação urgente se não morria, pediam 800 contos!! A filha saiu de lá a chorar porque só tinha 200, ela pagáva mas teria de pedir um empréstimo, foram a uma outra clínica, com o mesmo veterinário, ele fez a operação por...200 contos! O que me dizem a istO???

CasadeAnaval · sábado nov 15, 2003 5:31 pm

O que digo a isto é que ela como médica devia saber que os veterinários têm custos mais elevados pois o estado não paga as despesas às pessoas nem lhes permite descontos avultados no material.

Não existem especialistas em Portugal em aves ( verdadeiros, digo, existem pessoas que se dedicam mais a esta àrea mas NÃO são especialistas) e de facto o problema é que a maior parte das pessoas pensa como o Bocajrs. Para quê dar 25 euros por um consulta se um piriquito novo custa 10. Uma especialização leva anos de vida e muito dinheiro...

Rita_kikas Escreveu: Sinto muito pelo periquito. Tenho 3 de momeno (2 machos e uma fêmea). Tinha 4, e um deles sempre (comprei no verão) foi um bocadinho doente (mas era tãããooo lindo!) estava sempre inchado (as penas) e comia muit. Anteontem resolvi levá-lo ao veterinário pois achei que ele podía estar a sofrer, e assim foi, a minha mãe foi com ele, porque eu não podía. Ficou lá durante a noite, fizeram-lhe radiografias, tiraram sangue e não sei que mais (isto no hospital veterinário do porto) levaram 25 contos à minha mãe. Ficou lá, mais tarde telefonaram à minha mãe e disseram que ele estáva muito mal, mais tarde acabou por morrer. Eles disseram que era comum eles morrerem de susto, mas só o disseram no fim... mais valia ter estado em minha casa, viveu assim durante meses e acabou por morrer quando o tentei ajudar... fiquei sem saber se fiz bem ou não. Outra questão é a do dinheiro que a minha mãe gastou (ela é médica, e achou um exagero!!), eles exploram a pessoas aquelas pessoas pobres e que vivem com muito pouco dinheiro e têm apenas uma companhia no mundo, o seu animal, como iriam pagar? Íam com certeza deixar de comer esse mês para pagar aconsulta (já para não falar do sofrimento se tiverem perdido o animal!). A minha mpregada também contou que foi lá com a filha e com o cão, ele necessitava de uma operação urgente se não morria, pediam 800 contos!! A filha saiu de lá a chorar porque só tinha 200, ela pagáva mas teria de pedir um empréstimo, foram a uma outra clínica, com o mesmo veterinário, ele fez a operação por...200 contos! O que me dizem a istO???

aisd · sábado nov 15, 2003 6:26 pm

Pois eu levei uma rola que me apareceu caída no quintal (alertada pela Zorra que ladrava, ladrava - mas não fez nada, ainda bem) ao vet.

Tive a sorte de lá estar o vet especialista em aves (tudo isto isto se passou já de noite).

O que se passava é que a rola tinha a garganta entupida por uma colónia de parasitas (que, parece, são frequentes no pombos e rolas) que a empedia de comer.
Ele fez tudo o que pode (antibiótico, comida de bébé directamente no papo, calor, mantinha) para a salvar mas (quando nós já nos preparávamos para ter mais um animal) ela não resistiu e morreu.
Estava demasiado fraca.
Caiu no nosso jardim já nas últimas e não havia nada a fazer.

Custou-nos algum dinheiro mas o que custou mais foi que estávamos tão empenhados em salvá-la e não conseguimos...

É assim.
Deus coloca-nos desafios no caminho.
Animais que podemos ajudar e que, às vezes, não conseguimos.

Agora, não é uma questão de dinheiro, é uma questão de empenho.
Exijo - digo mesmo - EXIJO - o melhor do esforço dos vets com os animais que lhes levo.
Alguns são aldrabões - não sabem ou não querem saber (não estão para se chatearem).
Outros fazem o seu melhor.

Como com um ser humano as coisas tem de ser postas com clareza.
Os custos, as probabilidades de sucesso e de insucesso.
É ao cliente que cabe decidir.
Não vou a médicos que não me esclareçam.
Não vou a vets que não sejam francos comigo.

Todo este discurso para dizer que existe muito a mentalidade de que o médico é Deus.
Que não precisa de explicar o vai fazer e os riscos inerentes.
Muitos tratam as pessoas como se de atrasados mentais se tratassem.

Depois ficam revoltados quando as pessoas se indignam com os preços.
Não ficariam indignadas se soubessem, logo de início, como é que vai ser.
E quais as hipóteses de êxito.
E sobretudo se sentirem que o interesse é real.
Que existe empenho.

Desculpem o discurso que é longo e chato.