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guppy062000
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Para quem nao sabe ou nao sabia.Projecto Delfim




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Projecto Delfim

Centro Português de Estudos
dos Mamíferos Marinhos




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Breve História da Indústria da Caça de Cetáceos no Rio Sado



Prefácio: Desde 1981 que não é permitida a captura de cetáceos (baleias e golfinhos) em Portugal. No entanto, antes disso, esta práctica era levada a cabo ao longo da nossa costa. O rio Sado não era excepção.



A indústria da caça e aproveitamento de cetáceos na costa de Portugal teve origem em 1924, através do despacho ministerial de 1 de Fevereiro, que criou a Sociedade Portuguesa de Pesca de Cetáceos, Lda.. Ocupavam as instalações a margem esquerda do Sado, com 320 metros de frente para o rio. Os cetáceos, chegados do mar, eram logo encalhados no primeiro plano inclinado sobre o rio e içados à força de guinchos. Num primeiro estrado eram-lhes serradas as cabeças. Depois pegavam-lhes poderosos cabrestantes e guinchos que os faziam subir um outro plano inclinado até assentarem completamente os corpos num segundo estrado; era neste estrado que se procedia ao desmanchar dos animais com o auxílio de pequenas gruas e enormes fcas que os iam retalhando em pedaços que logo eram lançados para os auotclaves.


Só em Setembro de 1925 pode ser iniciada a campanha de caça, tendo a Sociedade empregado os vapores baleeiros: “Musculus” de 165 toneladas, “Fogo” de 171 e “Sibaldi” de 208. Além destes baleeiros, destinados exclusivamente à caça de cetáceos, a Sociedade possuia ainda um pequeno rebocador denominado “Troiano” de 10 toneladas brutas e um escaler.

Os valores das capturas efectuadas entre 1926 e 1928 encontram-se expressos nas tabelas I, II e III.





Tabela I

Capturas efectuadas durante a segunda parte da campanha de 1925 (Setembro- Dezembro)




Espécie


Quantidade machos/fêmeas

Comprimento médio

Óleo produzido


(por animal)


Baleia-azul (Balaenoptera musculus)

17 / 7

16 metros

4 000 litros


Cachalote (Physeter catodon)

2 / 0

19 metros

3 750 litros


26 cetáceos produziram 103 toneladas de óleo











Tabela II

Capturas efectuadas durante a campanha de 1926 (Janeiro- Outubro)




Espécie


Quantidade machos/fêmeas

Observações


Baleia-azul (Balaenoptera musculus)

117 / 89

13 com fetos, 2 dos quais com gémeos


Cachalote (Physeter catodon)

26 / 16

4 com fetos


Baleia-piloto (Globicephala melaena)

1 / 1

- - -


241 cetáceos produziram 1043 toneladas de óleo











Tabela III

Capturas efectuadas durante a última caçada da campanha de 1927 (Março- Dezembro)




Espécie


Quantidade machos/fêmeas

Observações


Baleia-azul (Balaenoptera musculus)

90 / 84

19 com fetos


Cachalote (Physeter catodon)

7 / 3

- - -


Orca (Orcinus orca)

1 / 1

- - -


186 cetáceos produziram 817 toneladas de óleo











A 23 de Maio de 1928 a Sociedade Portuguesa de Pesca de Cetáceos, Lda. paralizou os seus vapores baleeiros e fechou as fábricas de óleo e farinha, visto não terem sido compensado o capitla nela investido. Só em 1947 é que volta a funcionar a empresa João Marcelino dos Reis, Lda. até 1951. Durante este período foram capturadas 283 baleias-azul e 145 cachalotes.





Francisco Reiner






















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