Dentições de serpentes...

Fórum para trocar ideias, tirar dúvidas, colocar e responder a questões sobre os nossosss amigosssss

Moderador: mcerqueira

Responder
Aestivus-Br
Membro Júnior
Mensagens: 30
Registado: sábado mai 15, 2004 9:11 pm
Localização: serpentes,aranhas,escorpiões

sexta jul 02, 2004 4:26 am

PESSOAL AÍ VAI ALGUMAS CURIOSIDADES SOBRE SERP. A RESPEITO DA DENTIÇÃO...


O crânio de uma serpente é um conjunto de 43 ou 45 ossos, dependendo da família, e o formato e o mecanismo articular são diferentes e alinhados em quatro grupos cuja diferenciação é exatamente a capacidade ou não de inoculação de veneno.

Todos os grupos possuem vários dentes e o que os diferencia é a presença e a posição do dente inoculador (também chamado de presa de veneno :

ÁGLIFAS:


Tipo de dentição, presente em serpentes não-peçonhentas, cujos dentes são totalmente maciços e não apresentam comunicação com a glândula de veneno.

Neste caso a glândula de veneno é chamada de "Glândula de Duvernoi" e sua função é secretar uma solução enzimática (veneno) para auxiliar a digestão.

Como não há dente inoculador o veneno produzido nessa glândula escoa para dentro da boca (e da "vítima") da mesma forma quando ocorre um sangramento, entre o dente e a gengiva, ao escovarmos fortemente os dentes.

Entre as serpentes brasileiras mais conhecidas deste grupo estão:

Jibóia



OPISTÓGLIFAS:


Tipo de dentição que apresenta o dente inoculador posicionado na região posterior do maxilar superior. O dente não possui um canal interno, como uma agulha hipodérmica, mas sim um parte escavada, como uma calha, por onde escorre o veneno. Devido à dificuldade de inoculação as serpentes são "consideradas" não-peçonhentas. Neste caso também a glândula de veneno é chamada de Glândula de Duvernoi. Em algumas espécies o veneno, quando consegue ser inoculado, é forte e similar ao da jararaca. À esse grupo pertencem algumas bem conhecidas como:

Oxyrhopus


PROTERÓGLIFAS:


Tipo de dentição que apresenta presa de veneno (dente inoculador) posicionada na região anterior do maxilar superior.

Este dente, semelhante a agulha hipodérmica, é relativamente pequeno e fixo.

As serpentes com esta dentição, assim como as Opistóglifas, não "picam" suas presas.

Elas na verdade "mordem" e permanecem "mascando" a vítima, pressionando fortemente os maxilares para que o veneno flua.

Ocorre nas serpentes peçonhentas de veneno mais potente como as Mambas, Najas, Corais e serpentes marinhas.

Dessas a única que ocorre no Brasil é a Coral.


SOLENÓGLIFAS:


Tipo de dentição altamente especializado com a presença de uma grande presa de veneno situada no maxilar superior.

Este dente, assim como o maxilar, é móvel e é projetado para fora da boca durante o mecanismo do bote.

A projeção do dente é possível devido à estrutura craniana que apresenta, em alguns ossos (entre eles o maxilar superior), uma articulação que direciona presa de veneno para frente conforme a serpente abre a boca para desferir o bote.

Este dente é retraído quando a serpente volta à sua posição normal.

As serpentes deste grupo são aquelas cujo veneno, evolutivamente, tornou-se mais potente daí o desenvolvimento de seu mecanismo de inoculação.

Neste grupo, que é peçonhento e de veneno bem ativo no homem, temos os seguintes representantes aqui no Brasil:

Cascavel






Quando uma serpente peçonhenta (solenóglifa) encontra uma presa o veneno é injetado no animal por meio de uma rápida picada, levando-a à morte em pouco tempo quando então é ingerida.

Mas a grande maioria das serpentes (cerca de 90%) não conseguem injetar o veneno por isso desenvolveram outro "método" para matar a presa.

Ao se deparar com a "vítima" a não-peçonhenta a abocanha fortemente, com seus dentes curvos e sua poderosa musculatura, ao mesmo tempo em que todo seu corpo se enrola nela, apertando-a até sua morte.

A finalidade deste "abraço mortal" não é quebrar os ossos, ao contrário do que se pensa, mas sim impedir que o animal expanda sua caixa torácica morrendo, portanto, de asfixia.
Responder

Voltar para “Répteis e Anfíbios”